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INTRODUÇÃO A SAÚDE PÚBLICA NETO, Felizardo da Costa 1 TEMA # - 6 PROCESSO SAÚDE-DOENÇA DOENÇAS INFECCIOSAS. Esta será a pergunta à qual a sua experiência dá uma resposta 2 SUMÁRIO Infecção: Conceito. Elementos principais da cadeia de transmissão Variabilidade de resposta individual e comunitária das doenças infecciosas. Método clínico; Método epidemiológico. Paralelismo entre o método clínico e epidemiológico; Diferencias. Relação com o PAE. 3 Processo saúde-doença Conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença de um indivíduo, família ou comunidade Processo de doença infecciosa É o processo que deve acorrer para que se manifeste um doença desta infecciosa. Infecção É a entrada, desenvolvimento e multiplicação de um agente etiológico em um organismo susceptivel. Doença infeciosa É uma doença ou distúrbio de funções orgânicas, causada por um agente infeccioso ou as suas toxinas através da transmissão desse agente, de um reservatório ou animal infectado para um hospedeiro susceptivel por meio de hospedeiro intermediário vegetal ou animal, um vetor ou através do meio ambiente inanimado. As doenças infeciosas são o resultado final do processo infecioso, na qual se inicia com uma infeção. Caracterização da doença infeciosa Uma doença infecciosa é caracterizada pelos sinais, sintomas e as alterações fisiológicas, bioquímicas e histopatológicas decorrentes das lesões causadas pelo agente infeccioso e pela resposta imune do hospedeiro. Ocorre destruição de tecidos e manifestações clínicas e patológicas Sinais gerais de uma doença infeccosa Febre, cefaleia, adinamia (grande fraqueza muscular), cansaço, sensação de mal-estar indefinido, sonolência, corrimento nasal, lacrimejamento, dor de garganta, tosse, dor torácica e abdominal, sopros cardíacos, dor abdominal, diarreia, náuseas e vômitos, icterícia, disúria (dificuldade de urinar), rash cutâneo (aparecimento de manchas na pele), presença de gânglios palpáveis, hepatomegalia (aumento do fígado), esplenomegalia (aumento do baço), rigidez de nuca, convulsões e coma, lesões e / ou corrimentos genitais. Nem sempre que ocorre uma infeção se desenvolve a doença infeciosa, porque nesse processo intervém um grupo de factores que influenciam e determinam as formas de manifestar-se este evento em um individuo Mecanismos que causam a doença infecciosa Destruição de tecidos por ação mecânica; Reação inflamatória; Ação das toxinas produzidas pelos agentes infecciosos; Reação de hipersensibilidade com resposta imune do hospedeiro Factores que determinam o desenvolvimento da doença infeciosa Características do Agente Etiológico Mecanismo de Defesa do Hospedeiro Meio em que ocorre o contacto Agente etiológico Virulência Invasibilidade Patogenicidade Infectibilidade Especificidade Mutagenicidade Defesas do hospedeiro que protegem contra infecções Barreiras naturais (p. ex., pele, mucosas) Respostas imunitárias inespecíficas (p. ex., células fagocíticas [neutrófilos, macrófagos] ) Respostas imunes específicas (p. ex., anticorpos, linfócitos) A pele A pele geralmente impede a entrada de microrganismos invasores, a menos que esteja fisicamente rompida (p. ex., por artrópodes vetores, lesão, acessos IV e/ou incisão cirúrgica). Exceções incluem: Papilomavírus humano, que pode invadir a pele normal causando verrugas Alguns parasitas (p. ex., Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis) Membranas mucosas Muitas mucosas são banhadas em secreções que possuem propriedades antimicrobianas (p. ex., muco cervical, líquido prostático e lágrimas contendo lisozimas, que rompem a ligação do ácido murâmico nas paredes bacterianas, especialmente em microrganismos Gram-positivos). Secreções locais também contêm imunoglobulinas, principalmente IgG e IgA secretora, que previnem que microrganismos se fixem nas células hospedeiras e nas proteínas que se ligam ao ferro, o que é essencial para muitos microrganismos. A interação entre o agente etiológico e o hospedeiro susceptivel se estabelece em meio ambiente determinado e que também exerce uma Ação sobre os agentes etiológicos e o hospedeiro susceptivel. Variabilidade de resposta individual e comunitária das doenças infecciosas Desta interação pode surgir diferentes efeitos ou seja um espectro de resposta entre o individuo infetado ou exposto, estas respostas são regidas pelas características do agente e do hospedeiro susceptivel. Espectro clínico das doenças infecciosas assintomáticos Subclínicas ou incompletas Completas Assintomáticos Os indivíduos afetados não apresentam sintomas nem sinais da doença, nem suas famílias nem ele mesmo identifica o processo mórbido e por outro lado nem mesmo o médico no exame físico deteta alterações e o diagnostico desta forma de infeção só é possível por exame laboratorial. Subclínicas ou incompletas Os indivíduos infectados podem apresentar um grupo de manifestações não típicas da doença: podem ser (abortiva e larvada) Abortiva O individuo apresenta alguns sintomas e em outras ocasiões sinais de curta duração, não se desenvolve o processo de forma completa Larval Se caracteriza por apresentar sintomas e sinais da doença mas de forma não típica o médico necessita de um bom interrogatório e exame clínico. O médico muitas vezes pode chegar a uma conclusão sindrómico mas não etiológico e tem necessidade de recorrer a exame laboratorial Período de estado Doenças clinicas: é quando o processo se apresenta com todos os sinais e sintomas que o caracterizam. Doenças hiperagudas: se caracterizam pelo surgimento dos sinais e sintomas da doença mas de forma rápida, e geralmente se apresenta de forma muito grave. Etapas de desenvolvimento da Doenças Infecciosa. Período de encubação: é o tempo que decorre desde que o agente etiológico penetra no hospedeiro até o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas da doença (curto, médio e longo). O conhecimento do período de encubação da doença é um elemento importante na investigação epidemiológica de um caso pois conhecendo a data dos primeiros sintomas podemos determinar a data mais provável em que se produziu a infeção e o tempo durante o qual há que se submeter a vigilância (quarentena) os contactos de um paciente com uma doença infeciosa. Período prodrómico É o tempo durante o qual o paciente sofre de alguns sintomas gerais e inespecíficos. O paciente se sente doente mas não apresenta sinais nem sintomas próprios da doença em questão Período de estado Estende-se desde que aparecem os sinais e sintomas típicos da doença até que estes desaparecem pela cura clinica. Habitualmente este período infecioso é interrompido ou modificado ao estabelecer o diagnostico e aplicar o tratamento específico. Período terminal É quando a doença entra em sua etapa final, o doente pode evoluir até ao agravamento do seu quadro clínico e falecer por esta causa. Por outro lado a evolução pode ser favorável, entrar o processo em franca declinação e ir até a convalescença, pós-convalescença e cura. É o tempo durante o qual as pessoas que padecem a doença infeciosa se mantêm eliminando o agente infecioso ao meio ambiente ou seja o tempo em que o individuo é contagioso ou infetante. A importância epidemiológica deste período radica em que durante este tomam-se as medidas de controle que consiste no isolamento do paciente. Formas de manifestação da doença na comunidade Casos esporádicos Endemia Epidemia Pandemia Casos esporádicos Refere-se ao surgimento de casos isolados de uma enfermidade sem relação aparente com outro caso conhecido. Endemias Número de casos habituais de uma doença ou seja é o comportamento habitual ou esperado da doença em local determinado e durante um tempo definido. Epidemias É o número inusual de casos de uma enfermidade que ocorre em um lugar determinadoe por um tempo definido. O número de casos em uma epidemia tende a ser elevado, acima das cifras esperadas para este território e neste período. As epidemias são resultantes de: Introdução súbita de um novo agente. Aumento brusco de agentes circulantes em relação com o equilíbrio que existia antes. Diminuição dos níveis de resistência inespecífica e específica na coletividade por diferentes causas. Pandemia É um numero elevado de casos de uma doença que ocorre em um tempo relativamente limitado e que abarca uma grande extensão territorial na qual inclui vários países ou mesmo continentes. CADEIA EPIDEMIOLÓGICA É o conjunto elementos que intervêm na origem de uma doença transmissível. Elementos da cadeia epidemiológica Agente etiológico Reservatório Porta de saída Via de transmissão Porta de entrada Hospede susceptivel Agente Etiológica Qualquer elemento que atuando como causa determinante, seja capaz de produzir uma doença, dano ou desvio da saúde. Classificação dos Agentes Etiológicos Físico: calor, ruídos, radiações etc. Químicos: ácidos. Biológicos: vírus, bactérias, fungos, parasitas etc. Psicossociais: política, religião, pobreza. Os agentes biológicos são os únicos capazes de parasitar o homem e produzir uma infeção ou doença infeciosa. Reservatório É o habitat natural em que vive o agente causal, se multiplica e do qual depende para sobreviver Os Reservatórios podem ser: Humano Animal Adicional Reservatório humano É o mais importante e abarca todas as formas que constituem o espectro clinico da doença infeciosa. Desta forma é reservatório, a pessoa, infetada, portador e doente sendo necessário dar tratamento a todos para se cortar a cadeia epidemiológica Reservatório Animal Depois do humano representam maior importância os animais domésticos, pois alguns agentes biológico podem utiliza-los como reservatório e causar doença a eles e causar um efeito similar ao homem. Reservatório misto Existem agentes biológicos que em determinadas condições, encontram elementos no meio que os permite permanecer viável durante largos períodos ou são capazes de transformar-se em forma resistente fora do seu reservatório original. Porta de saída É o local do reservatório por onde sai o agente biológico para o meio ambiente. Este elemento da cadeia epidemiológica esta intimamente ligada com a inventividade e a transmissibilidade pois em dependência da porta de saída que utiliza o agente a transmissibilidade será maior Classificação da Porta de Saída 1- Natural: A) Respiratória: boca e fossas basais B) Digestiva: boca e ânus C) Génito-urinárias: meato uretral e vagina D) Tegumentar: pele e mucosas lesionadas pela enfermidade 2- ARTIFICIAL: A) porta mecânica: pele e mucosas artificialmente lecionada Vias de Transmissão São as diferentes formas, modos ou mecanismos que têm que utilizar os agentes biológicos para poder alcançar um novo hospedeiro susceptivel ao abandonar o reservatório. As vias de transmissão são de dois tipos Directa Implica uma intima relação entre o hospedeiro susceptivel e o reservatório e podem ser: A) imediata ou de contato físico B) mediata ou por contacto pessoal: é uma forma de relação em que é necessário a presença dos dois, que seja por contacto físico Indirecta Esta condicionada por dois fatores que são: 1ª) a resistência do agente etiológico ou seja a capacidade de sobreviver no ambiente exterior, 2ª) a possibilidade de que uma vez abandonado o reservatório, encontra um veículo apropriado que o permita alcançar um novo hospedeiro susceptivel. Veículos de transmissão: Elemento do ecossistema que pode ser animado ou inanimado que transporta um agente biológico desde seu reservatório até um hospedeiro susceptivel Veículo inanimado: Água , Alimentos Veículo animado (vectores) Mecânicos (mosca, baratas) Biológicos (mosquito) Porta de entrada É o local ou sítio do corpo do hospedeiro susceptivel, por onde penetram os agentes biológicos que causa a doença transmissível. 1º Naturais Fossas nasais Boca Tegumentária Génito-urinaria Hospedeiro susceptivel É a pessoa ou animal vivo que em circunstâncias naturais, permite o alojamento ou a subsistência de um agente causador de uma doença infeciosa. Definitivo É aquele hospedeiro na qual o parasita alcança a maturidade ou passa a fase sexual. Shistossomose (equistosomose) tem o homem como hospedeiro definitivo. Hospedeiro Intermediário: é quele em que o parasita se encontra em uma fase larvária imatura ou assexual. O caramujo é o hospedeiro intermediário do shistossoma
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