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Ensaio crítico - verdade e política ( Hannah Arendt)

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VERDADE E POLÍTICA
RESUMO
Verdade e Politica é um capítulo da obra Entre o Passado e o Futuro publicada em 1961 pela filósofa alemã Hannah Arendt. ARENDT (2016) traz em seu discurso uma análise da verdade e da política, demonstrando aspectos reflexivos a respeito do conflito existente entre elas, no modo de vida do filósofo e do cidadão. A opinião como instrumento de poder, pode ser utilizada para manipular as pessoas, a verdade fatual pode sofrer alterações através de adulteração de provas não confiáveis, comprometendo assim o significado da verdade. Segundo Arendt (2016, p.182) “O mentiroso é um homem de ação, ao passo que o que fala a verdade, quer ele diga a verdade fatual ou racional, notoriamente não o é”. A mentira, vista como um instrumento político é incômoda, uma vez que ela pode ser utilizada no sentido de agir negando um fato que aconteceu da mesma forma que pode criar pseudofatos. O conceito metafórico final de verdade “ela é o solo sobre o qual não colocamos o pé e o céu que se estende acima de nós” (ARENDT, 2016, p.191). Trabalhado muito no capitulo escrito pela autora, desperta no leitor a vontade de fazer parte do movimento do cidadão que vai transformar o mundo, que não quer se deixar enfraquecer na sociedade, mas sim que quer ser agente de mudança, pois não deixará que os políticos minem o seu solo da verdade e nem desestabilize sua força de lutar por seus direitos, dignidade e cidadania que são Direitos Fundamentais da Pessoa Humana.
 
Palavras-chave: Verdade. Opinião. Mentira. 
1 INTRODUÇÃO
Se alguém pedisse para você conceituar onde você não coloca os pés e o que se estende acima de você, o que você responderia? Poderia dizer que o pensamento é seu, e, portanto você é livre para formar a sua opinião. Poderia dizer talvez, que a informação que você vai dar poderá ser construída em fatos e argumentos reais ou não. Ou quem sabe você poderia consultar alguém para compartilhar com você desta ideia, quem sabe as mídias sociais, uma pessoa de sua confiança ou alguém que você admira? Mas, porque será que alguém teria interesse em conceituar isso?
Baseado nesses questionamentos será realizada uma discussão do capitulo Verdade e Política da obra Entre o Passado e o Futuro da autora Hannah Arendt escrito originalmente em 1961.
Para melhor organização foi escolhido como tese o conflito existente entre a verdade e a opinião traçando o desenvolvimento de como elas se constroem e o paralelo de sua rival que é o contrario daquilo que se diz e daquilo que se pensa ou é, no caso a mentira.
Não menos importante, e diria até com uma carga de poder, relata-se a influencia dos meios de comunicação, das mídias sociais na formação de opinião e porque não dizer de sua veracidade ou não, ainda muito questionada nos dias atuais.
E por fim, nas considerações finais será realizado o fechamento das questões trazidas por Hannah Arendt e também a resposta da pergunta realizada no início desta introdução.
2 VERDADE E POLÍTICA
A busca da verdade no âmbito político é tão presente nos dias atuais, e quando esse tema é analisado na perspectiva de Hannah Arendt, filósofa politica alemã do século XX, encontra-se justamente que verdade e política não se dão muito bem uma com a outra.
ARENDT (2016) traz em seu discurso uma análise da verdade e da política, demonstrando aspectos reflexivos a respeito do conflito existente entre elas, no modo de vida do filósofo e do cidadão, dois modos de vidas diretamente opostos. Para os filósofos a verdade acerca das coisas é eterna e podiam estabilizar os assuntos humanos, já para o cidadão as opiniões são flexíveis e de fluxo constante. Sendo assim, o contrário da verdade era a opinião, conferindo ao conflito a sua aflição política, uma vez que é a opinião, e não a verdade, um dos pré-requisitos indispensáveis a todo poder. 
Importante ressaltar que a opinião como instrumento de poder, pode ser utilizada para manipular as pessoas, isto pode ser observado atualmente nos discursos demagógicos dos políticos em campanhas eleitorais no Brasil e no mundo.
A verdade fatual se relaciona a muitas pessoas, situações, acontecimentos, depende de comprovação e é estabelecida por testemunhas, é política por natureza, nesse caso, fatos e opiniões, pertencem ao mesmo campo. 
Fatos informam opiniões, e as opiniões, inspiradas por diferentes interesses e paixões, podem diferir amplamente e ainda serem legítimas no que respeita à sua verdade fatual. A liberdade de opinião é uma farsa, a não ser que a informação fatual seja garantida e que os próprios fatos não sejam questionados. Em outras palavras, a verdade fatual informa o pensamento político, exatamente como a verdade racional informa a especulação filosófica (ARENDT, 2016, p. 174).
Diante disso, entende-se que a verdade fatual pode sofrer alterações através de adulteração de provas não confiáveis, estando sujeito desse modo à falsificação, comprometendo assim o significado da verdade, segundo esse conceito.
No entanto, vale ressaltar que quem escuta, também pode ir à busca da verdade, pode procurar provas, contestar fatos, discutir acontecimentos e não simplesmente aceitar o que lhe é contado, desta forma formar a sua própria opinião.
E é dessa maneira que a mentira, entra no contexto, como o argumento a ser discutido, uma vez que ela é o apagamento da linha divisória entre a verdade fatual e a opinião, sendo uma forma de ação.
 Segundo Arendt (2016, p.182) “O mentiroso é um homem de ação, ao passo que o que fala a verdade, quer ele diga a verdade fatual ou racional, notoriamente não o é”.
A mentira, vista como um instrumento político é incômoda, uma vez que ela pode ser utilizada no sentido de agir negando um fato que aconteceu da mesma forma que pode criar um pseudofatos. 
A partir deste discurso, é problematizada a questão da mentira ser aceita como verdade e a verdade ser difamada como mentira, o que pode causar a instabilidade e a perda da integridade, caso não seja percebida. 
Os meios de comunicação, principalmente as propagandas em rádios, televisão, mídias sociais acontecem em número e velocidades expressivos e, portanto, capazes de influenciar e modificar comportamentos em tempo muito curto, sem muitas vezes permitir que as pessoas sejam criticas em suas avaliações e condutas.
Nesse contexto, o que vemos é a informação jornalística sendo transmitida, baseada em pontos de vistas diversos, pautados com bases subjetivas, muitas vezes, por não ter o rigor e nem métodos científicos de desvendar a verdade como faziam os historiadores, pois geralmente tratam da verdade fatual. E essa, pode ser influenciada pelos meios de comunicação aos quais está vinculada, aos interesses políticos e econômicos dependendo de seus patrocinadores, editores, núcleo jornalístico, enfim, é uma linha muito tênue e muito crítica, de onde poderá ser formada a opinião pública, e essa sim, poderá como Hannah ARENDT (2016) afirma, apagar a linha divisória entre verdade e mentira, entre fato e opinião.
Exemplo disso são as experiências vivenciadas pelos homens em governos totalitários, onde a propaganda também sempre foi de extrema importância, com a intenção de legitimar o poder, visando ainda à propagação de ideias do grupo que governava, a fim de que toda a população as aceitasse, no primeiro momento e depois foi a utilização da propaganda como terror, para manipular massas e enfraquecer a sociedade de tal forma que os governantes pudessem estabelecer uma agenda de poder.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, e trazendo a discussão para o cenário político atual onde se vive a Pandemia do Covid-19, é notório perceber a fragilidade da verdade na politica e o quanto a sinceridade se distancia desta.
Diariamente são lançadas informações, fatos, circunstâncias das mais diversas categorias, envolvendo grupos políticos e sociais gerando insegurança em nível local e mundial, desorganizando a sociedade, desestruturando a economia e gerando um campo de batalhas, de interesses parciais e antagônicos, muito bem referenciados no texto analisado, demonstrandoque a autora influencia ainda hoje a política em seu contexto prático. 
Dessa perspectiva, continuamos inscientes do verdadeiro conteúdo da vida política – da recompensadora alegria que surge de estar na companhia de nossos semelhantes, de agir conjuntamente e aparecer em público; de nos inserirmos no mundo pela palavra e pelas ações, adquirindo e sustentando assim nossa identidade pessoal e iniciando algo inteiramente novo (ARENDT,2016, p.191).
A pergunta inicial da introdução transcrita aqui: Se alguém pedisse para você conceituar: onde você não coloca os pés e o que se estende acima de você, o que você responderia? A resposta esperada seria: A verdade.
 O conceito metafórico final de verdade “ela é o solo sobre o qual não colocamos o pé e o céu que se estende acima de nós” (ARENDT, 2016, p.191). Trabalhado muito no capitulo escrito pela autora, desperta no leitor a vontade de fazer parte do movimento do cidadão que vai transformar o mundo, que não quer se deixar enfraquecer na sociedade, mas sim que quer ser agente de mudança, pois não deixará que os políticos minem o seu solo da verdade e nem desestabilize sua força de lutar por seus direitos, dignidade e cidadania que são Direitos Fundamentais da Pessoa Humana.
REFERÊNCIAS 
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. Verdade e Política. Tradução Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspectiva, 2016. p.167-191 (Debates; 64 / dirigida por J. Guinsburg)

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