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Tolerância imunológica e autoimunidade Profa. Dra. Giuliana Zardeto Sabec Tolerância imunológica O que é tolerância imunológica ??? O que é autotolerância? Define-se como a não responsividade a um antígeno próprio ou não próprio, conseguida por meio da exposição prévia ao mesmo. Ocorre quando o sistema imune esta funcionando normalmente Propriedade do sistema imune através da qual os indivíduos normalmente não respondem aos seus próprios antígenos Tolerância Imunológica Tolerância imunológica contra antígenos não próprios • Alguns microorganismos conseguem inibir a resposta imunológica pela indução da tolerância. (mecanismo inconclusivo) EX: Infecções crônicas Tolerância Imunológica Autotolerância “Indivíduos normais são tolerantes aos seus antígenos (antígenos próprios) porque os linfócitos que reconhecem antígenos próprios são destruídos ou inativados, ou mudam sua especificidade.” Falha na autotolerância Autoimunidade Doenças autoimunes Tolerância Imunológica A tolerância imunológica é resultante do reconhecimento do antígeno por linfócitos específicos Linfócitos T e B Induzida por antígenos proteicos Autotolerância dos linfócitos Linfócitos T CD4+ Linfócitos T CD8+ mecanismos desconhecidos • TOLERÂNCIA CENTRAL • Induzida em Ly IMATUROS nos órgãos linfóides 1º • TOLERÂNCIA PERIFÉRICA • Induzida em Ly MADUROS nos órgãos linfóides 2º Tolerância dos linfócitos T 1º 2º Tolerância dos linfócitos T central e periférica Central Periférica POSSUEM MECANISMOS QUE PREVINEM AS RESPOSTAS À ANTÍGENOS PRÓPRIOS Tolerância central dos linfócitos T Nos órgãos linfóides centrais (medula e timo) as células apresentadoras de antígeno (APC) apresentam os antígenos próprios (autoantígenos) aos linfócitos imaturos Autoantígenos amplamente disseminados nas células Ly B Ly T Tolerância central dos linfócitosT Proteínas próprias são processadas e apresentadas aos LyTCD4+ IMATUROS pelo MHC-II das células Tolerância central da célula T A proteína AIRE é parte de um complexo que regula a expressão de antígenos restritos a tecidos periféricos (TRAs, do inglês tissue-restricted antigens) nas células epiteliais da medula do timo (MTEC). Glândula suprarrenal (síndrome APS-1) ou o pâncreas (DM-1) Usaram o sistema CRISPR/Cas9 – uma ferramenta de edição do DNA – para manipular o gene Aire e, torná- lo mutante e afuncional. Células mTEC Aire mutantes se mostraram menos capazes de aderir aos timócitos quando comparadas com as células normais, chamadas Aire selvagens. processo essencial para eliminação das células autoagressivas e prevenção das doenças autoimunes http://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2018.00964/full. http://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2018.00964/full http://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2018.00964/full http://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2018.00964/full http://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2018.00964/full Tolerância periférica dos linfócitos T É induzida quando os LyT MADUROS reconhecem uma maior quantidade de antígenos próprios nos tecidos periféricos Proteínas próprias (Ag T-dependente) são processadas e apresentadas aos Ly-T CD4+ MADUROS pelo MHC-II das APC Tolerância periférica dos linfócitos T - ausência processo inflamatório - ausência de co-estimuladores (citocinas e imunidade inata) Ausência 2º sinal células autorreativas não morrem mas tornam-se não responsivas Anergia ANERGIA • Se a célula T reconhecer um Ag próprio sem co-estimulação ela se torna não responsiva ao Ag, • Graças a um bloqueio na sinalização do complexo TCR. • Ou ao envolvimento de receptores inibitórios. Ausência de B7 Interação com CTLA-4 B7 Tolerância periférica dos linfócitos T Tolerância periférica dos linfócitos T Função: suprimir resposta imunológica e manter a autotolerância T reg Citocinas imunossupressoras IL-10 Inibe IL-12 das APCs inibe IFN-ɣ inibe a expressão de MHC-II Não ocorre a ativação de LyT TGF-β Inibe a proliferação e função de Ly T e macrófagos Supressão dos Ly-T autorreativos por Ly-T REGULADORES pré-formados Supressão Supressão Células T regulatórias • São geradas pelo reconhecimento de auto-Ag no timo e nos órgãos linfóides periféricos; • Desenvolvimento e sobrevida dessas células dependem de IL2 e FOxP3; • Nos tecidos periféricos, as células T reg suprimem a ativação e inibem as função efetoras de outros linfócitos autorreativos IL-2 citocinas Tolerância periférica dos linfócitos T Tolerância periférica dos linfócitos T Ly-T reconhecem auto-Ag com afinidade ou que são estimulados repetidamente Deleção (apoptose) Tolerância central dos linfócitos Ly-B - central Necessária para manter a não responsividade a Ag T-independentes (lipídios e polissacarídeos) mudança cadeia leve editando os sítios de ligação Ly-B - periférica Ao reconhecer auto- Ag Tolerância central dos linfócitos AUTOIMUNIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES Autoimunidade Doença autoimune: Doenças inflamatórias crônicas causada pela falha da autotolerância, promovem a destruição progressiva dos tecidos 1-2% dos indivíduos sofrem de doenças autoimunes; Heterogêneas e multifatoriais; Podem ser causadas por Ac ou células auto reativas; Fatores que contribuem para o desenvolvimento da autoimunidade Anormalidades imunológicas que afetam linfócitos e APCs Fatores ambientais infecções microbianas e virais, fatores químicos e físicos Radiação Uv, drogas Fatores genéticos que predispõem para a autoimunidade, Genes MHC Fatores hormonais, Injúria tecidual Nature Immunology 2, 777 - 780 (2001) Diferenças entre os gêneros Fatores Hormonais Sexo feminino são muito mais propensas a desenvolver doenças autoimunes. Mecanismos postulados Como a tolerância falha? De que forma ou linfócitos autorreativos são ativados? Autoimunidade e infecções # Vírus da Leucemia da célula T Humana (HTLV-1) desencadeia a Síndrome de Sjogren # Vírus Epstein-Barr (EBV) artrite reumatóide # Streptococcus pyogenes Febre Reumática # Rubéola e Sarampo Diabetes tipo I Resulta de uma falha dos mecanismos de autotolerância em células B e T Autoimunidade Defeito na deleção ou edição de receptores Ly-B durante maturação Defeito no números e funções de Ly-T reguladores Função inadequada de receptores inibitórios Apoptose defeituosa de Ly autorreativos maduros Autoimunidade Mediadas por anticorpos Imunocomplexos formados Anticorpos reconhecem autoantígenos – células ou tecidos Em ambos os casos, os mecanismos efetores similares levam ao dano tecidual nos locais de deposição dos anticorpos. Autoimunidade Mediadas por anticorpos Imunocomplexos formados Produzidos em grandes quantidades e não eliminados Deposito nas paredes dos vasos, articulações e glomérulos Ex: Lúpus Eritematoso Sistêmico deposição de imunocomplexos DNA ou nucleoproteínas + Acs específicos para estes componentes (glomerulonefrite, artrite, etc.). Autoimunidade Mediadas por anticorpos Anticorpos reconhecem autoantígenos – células ou tecidos Então, se sabe que: Acs são depositados como imune complexos que são formados na circulação (A) ou pela ligação de Acs específicos aos tecidos (B). Em ambos os casos, os mecanismos efetores similares levam ao dano tecidual nos locais de deposição dos anticorpos. Autoimunidade Mediadas por anticorpos Anticorpos reconhecem autoantígenos – célulasou tecidos Mecanismo imunopatológico Opsonização Direta por anticorpos Proteínas do Sistema complemento Anemia hemolítica autoimune hemácias Púrpura trombocitopênica autoimune plaquetas Fagocitose Mecanismo imunopatológico Inflamação Deposição de anticorpos Ou proteínas do complemento Glomerulonefrite Recrutamento e ativação de macrófagos e neutrófilos Enzimas lisossomais e EROS Lesão do tecido Ligação dos anticorpos a receptores celulares Interferem estimulando esses receptores Mesmo na ausência do hormônio Causam a doença Ausência da inflamação ou dano tecidual Doença de Graves Hipertireoidismo Miastenía grave Mecanismo imunopatológico Autoimunidade Mediadas por linfócitos Causam lesão tecidual Linfócitos T autorreativos Reação cruzada (Ac contra Ag estranhos) Doenças autoimunes Órgão específica Doença de Graves Miastenia grave Tireoidite de Hashimoto Diabetes mellitus I Lúpus eritematoso sistêmico Artrite reumatóide Síndrome provocada por lesão tissular ou alteração funcional desencadeadas por uma resposta autoimune. São crônicas e progressivas. Sistêmica Autoimunidade Doenças autoimunes Autoimunidade Referências ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e molecular. Elsevier Brasil, 2008.
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