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MAD 2 – 22/02/2021 Tolerância Imunológica INTRODUÇÃO ➱ Uma das propriedades do sistema imune normal é que ele pode reagir com uma enorme variedade de microrganismos, mas não reage contra os ANTÍGENOS PRÓPRIOS (autoantígenos ou tolerógenos; medicamentos que não pode reagir) do indivíduo ➱ A falta de resposta para autoantígenos é chamada de TOLERÂNCIA IMMUNOLÓGICA. ➱Existem mecanismos que IMPEDEM as RESPOSTAS IMUNES ao AUTOANTÍGENOS: capacidade de discriminar entre os antígenos PRÓPRIOS e NÃO PRÓPRIOS (geralmente microbianos). ➱Se esses mecanismos FALHAM, o sistema imune pode ATACAR as células e os tecidos do próprio indivíduo. (perdas de tolerância) ➱Tais reações são chamadas de AUTOIMUNIDADE, e as doenças que elas causam são chamadas de doenças autoimunes MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS - Os linfócitos devem aprender desde cedo, através do conhecimento por RECEPTORES (TCR e BCR) a DISTINGUIR o PRÓPRIO do NÃO PRÓPRIO. → ESPECIFICIDADE associado a MEMÓRIA, associado a IMUIDADE ADAPTATIVA. - Principais células: LINFÓCITOS T CD4 e CD8 - São produzidos: no organismo na MEDULA OSSEA (células precursoras que sofrem diferenciação – um precursor comum, sofre ativação de gene) →LINFÓCITO B: principal receptor é o BCR →LINFÓCITO T: principal receptor é o TCR ou CD3 →LINFÓCITO T AUXILIAR: principal receptor TCD4 →LINFÓCITO T CITOTÓXICO: principal receptor TCD8 - Logo maturam locais diferentes e são educados em nos órgãos primários. Após se maturarem, migram para os órgãos linfoides secundários, linfócitos já maduros e treinados, são ativados para fazer seu papel; linfócito B com função de produzir anticorpos, linfócito T CD8 citotoxicidade. MECANISMOS ➱ Linfócitos podem ser ATIVADOS para proliferar e se diferenciar em CÉLULAS EFETORAS e de MEMÓRIA. ➱ Os linfócitos podem ser FUNCIONALMENTE NÃO RESPONSÍVOS (ANÉRGENOS - ou seja, respondem fraco) ou mortos, resultando em TOLERÂNCIA. ➱ Em algumas situações, os linfócitos específicos para o antígeno podem não reagir de forma alguma; este fenômeno tem sido chamado de IGNORÂNCIA IMUNOLÓGICA. →É determinado pela QUANTIDADE que a célula dendrítica apresenta ANTÍGENOS. - Logo em um bebê, ocorre um reconhecimento fraco pois apresenta toda hora antígeno. Ao entrar em contato com um novo antígeno, não comum, ele reconhece de forma forte – os linfócitos não devem tolerar e sim reagir. LINFÓCITOS T EFETORES LINFÓCITOS T REGULADORES; que são TOLERÓGENOS INDUZIDA EM: ➱TOLERÂNCIA CENTRAL: Induzida quando os LINFÓCITOS em desenvolvimento (Imaturos) encontram estes antígenos nos órgãos linfoides geradores - medula óssea e timo. - Os linfócitos passam por uma seleção durante a maturação, nos órgãos primários assim que eles recebem receptores contra patogenos - Os mecanismos de tolerância eliminam ou inativam linfócitos que expressam receptores de alta afinidade para autoantígenos. ➱TOLERÂNCIA PERIFÉRICA: Tolerância imunológica desenvolvida após as células T e B terem amadurecido e se movimentem para a periferia, onde reconhecem os antígenos próprios (órgãos linfoides periféricos: Baço, Linfonodos, Adenoides, Tonsilas, GALT). - Os linfócitos não podem NUNCA reconhecer antígenos próprios, ou seja, a tolerância deve ser DURADOURA, antes, durante e depois da maturação Tolerância Central de Linfócitos T ➱Se no TIMO um linfócito T INTERAFE FORTEMENTE com um ANTÍGENO PRÓPRIO apresentado via MHC este linfócito recebe sinais que o estimulam a APOPTOSE. - Não pode sair do órgão central e ir para a periferia, logo tem que sofrer apoptose. ➱Os principais mecanismos de tolerância central em células T são a morte de células T imaturas e a geração de células T CD4+ reguladoras. ➱Chamado de SELEÇÃO NEGATIVA: a eliminação de linfócitos que interagem fortemente com o antígeno próprio. Podendo ocorrer em 3 situações: - DELEÇÃO CLONAO (apoptose) - Passa por EDIÇÃO de RECEPTORES; para os linfócitos B - SUPRESSÃO: desenvolvimento de TREGS (um tipo de T helper, a partir TCD4+ apenas) Supressão imune pelas células t reguladoras ➱As células T reguladoras desenvolvem-se no timo e agem nos tecidos periféricos com o reconhecimento de autoantígenos e suprimem a ativação dos linfócitos potencialmente prejudiciais específicos para estes autoantígenos. LINFÓCITOS T REGULADORES (TREGS) → Marcador CD4 → Alta expressão CD25 → FoxP3 (Fator de transcrição nuclear – ativa ouros genes, do gene CD25) → Produzem IL-10 e TGF-beta → Agem na resposta imune central e periférica → Mantém a autotolerância imunológica ➱Este processo de diferenciação depende da presença do FATOR de TRANSCRIÇÃO FoxP3. ➱Estas células reguladoras INIBEM a ATIVAÇÃO de células T imaturas por mecanismos DEPENDENTES de CONTATO ou por CITOCINAS SECRETORAS que INIBEM as respostas imunológicas: IL-10 – TGF-beta - As células T reguladoras podem suprimir as respostas imunes por vários mecanismos: ➱Produção de citocinas supressoras: IL-10 e TGF-beta ➱ Redução da coestimulação pelas APCs: ligação do CTLA-4 da célula T reg na molécula B7 das APCs. Tolerância Periférica de Linfócitos T ➱É induzida quando as células T MADURAS reconhecem autoantígenos nos tecidos periféricos. ➱O reconhecimento do antígeno, sem a COESTIMULAÇÃO adequada resulta na anergia ou morte das células T, ou faz com que as células T se tornem sensíveis à supressão pelas células T reguladoras. Regulação de Respostas das Células T por Receptores Inibitórios →O conceito de que respostas imunes são influenciadas por um equilíbrio entre os receptores de ativação (coestimulador) e inibitórios. →Nas células T, os receptores inibitórios mais bem definidos são CTLA-4 e o receptor de ativação – CD28 Tolerância de Linfócitos B ➱Os polissacarídeos próprios, lipídeos e ácidos nucleicos são antígenos independentes da célula T. Estes antígenos devem induzir a tolerância dos linfócitos B para evitar a produção dos autoanticorpos. Podem ser: ➱TOLERÂNCIA CENTRAL DE CÉLULAS B: Quando os linfócitos B IMATUOS INTERAGEM FORTEMENTE com os AUTOANTÍGENOS na MEDULA ÓSSEA, as células B, ou se tornam ANÉRGENOS ou são mortos (SUPRESSÃO). ➱TOLERÂNCIA PERIFÉRICA DE CÉLULAS B:: Os linfócitos B MADUROS que encontram os AUTOANTÍGENOS em TECIDOS LINFÓIDES PERIFÉRICOS tornam-se INCAPAZES de RESPONDER a esse antígeno TOLERÂNCIA AOS MICROORGANISMOS COMENSAIS NOS INTESTINOS E PELE ➱A MICROBIOTA dos seres humanos SAÚDÁVEIS consiste em cerca de 104 bactérias ➱Os LINFÓCITOS MADUROS nesses tecidos são capazes de RECONHECER os ORGANISMOS, mas NÃO REAGEM CONTRA ele ➱ No INTESTINO, vários mecanismos contribuem para a incapacidade do sistema imune saudável para reagir contra a microbiota: ABUNDÂNCIA de células T REGULADRA PRODUTORAS de IL-10: (Inibição de receptores do tipo Toll) TOLERÂNCIA A ANTÍGENOS FETAIS ➱ANTÍGENOS PATERNOS expressos no FETO, que são ESTRANHOS aos da MÃE, têm de ser TOLERADOS pelo sistema imune da mãe grávida. ➱Um mecanismo desta tolerância é a GERAÇÃO de células T REGULADORAS FoxP3+ periféricas específicas para estes antígenos paternos. ➱A PLACENTAÇÃO está fortemente correlacionada com a capacidade de gerar células T reguladoras periféricas estáveis FALHAS NA TOLERÂNCIA ➱Falha na TOLERÂNCIA de células T, gera uma AUTOIMUNIDADE mediada por células e isso pode levar a uma DOENÇA AUTOIMUNE. Autoimunidade INTRODUÇÃO ➱AUTOIMUNIDADE: É uma RESPOSTA IMUNOLÓGICA a ANTÍGENOS PRÓPRIOS. ➱DOENÇA AUTOIMUNE: assemelham-se às RESPOSTAS IMUNES NORMAIS CONTRA PATÓGENOS, só que neste caso o reconhecimento ocorre para ANTÍGENOS PRÓRIOS. - São HETEROGÊNEAS e MULTIFATORIAIS - Podem ser CAUSADAS por ANTICORPOS e/ou CÉLULAS AUTO REATIVAS MECANIMSOS DE AUTOIMUNIDADE 1. Migração de LINFÓCITOS da MATURAÇÃO, que DEVERIAM ser ELIMANDOS na SELEÇÃO NEGATIVA 2. Defeito no MECANISMO de DELEÇÃO CLONAL (ex: falha no apoptose poranormalidades no FAS ou FAS-L) 3. REAÇÃO CRUZADA entre antígenos próprios e microbianos 4. FALHA do linfócito T regulador DOENÇAS ORGÃO ESPECÍFICAS DOENÇAS SISTÊMICAS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA AUTOIMUNIDADE ➱Falha na tolerância a ANTÍGENOS PRÓPRIOS – defeitos em linfócitos T Regulatórios. ➱FATORES GENÉTICOS - HLA ➱INFECÇÕES – mimetismo molecular PAPEL DAS INFECÇÕES NA AUTOIMUNIDADE Algumas doenças autoimunes são precedidas por INFECÇÕES VIRAIS ou BACTERIANAS. ➱INFECÇÕES TECIDUAIS provocam RECRUTAMENTO de LEUCÓCITOS para os TECIDOS (inclusive de linfócitos auto reativos) - A infecção tecidual pode provocar ativação de células T que não são específicas para o micróbio Doenças Auto-imunes Sequelas pós-estreptocócicas ➱FEBRE REUMÁTICA: linhagens reumatogênicas - São REAÇÕES CRUZADAS CONTRA PROTEÍNAS PRÓPRIAS do HOSPEDEIRO - ANTICORPOS são PRODUZIDOS CONTRA a PROTEÍNA M de Streptococcus beta hemolíticos e acabam REAGINDO de forma CRUZADA com proteínas celulares, levando a uma INFLAMAÇÃO (pode ser no Coração, articulações, tecido celular subcutâneo e sistema nervoso central) DIABETES TIPO 1 ➱A DESTRUIÇÃO das CÉLULAS BETA PANCREÁTICAS, determinando DEFICIÊNCIA de INSULINA. - A destruição das células beta é geralmente CAUSADA por PROCESSO AUTOIMUNE, o qual pode ser detectado pela PRESENÇA de AUTOANTICORPOS circulantes no SANGUE PERIFÉRICO (anti-ilhotas). - Fatores GENÉTICOS associados (mais de 13 loci diferentes de susceptibilidade geneticam já foram relados em estudos) -- CASOS CLÍNICO – 1. Mulher de 26 anos de idade vai ao clínico geral com sintomas de fadiga, dor musculoesquelética e erupções cutâneas faciais. No exame, ela se apresenta magra com alterações cutâneas malares. Nenhuma outra anormalidade foi encontrada. O fator antinuclear (FAN – IgG) foi positivo no teste diagnóstico, condição presente em praticamente todos os pacientes com doenças autoimunes sistêmicas. Ureia acima dos valores de referência, indicando lesão renal. → Lúpus Eritematoso Sistêmico 2. Uma menina de 10 anos, das ilhas do Pacífico, apresenta história de 2 dias de febre e dor nas articulações. Um questionamento adicional revela que ela teve faringite há 3 semanas, mas não procurou ajuda médica. A doença atual começou com febre e o joelho direito edemaciado e bastante dolorido. No dia seguinte, o joelho havia melhorado, porém, o cotovelo esquerdo começou a doer e ficou edemaciado. Enquanto a menina aguardava na sala de espera, o joelho esquerdo também começou a doer e a edemaciar → Febre Reumática Imunologia celular e molecular 9ª edição Abul K. Abbas Capítulo 15: Tolerância Imunológica e Autoimunidade
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