Buscar

RESUMAO ÉTICA

Prévia do material em texto

RESUMAO #01
ÉTICA
Assim como os problemas teóricos morais não se identificam com os problemas práticos,
embora estejam estritamente relacionados, também não se podem confundir a ética e a
moral. A ética não cria a moral.
A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja,
é ciência de uma forma específica de comportamento humano.
Certamente, esta abordagem científica dos problemas morais ainda está muito longe de ser
satisfatória, e das dificuldades para alcançá-la ainda continuam se beneficiando as éticas
especulativas tradicionais e as atuais de inspiração positivista.
Ao ser definida como um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a
respeito do comportamento humano moral, a ética se nos apresenta como um objeto
específico que se pretende estudar cientificamente. Esta pretensão se opõe à concepção
tradicional que a reduzia a um simples capítulo da filosofia, na maioria dos casos,
especulativa.
As doutrinas éticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes épocas e
sociedades como respostas aos problemas básicos apresentados pelas relações entre os
homens, e, em particular, pelo seu comportamento moral efetivo. Por isto, existe uma
estreita vinculação entre os conceitos morais e a realidade humana, social, sujeita
historicamente à mudança.
Ética e história, portanto, relacionam-se duplamente: a) com a vida social e, dentro desta,
com as morais concretas que são um dos seus aspectos; b) com a sua história própria, já
que cada doutrina está em conexão com as anteriores (tomando posição contra elas ou
integrando alguns problemas e soluções precedentes), ou com as doutrinas posteriores
(prolongando-se ou enriquecendo-se nelas).
RESUMAO # 02
ÉTICA GREGA
A reflexão ética se inicia na Grécia antiga, quando os filósofos buscam compreender o fundamento
da conduta humana. Enquanto para a maioria dos filósofos os princípios morais resultam de
convenções sociais, Sócrates defende a moral constituída na própria natureza humana.
Para Sócrates (470-399 a.C.), a virtude humana consiste na busca do conhecimento para alcançar
a felicidade. O verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana. As afirmações: conhece-te a ti
mesmo e sei que nada sei, expressam com intensidade que a conduta humana deve ser ajustada
em primeiro lugar, com o próprio ser. O filósofo relaciona de forma estreita as noções de saber,
virtude e felicidade. Segundo ele, o conhecimento do bem implica a prática da virtude e o exercício
desta faz felizes os homens. A sabedoria é o valor supremo para alcançar a plena felicidade.
Sócrates forneceu material para que Aristóteles e Platão desenvolvessem suas doutrinas. Os três
filósofos consideram o homem não como ente isolado, mas como ser social. Na expressão
aristotélica clássica, o homem é um animal político.
Platão (428-347 a.C.) estabelece uma hierarquia das idéias e confere um lugar supremo ao bem. As
virtudes humanas devem ser coordenadas, cuja harmonia constitui a justiça. A justiça é para Platão,
a harmonização das atividades da alma e de todas as virtudes. Segundo ele, a questão moral não é
um problema somente do indivíduo, mas das relações coletivas. A formação espiritual do homem
cabe ao Estado, entidade que não é meramente organização de poder, mas instituto de educação, e
a finalidade última é realizar a idéia do homem e conduzir os indivíduos ao conhecimento e prática
das virtudes que deverão torná-los felizes.
A ética de Aristóteles (384 -322 a.C) exerceu forte influência no pensamento ocidental. Segundo sua
teoria, conhecida como eudemonismo (do grego eudaimonéu significa ter êxito, ser feliz), todas as
atividades humanas aspiram a algum bem, dentre os quais, o maior é a felicidade. Para Aristóteles,
a felicidade não se encontra nos prazeres nem na riqueza, mas na atividade racional, no exercício e
na evolução do pensamento.
O estoicismo e o epicurismo surgem no processo de decadência e de ruína do mundo antigo
grego-romano, que secaracteriza pela perda de autonomia dos Estados gregos e pela organização,
desenvolvimento e queda dos grandes impérios. Para ambos, a moral não mais se define em
relação à sociedade (polis), mas ao universo.
Para os estóicos, o mundo, ou cosmos é um único grande ser que tem Deus como princípio, alma
ou razão, sendo aquele o seu animador ou coordenador. No mundo acontece somente o que Deus
quer, e, assim, domina nele uma fatalidade absoluta; não existe nem liberdade nem acaso. O
homem, como parte deste mundo, possui nele o seu destino. E, como tudo é regido por uma
necessidade radical, a única coisa que lhe resta é aceitar o seu destino e agir consciente dele.
Para os epicuristas, não há nenhuma intervenção divina nos fenômenos físicos nem na vida do
homem. Libertado assim do temor religioso, o homem pode buscar o bem neste mundo. Segundo
Epicuro (século III a.C.), os prazeres do corpo são causa de ansiedade e sofrimento. Por isso, para
que a alma não sofra perturbações, é preciso limitar os prazeres materiais. É virtuoso quem é capaz
de usufruir do prazer com moderação. Essa atitude o leva ao cultivo dos prazeres espirituais.
RESUMAO # 03
ÉTICA MEDIEVAL
A Idade Média aperfeiçoa a vida espiritual por meio de práticas de purificação do corpo, instituindo o
jejum, a abstinência e a flagelação. Essa tendência predominou na Alta Idade Média, influenciada
pela Igreja.
A purificação da alma, em Platão, e a sua ascensão libertadora até elevar-se à contemplação das
idéias, transforma-se em Santo Agostinho (354 - 430) na elevação ascética até Deus, que culmina
no êxtase místico ou felicidade, que não pode ser alcançada neste mundo.
O filósofo e teólogo Santo Tomás de Aquino (século XIII) adapta o aristotelismo aos ideais cristãos e
recupera a ética eudemonista. Mas, fiel ao ideal religioso, admite que a única contemplação que
garante a felicidade é a contemplação de Deus, de quem teremos conhecimento só na vida futura,
após a morte.
Desde a expansão do cristianismo, portanto, a cultura ocidental esteve marcada pela tradição moral
fundada nos valores religiosos e na crença na vida depois da morte. Sob essa perspectiva, os
valores são transcendentes, porque resultam de doação divina, o que leva à identificação da pessoa
moral com o ser temente a Deus.
RESUMÃO #04
ÉTICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA
Entendemos por moderna a ética dominante desde o século XVI até os começos do século XIX.
A partir da Idade Moderna, porém, os princípios éticos e morais distanciam-se da doutrina religiosa.
O Ser moral e religioso convive separadamente. Admite-se que uma pessoa que não crê em Deus
também possa ser ética, porque o fundamento dos valores não se encontra em Deus, mas no
próprio ser humano. O reconhecimento dos princípios e valores resulta da capacidade humana
representada pelo racionalismo e também pelo criticismo.
A partir do final do século XIX, porém, os pensadores começaram a se posicionar contra a moral
formalista fundada na razão universal, abstrata, de um sujeito transcendental. Entre eles, Hegel
destaca a importância da relação do sujeito com a cultura e a história, compreendendo a
diversidade dos valores conforme o tempo, a cultura e o lugar.
No decorrer do século XX e no início deste século, continua valendo a desconfiança na razão como
instrumento eficaz para orientar os princípios éticos e as normas morais. Não se pode afirmar de
maneira convicta que agir virtuosamente é agir de conformidade com a razão.
Diante dos problemas do mundo globalizado, podemos ressaltar o fato que hoje, a moral se situa
além dos limites da casa, do bairro, da cidade, do país, para exigir a reflexão sobre a macrosfera,
que envolve o destino da humanidade. Neste sentido, é preciso constituir uma macroética que
examine os interesses humanos vitais em nível planetário. Vivemos uma ruptura de paradigmas,
sem que tenhamos ainda esboçado novos referenciais de conduta.
No mundo contemporâneo, muito são os desafios para tentar construir a vida ética e moral. A
questão que se coloca hoje é a da superação dosempecilhos que dificultam a existência de
princípios e parâmetros para a boa conduta. Algumas dessas dificuldades derivam da sociedade
individualista, incapaz de praticar a solidariedade e a tolerância.

Continue navegando