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Dinâmica eólica Sedimentar das dunas costeiras da praia de Barra, cidade de Inhambane

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Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras 
 
Monografia para Obtenção do Grau de Licenciatura em Geologia Marinha 
Estudo da Dinâmica Eólica Sedimentar das Dunas Costeiras na Praia de 
Barra, Cidade de Inhambane 
 
 
Autor: 
Gerson Domingos de Jesus Vilanculo
 
 
Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras 
 
Monografia para Obtenção do Grau de Licenciatura em Geologia Marinha 
 
 
Estudo da Dinâmica Eólica Sedimentar das Dunas 
Costeiras na Praia de Barra, Cidade de Inhambane 
 
 
Autor: 
 
 
Gerson Domingos de Jesus Vilanculo 
 
Supervisor: 
 
 
Dr. Hélder Machaieie 
 
 
Quelimane, Outubro de 2019
ii 
 
 DEDICATÓRIA 
Este trabalho dedico ao meu pai Sebastião Uacela Vilanculo (em memorial) e minha mãe Maria da 
Graça Augusto que nas suas dificuldades fizeram de tudo para que eu me formasse e me tornasse esse 
homem que hoje sou. Durante essa trajetória toda nunca deixaram que me faltasse o essencial. E se hoje 
sou o que sou, é graças a eles. 
Tentei me operar sozinho sem anestesia 
Por forma a superar a tua morte que desde sempre me doía 
Eu chorava no meu quarto mas ninguém me ouvia. 
E muitos acharão que isso é uma simples poesia 
Isso não é nenhum conto nem poema 
É uma situação de dor que acabou se tornando o meu lema 
Que a cada dia invés de superar, se torna um fogo que me queima’ 
Pai a tua partida me deixa num dilema 
Vontade de desistir e por vezes também de continuar 
Porque ainda acho que o melhor é te orgulhar. 
Mas queria que te sentisses orgulhoso aqui 
No momento que eu ligaria e dissesse pai defendi 
Mas as coisas não são ao nosso critério 
Se dependesse de mim nunca te colaria naquele cemitério 
Te colocaria aqui, nesse momento para me abraçares por ter te honrado 
Mas no dia 13 de Junho de 2019, Deus te levou para descansar 
Descanse em paz pai, teu filho caçula conseguiu te orgulhar 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
iii 
 
AGRADECIMENTOS 
Em primeiro lugar agradeço a Deus Elohim por tudo que tem feito por mim apesar de eu não merecer 
nada, e sempre tem olhado por mim. 
Agradeço a meu Pai e minha mãe, por acreditarem em mim e apostarem na minha formação num lugar 
distante deles. 
 Agradeço ao meu orientador Dr. Helder Machaieie pelo imenso apoio, criticas, incentivos e força que 
deu me durante a realização deste Trabalho. 
Agradeço aos meus irmãos Matias Vilanculo, Abiatar Vilanculo, Sebastiana Vilanculo e Aleximidio 
Vilanculo, pelo apoio moral e por manterem a promessa que fizeram ao nosso pai, de responsabilizarem-
se pela minha formação depois o da sua partida. E eles tem feito o papel de pai. 
Agradeço as minhas cunhadas Nelita, Eugenia e Nilza, a todos meus sobrinhos, a minha irmã Esmeralda, 
tia Sonia e tio Zizito, mano Filipe, cunhada Neide, aos meus primos, tios e familiares que me apoiaram 
de forma direta ou Indireta 
Agradeço de forma especial ao meu irmão Oldim Vilanculo e Milena de Yassimim por todo suporte e 
por serem a prova de que não é só sangue que nos torna Irmãos. 
Agradeço a Cacilda Chivindze, Habiba Mussa, Calmira Ofiçane, Katia Bouene, pelo carinho, conselhos 
e incentivos que sempre dão. Agradeço a todos colegas da Escola Superior de ciências Marinhas e 
costeira, a todos colegas do Curso de Geologia Marinha 2016, Adelina Langa, Nacir Leitão, João 
Manenga , Epafrodito Gulube, Charifo Dine, Quirino Agostinho, Humberto Lemos , Lucia Banze, 
Cacilda Manjate, Tania Bila, Nesia Dalila, Rocina Muhate, Nora Chilaule , Nélio das neves, Ossula 
Nhampa, , Lucas Xadreque, Nicolau Matusse, anatecha Massicame, Amade Baraza, Ivete da Gloria, 
Tomàs Tsandzane, Adriano Muhate, Mecneias Bonga, Arsênio Mahumane, Jorge Catandica. 
 Obrigado a todos do fundo do coração. 
iv 
DECLARAÇÃO DE HONRA 
Declaro que esta monografia nunca foi apresentada para obtenção de qualquer grau e que ela constitui o 
resultado do meu labor individual. Esta monografia é apresentada em cumprimento parcial dos requisitos 
de obtenção do grau de Licenciatura em Geologia Marinha, da Universidade Eduardo Mondlane. 
 
 
__________________________________ 
(Gerson Domingos de Jesus Vilanculo) 
Quelimane, Outubro de 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo estudar a dinâmica eólica sedimentar das dunas da praia da barra, 
na cidade de Inhambane, onde na primeira fase, colheu-se amostras de sedimentos e a posterior foi feita 
analise granulométrica no laboratório de Engenharia do Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias 
(ISHT) em Quelimane, com ajuda do software Sysgran 3.0 calculou-se a média e a mediana dos 
sedimentos, usaram-se os dados de regime de ventos, precipitação pluviométrica e temperatura 
atmosférica de 1989-2018 fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia de Inhambane e dados do 
NOAA para análise da velocidade e força do vento, determinou-se a taxa de transporte de sedimentos a 
partir da equação de Lettau e Lettau (1978), determinou-se o potencial de deriva sedimentar a partir da 
equação de Fryberger’s (1979) e por fim determinou-se o índice de mobilidade de areia a partir da a 
equação de Lancaster (1988). Os resultados obtidos indicaram que os meses de Junho, Agosto, Setembro, 
Outubro e Novembro apresentam velocidades capazes de transportar sedimentos, os ventos da direção 
NE são os responsáveis pelo maior transporte de sedimentos, o potencial de deriva sedimentar foi baixo 
no ano 2005 com 16.59 e foi alto no ano de 1995 u.v atingindo valor máximo de 573u.v e, o índice de 
mobilidade apresentou valores superiores a 50 e superiores a 100 que indicam presença de dunas ativas 
e Simi-vegetadas. 
 
Palavra-chave: dunas; dinâmica; eólica; sedimentar; mobilidade, 
 
 
vi 
ABSTRACT 
The present work has as objective to study the sedimentary wind dynamics of the dunes of Barra beach, 
in Inhambane city, where in the first phase, sediment samples were collected and later it was made 
granulometric analysis in the Engineering laboratory of the Instituto Superior de Humanidades e 
Tecnologias (ISHT) in Quelimane, with the help of Sysgran 3.0 software, the average and median 
sediments were calculated, using the 1989-2018 wind regime, rainfall and atmospheric temperature data 
provided by Instituto Nacional de Meteorologia in Inhambane and NOAA data for wind speed and force 
analysis, sediment transport rate was determined from Lettau and Lettau equation (1978), sedimentary 
drift potential was determined from Fryberger's equation (1979). Finally, the sand mobility index was 
determined from the Lancaster equation (1988). The results obtained indicated that the months of June, 
August, September, October and November have velocities capable of transporting sediments, winds 
from the NE direction are responsible for the largest sediment transport, the potential for sedimentary 
drift was low in 2005 with 16.59. u.v and was high in 1995 reaching a maximum value of 573 u.v and, 
the mobility index showed values over 50 and over 100 indicating the presence of active and Simi-
vegetated dunes. 
 
Keyword: dunes; dynamics; wind power; sedimentary; mobility, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
vii 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
Sigla Significado 
UEM 
ESCMC 
ISHT 
INAM 
u.v 
PD 
Mz 
M 
W 
Wref 
Q 
ETP 
P 
T 
FUNAE 
mm 
m/s 
oC 
Φ 
Kg/m/s 
Md 
Universidade Eduardo Mondlane 
Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeira 
Instituto Superior se Ciências e Tecnologias 
Instituto Nacional de Meteorologia 
Unidades vectoriais 
Potencial de Deriva 
Media Granulométrica 
Índice de Mobilidade de areia 
Velocidade do vento 
Velocidade de referência do vento 
Potencial da Taxa de transporte de sedimentos 
Evapotranspiração 
Precipitação 
Temperatura 
Fundo Nacional de energia 
Milímetros 
Metro por segundo 
Graus centígradosPhi 
 Quilogramas por metros por segundo 
 Mediana 
 
0 
Índice 
DEDICATÓRIA ................................................................................................................................................... ii 
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................................ iii 
RESUMO ............................................................................................................................................................. v 
ABSTRACT ........................................................................................................................................................ vi 
LISTA DE ABREVIATURAS .......................................................................................................................... vii 
Capitulo I .................................................................................................................................................................. 1 
1.1. Problematização ........................................................................................................................................... 2 
1.2. Justificativa ................................................................................................................................................... 3 
1.3 Objetivos ...................................................................................................................................................... 3 
1.4 Geral: ............................................................................................................................................................ 3 
1.5 Específicos ................................................................................................................................................... 3 
Capitulo II ................................................................................................................................................................ 4 
2. Revisão de Literatura ........................................................................................................................................ 4 
2.1. Regime de vento em Moçambique ............................................................................................................... 4 
2.2. Dunas ............................................................................................................................................................ 5 
2.3. Factores atuantes na formação e dinâmica das dunas................................................................................... 7 
2.4. Mudanças na morfologia das dunas ............................................................................................................. 8 
2.5. Mobilização e estabilização das dunas ......................................................................................................... 9 
Capitulo III .............................................................................................................................................................. 15 
3. Metodologia ................................................................................................................................................... 15 
3.1. Area de estudo ............................................................................................................................................ 15 
3.2. Colecta de dados ........................................................................................................................................ 15 
3.3. Identificação das dunas presentes na praia de barra a partir de imagem de satélite ............................... 16 
3.4. Trabalho de campo ..................................................................................................................................... 16 
3.5. Análise do regime de ventos a partir de registros históricos ...................................................................... 16 
3.6. Determinação do potencial da taxa de transporte de areia ......................................................................... 17 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
1 
 
3.7. Determinação do potencial de deriva sedimentar ....................................................................................... 17 
3.8. Determinação do índice de mobilidade da areia ......................................................................................... 18 
Capitulo IV ............................................................................................................................................................. 19 
4. Resultados ...................................................................................................................................................... 19 
4.1. Identificar as dunas a partir de imagem de satélite. .................................................................................. 19 
4.2. Análise do regime de ventos a partir de registros históricos ...................................................................... 21 
4.3. Determinação do potencial da taxa de transporte de areia em direções ..................................................... 21 
4.4. Precipitação média mensal 1989 a 2018 .................................................................................................... 22 
4.5. Temperatura atmosférica na cidade de Inhambane dos anos 1989-2018 ................................................... 23 
4.6. Potencial da taxa de transporte de Areia .................................................................................................... 24 
4.7. Determinação do potencial de deriva sedimenar ........................................................................................ 24 
4.8. Índice de mobilidade da areia ..................................................................................................................... 25 
Capitulo V ............................................................................................................................................................... 27 
5. Discussão ........................................................................................................................................................ 27 
Capitulo VI .............................................................................................................................................................. 29 
6. Conclusão ....................................................................................................................................................... 29 
6.1. Recomendações .......................................................................................................................................... 29 
Recomenda-se que nos proximos trabalhos possa- se ............................................................................................ 29 
A comunidade academica ....................................................................................................................................... 29 
7. Referências bibliográficas .............................................................................................................................. 30 
8. Anexo .............................................................................................................................................................. 33 
8.1. Potencial da taxa de transporte, tanho do grao de sedimento ..................................................................... 33 
8.2. Média anual de precipitação ....................................................................................................................... 34 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
1Capitulo I 
1. Introdução 
Bispo (2008), define duna como unidade geomorfológica situada no litoral ou do continente, 
predominantemente de constituição arenosa, com características similares a uma colina, resultante da 
acção dos ventos. Quando recoberta por vegetação são fixas e quando não estão recobertas podem ser 
consideradas móveis, activas, livres ou transgressivas. 
As dunas costeiras ocorre em virtude da interação decorrente da acção dos ventos, disponibilidade dos 
grãos de areia e a vegetação. Geralmente surgem em locais de baixa precipitação e sua expansão ocorre 
de forma lenta e gradativa (Menezes, 2010). 
Para que haja formação de dunas, o vento deve tomar uma determinada direção também a acção das 
marés altas que disponibilizam sedimentos na praia, e deve haver presença de barreira que de forma 
gradativa vão construindo montes de areia (www.todamateria.com.br/dostoiesvski). 
No site www.todamateria.com.br/dostoiesvski refere -se que esses ecossistemas são dinâmicos, 
podendo alterar sua forma e migrar para outros locais, formando picos ou imensas cristas donde é 
notória a direção dos ventos que a formou. 
A formação e migração dos campos de dunas estão relacionadas essencialmente ao agente 
transportador, que é o vento, e ao tamanho do grão de areia. Em outras palavras, o vento tem que ter 
competência para movimentar o tamanho de grão de areia para que ele seja transportado e depositado 
dando início à formação das Dunas eólicas (Vintem et al., 2016). O acúmulo de areia soprada pelo 
vento cria dunas de areia que são um dos fenômenos mais dinâmicos e intrigantes da natureza. 
Segundo Bispo (2008), os factores determinantes no desenvolvimento das dunas costeiras são as 
direções do vento, configuração da linha de costa, e clima favorável. 
Hesp (2004) faz uma análise da distribuição dos campos de dunas costeiras pelo mundo, que resume bem 
os locais susceptíveis a formação de grandes depósitos. Tendo em vista que em climas tropicais a 
vegetação é abundante, de tal forma que não permite a intensificação do transporte eólico, 
consequentemente os depósitos são menores e estáveis. Por sua vez, em climas temperados, de latitudes 
http://www.todamateria.com.br/dostoiesvski
http://www.todamateria.com.br/dostoiesvski
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
2 
 
médias, ocorre uma variação sazonal na cobertura vegetal, o que possibilita a maior variedade de formas 
e tamanhos. Já as maiores dunas costeiras do mundo estão aproximadamente a 3 graus de latitude do 
equador, em climas áridos e semi-áridos, onde o vento é unidirecional e apresenta alta intensidade. 
Toda costa Sul de Moçambique há formação típica de dunas (desde Bazaruto até à fronteira com a África 
do Sul), cobrindo cerca de 850 Km da costa. Estas dunas atingem alturas até 114 metros, sendo 
consideradas as mais altas do mundo com vegetação (Bralidy & Jacinta, 2011). 
Estudos feitos por Miguel & Castro, (2018) na Laguna Barreira na costa Sul de Moçambique, as dunas 
costeiras associadas a esse sistema são controladas principalmente pelo regime de vento do quadrante 
sudeste e precipitação pluviométrica anual de 1600 mm. 
Deste modo, conhecer o regime de ventos e as características texturais dos sedimentos disponível na 
praia e das dunas, é fundamental para analisar processos de migração de ambientes deposicionais eólicos 
(Vintem et al., 2016). 
 
1.1. Problematização 
Na costa de Moçambique, o clima de ventos é essencialmente influenciado pelas brisas marítimas durante 
o dia e as brisas terrestres durante a noite, verificando-se maior intensidade do vento no final do dia e de 
madrugada. O regime de ventos nas zonas costeiras apresenta-se bastante estável ao longo do ano com 
maior intensidade nos meses de Setembro a Novembro (Gesto-Energia, 2014). 
A ação do vento desagrega, arrasta, suspende e transporta partículas, além das que deslizam por gravidade 
nas rampas arenosas. A mobilidade das partículas nas bordas das depressões de deflação contribui para 
aumentar as áreas expostas, bem como o recuo destas em direção ao topo da duna (Ramalho et al., 2013). 
As condições meteorológicos, variações cíclicas do nível médio e a dinâmica eólica são apontados por 
alguns autores (Borba, 2010) como regentes das transformações da paisagem costeira, e podem estar por 
detrás das feições geomorfológicas como dunas observáveis ao longo da praia da Barra em Inhambane. 
Diante dessa incerteza surge a seguinte questão de pesquisa: 
O que causa a mobilidade das dunas na praia da Barra? 
 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
3 
 
1.2. Justificativa 
A análise do transporte eólico de sedimentos na zona costeira é de extrema importância para 
caracterizar a textura sedimentar eólica e analisar os processos de migração de ambientes deposicionais 
eólicos. 
Miguel & Castro (2018) caracterizaram a dinâmica sedimentar eólica das dunas transgressivas 
sistema laguna - barreira da costa sul de Moçambique como resultado do suprimento de sedimentos e 
respostas às flutuações do nível relativo do mar durante o Holoceno. Relacionar os forçantes climáticos 
e meteorológicos com as alterações morfológicas na zona costeira, suscita esse estudo que na perpectiva 
de Miguel & Castro (2017) nota-se uma falta pronunciada. Portanto, espera-se do resultados desse estudo 
contribuir para a compreensão de factores que influenciam um fluxo de sedimentos eólico originando 
feições geomorlógicas na zona costeira da Província de Inhambane. 
 
 
1.3 Objetivos 
1.4 Geral: 
Estudar a dinâmica sedimentar eólica na praia da Barra, Cidade de Inhambane a partir de modelos 
matemáticos analíticos. 
 
1.5 Específicos 
 Identificar os tipos de duna presente praia de Barra 
 Analisar o regime e velocidade de ventos a partir de registros históricos; 
 Determinar o potencial da taxa de transporte de areia; o potencial de deriva sedimentar (PD) e 
o índice de mobilidade da areia; 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
4 
 
Capitulo II 
2. Revisão de Literatura 
2.1.Regime de vento em Moçambique 
Segundo o relatório do FUNAE (2019), Moçambique apresenta um regime de ventos de intensidade 
media-baixa com velocidades predominantes entre 4 e 6 m/s a 80 metros de altitude, com excepção na 
zona Sul e das zonas altas do Centro e Norte dos pais onde atingem valores mais elevados. 
Junto à costa o clima de ventos é essencialmente influenciado pelas brisas marítimas durante o dia e as 
brisas terrestres durante a noite, verificando- se maior intensidade do vento no final do dia e de 
madrugada (FUNAE, 2019). Segundo o mesmo relatório da FUNAE (2019), o regime de ventos nas 
zonas costeiras apresenta-se bastante estável ao longo dos anos com maior intensidade nos meses de 
Setembro a Novembro. O maior potencial eólico verifica-se nas províncias de Maputo, Tete, litoral de 
Sofala, Inhambane e Gaza. 
 
 
 
Figura 1 : Mapa de potencial eólico de Moçambique (fonte: FUNAE 2019) 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
5 
 
 
2.2.Dunas 
Dentre as unidades que compõem a paisagem da faixa litorânea apresenta-se à formação de duna, a 
mesma pode ser entendida como elevações de forma regular e características resultantes de uma 
deposição contínua de partículas transportadas pelos ventos (Sobrinho, 2004). 
Ao longo da faixa litorânea constituem-se os cordões de dunas e areia de praia, os quais estão 
condicionadas as ações dos ventos propiciando morfologias diferenciadas. O trabalho do vento faz o 
transporte das partículas, este processo pode ser interrompido quando é barrado por algum obstáculo, 
como também pela diminuição da intensidade do vento, daí tem-se o acúmulo que resulta na formação 
da duna, o que é comum se chamar de depósito eólico. (Sobrinho, 2004) 
Nem todo depósito eólicoconstitui a formação de duna, pois as condições nem sempre são viáveis, 
podendo o deslocamento do material restringir-se apenas em campos de areia. Neste processo de 
transporte que o vento é o determinante, a velocidade do mesmo é fundamental uma vez que segundo 
(Tsoar, 2005), ventos com velocidades superiores a 6 m/s são suficientes para promover a remoção de 
areias em quantidades significativas, ao longo de um perfil necessário para formação de dunas. 
 
De acordo com Bispo (2008), as características das estruturas sedimentares desenvolvidas durante a 
deposição são provavelmente o mais importante critério para diferenciar os principais tipos de dunas. 
Estas são classificadas como: 
 Dunas de retenção, formadas por fortes ventos bidirecionais com direções quase opostas; 
 Dunas dômicas, montes isolados, baixos e circulares, encontradas próximas à área fonte, sendo 
muito instáveis e podendo ser erodidas antes de alcançar 1 m de altura; 
 Dunas transversais, formando um cordão de areia quase contínuo orientado aproximadamente 
em ângulo reto com a direção efetiva dominante do vento; 
 Dunas barcanas, que possuem uma forma em crescente com braços estendidos a sotavento; 
 Dunas parabólicas, que possuem forma de U ou V invertido, onde a parte central avança 
deixando os braços a barlavento os quais comumente são ancorados pela vegetação; 
 Cordão de dunas de precipitação, massa de dunas de areia linear onde as dunas avançam de 
encontro a uma barreira de floresta; 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
6 
 
 Dunas longitudinais ou “seif”, formando um cordão de areia longo e quase contínuo comumente 
paralelo aos outros cordões similares, estando separados por uma larga e plana superfície 
interdunar, mais propícias em áreas secas; 
 Dunas compostas, formadas em condições de múltiplas direções de ventos efetivos; 
 Dunas estrelas, formando massas de areia desenvolvidas localmente na Arábia Saudita e em 
partes do Norte da África, que possuem um ponto central alto com três ou mais braços (cristas) 
irradiando em várias direções 
 
Figura 2: Tipos de dunas (fonte: www.google.com) 
 
As dunas podem, ainda, ser classificadas de acordo com sua mobilização, ou seja, dunas móveis, dunas 
fixas e dunas edáficas. As móveis são denominadas de primeira geração ou vivas, não possuem cobertura 
vegetal densa daí podem deslocar-se mediante a ação do vento. 
 
Segundo Vicente da Silva (1993), apresentam em sua superfície somente espécies vegetais pioneiras e 
de pequeno porte, não são estáveis e migram segundo a intensidade dos ventos. 
As dunas fixas constituem-se naquelas que não estão móveis, recobertas por uma vegetação arbóreo-
arbustiva. 
Segundo Vicente da Silva (1993) , a categoria de duna denominada paleoduna apresenta uma cronologia 
mais antiga que as dunas já mencionadas, diferenciando-se por possuir uma vegetação mais densa, o que 
é comum, pois tais dunas apresentam uma maior evolução edáfica. 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
7 
 
 
Nas zonas costeiras, o transporte continente adentro, pelo vento, de sedimentos da face da praia, é um 
importante processo no desenvolvimento da morfologia costeira. Durante o Quaternário, um 
considerável volume de sedimentos eólicos foi depositado nas planícies costeiras. Também campos de 
dunas ativas foram mais amplos que no presente e encontram-se hoje largamente estabilizados pela 
vegetação (Bispo, 2008). 
 
A disponibilidade de sedimentos, direções de ventos adequados relativamente à configuração da linha de 
costa, e clima favorável, são fatores determinantes de um intenso desenvolvimento de dunas costeiras 
Bispo, 2008). 
 
As dunas costeiras respondem com uma marcante sensibilidade às variações das condições ambientais a 
curto prazo, sejam de caráter natural como mudanças na circulação atmosférica local e global e/ou por 
processos de caráter antrópico, como atividades industriais e agro-pastoris, urbanização e turismo (Bispo, 
2008). 
 
 
2.3.Factores atuantes na formação e dinâmica das dunas 
Carvalho (2003) apresenta os seguintes factores predominantes no controle do transporte eólico e 
formação de dunas costeiras no estado do Ceará: 
 Disponibilidade de sedimentos de tamanho adequado, incidência de ventos frontais ou sob 
direções compatíveis com o posicionamento da linha de costa; 
 Condições climáticas favoráveis, definidas por um baixo teor de umidade no solo, 
correspondente a um balanço hídrico negativo; 
 Ventos com velocidades adequadas para o transporte de areia e natureza da superfície do terreno 
sobre o qual se processa a remoção e transporte dos sedimentos, definidos pela topografia ou seu 
grau de rugosidade. 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
8 
 
Castro (2004) observou em campo, que uma duna para se desenvolver morfologicamente necessita de 
ventos com velocidades superiores a 5 m/s durante período de estiagem e em período chuvoso, mesmo 
os ventos com velocidade de 10m/s não promovem mobilização. 
 
Quanto à granulometria, Bispo (2008) relata que para areia de diâmetro médio de 0,30mm (areia média), 
constituída de grãos de quartzo, seriam necessários ventos com velocidades de 6m/s a 10m de altura para 
iniciar o movimento. Segundo estes autores, o transporte de areia aumenta proporcionalmente ao cubo 
da velocidade do vento, onde ventos mais fortes têm maior capacidade de transporte. 
 
A densidade da cobertura vegetal, também foi considerada como fator atuante em campos de dunas por 
Carvalho (2003), Barbosa & Dominguez (2004), pelo facto de ser um obstáculo ao movimento dos grãos 
de maneira a influenciar na dinâmica das dunas. 
Vários são os fatores que influenciam na formação e na dinâmica das dunas, sendo necessário levar em 
conta a intensidade de sua influência em relação a cada local, bem como a integração entre eles. 
 
 
2.4.Mudanças na morfologia das dunas 
As dunas costeiras são feições eólicas sensíveis a mudanças. Portanto, apesar de determinados fatores 
controlarem a sua formação, um desequilíbrio nos mesmos poderá promover uma mudança na 
morfologia das dunas (Bispo, 2008). 
 
Segundo Bispo, (2008) é possível ocorrer mudanças na morfologia dunar como decorrência de variações 
no equilíbrio entre a taxa de suprimento eólico e a taxa de crescimento da vegetação. 
Tsoar & Blumberg (2002) consideram que a redução no uso do solo na costa israelense favoreceu o 
desenvolvimento de dunas parabólicas a partir de dunas transversais. 
 
De acordo com Hesp (1999), um depósito de areia pré-existente pode mudar sua forma para feições de 
“blowouts” devido à influência de vários fatores, como: falta de suprimento sedimentar, vegetação 
debilitada, alta velocidade dos ventos, erosão marinha e atividades humanas. 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
9 
 
Bigarella (2000), em trabalho realizado nas dunas de Santa Catarina, no período de 1963 a 
1995, contribuiu para uma melhor compreensão das tendências evolutivas das dunas parabólicas no 
campo de dunas reversas onde a ação dos ventos de tempestade é bastante efetiva. 
 
Angulo (1993) relata que um cordão dunar retilíneo em migração, pode começar a dividir-se em setores, 
os quais avançam com velocidades diferentes devido ao processo de acumulação-deflação do sedimento 
no próprio cordão. Este processo promove assim a formação de uma bacia de deflação e uma 
protuberância lingóide onde progressivamente forma-se uma duna parabólica e pequenas dunas 
longitudinais, que correspondem a braços isolados das dunas parabólicas. 
Vários trabalhos na literatura que documentam variações morfológicas em campos de dunas holocénicas 
tanto nas dunas costeiras quanto no interior do continente. 
 
Tsoar & Blumberg (2002) relatam que a direção e a variabilidade dos ventos e da cobertura vegetaldeterminam o tipo e a dinâmica das dunas de areia. Ventos unidirecionais, com baixo suprimento de areia 
e presença de vegetação favorecem o desenvolvimento de dunas parabólicas. 
 
Porém, na ausência da vegetação, podem-se formar dunas barcanas, as quais, em presença de um elevado 
suprimento de sedimentos arenoso evoluem para dunas transversais com face de deslizamento. De acordo 
com os resultados obtidos por esses autores, as ações humanas podem tanto estabilizar quanto 
desestabilizar facilmente as dunas. Fotografias aéreas da primeira metade do século 20 mostram que as 
dunas de Negev (Israel) eram dos tipos barcanas ativas e transversais, com alguma iniciação do tipo 
“seif”. Na segunda metade do século 20, ocorreu uma mudança significativa no uso do solo, com redução 
do impacto humano viabilizando a recuperação da vegetação natural. Consequentemente, estas dunas 
evoluíram da forma de barcanas para parabólicas (Bispo, 2008). 
 
2.5.Mobilização e estabilização das dunas 
Carvalho (2003) descreve que nas dunas do Ceará as taxas médias de migração dependem de suas 
dimensões, caracterizando-se por uma correlação inversa entre a taxa de migração e o volume das dunas, 
bem como existe uma correlação inversamente proporcional entre a taxa de migração e a pluviometria. 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
10 
 
 Tsoar & Blumberg, (2002) consideram dois fatores que podem aumentar ou diminuir a mobilidade das 
dunas: 
 O grau de “windiness” (percentual anual de dias que experimentam ventos acima da velocidade 
limiar capaz de movimentar a areia). A maioria das dunas será mobilizada com o aumento do 
mesmo e, 
 A vegetação, Associada à precipitação e à evaporação. 
 
Lancaster (1988) desenvolveu um índice de mobilidade de areia expresso pela formula M= W/ (P/Pet), 
o qual se baseia na relação entre o grau de “windiness” (W) e a precipitação efetiva anual (P/PE), onde 
P é média de precipitação anual e PE é o potencial de evapotranspiração . Este autor calculou valores de 
M para a África do Sul tendo verificado que quando M< 50 as dunas são inativas, para valores de M 
entre 50 e 100 apenas as cristas das dunas são ativas. Quando M se situa entre 100 e 200 as dunas maiores 
são ativas, mas as interdunas e as dunas menores são vegetadas e para valores de M > 200 as dunas são 
completamente ativas. Analisando a relação de proporcionalidade desta fórmula compreende-se que o 
índice de mobilidade das dunas é diretamente proporcional ao “windiness”, ou seja, quanto maior o 
percentual de ventos efetivos maior será a mobilidade das dunas. Por outro lado, este mesmo índice é 
inversamente proporcional em relação à precipitação. 
 
Tsoar & Blumberg (2002) observam que a equação de Lancaster (1988) leva a assumir que o aumento 
da chuva aumenta a cobertura vegetal, consequentemente provocando à estabilização das dunas, 
enquanto que, em contrapartida, a diminuição da chuva promoverá a redução da cobertura vegetal, 
proporcionando maior atividade de transporte de areia. Porém de acordo com estes autores, esta 
interpretação só é válida para a vegetação em outros solos, diferente daqueles nas dunas. As areias das 
dunas possuem grande permeabilidade o que promove altas taxas de infiltração, baixa umidade e baixa 
capacidade de campo, ou seja, nas areias das dunas a água infiltra facilmente, assim o maior fluxo de 
chuva com suprimento de água no solo não se torna duradouro e disponível para as plantas. 
Consequentemente, a quantidade de chuva não é o fator decisivo para a estabilização de dunas de areia. 
 
Tsoar (2005) relata que os índices comuns de mobilidade das dunas de areia, que estão relacionados ao 
vento, à quantidade de precipitação e ao potencial de evaporação, não funcionam em muitos campos de 
dunas ao redor do mundo. 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
11 
 
 
Tsoar & Blumberg (2002) citam as dunas do deserto de Negev que segundo a equação de Lancaster 
(1988) deveriam ser livres e sem vegetação, mas nesta área, com média anual de chuva de 100 mm, as 
dunas são completamente estabilizadas pela vegetação e por uma crosta microfítica. 
 
Tsoar (1990) considera a erosão pelo vento o principal factor limitante para o crescimento da vegetação 
em dunas de areia. 
 
Tsoar (2005), analisando o índice de mobilidade das dunas introduzido por Lancaster (1988), afirma 
ainda que fatores como precipitação e evaporação não são significativos em dunas de areia por causa da 
textura da areia, concluindo portanto ser o vento o único fator limitante para a vegetação em dunas de 
areia onde não existir nenhuma pressão humana. 
 
Como salientam Fryberger & Dean (1979), os valores encontrados na equação de DP não são, 
necessariamente proporcionais à deriva real, uma vez que as características locais inerentes à superfície 
do terreno sobre o qual o vento sopra podem afetar significativamente a quantidade de areia efetivamente 
transportada (variações topográficas da superfície, grau de umidade, tamanho do grão, presença de 
vegetação, etc.). Portanto, os valores de potencial de deriva devem ser interpretados como representativos 
do índice da energia de vento disponível na região de estudo, cuja eficiência maior ou menor no transporte 
efetivo de areia vai depender das características locais da superfície sobre a qual o vento sopra 
(Tomazelli, 1993). 
 
Segundo Tsoar & Blumberg (2002), a erosão nas dunas de areia é determinada por três características do 
vento: magnitude do vento acima da velocidade limiar, frequência de vento acima da velocidade limiar, 
variabilidade de direção do vento. 
 
Tsoar (2005) apresenta uma relação entre a energia do vento (DP) e a cobertura vegetal através de uma 
curva histerese como mostra a figura abaixo. Nos valores abaixo de 1000 DP, a vegetação começará a 
recobrir a duna e com valores abaixo de 200 DP a vegetação poderá alcançar o máximo de cobertura, 
ficando as dunas, portanto estabilizadas. 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
12 
 
 
Figura 3: Curva histerese relacionada com mudanças na energia do vento e cobertura vegetal 5 
(Tsoar 2005). 
 
Porém, dunas já fixadas, livres de influência humana, permanecerão estáveis visto que, um aumento do 
poder de vento em dunas vegetadas não produzirá extinção completa da vegetação mesmo quando o DP 
aumentar para valores acima de 1000. 
 
Segundo Tsoar (2003), as micrófitas, as plantas anuais, as vegetações rasteira, os arbustos e as árvores 
formarão um obstáculo tampão entre o vento e a areia, sendo necessários valores bastante elevados tipo 
o encontrado na Antártica (DP> 6000), para remobilizar de novo a areia. 
 
Levin & Bem-dor (2004) consideram que em áreas com uma média anual de chuva > 90 mm e sob 
nenhuma influência humana, o poder do vento e o fator de direcionalidade de vento (RDP/DP) podem 
determinar o potencial de mobilidade das dunas. 
Tsoar & Blumberg (2002) mostram que as ações humanas podem tanto estabilizar quanto desestabilizar 
facilmente as dunas. Fotografias aéreas da primeira metade do século 20 mostram que as dunas de Negev 
(Israel) eram do tipo barcanas ativas e dunas transversais, com alguma iniciação de dunas do tipo seif. 
Na segunda metade do século 20 ocorreu uma mudança significativa no uso da terra, na qual o impacto 
humano foi reduzido, viabilizando a recuperação da vegetação natural e, consequentemente, estas dunas 
mudaram para formas parabólicas. 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
13 
 
 
Lancaster & Helm (2000), comparando o conjunto de dados calculados a partir do índice de mobilidade 
dunar de Lancaster (1988) com taxas de transporte de areia medidas em campo utilizando armadilhas de 
sedimento, de acordo com a metodologia de Tigges et al. (1999), em três estações no sudeste dos Estados 
Unidos,mostraram que este índice representa uma boa estimativa do nível de transporte de areia em 
período de décadas, sendo, porém menos confiável para estimar mudanças no transporte de areias anuais 
ou em intervalos menores devido ao efeito demorado de mudanças na precipitação e no crescimento 
vegetal. 
 
Tomazelli (1993) concluiu, através de monitoramento, que a variação pluviométrica sazonal afeta a taxa 
de migração das dunas visto que, durante os meses de Outono/Inverno (Março a Agosto), a duna 
monitorada avançou pouco, mantendo-se praticamente estabilizada ou até mesmo apresentando uma 
pequena migração no sentido inverso. De Setembro em diante, foram alcançadas as mais elevadas taxas 
de migração, com o mês de novembro apresentando as taxas médias mais altas (4,22m/mês). 
 
Carvalho (2003) consideram que, para dunas barcanas, os elementos que exercem maior influência sobre 
sua taxa de migração são o regime de ventos local, o suprimento de sedimentos, a topografia e a presença 
de vegetação, mas o tamanho, e especialmente a altura da face de deslizamento. 
 
Castro (2004), monitorando as dunas sobre o promontório de Paracuru, no Ceará, observou que o 
processo de migração das dunas é inversamente proporcional à altura e ao tamanho da mesma, ou seja, 
quanto maior a altura e o tamanho, menor a velocidade de migração. 
 
Considerando que os fatores climáticos estão fortemente ligados à mobilização das dunas, Maia et al 
(2005) relatam que, pelo fato da mobilidade das dunas responder aos regimes de vento e chuva, os 
períodos de “El Niño” no nordeste brasileiro resultaram em um aumento na mobilização maior que o 
normal, enquanto em períodos de La Niñaa resposta foi inversa. 
 
Lancaster (1992) verificou que mudanças somente no suprimento de areia não resultaram em 
estabilização de dunas. Muitas áreas de dunas nos Estados Unidos (e em qualquer lugar) que não têm um 
renovado suprimento de areia ainda são ativas. Portanto, o término ou a restrição ao suprimento externo 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
14 
 
de areia sem estabilização (e consequentemente mudanças climáticas) pode resultar no retrabalhamento 
ou canibalização de depósitos existentes. 
Dessa forma, o processo de estabilização poderá ocorrer pela ação de factores como mudançasclimáticas 
e desenvolvimento e manutenção da vegetação, enquanto a desestabilização relaciona-se com a perda da 
vegetação, que poderá ocorrer por fatores naturais ou antrópicos, ou seja, as dunas costeiras são sensíveis 
a mudanças naturais ou humanas sendo que a intensidade e a integração dessas mudanças terão como 
resposta a mobilização ou estabilização das dunas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
15 
 
Capitulo III 
3. Metodologia 
3.1. Area de estudo 
A praia de barra localiza-se no Sul de Moçambique, na província de Inhambne, a 23 km do centro da 
cidade de Inhambane (www.google.com). De acordo com a observação feita no campo, a praia de Barra 
apresenta uma cadeia dunar de dunas altamente estáveis e com uma extensa vegetação, que alberga 
construções de lazer para o turismo em direção ao continente. A praia de Barra apresenta também dunas 
transgressivas nas proximidades do mar, algumas semi-vegetadas e outras sem vegetação. 
Nota-se ao longo da praia desenvolvimento de novas dunas nas proximidades da linha de costa. 
 
 
Figura 4: Mapa da area de estudo. 
 
3.2.Colecta de dados 
Inicialmente foram colhidas amostras de sedimentos na praia da Barra, província de Inhambane para 
análise granulométrica. As taxas de transporte de sedimentos eólicos foram obtidas através da análise de 
registros de velocidade e direção do vento entre 1989 e 2018, dados de precipitação pluviométrica entre 
1989 e 2018, e temperatura atmosférica de 1989 a 2018, 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
16 
 
A análise do regime de ventos foi realizada através de registos históricos entre 1989-2018 na estacão 
meteorológica da cidade de Inhambane e a partir de dados da NOAA. 
 
3.3.Identificação das dunas presentes na praia de barra a partir de imagem de satélite 
Para identificação das dunas presentes na praia de barra a partir de imagem se satélite foi feita a partir do 
Modelo Digital de Elevação (MDE) disponível no site de Earth Explorer, a imagem foi levada ao Arc10.5 
GiS, onde foram traçadas 3 linhas perpendiculares a partir da linha de costa em direção ao continente 
para obtenção dos perfis de altimetria. 
 
3.4.Trabalho de campo 
Foram coletadas amostras de sedimentos nas dunas, posteriormente empacotadas e encaminhada ao 
laboratório de engenharia Civil do Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias para analise 
granulométrica. 
A analise granulométrica por forma a obter a média foi determinada segundo a equação de Folk e Ward 
(1957) 
 
𝑀𝑧 =
φ84 + φ50 + φ16
3
 [Equação 1] 
Onde:Mz – media 
φ84, φ50, φ16 são percentis ( usados no cálculo de parâmetros estatísticos) 
 
Por forma a obter a mediana foi determinada segundo a equação de Trask (1930) 
 𝑀𝑑 = φ50 [ Equação 2] 
Onde: Md- mediana 
 φ50 - percentil (usado no (cálculo de parâmetros estatísticos) 
 
3.5.Análise do regime de ventos a partir de registros históricos 
Sabendo que fatores climáticos tem grande influência na dinâmica das dunas, usou se dados de regime e 
direção do Vento, precipitação pluviométrica e temperatura atmosférica num intervalo de 30 anos, 
fornecidos pelo INAM na estação meteorológica da cidade de Inhambane, e usou-se dados de vento do 
NOAA de 30 anos. 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
17 
 
Os dados foram processados na planilha do Microsoft Excel 2013, onde analisou-se a temperatura média 
mensal, a média mensal da precipitação, a direção predominante do vento e a velocidade média durante 
os 30 anos. 
 
3.6.Determinação do potencial da taxa de transporte de areia 
Com base no registo histórico de dados da velocidade e direções do vento, selecionou-se ás velocidades 
superiores a 6,0 m/s, limite mínimo (Tsoar, 2005). Esse limite permite o início do transporte de areia 
eólica solta que pode formar feições geomorfológicas incluindo dunas transgressivas. 
Selecionando essas velocidades superiores a 6m/s determinou-se a taxa de transporte de areia conforme 
o modelo proposto por Lettau e Lettau (1978). 
𝑄 = 𝐶𝑏√
𝑑
𝐷 
𝜌
𝑔
 (𝑤 − 𝑊𝑟𝑒𝑓)𝑤
2 [Equação 3] 
 
Onde Cb é constante Lettau e Lettau (Cb = 6,7; Lettau e Lettau, 1978); 
d indica o tamanho mediano do grão do sistema de dunas estudado (0.1); 
D é um tamanho de grão de referência (0,25 mm); 
q é a densidade do ar (1,22 kg/m); 
 g é a aceleração de gravidade (9,81 m/s2); 
W é a velocidade de vento registrada no NOAA 
Wref- indica a velocidade limiar de fricção (6m/s) 
 
3.7.Determinação do potencial de deriva sedimentar 
O potencial de deriva (DP) foi determinado através da aplicação da equação proposta por 
Fryberger’s (1979): 
 
𝐷𝑃 = 𝑊2(W − Wref)t [Equação 4] 
 
Onde W é a velocidade superior a 6,0 m/s; 
Wref = 6,0 m/s e 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
18 
 
 t é o incremento de tempo em relação às medidas anuais de registro de dados de vento em 
percentagem. 
 
Fryberger’s (1979) classificou energia dos ventos de superfície baseando-se no potencial de deriva 
resultante como apresentado na tabela 1 
Tabela 1:Energia de ventos baseado em valores de deriva potencial resultante de (Fryberger’s,1979) 
Unidades Vectoriais por ano Energia de ventos 
≤ 200 𝑢. 𝑣 Baixa 
Entre 200-399 u.v Intermediaria 
≥ 400 𝑢. 𝑣 Alta 
 
3.8. Determinação do índice de mobilidade da areia 
O índice de mobilidade eólico (M) foi calculado usando a equação de Lancaster (1988): 
𝑀 = 𝑊
𝐸𝑇𝑃
𝑃
 [Equação 5] 
Em que W é a percentagem anual de vento superior a 6,0 m/; 
P será a média anual de precipitação pluviométrica (P) entre 1989 a 2018; 
A média anual de evapotranspiração (ETP) é de 1100 mm (Været et al., 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
19 
 
Capitulo IV 
4. Resultados 
4.1.Identificar as dunas a partir de imagem de satélite. 
 A figura abaixo mostra um perfil altimetrico ,onde encontra-se a extensa planície costeira que vai até 
8000 metros da linha de costa em direção ao continente, em que são encontradas paleodunas interiores, 
cobertas com vegetação, atingindo altura máxima de 70 metros, encontradas a 8000 metros da linha de 
costa ate 
 
 Figura 5 : Perfil altimetrico ponto 1 na praia de barra. 
 
 
A figura 6 representa o perfil altímetrico, onde nota-se que a planície costeira vai até mais de 4000 metros 
em direção ao continente e as paleodunas interiores encontram-se a 5000 metros da linha de costa, 
atingindo alturas de 80 m, revestidas de vegetação. 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
20 
 
 
 
 Figura 6: Perfil altimetrico no ponto 2 na praia de barra. 
 
A figura 3 mostra a presença de dunas, com alturas de 5 metros a 65 metros, as dunas encontradas são 
transgressivas (móveis e fixas), que vão até 3000 metros da linha de costa em direção ao continente. 
 
 
 Figura 7: perfil altímetrico no ponto 3 da praia da Barra. 
 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
21 
 
4.2.Análise do regime de ventos a partir de registros históricos 
A figura abaixo ilustra a direção predominante e a média mensal da velocidade do vento ao longo de 30 
anos na praia de Barra, cidade de Inhambane, onde verificou se velocidades medias de 3,9 m/s a 8 m/s 
nos quadrantes NE, S e SE, O quadrante que apresentou maior velocidade ao longo desses anos, foi de 
NE, e o quadrante com menor velocidade foi o SE. 
Os meses de Junho, Agosto, Setembro outubro e Novembro apresentam maiores velocidades, acima de 
6.1 m/s, sendo o mês de agosto com maior velocidade que foi de 8 m/s, os meses de Janeiro de Janeiro, 
Fevereiro, Março, Julho e Dezembro com velocidades inferiores a 6,1m/s, sendo o mês de fevereiro que 
apresentou velocidade baixa que é de 3.9 m/s. 
 
 
Figura 8: velocidade e direção predominante do vento durante 30 anos. 
 
4.3.Determinação do potencial da taxa de transporte de areia em direções 
A tabela 2 ilustra o potencial da taxa de transporte de areia por quadrante. O quadrante NE apresenta 
maior taxa de transporte de areia, correspondendo a 67,45367 Kg/m/s, e o quadrante S apresentou menor 
potencial de taxa de transporte de sedimento que corresponde a 1.960899 Kg/m/s, os quadrantes que 
apresentam valores nulos ou zero, as suas velocidades medeias são inferiores a 6 m/s 
Tabela 2: Potencial da taxa de transporte de sedimentos por quadrante30 anos. 
 
6.0
7.0 6.8
7.1
8.0
5.2
7.0
5.9 6.1
4.1 3.9
6.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
9.0
ve
lo
ci
d
ad
e 
em
 m
/s
mes e direcao predominante do vento(1989-2018)
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.4.Precipitação média mensal 1989 a 2018 
A figura 7 ilustra a variação da precipitação pluviométrica ao longo de 30 anos na cidade de Inhambane, 
onde os meses de Janeiro, Fevereiro e Março e Dezembro apresentaram valores altos superiores a 100 
mm e o restante dos meses apresentam valores inferiores a 100 mm, sendo o mês de Setembro com o 
pico mínimo de 17.1mm. 
Quadrante Potencial da taxa de transporte 
de areia 
NE … 
NE 25.82211 
NE 19.49411 
NE 29.22167 
NE 67.45367 
S … 
S 25.82211 
S … 
S 1.960899 
SE … 
 
SE … 
SE … 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: gráfico de média mensal de precipitação durante 1989 a 2018 
 
4.5.Temperatura atmosférica na cidade de Inhambane dos anos 1989-2018 
A figura ilustra a variação da temperatura ao longo de 30 anos na cidade, onde os meses de Janeiro, 
Fevereiro, Março e Dezembro apresentam valores Superiores a 25oC, sendo o mês de Janeiro que ao 
longo dos 30 anos apresentou Temperaturas mais altas que são de 27oC, e restante dos meses 
apresentaram Temperaturas inferiores a 25oC, sendo o mês de Julho com Temperaturas mais baixas. 
 
 
Figura 10: Médias mensais da temperatura durante os anos 1989 a 2018 
27.5
26.7 26.9
24.3
22.5
21.7
20.8 21.0
22.3
23.5
25.5
26.9
20.0
21.0
22.0
23.0
24.0
25.0
26.0
27.0
28.0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Te
m
p
er
at
u
ra
 (
0 C
)
Meses (1989-2018)
163.7
148.3
124.6
76.9
37.7
47.8
39.8
20.3 17.1
37.1
79.6
150.5
10.0
30.0
50.0
70.0
90.0
110.0
130.0
150.0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
P
re
ci
p
it
ac
ao
 (
m
m
)
Meses (1989-2018)
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
24 
 
 
4.6.Potencial da taxa de transporte de Areia 
A figura ilustra o potencial de transporte de areia na praia de barra durante 30 anos, onde 2009 apresenta 
maior taxa de transporte sedimentar atingindo 72 kg/m/s, os anos, 2004 e 2012 não houve transporte 
sedimentar, e o valor mínimo de transporte sedimentar deu se no ano 1999, em que o transporte foi de 
2.73 kg/m/s 
 
Figura 11: potencial de taxa de transporte de areia durante 30 anos 
 
4.7.Determinação do potencial de deriva sedimenar 
A tabela ilustra o potencial de deriva sedimentar ao longo de 30 anos na praia de Barra, onde verifica-se 
que os anos com maior potencial são 1994 e 1995, apresentando um potencial de 547 u.v e 573 u.v 
respectivamente e os anos que apresentaram menor potencial de deriva sedimentar foram 2001 e 2005 
apresentando um potencial de 18.98 u.v e 16.59 u.v respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1989 1994 1999 2004 2009 2014 2019
P
o
te
n
ci
al
 d
a 
ta
xa
 d
e 
tr
an
sp
o
rt
e 
d
e 
ar
ei
a
Ano
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
25 
 
Tabela 3: Potencial de deriva –PD de 1989-2018 
Anos Potencial de deriva 
PD (V.U) 
Anos potencial de deriva PD 
(U.V) 
1989 89.32 2004 --- 
1990 30.24 2005 16.59 
1991 126.99 2006 19.38 
1992 52.14 2007 117.65 
1993 66.74 2008 164.76 
1994 547 2009 227.37 
1995 573 2010 81.66 
1996 74.73 2011 … 
1997 547 2012 … 
1998 149.99 2013 … 
1999 34.91 2014 67.69 
2000 … 2015 43.41 
2001 18.98 2016 … 
2002 42.37 2017 146.21 
2003 39.46 2018 30.22 
 
4.8.Índice de mobilidade da areia 
A tabela ilustra o índice anual de mobilidade da areia nas dunas da praia de barra, durante anos 1989 a 
2018 onde o maior índice de mobilidade deu-se no ano de 2002 em que atingiu 169.89, e o ano que houve 
menor índice de mobilidade foi no ano 2000 que foi de 63. OS anos de 2004 e 2012 não houve mobilidade 
de areia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
26 
 
Tabela 4: índice anual de mobilidade de areia de 1989 a 2018 
Ano Índice de mobilidade da areia 
(M) 
Ano Indice de Mobilidade de areia 
(M) 
1989 105.11 2004 … 
1990 165.37 2005 127.31 
1991 108.24 2006 83.47 
1992 127.01 2007 83.60 
1993 89.98 2008 80.53 
1994 88.96 2009 106.86 
1995 116.96 2010 99.49 
1996 106.61 2011 114.09 
1997 104.57 2012 … 
1998 82.90 201390.96 
1999 65.96 2014 106.63 
2000 63.01 2015 98.26 
2001 68.83 2016 118.85 
2002 169.89 2017 90.39 
2003 73.38 2018 101.84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
27 
 
Capitulo V 
5. Discussão 
 Os resultados obtidos mostram que os meses de Junho, Agosto, Setembro, Outubro e Novembro e as 
direções NE e S (figura 8) apresentaram velocidades (6.1 m/s a 8 m/s) capazes de transportar sedimentos 
e mover as dunas que de acordo com (Miguel & Castro 2018) esses valores indicam um potencial favorável 
para o transporte de sedimentos sobre as dunas. 
 
Os meses de Janeiro, Fevereiro, Março, Junho e Dezembro as velocidades variam de 3.9 a 6, o que torna 
impossível o transporte de sedimentos, que de acordo com (Tsoar 2005) seria necessário uma velocidade 
superior a 6m/s para que haja transporte. 
 
Durante os 30 anos, verificou-se que 2009 foi o ano com maior taxa de transporte sedimentar (72.6), o 
que remete a afirmar, que 2009 foi um ano em que a velocidade do vento apresentou uma média 
extremamente alta (8.1) em relação aos outros anos (tabela de potencial da taxa de transporte em anexo). 
 
O principal factor que promove o transporte eólico de Sedimentos na Praia de Barra são os ventos de 
direção NE. Essa direção é responsável pelo desenvolvimento das feições geomorfológicas encontradas 
na praia de Barra, divergindo com o estudo feito por Miguel & Castro, (2017) na praia de Bilene, onde a 
direção que promove o transporte eólico é SE, o que faz compreender que apesar de ser mesma região 
(zona sul), os ventos apresentam regimes e intensidades diferentes no que concerne o desenvolvimento 
das feições eólicas. 
 
Durante os anos 1989 a 2018, o potencial de deriva sedimentar-PD de acordo com a (tabela 3) variou de 
16.59 a 573, que segundo classificação de de Fryberger’s, (1979), está-se perante um sistema eólico 
intermediário, essa escala indica que o vento é um forte factor de progressão das dunas transgressivas 
para o continente (Miguel & Castro, 2017). 
 
A taxa de potencial de transporte eólico e o Potencial de Deriva PD são exclusivamente controladas pela 
velocidade do vento, enquanto que o índice de mobilidade é controlado pela velocidade do vento e 
precipitação que determina o grau de resistência do grão de sedimentos ao transporte eólico devido a 
compactação e vegetação. 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
28 
 
 
Segundo Miguel & Castro 2017 maiores valores da precipitação tendem em diminuir o índice de 
mobilidade. No presente trabalho, a influência da precipitação no índice de mobilidade pode ser 
observada nos anos de 2000 (63.01), e 2001 (68.83) [tabela 4] onde o índice de mobilidade foi baixo, em 
contrapartida, a anomalia da precipitação média anual nos dois anos (figura 12) apresentam valores 
elevados de precipitação. No ano 2002 (tabela 4), o índice de mobilidade foi muito alto (169.89), em 
virtude desse valor, a precipitação apresentou valores baixos (figura 12). 
Em 2003,a velocidade do vento foi maior que 7 (tabela de taxa de transporte de sedimentos em anexo), 
velocidade considerável para o transporte de sedimentos, mas como a precipitação foi maior nesse 
ano(figura 12), o índice de mobilidade foi baixo (tabela 4). 
Assim podendo-se afirmar que a precipitação é um factor determinante no índice de mobilidade, onde há 
maior precipitação, os sedimentos tornam-se compactos, e há desenvolvimento de vegetação sobre as 
dunas, criando resistência no transporte pelo vento, e dificultando dessa forma a mobilidade dos próprios 
sedimentos. 
De acordo com a classificação de Lancaster (1988), os valores encontrados no índice de mobilidade 
induzem a afirmar que na praia de Barra se está perante dunas em que somente as suas cristas são activas, 
encontram se também dunas activas, interdunas e dunas menores que são vegetadas. 
 
 
 
Figura 12: Anomalia da precipitação média anual na cidade de Inhambane durante 1989 a 2018. 
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
60
1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
29 
 
Capitulo VI 
6. Conclusão 
De acordo com os objetivos traçados no estudo da Dinâmica Eólica Sedimentar nas dunas da praia de 
Barra, cidade de Inhambane conclui-se que: 
 OS meses que apresentam um potencial de transporte de sedimentos ao longo de 30 anos são 
Junho, Agosto, Setembro, Outubro e Novembro. 
 O ano de 2009 foi o ano que apresentou maior transporte de sedimentos; 
 Os ventos que promovem mais o transporte eólico de sedimentos na praia de barra são os ventos 
da direção NE; 
 A praia de Barra apresenta Potencial de Deriva-PD intermediário e baixo. 
 O potencial de transporto eólico de sedimentos e o potencial de deriva são exclusivamente 
controlados pela velocidade do vento. 
 Dos valores encontrados, as dunas transgressivas tendem a progredir ou mover-se em direção ao 
continente 
 A precipitação tem um papel determinante no índice de mobilidade de areia. 
 Os valores encontrados no índice de mobilidade de areia na praia de Barra cidade de Inhambane 
remete a afirmar que haja predominância de dunas com cristas activas, as dunas maiores são 
activas e as interdunas e as dunas menores são vegetadas. 
 
6.1.Recomendações 
Recomenda-se que nos proximos trabalhos, a comunidade academica possa 
 Fazer o Monitoramento de dunas utilizando sistema de mapeamento 
 Estudar a dinâmica eólica sedimentar monitorando o transporte de sedimentos diretamente no 
campo num intervalo de um ano no mínimo. 
 Simular a movimentação das dunas através de alguns programas de modelação a 3D 
 
 
 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
30 
 
7. Referências bibliográficas 
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 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
33 
 
 
8. Anexo 
8.1.Potencial da taxa de transporte, tanho do grao de sedimento 
Ano Cb d D(mm) 
q 
(kg/m) 
g 
(m/s2) W W2 Wref 
Potencial da 
taxa de 
transporte de 
areia 
1989 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.88 47.3344 6 21.95104349 
1990 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.62 43.8244 6 14.31869011 
1991 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.04 49.5616 6 27.16278395 
1992 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.75 45.5625 6 18.00795641 
1993 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.47 41.8609 6 10.36816836 
1994 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.81 60.9961 6 58.18034126 
1995 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.78 45.9684 6 18.89511816 
1996 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.65 44.2225 6 15.1478944 
1997 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.85 46.9225 6 21.01820823 
1998 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.89 47.4721 6 22.26507037 
1999 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.14 37.6996 6 2.781380462 
2000 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.5 56.25 6 44.4640899 
2001 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.09 50.2681 6 28.8745078 
2002 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.6 43.56 6 13.77319649 
2003 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.1 50.41 6 29.22166814 
2004 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 0 6 0 
2005 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.73 45.2929 6 17.42403 
2006 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.43 41.3449 6 9.368844334 
2007 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.13 50.8369 6 30.27283716 
2008 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.24 52.4176 6 34.25267069 
2009 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 8.1 65.61 6 72.60808024 
2010 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.75 45.5625 6 18.00795641 
2011 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.53 42.6409 6 11.90961861 
2012 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 0 6 0 
2013 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.6 43.56 6 13.77319649 
2014 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.61 43.6921 6 14.04521448 
2015 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.64 44.0896 6 14.87002691 
2016 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.02 49.2804 6 26.48927169 
2017 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 7.64 58.3696 6 50.44593627 
2018 6.7 0.1 0.25 1.22 9.81 6.55 42.9025 6 12.43486032 
 
 
 Dinâmica sedimentar eolica das dunas da praia de Barra vilanculo 2019 
 
34 
 
 
8.2.Média anual de precipitação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ano medias anuais 
1989 72.0 
1990 44.0 
1991 71.5 
1992 58.5 
1993 79.1 
1994 96.6 
1995 63.8 
1996 68.6 
1997 72.1 
1998 91.4 
1999 102.4 
2000 130.9 
2001 113.3 
2002 42.7 
2003 106.4 
2004 75.9 
2005 58.2 
2006 84.7 
2007 93.8 
2008 83.4 
2009 83.4 
2010 74.6 
2011 63.0 
2012 62.1 
2013 79.8 
2014 68.2 
2015 74.3 
2016 65.0 
2017 93.0 
2018 70.8

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