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BALANÇO AUTONÔMICO: VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA Izadora Bohier, João V. Faleiros, Lavínya Callegari, Lucas Melo, Raul Bicalho e Taís Loureiro | Orientador: José Geraldo Mill O sistema nervoso autônomo atua comandando as funções fisiológicas de vários sistemas do organismo, como os sistemas respiratório, vasomotor e termorregulador, adaptando-se às necessidades do indivíduo a cada momento. Os componentes desse sistema, simpático e parassimpático (SNAS e SNAP), formulam e modulam suas respostas conjuntamente, configurando um balanço autonômico. Um funcionamento eficaz desse balanço que atua, por exemplo, na variabilidade da frequência cardíaca (VFC), reflete bons índices de saúde. Nesse sentido, a medição dessa variabilidade surge como uma medida simples e não invasiva dos impulsos nervosos autonômicos, sendo uma boa ferramenta na avaliação do balanço autonômico. Essa variabilidade da frequência cardíaca descreve as oscilações no intervalo entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R), assim como oscilações entre frequências cardíacas instantâneas consecutivas. INTRODUÇÃO MENSURAÇÃO DA VFC Os índices de variabilidade da frequência cardíaca são obtidos pela análise dos intervalos entre as ondas R, as quais podem ser captadas por instrumentos como eletrocardiógrafos, conversores analógicos digitais e cardiofrequencímetros, a partir de sensores externos colocados em pontos específicos do corpo. Assim, capta-se os impulsos elétricos do coração e os transmite por um campo eletromagnético ao monitor, sendo compilados em um tacograma. Para análise efetiva da VFC mede-se então cada intervalo R-R normal durante determinado intervalo de tempo e, a partir daí, com base em métodos estatísticos e geométricos, calculam-se os índices tradutores de flutuações na duração dos ciclos cardíacos. FUNÇÕES DO SNA Em p é – Lu cas D eitad o – Lu cas Em p é – Izad o ra D eitad o – Izad o ra Os SNA simpático e parassimpático têm funções diferentes em diferentes momentos. O simpático vai ser acionado sempre que ocorre alguma necessidade de um estado de emergência, possuindo uma sua resposta mais geral que ativa, por exemplo, o estado de alerta. Já o parassimpático vai ser acionado em momentos mais específicos, como digestão e absorção de alimentos, durante o sono, diminuindo a frequência cardíaca e pressão arterial. Existe, então, um balanço, quando existem órgãos com o domínio dos dois sistemas nervosos. No coração, podemos ter um aumento da frequência cardíaca por ativação do simpático ou desativação do parassimpático, o balanço então seria mais importante que a ativação ou desativação isolada dos dois, podendo conseguir estados de balanço em diferentes graus de ativação de um sistema e outro. O simpático age com um aumento da frequência cardíaca, por diminuir o intervalo de tempo entre os pulsos. Já o parassimpático predomina sobre o simpático e age reduzindo a frequência cardíaca ao aumentar o intervalo de tempo entre os batimentos. Porém, a ativação desses sistemas ocorre em velocidades diferentes: o parassimpático atua rapidamente, liberando acetilcolina que abre canais de potássio no nódulo sinusal e o hiperpolariza, diminuindo a frequência; já o simpático atua mais lentamente, pois libera noradrenalina que atua em receptores , ativando uma via de segundos mensageiros que irá causar um influxo de cálcio, aumentando a frequência. Referências: Luiz Carlos Marques VANDERLEI1 , Carlos Marcelo PASTRE1 , Rosângela Akemi HOSHI2 , Tatiana Dias de CARVALHO2 , Moacir Fernandes de GODOY3. Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability /// V.R.F.S. Marães. Frequência cardíaca e sua variabilidade: análises e aplicações DISCUSSÃO E CONCLUSÃO O balanço autonômico atua constantemente sobre o coração e sobre a frequência dos batimentos. Isso se reflete diretamente nos diferentes intervalos RR consecutivos, nos quais a atuação do simpático e parassimpático alteram a duração desses intervalos. Portanto, caso não houvesse modulação, a frequência cardíaca seria constante e os intervalos iguais. Uma alta variabilidade geralmente indica bom prognóstico de saúde, uma boa capacidade de adaptação e modulação, sendo que isso está mais relacionado com o SNAP, pois é este que consegue de forma efetiva produzir a diferença de duração entre intervalos adjacentes, exatamente devido a velocidade de atuação e intensa resposta o nó sinoatrial. Os indivíduos vagotônicos, normalmente, apresentam parâmetros positivos em relação a doenças cardiovasculares e do sistema imune. A variabilidade pequena, por sua vez, significa um controle simpático maior sobre o coração e, assim, uma tendência ao desequilíbrio do balanço. Esse desbalanceamento está relacionado frequentemente a presença de mau funcionamento fisiológico no indivíduo, necessitando de investigações adicionais para diagnóstico. Hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio, insuficiência coronariana e aterosclerose são condições relacionadas a uma VFC diminuída. Em resumo, o estudo da VFC é uma análise promissora e eficiente, que garante de maneira rápida a detecção de problemas associados ao desbalanço do sistema nervoso autônomo.
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