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MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison E N G R E N A G E N S Dimensionamento e Projeto de Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison E N G R E N A G E N S MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison E N G R E N A G E N S MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison E N G R E N A G E N S MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Lei Fundamental do Engrenamento: “A razão de velocidade angular mV das engrenagens de um par de engrenagens deve manter-se constante durante o engrenamento” As superfícies de rotação dos cilíndros se transformam em circunferências de referência e os diâmetros correspondentes em diâmetros de referência (primitivos) das engrenagens. (01)saída entrada entrada saída V r r m 5 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison (03) 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Lei Fundamental do Engrenamento: A razão de torque ou ganho mecânico mA é recíproca de mV. Para o propósito de cálculos, a razão de engrenamento mG é entendida como a razão de velocidade ou de torque, qualquer delas que seja maior que 1, ou seja: VGV mmm 1 AGA mmm 1 (02)entrada saída saída entrada A r r m 6 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Forma dos dentes: 7 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Ângulo de Pressão: É o ângulo formado entre a linha de ação (tangente às circunferências de base) e a velocidade tangencial no ponto de referência (primitivo). Ângulo de pressão padrão: 20º 8 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Geometria do Engrenamento: A forma evolvente dos dentes garante que os pontos de contato na entrada e na saída do engrenamento de um dente estejam sempre sobre a mesma linha tangente ao círculo de base (linha de ação) obedecendo à lei do engrenamento. 9 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Geometria do Engrenamento: circunferências de cabeça (adendo) Fim do contato 10 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Geometria do Engrenamento: Os pontos de entrada e saída de contato definem o comprimento de ação do engrenamento Z. Sendo: rp e rg o raio primitivo do pinhão e da cremalheira respectivamente ap e ag o adendo do pinhão e cremalheira respectivamente C a distância entre centros f o ângulo de pressão (04) fff sincoscos 2222 CrarrarZ gggppp 11 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Cremalheira e pinhão: 12 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Mudança na Distância Entre Centros: 13 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Folga de Engrenamento: É definida como o intervalo entre dentes engrenados medida ao longo da circunferência do círculo de referência. O afastamento entre centros de engrenagens gera um aumento na folga de engrenamento. Em aplicações com reversão de torque a folga deve ser minimizada ou utilizar engrenagens anti- folga de engrenamento. 14 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 1. Teoria do Dente de Engrenagem • Movimento Relativo do Dente: Dentes evolventes tem rotação pura no ponto de contato de referência. Fora do círculo primitivo pode haver algum escorregamento relativo entre dentes. Em média, os dentes evolventes tem cerca de 9% de escorregamento e 91% de rolamento no contato com o par engrenado. 15 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 2. Nomenclatura do Dente (05)Passo Circular: N d pc . (06)Passo de Base: fcoscb pp (07) Passo Diametral: c d pd N p 16 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 2. Nomenclatura do Dente As equações 03, 04 e 05 são mais utilizadas no sistema inglês de unidades. No SI um parâmetro chamado de módulo m é mais utilizado. É definido por: O módulo ou o passo de um par de engrenagens deve ser o mesmo para que haja engrenamento. A razão de velocidades mV pode ser reescrita em função do número de dentes: logo: (08)N d m (09)saída entr V N N m (10) p g G N N m 17 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 2. Nomenclatura do Dente • Dentes padronizados de engrenagens: 18 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 2. Nomenclatura do Dente 19 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 2. Nomenclatura do Dente 20 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 3. Interferência e Adelgaçamento O adelgaçamento refere-se à remoção de material na base do dente (quando o dedendo do dente ultrapassa o círculo de base). Isto enfraquece o dente e causa falha prematura. A interferência refere-se ao contato (roçamento) da cabeça do dente de uma engrenagem no dedendo da outra causando nesta o adelgaçamento. (11)f2sin 2 N Estes efeitos podem ser evitados evitando engrenagens com muito poucos dentes, assim: 21 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 3. Interferência e Adelgaçamento • Formas de dentes com adendos desiguais A fim de evitar a interferência em pinhões pequenos podem ser utilizados perfis especiais chamados de engrenagens com perfil transladado nos quais o adendo do pinhão é maior que o da engrenagem. A AGMA (American Gears Manufacturer Association) define coeficientes de modificação em adendos x1 e x2 que sempre somam zero. Os coeficientes padronizados são ±0,25 e ±0,50 que adicionam / subtraem 25% ou 50% dos adendos padronizados. O limite deste procedimento ocorre quando o dente do pinhão se torna pontiagudo. 22 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 3. Interferência e Adelgaçamento • Formas de dentes com adendos desiguais 23 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 3. Interferência e Adelgaçamento • Caracterização das correções positiva e negativa 24 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 4. Razão de Contato Define o número médio de dentes em contato a qualquer momento durante o engrenamento. As engrenagens retas devem respeitar a faixa 1,4 ≤ mp ≤ 2,0. A razão de contato mínima para uma operação suave em engrenagens de dentes helicoidais é 1,2. (12)b p p Z m (13)f cos..m Z mp 25 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 5. Trens de Engrenagens Um trem de engrenagem é qualquer coleção de duas ou maisengrenagens acopladas. Um par de engrenagens é a forma mais simples de um trem de engrenagens e está limitado à uma razão máxima de cerca de 10:1. Os trens de engrenagens podem ser simples, compostos ou epicíclicos (planetários). • Trem de engrenagem simples: (14)5 2 5 4 4 3 3 2 N N N N N N N N mV ent sai 2 3 4 5 26 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 5. Trens de Engrenagens •Trem de engrenagem composto: (15) 5 4 3 2 N N N N mV (16)movidas motoras V Nproduto Nproduto m . . 27 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 5. Trens de Engrenagens •Trem de engrenagem planetário: (17)braçoF braçoL movidas motoras V Nproduto Nproduto m . . braçogbraçog / braçoFbraçoF / braçoLbraçoL / 28 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 6. Fabricação de Engrenagens 6.1 Conformação: Todos os dentes da engrenagem são feitos ao mesmo tempo e a precisão dimensional é inteiramente dependente da qualidade do molde ou matriz, sendo geralmente menor que nos métodos de usinagem. • Fundição • Sinterização • Injeção • Extrusão • Repuxe a frio • Estampagem 29 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 6. Fabricação de Engrenagens 6.2 Usinagem: A maior parte das engrenagens metálicas usadas para transmitir potência em máquinas são feitas por processos de usinagem. Dividem-se em: 6.2.1 Processos Grosseiros: Ordem crescente de precisão • Fresamento de forma • Geração por cremalheira • Geração de engrenagem • Geração de fresa caracol 6.2.1 Processos de Acabamento: Usados somente quando alta precisão é requerida. Melhoram em muito o acabamento superficial e precisão: • Polimento • Retificação • Brunimento • Lapidação e Polimento 30 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 6. Fabricação de Engrenagens 31 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 6. Fabricação de Engrenagens 6.3 Qualidade da Engrenagem Definida pela norma AGMA 2000-A88, estabelece critérios de tolerância ligados diretamente ao método de fabricação classificando-os desde a menor qualidade (Qv = 3) até a maior precisão (Qv = 16). • Engrenagens geradas por conformação: 3≤Qv≤4 • Engrenagens geradas por processos grosseiros: 5≤Qv≤7 • Engrenagens após processo de acabamento: 8≤Qv≤11 • Engrenagens lapidadas: Qv ≥ 12 32 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 6. Fabricação de Engrenagens Qualidade da Engrenagem Recomendada pela AGMA 33 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 7. Carregamento de Engrenagens (18)p p p p t Nm T r T W . .2 (19) ftan.tr WW (20)fcos tWW A pior condição de carregamento ocorre quando W atua na ponta do dente. Dependendo da razão de contato, os dentes podem receber toda ou parte de W. 34 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 7. Carregamento de Engrenagens Carregamentos Repetidos nos dentes Evitar um Fator de Engrenamento mG inteiro evita o contato dos mesmos dentes a cada mG revoluções. Esta é uma condição favorável de projeto. 35 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens 8.1 Fratura por Fadiga: critério de Goodman 8.2 Fadiga Superficial: crateração é a falha mais comum Uma engrenagem pode ser projetada para vida infinita à fratura mas deve-se esperar que ela irá falhar mais cedo ou mais tarde por fadiga superficial. Tensão de Flexão – Equação de Lewis Esta foi a primeira equação útil para determinar tensões de flexão em dentes de engrenagens: (21)YFm Wt b .. Sendo: Wt a força tangencial sobre o dente m o módulo da engrenagem F a largura da engrenagem Y o fator de forma de Lewis 36 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens 8.1 Fratura por Fadiga: critério de Goodman Equação de tensões de flexão da AGMA Mais completa e mais precisa que a equação de Lewis que data de 1892, é definida no padrão 2001-B88 da AGMA sendo válida somente nas condições abaixo: - Razão de contato seja entre 1 e 2; - Não haja interferência ou adelgaçamento dos dentes; - Nenhum dente seja pontiagudo; - A folga de engrenamento não seja nula; - Os filetes da raiz sejam padronizados; - As forças de atrito sejam desprezíveis. 37 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens 8.1 Fratura por Fadiga: critério de Goodman Equação de tensões de flexão da AGMA (22) IBs v mat b KKK K KK JFm W .. . .. Sendo: Wt a força tangencial sobre o dente m o módulo da engrenagem F a largura da engrenagem J o fator de geometria atualizado K modificadores que levam em conta diversas condições de aplicação 38 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) Este fator varia com os ângulos de pressão (14,5º, 20º e 25º são tabelados) e de acordo com a variação nos adendos (25% e 50% são tabelados) As tabelas 11.8 a 11.15 contemplam casos de carregamento no ponto mais alto de contato de um único dente – HPSTC (aplicável para engrenagens fabricadas com tolerâncias justas, de alta precisão) ou para carregamento de ponta de dente (quando as engrenagens são fabricadas com tolerâncias mais abertas) A letra U nas tabelas indicam uma combinação não indicada de quantidade de dentes, a qual gera interferência entre os dentes engrenados. 39 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) 40 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) 41 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) 42 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) 43 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) 44 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) 45 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) 46 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Resistência a Flexão (J) 47 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Dinâmico (Kv) Este fator tenta levar em conta as cargas de vibração geradas internamente pelos impactos entre dentes.Estas cargas, chamadas de “erros de transmissão” serão piores em engrenagens de baixa precisão. Na ausência de dados experimentais, este fator deve ser estimado. 48 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator de Distribuição de Carga (Km) Largura Recomendada de Engrenagens mFm 168 49 Qualquer desalinhamento axial ou desvio na forma do dente fará com que a carga Wt não seja transmitida igualmente sobre a face dos dentes. Quanto mais larga a engrenagem, pior será a distribuição. Dentes Coroados Em caso de dentes coroados, o fator Km deve ser multiplicado por 0,8. MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator de Aplicação (Ka) Este fator refere-se à equipamentos que não transmitem cargas ou torques uniformes ao longo do tempo. 50 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison (23) 8. Tensões em Engrenagens • Fator de Tamanho (Ks) Assim como nos cálculos de fadiga, considera-se que as peças que possuem dimensões maiores que os corpos de prova tendem a falhar antes por terem maior probabilidade de apresentar imperfeições na microestrutura. A norma AGMA recomenda que Ks seja igual a 1 na maioria das aplicações. Em casos de dentes com módulo maior que 5 pode-se aplicar a equação abaixo: 51 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator de Espessura de Borda (KB) Usado quando a engrenagem é fabricada em um anel. t r B h t m (24) 2,11 2,15,04,3.2 BB BBB mK mmK 52 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator de Ciclo de Carga (KI) Uma engrenagem intermediária está sujeita a mais ciclos de tensão por unidade de tempo e a cargas alternantes de maior magnitude que os pares engrenados de extremidade. Sendo assim o fator deve respeitar a condição abaixo: KI = 1,42 - Engrenagens Intermediárias KI = 1,00 - Pinhão / Engrenagem de extremidade 53 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens 8.2 Fadiga Superficial Dentes engrenados tem uma combinação de rolamento e escorregamento em suas interfaces. No ponto de referência (dp) há rolamento puro. O deslizamento aumenta com o afastamento do ponto de referência. O contato dente com dente cria um estado de tensão triaxial que tem pico na superfície ou logo abaixo dela. Se a lubrificação do engrenamento for adequada, as falhas por mecanismos abrasivo, adesivo e corrosivo serão evitadas. O modo de falha último será crateração e lascamento devido à fadiga de superfície. 54 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens 8.2 Fadiga Superficial O nível de tensão de contato entre dentes é determinado pela equação de Buckingham, abaixo: (25) fs v ma p t pc CC C CC dIF W C . . .. Sendo: Cp o coeficiente elástico Wt a força tangencial sobre o dente F a largura da face do dente I o fator geométrico de superfície dp o diâmetro primitivo da menor engrenagem Ca, Cm, Cv e Cs iguais respectivamente a Ka, Km, Kv e Ks Cf o coeficiente de acabamento superficial 55 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator Geométrico de Superfície (I) Este fator leva em conta os raios de curvatura dos dentes da engrenagem e o ângulo de pressão. (26) p gp d I . 11 cos f p e g os raios de curvatura dos dentes f o ângulo de pressão (±) sinal superior: engrenamento externo (±) sinal inferior: engrenamento interno (27) ff cos..cos1. 22 mrxmr pppp (28) pg C f sin. m o módulo rp o raio primitivo do pinhão C a distância entre centros xp coeficiente do adendo do pinhão. Dente padrão xp = 0; alongado 25% xp = 0,25; alongado 50% xp = 0,50 56 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison (29) 8. Tensões em Engrenagens • Coeficiente Elástico (Cp) Este fator leva em conta as diferenças entre os materiais dos dentes. g g p p p EE C 22 11 . 1 Sendo: E o módulo de elasticidade o coeficiente de Poisson Coeficiente Cp para materiais típicos de engrenagens 57 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 8. Tensões em Engrenagens • Fator de Acabamento Superficial (Cf) Este fator normalmente é adotado como Cf = 1, por recomendação da norma AGMA. Seu valor só deverá ser aumentado quando os acabamentos superficiais forem extraordinariamente grosseiros. 58 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 9. Materiais para Engrenagens • Ferros Fundidos • Cinzento: Baixo custo, usinabilidade, resistência ao desgaste, amortecimento interno. Baixa resistência à tração (requer dentes maiores) • Nodular: Melhores propriedades mecânicas que o cinzento. Custo mais elevado que o cinzento. • Aços: Resistência superior ao do ferro fundido. Necessitam de endurecimento para suportar altas cargas. • Bronzes: Metais não ferrosos mais comuns na fabricação de engrenagens. Compatibilidade (pinhão-aço; engrenagem-bronze). Ebronze é baixo e provê deflexão dos dentes melhorando a divisão de carga. • Não Metálicos: Nylon e Acetal podem receber cargas e aditivos para adquirirem melhores propriedades mecânicas. Tem ruído muito baixo. São limitados pela baixa resistência mecânica. 59 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 10. Resistência à Fadiga de Flexão Os valores publicados pela AGMA para resistência por flexão Sfb’ são parcialmente corretos. Existem ainda três fatores a serem considerados para se obter o valor da resistência à fadiga corrigida para engrenagens Sfb. (30) ' . fb RT L fb S KK K S 60 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 10. Resistência à Fadiga de Flexão • Fator de Vida (KL) Os dados experimentais são para uma vida de 10 milhões de ciclos. O número de ciclos corresponde ao número de contatos entre dentes sob carga. As curvas ilustradas na figura a seguir permitem determinar o fator KL para outras condições de N e propriedades dos materiais. A AGMA recomenda que “a porção acima da área hachurada do gráfico deve ser usada para aplicações comerciais. A porção abaixo da área hachurada, para serviços críticos e/ou aplicações que requerem baixo ruído e vibração”. 61 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 10. Resistência à Fadiga de Flexão Superfície cementada 62 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 10. Resistência à Fadiga de Flexão • Fator de Temperatura (KT) A temperatura do lubrificante é uma medida razoável da temperatura da engrenagem. KT = 1 para temperaturas até 250º F. Quando T > 250º F. (31) 620 460 F T oT K • Fator de Confiabilidade (KR) Os valores de resistência AGMA baseiam-se em R = 99%. Neste caso KR = 1. Para níveis de confiabilidade diferentes deve-se recorrer à tabela ao lado. 63 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 9. Resistência à Fadiga de Flexão 64 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng.Mec. Vagner Grison 10. Resistência à Fadiga de Flexão 65 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 11. Resistência à Fadiga de Superfície Os valores publicados pela AGMA para resistência por flexão Sfc’ também são parcialmente corretos. Existem quatro fatores a serem considerados para se obter o valor da resistência à fadiga corrigida para engrenagens Sfc. Os fatores CT e CR são idênticos a KT e KR e podem ser escolhidos como descrito na seção anterior. (32) ' . . fc RT HL fc S CC CC S 66 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 11. Resistência à Fadiga de Superfície • Fator de Vida de Superfície (CL) Os dados experimentais são para uma vida de 10 milhões de ciclos, logo este fator corrige o cálculo para tempos de vida maiores ou menores. Neste caso, também a AGMA recomenda que “a porção acima da área hachurada do gráfico deve ser usada para aplicações comerciais. A porção abaixo da área hachurada, para serviços críticos e/ou aplicações que requerem baixo ruído e vibração”. 67 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 11. Resistência à Fadiga de Superfície • Fator de Vida de Superfície (CL) 68 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 11. Resistência à Fadiga de Superfície • Fator de Razão de Dureza (CH) É uma função da razão de engrenamento (mG) e da dureza relativa do pinhão e da engrenagem. CH é aplicado somente para a resistência da engrenagem, não do pinhão. (Seu valor é sempre maior que 1, o que resulta num aumento de resistência) • Para pares pinhão/engrenagem endurecidos completamente: • Para pinhões de superfície endurecida (>48hRc) trabalhando contra engrenagens endurecidas completamente: HBp e HBg são as durezas Brinell do pinhão e da engrenagem (34) (33) 1.1 GH mAC 00698,07,1 00829,000898,07,12,1 02,1 AHBHB HBHBAHBHB AHBHB gp gpgp gp gH HBBC 450.1 )(00075,0 )(00075,0 0112,0 052,0 UIeB SIeB q q R R Rq rugosidade (rms) dos dentes do pinhão 69 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 70 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 11. Resistência à Fadiga de Superfície 71 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 12. Lubrificação Com a exceção de engrenagens de plástico, todos os engrenamentos devem ser lubrificados para evitar falha prematura de superfície tais como desgaste abrasivo, adesivo e crateração. Controlar a temperatura na interface de engrenamento é importante para reduzir escórias, riscos e aspereza dos dentes. Os lubrificantes removem calor e separam as superfícies metálicas para reduzir o atrito e o desgaste. O enfoque usual e preferido é prover um banho d óleo alojando as engrenagens em uma caixa com óleo selada, chamada de redutor. 72 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison 12. Lubrificação Este redutor é parcialmente preenchido com lubrificante apropriado de forma que pelo menos um membro de cada par engrenado esteja parcialmente submerso (a caixa nunca é completamente cheia com óleo). Uma opção mais rudimentar e menos eficiente que pode ser usada apenas em operações de baixa rotação e cargas leves é a de aplicação de graxa diretamente sobre as engrenagens. Os lubrificantes de engrenagem são tipicamente óleos a base de petróleo de variadas viscosidades. Óleos leves (10-30W) são usados em casos de altas velocidades e/ou baixas cargas e óleos mais densos (80-90W) em aplicações de baixas velocidades e/ou altas cargas. 73 MEC0288 – PROJETO DE SISTEMAS MECÂNICOS 2 E N G R E N A G E N S Prof. Me. Eng. Mec. Vagner Grison Referência Bibliográfica NORTON, Robert L., “Projeto de Máquinas”. Editora Bookman. 2ª edição. 2006. SHIGLEY, Joseph E., et.all., “Projeto de Engenharia Mecânica”. Editora Bookman. 7ª edição. 2005. 74