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i UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE FORMAÇÃO DE TECNÓLOGOS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO NA MODALIDADE DE JOVENS E ADULTOS. CAMPOS III - BANANEIRAS - PB Autora: Marluce Almeida Santos Análise do Processo Avaliativo no Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos BANANEIRAS - PB 2007 ii Marluce Almeida dos Santos Análise do Processo Avaliativo no Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos Monografia apresentada à coordenação do curso de Especialização em Educação Profissional Técnica de Nível Médio na Modalidade Jovens e Adultos da Universidade Federal da Paraíba como requisito para obtenção do Título de Especialista. Orientador: Ms. Max Rocha Quirino BANANEIRAS - PB 2007 iii Ficha catalográfica elaborada na Secção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Bananeiras. UFPB/CFT - Bibliotecária: Merilande Rodrigues Fonseca-CRB. 4/988. S 237a Santos,Marluce Almeida dos Análise do processo avaliativo no ensino médio na modalidade EJA /Marluce Almeida. - Bananeiras, 2007. 76 p. il. Orientador: Max Rocha Quirino Monografia (Especialização) CFT/UFPB. 1.Avaliação-Aprendizagem. 2.Educação Jovens e adultos- Avaliação UFPB/CFT/BS C.D.U. 371.26(043.2) iv MARLUCE ALMEIDA DOS SANTOS ANÁLISE DO PROCESSO AVALIATIVO NO ENSINO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO JOSÉ BRONZEADO SOBRINHO APROVADA EM: ___/___/____. NOTA: ________________ BANCA EXAMINADORA Orientador: Prof. M.Sc. Max Rocha Quirino UFPB/CFT/DCBS Examinador: Prof. M.Sc. Albério Lopes Rodrigues UFPB/CFT/DAP Examinador: Prof. Dr. Alexandre José Soares Miná UFPB/CFT/DTR v “Ao invés de avaliar minhas aulas em termos de rendimento escolar em termos de rendimento escolar, me perguntou, ao final delas, Se meus alunos conseguiram viver mais felizes se o conhecimento apreendido lhe trouxe alguma nova alegria de viver, se eles Sentiram saber em saber mais.” RUBEM ALVES vi DEDICATÓRIA “posso todas as coisas, naquele que me fortalece”. ( Fl.4:13) A Deus Por ter me permitido alcançar essa vitória; Razão maior da minha existência, Força presente diante dos obstáculos Surgidos nesta caminhada. Ao meu pai MANUEL RODRIGUES DOS SANTOS por ter sempre me incentivado a prosseguir na caminhada. vii AGRADECIMENTOS A Deus, Senhor e Criador de todas as coisas. A Ele que ilumina o meu caminho, toda honra e toda glória por esta vitória. Aos meus pais (Manoel e Joanna) que sempre me incentivaram para estudar. A todos da minha família que souberam me compreender e me apoiar nos momentos mais difíceis. Ao meu orientador MS. Max Rocha Quirino, pela paciência, compreensão e contribuição nos momentos de mais dificuldades na conclusão desta monografia. As minhas amigas Cícera, Edinalva, Luziene, Graça, Aldenoura, Teresinha e Janete que me deram força para continuar este trabalho. Em fim, a todos que direto ou indiretamente contribuíram para esta conclusão. viii RESUMO Este trabalho aborda as concepções da avaliação escolar e tem como objetivo analisar o processo avaliativo nos turmas do 2º e 3º ano do ensino médio da modalidade EJA, na escola estadual “José Bronzeado Sobrinho” na cidade de Remígio-PB. A pesquisa foi realizada junto a 40 alunos e 10 professores durante o mês de dezembro de 2006, através de entrevistas e questionários. Com a finalidade de refletir sobre as dificuldades que os alunos enfrentam nas diferentes formas de avaliação, buscando subsídios para a fundamentação teórica em diversos autores como Hoffman, Luckesi, Freire, Libâneo. Foram discutidos os métodos, os critérios e os instrumentos de avaliação, trazendo ensinamentos adequados para os educadores que desejam fazer uma reflexão sobre a sua prática pedagógica. Com o resultado da pesquisa verificamos que a avaliação é de extrema importância no processo de ensino-aprendizagem e na construção do conhecimento dos alunos na sala de aula. Porém na escola observada, percebe-se que é necessário que se repense no processo avaliativo e adote mudanças que favoreça uma aprendizagem significativa. Palavras chave: Avaliação - Ensino - aprendizagem – Escola pública ix ABSTRACT This work approaches the conceptions of the school evaluation that has as objectives to analyze the evaluative process in the E.E.E.F.M. José Bronzeado Sobrinho” school, in city-PB. The research was accomplished with 40 students during the month of December of 2006, tougher interviews and questionnaires. With the purpose of reflect on the difficulties that the students face in the different evaluation forms, we looked for theoretical fundamentation in several authors as those studios ones discussing the methods, the evaluation criterion and instruments, bringing appropriate teaching for the educators that want to do a reelection on their pedagogic pratice.With the result of the research we verified that the evaluation is of extreme importance in the teaching- learning process and in the construction of the students’ knowledge in the classroom . However in the observed school, it is noticed that is necessary to rethought in the evaluative process and adapt change that favors a significant learning. Key-words: evolution- public school- educator- student- teaching learning x SUMÁRIO 1. Introdução...................................................................................................... 1 2. Fundamentação Teórica.................................................................................... 3 2.1 A Educação de Jovens e Adultos no Brasil.................................................... 3 2.2Concepções de avaliação................................................................................. 9 2.3Avaliações e suas funções............................................................................... 17 2.4Classificação da avaliação.............................................................................. 20 2.4.Avaliação Diagnóstica................................................................................... 20 2.4.2Avaliação Somativa..................................................................................... 21 2.4.3 Avaliação Formativa.................................................................................. 22 2.4.4 Avaliação Quantitativa.............................................................................. 23 2.4.5 Avaliação Qualitativa.................................................................................. 24 2.4.6Avaliação da Aprendizagem........................................................................ 24 2.5 Repensando a Avaliação................................................................................25 3. Metodologia..................................................................................................... 27 4. Analise de resultados dos questionários........................................................... 28 5. Considerações finais.......................................................................................... 62 6 Conclusão........................................................................................................... 63 7. Referências Bibliográficas............................................................................... 64 Apêndices........................................................................................................... 67 Anexos.............................................................................................................. 74 xi LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 – Gênero. 28 Gráfico 2 – Escolaridade dos professores do EJA 29 Gráfico 3 – Número de provas realizadas por bimestre Gráfico 4 - Periodicidade de aplicação do processo avaliativo 30 31 Gráfico 5 – Tipo de avaliação utilizada pelo professor 34 Gráfico 6 – Processo avaliativo favorece a aprendizagem 35 Gráfico 7 – Tipos de teoria que o professor é conhecedor 36 Gráfico 8 – Principal problema da avaliação 37 Gráfico 9 – O que deveria se mudado na avaliação 38 Gráfico 10 – Motivos pelos quais os professores aplicam provas escritas. 39 Gráfico 11 – Periodicidade em que as avaliações são realizadas. 40 Gráfico 12 – Número de horas aulas realizadas por semana por professor. Gráfico 13-Você trabalha com artigos de revista em sala de aula? Gráfico 14-Como se sente em relação ao seu trabalho com os alunos da EJA? 41 42 43 Gráfico 15 – Opinião dos professores em relação aos alunos se possuem formação básica para alcançar um bom desempenho. 44 Gráfico 16 – Classificação dos alunos por gênero. 45 Gráfico 17- Apresentação dos alunos por faixa etária . Gráfico 18-Resultado referente à procedência dos alunos Gráfico 19- Resultado referente as profissões dos alunos 46 47 48 Gráfico 20 – Resultado referente à opinião dos alunos sobre o motivo que o levou a fazer o curso da EJA. 50 Gráfico 21 – A metodologia utilizada na disciplina, favorece o ensino – aprendizagem 51 Gráfico 22 – Os conteúdos estão sendo cumpridos pelos professores das diversas disciplinas? 52 Gráfico 23 – A metodologia utilizada na disciplina favorece o ensino aprendizagem? Gráfico 24 – Há reorientação sobre os erros cometidos na avaliação do processo ensino aprendizagem? 53 54 xii Gráfico 25 - A assiduidade e a pontualidade são características de seus professores? Gráfico 26-Você tem sido incentivado a participar, discutir e expressar suas idéias durante as aulas? Gráfico 27 - Seus professores transmitem os conteúdos com clareza? 56 57 58 Gráfico 28 – Os professores orientam os alunos na realização de atividades de teoria e prática? 59 Gráfico 29-Você gosta do tipo de avaliação que a escola lhe oferece? 60 Quadro 1 - Ao avaliar o aluno da EJA, que aspectos foram levados em consideração? Quadro 2 - A função da avaliação em sala de aula 32 33 Foto 1 - E.E.E.F. e M. José Bronzeado Sobrinho 75 Foto 2 - Alunos do ensino médio da EJA 75 Foto 3 - Alunos respondendo os questionários 76 1 1. INTRODUÇÃO As diversas formas de avaliação vêm sendo muito debatidas nas escolas, pois é vista de diferentes formas e interpretação. Mediante a preocupação com a forma como a avaliação vem sendo aplicada nas escolas por parte de alguns professores, resolvemos analisar, repensar e procurar rever a importância do processo avaliativo relacionando como a forma de avaliar as metodologias utilizadas pelos professores para avaliar a aprendizagem dos alunos da EJA. O despertar para este estudo surgiu da nossa vivência como docentes e também por ser um tema atual e relevante no meio escolar. De acordo com Luckesi (1995) a avaliação escolar, também chamada avaliação do processo ensino aprendizagem ou avaliação do rendimento escolar, tem como dimensões, analisar o desempenho do alunado, dos professores, bem como de toda a situação no ensino, no contexto escolar. A questão da avaliação da aprendizagem ainda é um problema para os profissionais da educação, pois temos como herança uma avaliação fundamentada em provas e testes. Hoje muitos professores ainda continuam limitando-se a usar estes dois instrumentos. Nós docentes, na prática percebemos que, a escola enquanto considerada espaço privilegiado de construção do conhecimento, visa organizar e construir situações que propiciem diferentes formas de avaliação, considerando as diversidades do sistema e as diferenças individuais do professor. É na educação de Jovens e Adultos que o processo avaliativo deve ser investigado com mais atenção, por ser uma prática educativa que voltada aos alunos que assumem uma escolaridade básica incompleta e que teve sua trajetória escolar interrompida. Analisando o 2 cotidiano escolar percebemos que o ato de avaliar continua seguindo as mesmas práticas tradicionais. A avaliação é um processo inerente à existência humana que implica, sobre tudo em reflexão crítica sobre a prática no sentido de rever seus avanços, suas resistências, suas dificuldades numa tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. Esta monografia visa analisar os resultados da pesquisa na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Bronzeado Sobrinho na cidade Remígio-PB com o intuito de refletir sobre as práticas da avaliação e suas conseqüências no processo ensino-aprendizagem dos alunos do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos nas turmas da 2ª e 3ª séries e seus respectivos professores. 3 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL. A educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino, amparada por lei e voltada para as pessoas que não tiveram acesso ao ensino regular na idade apropriada, entretanto, estes educandos são pessoas que possuem sua cultura e tem sua historicidade que sem dúvida devemos respeitá-la. No entanto o professor da EJA, como afirma Sousa (2000) a escola deve estar preparado para dar aulas a estes alunos que por diversos motivos deixaram de estudar, são eles: pais, mães, donas de casas, pessoas oriundas da zona rural e da zona urbana, são trabalhadores diversos que procuram o curso noturno. Segundo Souza (1997) a história da Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta muitas variações ao longo do tempo, demonstrando estar estreitamente ligada as transformações políticas, econômicas e sociais que caracterizam os diferentes momentos históricos do nosso país. O desenvolvimento da alfabetização de Adultos no Brasil acompanha a história da educação como um todo e teve início com o trabalho de categorização e ensino das primeiras letras realizadas pelos Jesuítas no Brasil no período colonial, ensinando a ler e escrever. Piletti (1988, p.165) ressalta: ... a realeza e a igreja aliavam-se na conquista do Novo mundo, para alcançar de forms eficiente seus objetivos: a realeza procurava facilitar o trabalho missionário da igreja, na medida em que esta, procurava converte os índios aos costumes da Coroa Portuguesa. No Brasil, os Jesuítas dedicaram-se as duas tarefas principais: pregação da fé católica e o trabalho educativo. Com seu trabalho missionário, procurando salvar alma abriram caminho à penetração dos colonizadores. Essa concepção foi adotada para que os donos pudessem ler o catecismoe seguir as 4 ordens e instruções da corte, os índios pudessem ser catequizados e posteriormente para que os trabalhadores conseguissem cumprir as tarefas exigidas pelo estado; Portanto, com a expulsão dos Jesuítas no século XVIII, desorganizou o ensino até então estabelecido. Com a constituição de 1934 estabeleceu a criação de um plano nacional de Educação, que a partir daí a educação de adultos seria dever do Estado, incluindo em suas normas a oferta do ensino primário integral, gratuito e de freqüência obrigatória, extensiva para adultos. A gratuidade já figurou na Constituição de 1824. A constituição de 1891 nada disse a respeito, deixando ao Estado a responsabilidade, como encarregado do ensino primário. Gratuidade e obrigatoriedade aparecem juntas pela primeira vez na constituição de 1934, que em seu artigo 150 institui o ensino primário integral e gratuito e a freqüência obrigatória, extensiva aos adultos. A partir daí o principio da gratuidade e da obrigatoriedade jamais deixou de esta presente em nossa Constituição. (PILETTI, 1997 p. 190). Entretanto foi a partir de 1940 que surgiram algumas iniciativas políticas e pedagógicas tais como: a criação e a regulamentação do Fundo Nacional do Ensino Primário (FNEP), a criação do instituto nacional de estudos e pesquisas (INEP); O surgimento da primeira obra dedicada ao ensino supletivo; lançamento da campanha de educação de adolescente e adultos (CEAA). Neste mesmo contexto histórico a UNESCO, reconheceu os trabalhos que vinham sendo realizados no Brasil e estimulou a criação de programas nacional de educação de adultos analfabetos. Em 1946, com a instalação do estado nacional desenvolvimentista, houve um deslocamento do projeto político do Brasil, passando do modo agrícola e rural para o modelo industrial e urbano, que gerou a mão de obra qualificada e alfabetizada. Segundo Paiva (1973): 5 A década de 40 pode ser considerada como um período áureu para educação de adultos. Nela aconteceram inúmeras iniciativas políticas e pedagógicas de peso, tais como: a regulamentação do fundo Nacional de Ensino Primário - FNEP; a criação do INEP, incentivado e realizando estudos na área; oi surgimento das primeiras obras especificamente dedicadas ao ensino supletivo; lançamento da CEAA- Campanha de Educação de Adolescente e Adulto, através da qual houve uma preocupação com a elaboração de material de didático para adultos e as realizações de dois eventos fundamentais para área: 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos realizado em 1947 e o Seminário Interamericano de Educação de Adultos de 1949. Em 1947 o ministério da educação de adolescente e adulto (CEAA), cujo objetivo não era apenas alfabetizar, mas, aprofundar o trabalho educativo, esta campanha denominada CEAA atuou no meio rural e no meio urbano, o objetivo do meio urbano era a preparação da mão de obra alfabetizada para atender e as necessidades do contexto urbano-industrial. Na zona rural visava fixar o homem no campo. No ano 50 foi realizada no nosso país a campanha nacional de erradicação do analfabetismo (CNEA) marcando nova etapa nas discussões sobre a educação de adultos. Seus organizadores compreendiam que a simples ação alfabetizadora era insuficiente, no entanto, deveria ser dada prioridade a educação de criança e jovens, aos quais a educação ainda poderia significar a alteração nas condições devida. Em 1963 a CNEA foi extinta por dificuldades financeiras. Em 1958 a delegação pernambucana da qual Paulo Freire fazia parte propôs a educação baseada no diálogo que se consideram as características socioculturais das classes populares, estimulando sua participação consciente na sociedade. Paulo Freire começou seu trabalho de alfabetização popular em que sua maneira de expressar era uma tentativa de conscientização do povo, em vista de sua organização contra a exploração dos latifundiários. Estava previsto para implantar o projeto em 1964. A partir daí começou o movimento 6 ideológico contra o método Paulo Freire chamado de projeto comunista. Neste contexto histórico Freire e tantos outros que acham junto ao povo, passam a ser cada vez mais odiados pela classe dominante. Em 1964 o nosso país enfrentou uma triste realidade com a ditadura militar onde jovens, homens mulheres, pessoas que nada tinham a ver com os acontecimentos foram reprimidas. No entanto, a ditadura militar obrigou Freire se exilar do Brasil. A década de 70, ainda sob golpe militar, inicia o MOBRAL (movimento brasileiro de alfabetização que tinha como objetivo acabar com o analfabetismo em 10 anos). O ensino supletivo foi implantado no ano posterior, sendo criado o centro supletivo em todo o pai, com a proposta de ser um modelo de educação do futuro, atendendo as necessidades de uma sociedade de um processo de modernização. No início dos anos 80, a sociedade brasileira viveu importantes mudanças sócias- políticas com o termino dos governos militares. Em 1985, o MOBRAL foi extinto substituído pela fundação educar. A nova Constituição Brasileira de 1888 trouxe grandes avanços para a EJA tais como: o ensino fundamental e gratuito passou a ser garantida constitucional para aquelas pessoas que não tiveram acesso na idade apropriada. Nos anos 90 a EJA perde espaços nas ações governamentais com o início do governo Collor de Melo, a Fundação Educar foi extinta em nome do enxugamento da máquina administrativa. Em 2003, o MEC anunciou que a alfabetização de jovens e adultos seria uma prioridade do novo governo federal. Para isso, foi criada a Secretaria Extraordinária do Analfabetismo, cujo objetivo era erradicar o analfabetismo durante o mandato do governo Lula. 7 As mudanças desse novo mundo colocam jovens e adultos diante da necessidade de adquirir competências e habilidades. Diante disso o professor da EJA deve ser uma pessoa especial, qualificada para atender um numero expressivo de adultos que reingressam na escola. É preciso registrar aqui a necessidade de novos educadores, formadores e pesquisadores frente ao rápido desenvolvimento da Educação de Jovens e Adultos. No que diz respeito à mudança qualitativa, no seio da sociedade, ela só acontecerá através da construção de uma identidade coletiva entre os sujeitos menos favorecidos economicamente, entre os educadores e também no interior da escola, visando trais formações que venham beneficiar todo o conjunto da sociedade, em detrimento de apenas certos grupos minoritários. Deste modo a escola motiva essas transformações na nossa sociedade brasileira, instrumentalizando, com o saber sistematizado, os membros das camadas populares. A escola hoje, segundo estudos de vários teóricos, como exemplo (Vale, 1996), um veiculo que ajuda a propagar a hegemonia dominante e boa parte de suas idéias, princípios e valores entre os quais são encontrados a exclusão social, a apropriação do conhecimento, a exploração do trabalho humano e o incentivo competividade injusta e desigual. Considerando o exposto, tem-se, hoje, uma escola burguesa, que adota o principio burguês-capitalista, no intuito de manter toda uma estrutura social fragmentada. Conforme afirma Vale (1996, p.17). (...) percebemos o quanto é conflituoso o papel reservado a escola burguesa: de um lado, ela tenta impedir, através dos mais diferentes mecanismos, o acesso da classe trabalhadora ao saber; por outro, é impulsionada a formar mão de obra qualificada, mediante as necessidades geradas pelo desenvolvimento das forças produtivas. Em contra partida, Demo (1995) ajuda a refletir sobre a importância de organizar a 8 classe popular, para que ela possa encontrar meios de auto-gestão e de autopromoção e de libertação em busca de melhores condições concretas de qualidades de vida por meio da participação política. Vejamos oque diz Silva (1995): Trabalhar em processos participativos populares é realizar profundamente a tarefa de educador, a medida que motiva o despertar para a organização da sociedade civil, para a conquista dos direitos humanos fundamentais, para o cultivo das identidades culturais comunitárias, para formas de congestão e assim por diante. Nesse sentido, educação comunitária não é de modo algum, um tipo opcional ou eventual de educação, mais a própria, no seu âmago. Fora disso, seria antieducação, domesticadora, opressiva e manipuladora. Nessa perspectiva, a avaliação, enquanto um dos componentes principais envolvido no processo ensino-aprendizagem, não se resume ao simples ato de quantificar o saber do educando, ao contrário, visa desenvolver o aspecto qualitativo, ao proporcionar aos sujeitos envolvidos, participação como agente do processo ensino-aprendizagem. Outros estudos, a exemplo de Hoffmann (1998), Demo (1995) e Luckesi (1998), ratificam a concepção de avaliação citada anteriormente, isto é, uma concepção horizontal, bilateral que começou a toma consistência no final da década de 80. Haydt (1997, p.159) reforça nossa argumentação com a seguinte expressão: No final da década de 80, consolidou-se a tendência a avaliação com ênfase não nas dimensões técnicas, mas também nas sociais e políticas no processo de ensino e aprendizagem, porque a educação tem sido cada vez mas considera como um instrumento fundamental para a construção da cidadania, acesso aos serviços sociais e ao mercado de trabalho. Compreendemos assim, que a avaliação assume uma nova dimensão em que o homem é avaliado se considerado um todo inserido no seu meio e ampliando seus horizontes. 9 2.2 CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO Atualmente há necessidade de uma nova postura da prática pedagógica na sala de aula, no aperfeiçoamento e atualização dos conhecimentos sobre os conteúdos, as metodologias diversificadas, dos diferentes recursos tecnológicos que estão cada vez mais presente neste mundo contemporâneo e globalizado que vivemos, do aperfeiçoamento de diversas formas de avaliar. Avaliação no sentido amplo apresenta-se como resultado de qualquer atividade humana associada às experiências vivenciadas a cada dia. Discutir sobre a avaliação é tarefa difícil, principalmente quando esta direcionada a educação e à aprendizagem escola. Segundo Luckesi (1978, p.33) “A avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade tendo em vista uma tomada de decisões”. Entendemos por esta definição, que a avaliação esta voltada para a prática do ato de julgar uma ação executada, buscando-se aprender os resultados positivos ou negativos e a partir daí tomar decisões para mudar, se necessárias. Segundo Oliveira (2003, p.119) “A avaliação é parte integrante do currículo na medida em que ele se incorpora como uma das etapas do processo pedagógico”. “Para Zabala (1998, p.195) Habitualmente quando se fala em Avaliação se pensa, de forma prioritária ou mesmo exclusiva, nos resultados obtidos pelos alunos”. Ainda segundo o mesmo autor, a avaliação é considerada como instrumento sancionador e qualificador, em que o sujeito da avaliação é o aluno e somente o aluno, e o objeto da avaliação são as aprendizagens realizadas segundo certos objetivos mínimos. Zabala afirma que a função social do ensino não consiste apenas em promover e 10 selecionar os “mais aptos” para a universidade, mas que abarca outras dimensões da personalidade. Ainda de acordo com o mesmo autor (1998), a formação integral é a finalidade principal do ensino e, portanto, seu objetivo é o desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa e não apenas as cognitivas, muitos pressupostos da avaliação mudam. “Em Freire (1981, p. 66 e 71) a educação uma concepção “bancária e autoritária” força o aluno a se transformar num depósito do tesouro do saber”. Entende-se neste contexto hora enfocado que não há necessidades do educador refazer o itinerário de descobertas que vamos lhe transmitir, tendo a mão mapa da “mina”. O plano de curso construído de forma vertical burocrático sem que o aluno participe, e a ele apresentado no novo caminho. Infelizmente na educação “bancária”, os educadores são meros arquivos especuladores de “verdades” que são descobertos no cotidiano escolar na formação e no planejamento das aulas. Nesta abordagem a relação professor aluno, caracteriza-se pela verticalidade, onde o educador detém o poder decisório sobre a metodologia, o conteúdo e a avaliação. Dessa maneira o ensino, em todas as suas formas é centrado no professor. Entretanto, na educação libertadora, a avaliação deixa de ser um processo de cobrança de notas, de conceitos, para se transformar em mais um momento de aprendizagem. Atualmente na maioria das escolas do nosso país, os objetivos dos planos de curso são estabelecidos no início do ano letivo, cotam apenas com a participação de alguns educadores e especialistas objetivando atender as exigências que alegam de cima pra baixo sem observar o trabalho desenvolvido pelo professor no dia-a-dia escolar e as historicidades do aluno. Compreendemos como educadores que devemos avaliar o nosso aluno dia a dia e percebê-lo como um ser completo que emoções, objetivos como um ser humano e não como um ser fragmentado. Não devemos avaliar o aluno com uma prova, só por uma nota ou 11 conceito que irá somar nos bimestres do ano letivo, registrando os sucessos e os insucessos por apenas por uma nota de 0 a 10. Como afirma Melchior (2001, p.30) “a avaliação, muitas vezes é usada como “arma” contra os alunos”. Percebe-se que quando isso ocorre o educador passa a ter medo de ser avaliado, de questionar, participar das aulas e ter dúvidas. Assim a distancia entre o professor e o aluno foi ficando cada vez maior. Pois de acordo com Melchior (2001,p.31) o acompanhamento e a avaliação são fatores determinantes do sucesso: quando existe um clima de confiança mútua entre o professor e o aluno, quando o sucesso de um representa o sucesso do outro, quando os dois sabem que podem errar porque a partir do erro se constrói o sucesso, quando o acompanhamento e a avaliação são usadas com a finalidade de identificar as dificuldades, auxiliar o aprendiz a vence-las e a partir delas propor novos desafios. Na perspectiva do entretenimento da educação como instrumento de transformação da prática social, afirma Luckesi (2002, p. 62). A atual prática da avaliação escolar determinou como função do ato de avaliar a classificação e não o diagnóstico como deveria ser constitutivamente. O julgamento de valor, que tem função de possibilitar uma nova tomada de decisão sobre o objeto avaliado, passa a ter a função estática de classificar um objeto ou um ser humano histórico num padrão definitivamente determinado. Do ponto de vista de aprendizagem escolar poderá ser definitivamente classificado como inferior médio ou superior. Classificações estas que são registradas e podem ser transformadas em números e adquirirem a possibilidade de serem somadas e divididas em médias. Com a função classificatória, a avaliação constitui-se num instrumento estático do processo de crescimento; como função diagnóstica, ao contrário, ela constitui-se no momento dialético do processo de avançar no desenvolvimento da ação, do crescimento para a autonomia, do crescimento para a competência, etc. A função classificatória subtrai da prática da avaliação aquilo que lha é constituído: a obrigatoriedade da tomada de decisão quanto a ação, quando ela está avaliando uma ação. 12 A avaliação educacional assumida como classificatória torna-se um instrumento autoritário do desenvolvimento do saber, a outros a estagnação. A partir dessa mudança de função a avaliação desempenha, nas mãosdo professor, um outro papel básico, que é significativo para o modelo social liberal-conservador: o papel disciplinar. A questão do erro, da culpa e do castigo na prática escolar está bastante articulada com a questão da avaliação da aprendizagem. A avaliação não deveria ser fonte de decisão sobre o castigo, mas de decisão sobre os caminhos do crescimento sadio e feliz. Assim sendo, diz Luckesi (2002, p.71). Uma avaliação escolar conduzida de forma inadequada pode possibilitar a repetência e esta tem conseqüência na evasão. Por isso, uma avaliação escolar realizada com desvios pode estar contribuindo significativamente para um sucesso que suaviliza a democratização do ensino. Testes mal-elaborados, leituras inadequadas e uso insatisfatório dos resultados, autoritarismo etc. São fatores que tornam a avaliação um instrumento antidemocrático no que se refere á permanência e terminalidade educativa dos alunos que tiveram acesso a escola. A avaliação esta comprometida com aqueles que tiveram a possibilidade de ingresso escolar. A avaliação da aprendizagem existe propriamente para garantir a qualidade da aprendizagem do aluno. Ela tem a função de possibilitar uma qualificação aprendizagem do educando. Sobre instrumentos, diz Luckesi: (2002, p.77) 13 Esses instrumentos de avaliação são cotidianamente construídos da seguinte maneira. Próximo da final da unidade de ensino, o professor formula o sue instrumento de avaliação, a partir de diversas variáveis: conteúdo ensinado efetivamente, conteúdo que os professores não ensinaram, mas deu por suposto ter ensinado, conteúdo”extras” que o professor inclui no momento da elaboração do teste, para torna-lo mais difícil, o humor do professor em relação a turma de alunos que ele tem pela frente, a disciplina ou indisciplinas social desses alunos,uma certa “patologia” magisterial permanente, que define que o professor não pode aprovar todos os alunos, uma vez que não é possível que todos os alunos tenha aprendido suficientemente todos os conteúdos de habilidades propostas. A Respeito da avaliação classificatória nos diz o autor: A prática classificatória da avaliação é antidemocrática, uma vez que não encaminha uma tomada de decisão para o avanço, para o crescimento. Essa prática classificatória da avaliação confirma a nossa hipótese inicial de que a atual prática de avaliação do aluno é uma prática antidemocrática no que se refere ao ensino. E essa questão da prática classificatória da avaliação torna-se mais grave quando entendemos que um aluno pode ser aprovado ou reprovado por um equívoco entre qualidade e quantidade. (LUCKESI, 1992, p.22) A avaliação é um processo inerente a existência humana que implica, sobretudo em reflexão crítica sobre a prática no sentido de rever seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilidades numa tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. Segundo Hoffmann (1991), a sistemática da avaliação praticada nas escolas públicas e privada, não proporciona progresso significativo na aprendizagem do aluno. Os professores cobram dos alunos apenas respostas decorativas e mecânicas não considerando as ações de área dos alunos, por ainda existe uma grande preocupação em atribuir a nota ou conceito, visando aprovar ou reprovar o aluno. E quando estes optem notas baixas no final do semestre, em lugar de estudos de recuperação, o que seria recomendável, a eles se oferece a chance de se “submeter” a outra prova, igual para todos e nem sempre leva em conta o conteúdo ainda não aprendido, descompromissado o trabalho com vistas à aprendizagem do aluno, onde esta 14 passou a preocupar-se apenas em decorar respostas para obter notas e “passar de ano”, satisfazendo as exigências da escola e do sistema educacional. A avaliação é sem dúvida um dos aspectos mais polêmicos do trabalho no âmbito escolar, merecendo assim ser devidamente estudado e analisado, rediscutido e redirecionada, a partir das experiências vivenciadas por alunos e professores a fim de possibilitar soluções, alternativas para uma boa educação. Sabemos que a avaliação não pode ser tratada de forma separada, é impossível analisar a avaliação sem considerar a questão do currículo, assim como a própria formação acadêmica do professor, e sobre tudo os valores assumidos pelo grupo social ao qual a educação segue. Precisamos encarar que o problema real que enfrentamos não é o da existência ou não da nota; a questão é uma mudança de paradigmas a respeito dela. É antes de tudo uma questão de mudanças de filosofias pedagógicas. Não se pode confundir avaliação com nota e muito menos permite que se continue usando o termo nota como sinônimo de avaliação. (RABELLO, 1998) Segundo Luckesi (1992), avaliar é um processo. Avaliar, não é apenas o produto eis a questão. Por isso o professor deveria avaliar seus alunos de forma continua para verificar os vários momentos do seu desenvolvimento. No entanto, a valorização da resposta certa, estabelecida pelo professor e aprendida pelo aluno, denota a importância maior dada ao produto que a construção pessoal do conhecimento, pelo professor. Desse modo, diversificar, os instrumentos, as oportunidades, as formas de avaliação como: pesquisa, experimentação, dramatização, trabalho criativo, coleta de dados, questões abertas respondidas por escrito... realizar avaliação em dupla ou em grupo, além de trabalhos individuais são critérios estabelecidos para que se pratique uma avaliação que exija atitudes reflexivas e não apenas memorização. A qualidade do pensamento é mais importante do que 15 a qualidade do conteúdo. “Valoriza aquilo que é fundamental” o estabelecimento de relações, a interpretação de dados e ideais, a capacidade de produzir, explicações e conclusões próprias. (LUCKESI, 1995) Neste contexto, sem duvida é do professor a tarefa de dirigir e facilitar o processo de ensino-aprendizagem na escola. Segundo Vasconcelos (1998), a sensibilidade do professor para com seu aluno e para com o grupo em que este aluno esta inserido vai construir o processo e o resultado da avaliação. Neste contexto a avaliação buscara e além da simples aplicação de provas e testes, favorece o individuo a tomada de consciência com relação a si própria e o contexto social que está inserido. Para Gadotti (1995), citado por Hoffmann (2001, p.16) “Educar é fazer ato de sujeito e problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradições comprometendo-se com esse mundo para recriá-lo constantemente”. A avaliação é um permanente ato de reflexão, por isso ela recomeça ou precisa começar pelo professor. Um professor que não avalia constantemente a ação educativa coloca-se na posição de um mero transmissor de conhecimentos. Manuel (2002) afirma que: “a avaliação é um processo natural, que nos permite ter consciência do que fazemos da qualidade do que fazemos e das conseqüências que acarretam nossas ações”. Avaliar não se confunde com qualificar, medir ou pontuar, muito menos com um dos mais freqüentes instrumentos usados na avaliação educacional: a prova. Qual é então o objetivo da avaliação na escola? Melhorar, aprender ou formar? Antes de avaliar o professor deve perguntar-se a serviço de que, e de quem está sua avaliação e quem se beneficia dela. “E se não está a serviço de quem aprende, o que significa também está a serviço de quem ensina esse exercício de formação e de aprendizagem simplesmente se 16 limitará ao exercício de controle, de poder, dimensões pouco favoráveis a aprendizagem.” A atual prática da avaliação educacional escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu conseqüente projeto de ensino. A avaliação tanto no sentido geral quanto no caso especificoda aprendizagem, não possui uma finalidade em si, ela subsidia um curso de ação que visa construir um resultado previamente definido. A avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da qualidade do projeto a ser avaliado, fator que implica uma tomada de posição a respeito do mesmo, para transformá-lo. A avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão, (LUCKESI, 1998). È grande a polêmica em torno da avaliação no campo educacional.Muito embora já se tenha discutido, o tema está longe de uma abordagem consensual. “A avaliação é essencial a educação. Inerente e indissociável enquanto concebida como problematizadora, questionamento, reflexão sobre a ação. Educar fazer o ato de sujeito, é problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradições, comprometendo-se com esse mundo para recria-lo constantemente”. (GADOTTI 1984, P.52) O aluno não deve ser avaliado de forma quantitativa para obter uma nota de 0 a 10, vista que quando fazemos avaliações devemos ter clareza que o aluno é um ser que pensa, cria, recria seus conhecimentos. Ele não é um deposito e ou objeto para ser “enchido” de conteúdos sistematizados onde o professor é o centro do conhecimento, o qual tem o poder decisório sobre a metodologia utilizada. Para Vasconcelos (1998), a avaliação deve ser um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão critica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, 17 suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisões sobre atividade didáticas. De acordo com Vasconcelos a avaliação deveria acontecer acompanhada a pessoa em seu processo de crescimento e ser encarada como instrumento facilitador do processo, e não como inibidor do mesmo, marcando as pessoas de forma negativa pelo resto de suas vidas. A avaliação deveria possibilitar nosso crescimento, por que aponta limites da ação e provoca a descoberta de novos posicionamentos. Quem gosta de ser avaliado? Por que a avaliação marca negativamente? Quando se fala em avaliação logo o ambiente se torna um pouco tenso. Poucos gostam de ser avaliados. Talvez aconteça porque os atos que permearam nossa vida em torno da avaliação sempre serviram para punir ou constranger alguém, esta é a prática que mais este presente em nossas escolas e em nosso cotidiano. Luckesi (1998) define a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender, é necessário distinguir a avaliação de julgamento. A avaliação tem por base acolher uma situação, para então valorizar sua qualidade tendo em vista dar-lhe suporte de mudança se necessário. 2.3 A AVALIAÇÃO E SUAS FUNÇÕES. As funções da avaliação são potencialmente duas: O diagnóstico e a classificação. Da primeira supõe-se que permite ao professor e ao aluno detectar os pontos fracos deste e extrair as conseqüências pertinentes sobre onde colocar posteriormente a ênfase no ensino. Conforme Vasconcellos (1998, p.91) 18 ...Outros acham que não precisa mudar a avaliação nas séries iniciais por que o problema ainda não se manifestou. De fato estas práticas podem até funcionar, mas o que custa? Qual o resultado a longo prazo? Que tipo de cidadão está se formando? Está havendo uma relação de aproximação, gosto, empatia o envolvendo com a proposta? Se isto não for feito, o problema pode não se manifesta ali, mas o aluno chega nas séries subseqüentes, ninguém segura. Freqüentemente o termo avaliativo e associado a outros como, exame, nota, sucesso e fracasso, formação e repetência, restringindo os valores. O que pretendemos demonstrar é que em decorrência de uma nova mudança pedagógica, a avaliação assume dimensões mais amplas. A atividade educativa não tem por meta atribuir notas, mas realizar uma série de objetivos que se traduz em termos de mudança de comportamento dos alunos. E cabe justamente á avaliação verificar em que medida esses objetivos estão sendo avançados, para ajudar o aluno avançar na aprendizagem. Segundo Perrenoud (1999 ,p. 09 e10) A avaliação no principio da excelência e do êxito escolares, situa o estudo de criação da formas, normas e hierarquias da excelência escolar no âmbito de uma sociologia variável, mesmo escrita, no começo de uma problemática ainda mais clássica compatível a explicação do fracasso escolar. O êxito e o fracasso são óbvios as realidades socialmente construídas em sua definição global quanto na atribuição de um valor de cada aluno, em diversas fases da trajetória escolar, através das praticas de avaliação que seguem, por um lado, procedimentos e escolas instituídas e por outro, dependem , quanto à sobra da arbitrariedade do professor ou do estabelecimento competente. Como afirma o autor o êxito e o fracasso escolar depende do tipo de avaliação que se prática, os valores do aluno nessa trajetória é vista como um elemento preponderante na construção da aprendizagem. O sucesso da qualidade do ensino depende também do tipo do aluno, professor, instituição e política educacional. Os autores que têm analisado a avaliação como visão crítica a exemplos de Hoffmann 19 (1993) e Luckesi (1992), afirmam que ela pode exercer duas funções: a diagnóstica e a classificatória. As funções da avaliação são potencialmente duas: o diagnostico e a classificação. Da primeira, supõe-se que permita ao professor e ao aluno detectar os pontos fracos deste e extrair as conseqüências pertinentes onde colocar, posteriormente a ênfase no ensino e na aprendizagem. A segunda tem por efeito hierarquizar e classificar os alunos. A escola prega em parte a avaliação com base na primeira função, mas a emprega fundamentalmente para a segunda. (HOFFMANN, 1993, p. 56). Nas escolas, de maneira geral, há grande preocupação com a nota ou conceito atribuído ao aluno. Visando diretamente a aprovação ou reprovação dos alunos, a nota acaba se tornando um fim em si mesmo, ficando distanciada e sem relação com as situações de aprendizagem. Neste contexto, a avaliação serve para julgar e classificar. Pensar a avaliação como instrumento para aprovar ou reprovar, acaba penalizando aqueles que pertencem as classes sociais desfavorecidas, levando-os a evasão ou repetência. Além de julgar o desempenho dos alunos nos aspectos cognitivos de forma parcial e inadequada, a escola, muitas vezes, também usa a nota para controlar a disciplina dos alunos e enquadra-los em regras e normas que considera necessária, deixando a reflexão sobre o verdadeiro significado da avaliação. A avaliação vista como acompanhamento da aprendizagem é continua é uma espécie de mapeamento que vai identificando as conquistas e os problemas dos alunos em seu desenvolvimento. Dessa forma tem caráter investigativo e processual. Ao invés de estar a serviço da nota, passa a contribuir com a função básica da escola, que é promover a construção do conhecimento do aluo, e para o professor, transforma-se num recurso precioso de diagnostico. A esse respeito diz Hoffmann (1993, p.62) Se é desejável que a avaliação tenha um caráter diagnostico e continuo, é preciso para isso tomar certos cuidados . Acompanhar as atividades que os alunos realizam, analisando, com eles seus avanços e dificuldades, vão ajudá-los a aprender e 20 melhorar suas competências, mas não se podem transformar as situações de sala de aula em “tarefas” as quais se atribuem notas ou conceitos. Juntar esses resultados parciais para estabelecer, pela média; a apreciação sobre o desempenho dos alunos significa apenas ter mais notas, e não garante a atuação de acompanhamento e diagnostico. A avaliação continua sendo classificatória. A práticada avaliação como acompanhamento cotidiano da aprendizagem ajuda professor emitir juízos de valor mais adequados sobre o aproveitamento escolar dos alunos. No cotidiano da sala de aula, os alunos devem ser ajudados a refletir sobre a maneira como estão realizando cada tarefa e como podem melhorar suas competências tipo de aprendizagem. Conforme Luckesi (1995), a avaliação tem como objetivo uma tomada de decisão, seja para preservar modificar ou eliminar uma situação. Dessa forma a avaliação tem sentido tão dinâmica quanto da ação. Ela serve de suporte e de controle de qualidade da ação, pois avaliar é ver, julgar é agir um processo contínuo. 2.4 CLASSIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO A avaliação pode ser classificada de acordo com a modalidade ou forma de organização do tipo de avaliação. Desta forma a avaliação pode ser classificada como diagnóstica, somativa e formativa. 2.4.1 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA A avaliação diagnóstica está relacionada a uma metodologia do diagnóstico. Permite ao professor e ao aluno detectar os pontos fracos destes e extrair as conseqüências pertinentes sobre onde colocar ênfase no ensino e na aprendizagem. Uma forma de diagnosticas é determinar o grau em que o aluno domina os objetivos previstos para iniciar uma unidade de 21 ensino, uma disciplina ou curso. Outra forma é verificar se existem alunos que possuem o conhecimento a as habilidades previstas com o propósito de orientá-lo a outras oportunidades e novas aprendizagens. Como também observar interesses, e necessidades. Esta avaliação é utilizada para verificar o conhecimento que os alunos têm, pré-requisitos que os alunos apresentam. Segundo Neto (1980,p.39) “A avaliação diagnostica pretende definir o nível de aprendizado apresentado por cada aluno, no sentido de verificar se os pré-requisitos estabelecidos para o programa, curso, etc. foram atendidos. De outro modo a avaliação diagnostica analisa se o aluno apresenta os conhecimentos, habilidades e atividades necessárias para prosseguir as demais atividades”. Dessa forma a avaliação diagnostica tem a função de diagnosticar com o objetivo de verificar a existência, a carência de pré-requisitos para novas aprendizagens ou também detectar obstáculos específicos de aprendizagem, tentando reconhecer suas causas. Geralmente é aplicado no ínicio do ano ou semestre letivo, ou no inicio de uma unidade de ensino. A avaliação diagnostica será com certeza, um instrumento fundamental para auxiliar cada educador no seu processo de competência e crescimento para a autonomia, situação que lhe garantirá sempre relação de reciprocidade. LIBÂNEO (1994,p.44) 2.4.2 AVALIAÇÃO SOMATIVA A avaliação somativa é também chamada classificatória ou tradicional. Tem por feito hierarquizar e classificar os alunos e é de fundamentalmente empregada pela maioria dos professores. Visa a atribuição de notas e certificados. È um processo de descrição e 22 julgamento para classificar os alunos ao final de uma unidade, semestre ou curso, segundo níveis de aproveitamento. 2.4.3 AVALIAÇÃO FORMATIVA A avaliação formativa tem a função de controlar, com intuito de verificar se os alunos estão atingindo os objetivos estabelecidos, sendo realizada dentro de todo decorrer do ano letivo e tem grande destaque no processo - aprendizagem como nos afirma Haydt (2002. 17 e 18) È principalmente através da avaliação formativa que o aluo conhece seus erros e acertos e encontra estímulos para um estudo sistemático. Essa modalidade de avaliação é basicamente orientadora, pois orienta tanto o estudo do aluno como o trabalho do professor. A avaliação formativa informa ao professor e o aluno sobre proveitos da aprendizagem durante o desenvolvimento das atividades escolares, e para se processar a avaliação formativa deve-se saber o que se quer avaliar e para que sirvam os resultados, como também determinar os objetivos que se deseja alcançar. A avaliação formativa deve propiciar ao educando e ao educador condições de ambos crescerem e serem agentes participativos no processo de ensino-aprendizagem. André e Passos (1997, p.118) defendem a avaliação com características formativas: A avaliação formativa deve se inscrever num contrato que demanda confiança e cooperação entre professor e aluno. O professor precisa criar um clima de confiança que leve os alunos a expor suas dúvidas e problemas; os alunos precisam se convencer o professor na luta contra o fracasso escolar. 23 È, portanto, na interação e participação entre professores e alunos no processo avaliativo, que acontece a avaliação com características democráticas, que deixa de ser um instrumento usado apenas para dar notas, punir ou recompensar. 2.4.4 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA A avaliação quantitativa na modalidade EJA se fará de forma contínua e cumulativa, obtendo quantitativamente os resultados, durante o período previsto pela Lei em vigor. Nesta avaliação a verificação da aprendizagem ocorre através de atividades escritas e orais, trabalhos de pesquisa, seminários, bem como outras atividades com diferentes sistemáticas de trabalho. Para efeito de verificação do aproveitamento escolar do educando, no fim de cada semestre será atribuída pelo professor a média referente ao somatório das atividades avaliadas durante o semestre de acordo com a disciplina. O educando que não atingir a média de aprovação 6,0 (seis) fará uma avaliação final contemplando todos os conteúdos do bimestre. Se nesta avaliação final o educando atingir nota mínima 6,0 (seis), será aprovado. 2.4.5 AVALIAÇÃO QUALITATIVA A avaliação na modalidade EJA requer uma metodologia especial para atender uma clientela diferenciada, a qual perdeu a seqüência escolar e ora quer resgatar os conhecimentos defasados. A efetivação desta avaliação está incluída na instância de democratização da sociedade, onde o social exige do individuo uma prontidão com um espaço de tempo menos, isto devido às necessidades de trabalho e compromissos sociais que afetam esta clientela. Partindo destes pressupostos a abordagem qualitativa deve incorporar um conjunto de 24 investigações onde a incorporação de problema e a definição de métodos mostram a flexibilidade metodológica. A estrutura da avaliação qualitativa deve conter a inclusão de diferentes experiências educativas permitindo uma compreensão especifica dos participantes no processo ensino aprendizagem. O enfoque sobre os processos utilizados enfatiza a mudança do contexto educacional e facilitam os resultados. O objeto de estudo desta avaliação é visto mediante um processo de aspirações do educando e educador, com a intenção de oferecer informações claras e precisa a fim de entender, interpretar e intervir nos problemas de realidade atual. 2.4.6 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM A avaliação numa visão mediadora reflete a prática educativa no processo ensino aprendizagem envolvendo professor e aluno em diferentes ações na sala de aula. Um dos desafios pedagógicos enfrentados pelos profissionais de educação atualmente, é a avaliação da aprendizagem. Avaliar não é tarefa fácil, portanto, é importante ter clareza sobre o “para que” e “como avaliar”. São estes os aspectos fundamentais que o professor deve considerar na sua tomada de decisões. Para que estas observações sejam feitas, exigem-se conhecimentos e habilidades do professor. A avaliação exige procedimentos atribuídos aos professores que sejam notáveis para julgar o valor do que vai ser avaliada, como também, a precisão para que se possa chegar a um julgamento de valor, com justiça e segurança e que essa pratica vá alem do aspeto cognitivo, que o aluno cresça como individuo e como integrante de uma sociedade. De acordo com Hoffman (1993), a sistemática deavaliação praticada nas escolas publica e privadas não proporciona progressos significativos na aprendizagem do aluno. Os 25 professores cobram dos alunos apenas respostas decorativas e mecânicas, não considerando as ações diárias dos alunos. A avaliação é um processo complexo, no entanto, deve ser voltada exclusivamente para o educando em prol de lhe trazer benefícios em todos os aspectos. Cabe aos educadores de modo geral conhecer a avaliação como um todo, buscando desta forma subsídio para melhorar sua prática. No momento da avaliação educador deve em consideração o educando como um todo. Segundo Hoffman (2001), avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento do professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo da aprendizagem, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos na construção de verdades formuladas e reformuladas. 2.5 - REPENSANDO A AVALIAÇÃO Para LUCKESI (1995, p.78) a avaliação tem como objetivo uma tomada de desição seja para modificar ou eliminar uma situação, ou seja, a avaliação tem sentido tão dinâmico quanto o da ação. Ela serve de suporte e de controle de qualidade da ação, pois avaliar é ver, julgar e agir num processo contínuo. É necessário ter clareza do que se pretende avaliar para saber qual a metodologia adotar e quais os recursos utilizarem. Para cada conteúdo, há formas especifica de ensinar e de avaliar. Ao se avaliar a aprendizagem também está se avaliando o ensino, pois estamos questionando a forma ensinada e as várias aprendizagens vivenciadas. É o momento para o professor repensar sua prática pedagógica. Avaliar é descobrir caminhos alternativos que propiciem nossos educandos “serem sujeitos de seu desenvolvimento individual e social e assim contribuir para a sua formação 26 integral”. A avaliação faz parte do processo educativo, e como tal merece toda atenção e compromisso do professor. “Uma professora que não avalia constante a ação educativa, no sentido interrogativo do termo, estala sua docência em verdade absoluta, pré-moldadas e terminais”. (HOFFMANN, 1995: 112) Segundo a autora, alguns educadores consideram a avaliação como um desafio, que vem perpetuando o controle e o autoritarismo há muitas gerações. Segundo a autora, alguns educadores consideram a avaliação como um desafio, que vem perpetuando o controle e o autoritarismo há muitas gerações. 27 3. METODOLOGIA O presente estudo, de acordo com Pereira (1995), caracterizou-se como epidemiológico descritivo de campo, de natureza quantitativa e analisada através de um estudo comparativo descritivo, pois, segundo Lakatos e Marconi (1999), a pesquisa de campo tem como objetivo conseguir informações acerca de um problema para o qual se procura uma resposta e, segundo Cervo e Berviam (1996), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem manipulá-los. Visando acessar um universo amplo de estudantes e professores, preparamos um questionário respondido por 40 alunos de um total de 83, e 10 professores do programa EJA pertencente à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Bronzeado Sobrinho da cidade de Remígio-PB contendo várias perguntas explorando a tipos de Avaliação e conseqüências no processo de ensino e aprendizagem. Os referidos questionários foram aplicados no dia 13 de dezembro de 2006A metodologia foi aplicada nas seguintes etapas: Foi aplicado um questionário investigativo e entrevistas nas turmas de Ensino Médio em turmas de 2 o e 3 o anos e seus respectivos professores do programa EJA. Foram realizadas algumas entrevistas orais. Os questionários foram submetidos a uma análise quantitativa e descritiva de dados. 28 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO-PROFESSORES 4.1 PERFIL DOS PROFESSORES DA EJA. 4.1.1. GÊNERO 40% 60% masculino Feminino Gráfico 1 – Gênero De acordo com o gráfico 1, pode-se perceber que 60% dos entrevistados são do sexo masculinos e 40%feminino, mostrando uma predominância da presença masculina na formação do corpo docente nesta modalidade de ensino. 29 4.1.2. ESCOLARIZAÇÃO 90% 10% Curso superior 90% Curso superior incompleto Gráfico 2 – Escolaridade dos professores da EJA. Ao analisar o gráfico 2, observa-se que 90% dos professores possuem curso superior e apenas 10% estão cursando, o que mostra uma equipe de professores bem qualificados e com bastantes experiências, pois na sua maioria os professores possuem mais de 10 anos de sala de aula. Dessa forma a escola possui condição de realizar um bom trabalho na sala de aula, pois possui um quadro de professores capaz de desenvolver um ensino de qualidade, se tornando como afirma Gasparinis (2005) sendo um professor profissional que atua na mudança de comportamento dos indivíduos a fim de torná-los cidadãos de bem no contexto social, sendo assim o professor deve preparar-se continuamente. Felizmente observou-se nessa escola que ela não enfrenta um dos grandes problemas encarados por muitas escolas a ser destinado para ensinar na EJA, qualquer profissional, mesmo os que não possuem, nem uma qualificação adequada para exercer essa função. 30 3. QUANTAS PROVAS SÃO REALIZADAS POR BIMESTRE? 10% 40% 20% 30% 1 Prova 2 Provas 3 Provas 4 ou mais provas Gráfico 3 – Número de provas realizadas por bimestre. Ao questionar os professores sobre o número de provas realizadas por bimestre, observamos que 10% dos professores fazem uma prova, 40% duas provas, 20% três provas e 30% quatro ou mais provas. Essa realidade deixa transparecer que a escola observada não possue um parâmetro que possa nortear a prática de seus professores. Percebe-se que cada professor adota os próprios critérios avaliativos, o que pose ser visto como uma forma de "prejuízo" para o aluno que se sente ameaçado por esta instabilidade. Nessa visão, os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001, p.84) afirmam que: [...] Embora a avaliação aconteça sistematicamente durante as atividades de ensino e aprendizagem, é preciso que a perspectiva de cada momento de avaliação seja definida claramente, para que se possa alcançar o máximo de objetividade possível. 31 Considerando esse pressuposto, é importante que a escola determine através de seu Projeto Político Pedagógico as formas de avaliar que deverão ser adotadas pelos professores. 4.1.3. QUAL A PERIODICIDADE EM QUE O PROCESSO AVALIATIVO É REALIZADO? 80% 20% Continuamente Bimestralmente Gráfico 4 – Periodicidade de aplicação do processo avaliativo Ao questionar os professores sobre como se dá o processo avaliativo nas turmas da EJA, a maioria (80%) dos professores afirmou que avalia seus alunos continuamente, durante todo o processo de desenvolvimento. Já 20% confessaram que utiliza avaliação bimestral, pois de acordo com eles é uma das exigências do sistema, que exigem que sejam atribuídas notas nos alunos ao final de cada bimestre. No entanto, a maioria dos professores confessaram que trabalha a avaliação contínua, essa realidade não foi observada em sala se aula durante a pesquisa, pois deparamos na sua maioria, com aulas tradicionais, onde era valorizada a transmissão de conteúdos 32 preestabelecidos, um ensino que de acordo com Freire (1979) investe na memorização, na sua substituição de respostas erradas por certos, através de exercícios repetitivos de conceitos e a memorização de hábitos que visam disciplinar o ser humano. 4.1.4. AO AVALIAR O ALUNO DA EJA, QUE ASPECTOS FORAM LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO? Quadro 1 – Aspectos que foram avaliados pelos professores da EJA em relação aos alunos.INTES CITADOS NÚMEROS DE RESPOSTAS Participação e interesse 10 Assiduidade 9 Pontualidade 5 Domínio do conteúdo 9 Dez professores responderam que os aspectos levados em consideração com o objetivo de avaliar os alunos são a participação e o interesse, seguido de assiduidade e conteúdo, que empataram. A pontualidade foi o item menos citado. Nessa visão, percebe-se que o professor durante o processo avaliativo considera os aspectos qualitativos de seus alunos, assim como não desconsidera a importância de o aluno dominar os conteúdos que estão sendo ministrados, pois o saber científico é fundamental para o desenvolvimento cognitivo de todo cidadão. 33 4.1.5. PARA QUE SERVE A AVALIAÇÃO REALIZADA EM SALA DE AULA? Quadro 2 – A função da avaliação em sala de aula. INTES CITADOS NÚMEROS DE RESPOSTAS Para atribuir notas 4 Verificar a aprendizagem 10 Avaliar a metodologia aplicada 3 Para criar alunos fracassados 0 Ao serem questionados sobre a função da avaliação realizada em sala de aula, a maioria dos professores citou que tinha como finalidade verificar a aprendizagem. Poucos professores citaram o item “atribuir notas” ou “avaliar a sua metodologia”. Nenhum citou o item para criar alunos fracassados. Como podemos observar é que a maioria dos professores dessa escola vem usando a avaliação para verificar a aprendizagem através de atividades que facilite uma observação mais complexa e mais significante. 34 4.1.6. QUE TIPO DE AVALIAÇÃO É UTILIZADA EM SALA DE AULA? 60% 30% 10% avaliação contínua Formativa Diagnóstica Gráfico 5 – Tipo de avaliação utilizada em sala de aula pelo professor. Analisando o gráfico 5, percebemos que 60% dos professores dizem que usa a avaliação contínua, enquanto 30% afirmam que usam a avaliação formativa e 10% usa avaliação diagnóstica. Percebemos que a avaliação diagnóstica necessita ser utilizada para que o professor perceba as dificuldades apresentadas pelos alunos Segundo Neto (1980,p.39) A avaliação diagnóstica pretende definir o nível de aprendizagem apresentado por cada aluno, no sentido de verificar se os pré-requisitos estabelecidos para o programa, curso, etc. foram atendidos. De outro modo a avaliação diagnóstica analisa se o aluno apresenta os conhecimentos, habilidades e atividades necessárias para prosseguir as demais atividades. Porém, ao diagnosticar as dificuldades e o êxito de seus alunos, é interessante que sejam trabalhados conteúdos relacionados os quais deverão ser avaliados continuamente. 35 4.1.7. VOCÊ ACHA QUE O PROCESSO AVALIATIVO ADOTADO FAVORECE A APRENDIZAGEM? 100% 0% sim não Gráfico 6 – Processo avaliativo favorece a aprendizagem. Observando-se o gráfico 6, podemos perceber de forma surpreendente, que 100% dos professores afirmam que o processo avaliativo aplicado em suas aulas favorece a aprendizagem de seus alunos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) afirmam “avaliar a aprendizagem, portanto, implica avaliar o ensino oferecido se, por exemplo, não há a aprendizagem esperada com sua finalidade: a de fazer aprender”. Por outro lado, de acordo com vários estudiosos do tema, como Luckesi (2002), Hoffmann (1993), Alvarez (2002), o sistema avaliativo adotado em grande parte das escolas públicas, tem sido utilizado como meio de punição do aluno, se contrapondo a realidade observada na referida escola que de acordo com os depoimentos dos professores, não concordam com Abramowicz (1990) quando diz que a avaliação da aprendizagem se revelou um dos mais eficazes instrumentos de controle educacional. Esse controle é tão marcante e abrangente que se manifesta sob diversas facetas, desde aquele controle por notas e provas até o cognitivo. 36 4.1.8. QUE TEORIAS DE AVALIAÇAO VOCE CONHECE? 60% 10% 30% Conhecedor de todas as teorias Conhcedor de nenhuma teoria Conhcedor apenas da avaliação contínua Gráfico 7 – Teorias de avaliação que o professor é conhecedor. Observando o gráfico 7, percebe-se que a maioria (60%) dos professores confessam serem conhecedor de todas as teorias de avaliação, 30% afirmaram que conhece apenas a avaliação continua e 10% confessou não ser conhecedor de nenhuma teoria. Sendo assim podemos constatar que os professores possuem uma fundamentação teórica apropriada para se trabalhar a avaliação em sala de aula. Dentre as avaliações usadas pelos professores, a mais constante é a contínua, sendo esta utilizada como processo presencial e com a cobrança de conteúdos. Por exigir essa cobrança de conteúdos não é tida como uma das avaliações essenciais, uma vez que os conteúdos em si não são suficientes para preencher os espaços da aprendizagem. Assim a avaliação, mesmo contínua deve abranger outros aspectos do aprendiz além dos conteúdos curriculares. 37 4.1.9. QUAL O PRINCIPAL PROBLEMA DA AVALIAÇÃO? 20% 0% 50% 30% Usada par punir Classifica alunos Condiciona os alunos a nota Desistimula e cria alunos fracassados Gráfico 8 – Principal problema da avaliação. Observamos de acordo com o gráfico 8 que para maioria dos professores, afirmam que o principal problema da avaliação é porque condiciona os alunos a nota, 20% acha que a avaliação é usada para punir e 30% acham que o problema é a causa do desestímulo dos alunos. André e Passos (1997, p.118) defendem a avaliação com características formativas: A avaliação formativa deve se inscrever num contrato que demanda confiança e cooperação entre professor e aluno. O professor precisa criar um clima de confiança que leve os alunos a expor suas dúvidas e problemas, os alunos precisam convencer o professor na luta contra o fracasso escolar. É, portanto, na interação e participação entre professores e alunos no processo avaliativo, que acontece a avaliação com características democráticas, que deixa de ser um instrumento usado apenas para dar notas, para punir ou recompensar. 38 4.1.10. O QUE VOCÊ ACHA QUE DEVERIA SER MUDADO NA AVALIAÇÃO? 0% 80% 0% 20% Instrumentos utilizados A função de atribuir nota Sua finalidade Seu desenvolvimento Gráfico 9 – O que você acha que deveria ser mudado na avaliação. Para tentar detectar o que os professores acham que deveria mudar no processo avaliativo, 80% deles afirmaram que, o que deveria ser mudado na avaliação era a função de atribuir notas, por que segundo eles, se espera que o processor avalie seus alunos constantemente, através da avaliação continuada, mas se exige que o professor atribua nota no final do processo e apenas 20% dos professores confessou que deveria ser mudado os instrumentos utilizados para avaliar. 39 4.1.11. PARA QUE VOCE APLICA PROVAS ESCRITAS? 40% 30% 10% 20% Para cumprir as normas da escola Para verificar a aprendizagem Para avaliar a metodologia aplicada Para diagnosticar Gráfico 10 – Motivos pelos quais os professores aplicam provas escritas. Observando-se o gráfico 10, percebe-se que o professor ao ser questionado sobre por quais motivos aplicam provas escritas, 40% afirmaram que as realizam com o objetivo de diagnosticar as dificuldades de seus alunos. Já 30% dos professores afirmaram que avaliam através de provas escritas para verificar sua aprendizagem alcançada e 20% dos professores para cumprir as normas da escola e apenas 10% aplicam provas escritas para avaliar a metodologia aplicada durante as aulas. 40 4.1.12. PERIOCIDADE COM QUE AS AVALIAÇÔES SÃO REALIZADAS 20% 20% 10%10% 20% 30% A cada contéudo A cada unidade A cada semana A cada mês A cada bimestre Diariamente Gráfico 11 – Periodicidade com que as avaliações são realizadas. De acordo com o gráfico 11, podemos observarque 30% dos professores entrevistados definem diariamente os conteúdos que serão avaliados; 20% selecionam o conteúdo após o término de seu estudo; 20% a cada bimestre, 10% a cada mês e outros 20% a cada semana. Considerando o percentual de professores que determinam os conteúdos para avaliação diariamente, conclui-se que o processo avaliativo, nessa escola, ocorre continuamente. Nessa ótica, os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001, p.85) afirmam que, “quanto mais os alunos tenham clareza dos conteúdos e do grau de expectativa da aprendizagem que se espera, mais terão condições de desenvolver, com a ajuda do professor, estratégias pessoais e recursos para vencer dificuldades”. Sendo assim, é fundamental que durante as suas aulas, o professor leve em conta a importância de diagnosticar as dificuldades de seus alunos em entender determinados assuntos para que não acumulem dificuldades que certamente irão prejudicá-los no momento 41 da avaliação. 4.1.13. QUANTAS HORAS DE AULA VOCÊ MINISTRA POR SEMANA? 10% 10% 50% 20% 10% 45 horas 60 horas 20 horas 24 horas 50 horas Gráfico 12 – Número de horas aulas realizadas por semana por professor. Analisando o gráfico 12, percebemos que 50% 20 horas aulas ,20% 24 horas aulas,. 10% dos professores ministram 45 horas aulas por semana, 10% ministram 60 horas aulas, 10% 20 horas aulas. Observa-se que grande parte dos professores sofre de um dos maiores problemas enfrentados na educação brasileira, é de precisarem trabalhar com uma carga horária mais alta para poder aumentar a sua renda, onde acaba prejudicando a sua atuação em sala de aula, por falta de tempo para se dedicar no seu planejamento. Os extremos entre a carga horária dos professores, ou seja, 20 e 60 horas aulas podem reverter o quadro da aprendizagem. Com isto se traduz que o professor que ministra 20 horas aula tem maior probabilidade de se preparar para ministrar suas aulas com mais eficácia, visando um maior rendimento no seu trabalho. Revertendo o quadro, o que ministra 60 horas aulatem um 42 espaço de tempo bem limitado para executar as suas atividades, o que pode repercutir na aprendizagem dos alunos. 4.1.14. VOCÊ TRABALHA COM ARTIGO DE REVISTAS EM SALA DE AULA? 70% 30% Sim Não Gráfico 13 – Se os professores trabalham com artigos de revistas diversas em sala de aula. Observamos através do gráfico 13 que 70% dos professores trabalham com revistas diversas, ampliando dessa forma a possibilidade dos alunos se desenvolverem em diversos aspectos. Durante a aplicação de qualquer atividade assim, como as atividades envolvendo artigos de revistas é importante que o professor avalie todo o envolvimento do seu aluno para ter claro até que ponto ele está se desenvolvendo e onde necessita de apoio para que possa suprir suas dificuldades, ao contrário poderá estar desperdiçando um momento valioso de avaliação. 43 4.1.15. COMO SE SENTE EM RELAÇÃO AO SEU TRABALHO COM OS ALUNOS DA EJA? 50% 20% 30% Satisfeito muito satisfeito Insatisfeito Gráfico 14 – Índice de satisfação do professor da EJA com relação ao seu trabalho. Analisado o gráfico, percebemos que 50% dos professores dizem que estão satisfeitos com seu trabalho com os alunos da EJA, 20% afirmam que estão muito satisfeitos, enquanto 30% dizem que estão insatisfeitos. Observando-se que grande parte dos professores está satisfeitos com o seu trabalho em sala de aula, realidade que pode ser comprovada através de debate com os professores onde afirmaram ter havido um bom aproveitamento das turmas da EJA em 2006. Conforme o gráfico acima, os percentuais apresentados retratam a satisfação dos professores quanto ao seu trabalho com a modalidade EJA. Entrevistando os mesmos, suas respostas atingiram 50% do grau de satisfação quanto ao seu trabalho. 44 4.1.16. OS ALUNOS POSSUEM FORMAÇÃO BÁSICA NECESSÁRIA PARA ALCANÇAR UM BOM DESEMPENHO NA DISCIPLINA? 30% 70% Sim Não Gráfico 15 – Opinião dos professores em relação aos alunos possui formação básica para alcançar um bom desempenho. Ao questionar ao professor se seus alunos possuem formação básica necessária para alcançar um bom desempenho na disciplina, podemos observar no gráfico 15 que 70% afirmaram que não, enquanto uma minoria, 30 % dos entrevistados afirmaram que sim. Esses dados comprovam que o aluno do ensino médio da EJA chega à nova série trazendo consigo dificuldades acumuladas durante sua trajetória na escola. Dessa forma, o professor do ensino médio, antes de realizar o planejamento de suas aulas através de uma avaliação diagnóstica a qual servirá para o bom desempenho de seu trabalho. Sendo assim, é importante que valorize o conhecimento do mundo que seus alunos já possuem, assim como os conhecimentos que forem adquiridos em séries anteriores. Mediante o que foi dito pelos professores e de conformidade com o gráfico acima, a maioria dos alunos não têm uma base sólida para dar continuidade aos estudos na modalidade EJA. Esta afirmativa dar-se a uma série de circunstâncias vindas do contexto social de um país como o nosso. Visto essa realidade, estes profissionais devem utilizar das possíveis metodologias e 45 inovações para que os alunos atinjam um grau de aprendizagem satisfatório às suas necessidades contextuais, uma vez que esta clientela é formada por jovens e adultos. 4.2. ANÁLISE DE RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS ALUNOS. 4.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ALUNOS POR GÊNERO 57,50% 42,50% masculino feminino Gráfico 16 – Gênero. De acordo com essa amostra, constatamos que a maioria dos alunos é do sexo masculino, 57,5% (23 alunos) e 42,5% são do sexo feminino, predominando em sua maioria os homens.De acordo com depoimentos colhidos durante a visita à escola constatou-se que as mulheres ainda enfrentam mais dificuldades na continuação dos estudos, por ter que se dedicar as atividades domésticas Para reforçar essa realidade podemos analisar as palavras de Araújo (2006; p.36) ao alegar que: “Fatos como esse ocorre, pois nossa sociedade está estruturada de forma a ver os lares como o domínio das mulheres.”. Apesar de a mulher ter menor presença nas turmas observadas não significa que elas tenham um grau de escolaridade superior aos homens, o que lhe faltaram foram 46 oportunidades. 4.2.2. APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS POR FAIXA ETÁRIA 65,50%12,50% 25% 18-25 anos 26-30 anos 31-45 anos Gráfico 17 – Faixa etária. Podemos observar no gráfico 17, que a faixa etária dos alunos pesquisados, corresponde às idades de 18 e 45 anos. Desses 65,5 % têm entre 18 e 25, 12,5% tem entre 25 e 30 anos e 25% tem entre 30 e 45 anos, demonstrando assim um presença maior de jovens no referido curso. 47 4.2.3 RESULTADOS REFERENTES À PROCEDÊNCIA DOS ALUNOS 70,00% 30,00% Zona Urbana Zona Rural Gráfico 18 – Procedência dos alunos. De acordo com o gráfico 18, percebemos que a maioria dos alunos é da zona urbana, correspondendo a 70% dos alunos pesquisados e apenas 30% é da zona rural. Constatamos, através de entrevistas com os alunos que ainda há muita dificuldade enfrentada pelos mesmos para se deslocarem da zona rural para cidade no período noturno, contribuindo muitas vezes para desistência de muitos que acabam por serem excluídos da escola. 48 4.2.4 RESULTADOS REFERENTES À PROFISSÃO DOS ALUNOS 20,00% 25,00% 5% 10% 5% 5% 5% 10% 3% 3% 10% Estudante Agricultor Comerciante Doméstica Ajudante Autônomo Vigilante Digitador Protético Vendedor Nao respondeu Gráfico 19 - Perfil profissional dos estudantes da EJA. De acordo com as informações do gráfico 19, referente à profissão dos alunos
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