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MODELO APELAÇÃO

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EXMO. SR. DR. JUIZ DA COMARCA CRIMINAL DE MACEIÓ/AL
Proc. nº. ...
João, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem por intermédio de seu advogado abaixo assinado, com instrumento procuratório em anexo, apresentar CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO, em favor da sentença que julgou parcialmente procedente a pretensão estatal, condenando o ora apelante a pena de 1 ano, 11 meses e 10 dias de reclusão e 195 dias multa, a ser cumprida em regime inicial aberto, entendendo o douto Magistrado pela substituição da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direito, com fundamento no art. 600, caput c/c art. 394, §5º, ambos do CPP.
Requer assim que seja julgado improcedente a apelação proferida pelo Ministério Público, e consequentemente mantenha a referida decisão aproveitando para apresentar desde logo as contrarrazões de apelação em anexo.
Considerando a pluralidade de acusados, o recurso deve subir por instrumento à 2ª instância com base no art. 601, §1º do CPP, requerendo assim que os autos sejam transladados em sua integralidade, inclusive as peças mencionadas no art. 587, parágrafo único.
Nestes termos, pede provimento.
				Maceió/Alagoas. 13 de Novembro de 2018.
						Advogado ...
						Oab...
			CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE ALAGOAS
	Entendendo por ser a decisão mais justa possível ao caso em tela, requer que a sentença condenatória que fixou a pena de 1 ano, 11 meses e 10 dias de reclusão e 195 dias multa, a ser cumprida em regime inicial aberto, substituindo da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direito, seja mantida. Nesse sentido baseiam-se os fatos e fundamentos a seguir.
I. DOS FATOS
	No dia 4 de Maio de 2018 João e o menor Marcelo, foram encontrados com posse da substância entorpecente cocaína, o que posteriormente no exame de material entorpecente foi constatado na quantidade de 25 gramas acondicionadas em 35 pinos de plástico com João e 30 gramas distribuídas em 50 pinos com Marcelo. Diante disso foi lavrado o auto de apreensão em desfavor de Marcelo, e o auto de prisão em flagrante em desfavor de João, no entanto foi concedido em seu favor, posteriormente, a liberdade provisória com aplicação das medidas cautelares alternativas.
	Na denuncia, o promotor imputou a João a pratica dos crimes previstos nos arts. 33 e 35, c/c ao art. 40, inciso VI, todos da Lei 11343/06.
	Designada a Audiência de instrução e julgamento, foram ouvidas as testemunhas de acusação que confirmaram a apreensão de drogas em poder de João e Marcelo, e que estavam juntos na ocasião, esclarecendo que não se conheciam anteriormente. Ouvido, o menor disse que conhecera João no dia anterior à apreensão e que nunca o tinha visto antes. O acusado por sua vez, confessou que o material que traziam era destinado ao tráfico, e que pretendiam vender drogas apenas naquela ocasião, apenas para conseguir comprar uma motocicleta; reiterando que conhecera Marcelo no dia anterior aos fatos, e afirmando que nunca havia praticado o crime de tráfico antes. 
	Antes da sentença foi ainda acostado aos autos a folha de antecedentes criminais de João, onde havia uma anotação de crime de furto pendente de julgamento. Na sentença, o juiz absolveu o acusado do crime constante no art. 35 da Lei 11343 por insuficiência probatória, e condenou-o pela pratica do art. 33 da Lei 11343, aplicando a pena no mínimo legal, reconhecendo a atenuante do art. 65, II, d do CP e a majorante do artigo 40, VI da Lei 11343, e ainda a diminuição de pena do art. 33, §4º da mesma lei; fixando a pena final em 1 ano, de 1 ano, 11 meses e 10 dias de reclusão e 195 dias multa, a ser cumprida em regime inicial aberto, substituindo a privativa de liberdade por duas restritivas de direito.
	Intimado o Ministério Público apelou requerendo: a) nulidade da instrução, porque o interrogatório não foi o primeiro ato, como prevê a Lei 11343; b) condenação do réu pelo art. 35 da Lei 11343, já que agiam em comunhão e o artigo fala "reiteradamente ou não"; c) aumento da pena base devido as consequencias que o crime de trafico traz pra sociedade e saúde pública; d) o afastamento da atenuante do art. 65, II, d do CP, porque considera a confissão parcial; e) afastamento da diminuição do art. 33, §4º da Lei 11343, considerando a anotação da folha de antecedentes do acusado; f) aplicação do regime inicial fechado, visto tratar-se de crime hediondo; e g) afastamento da substituição da pena privativa por restritiva devido a vedação do art. 33§4º da Lei 11343.
II. DO DIREITO
	Tendo em vista a completa falta de fundamento nas alegações feitas pelo Ministério Público, entende-se que a decisão merece, sem sombra de duvidas, ser mantida, explico.
A) QUANTO A LEGALIDADE DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO
 O Ministério Público alega que o interrogatório deve ser o primeiro ato, com base na Lei de drogas, no entanto deve aplicar o procedimento ordinário nas hipóteses em que o especial é omisso ( art. 394,§5º, CPP) e o CPP prevê em seu art. 400, caput, que o interrogatório do acusado deve ser o último ato, isto por que ficou entendido que fazê-lo antes seria cercear o direito de defesa do acusado.
B) QUANTO O DESCABIMENTO DO CRIME DE ASSOCIAÇÃO 
De fato, para que o art. 35 da Lei de drogas seja cabível, não é preciso a reiterada pratica; no entanto, é de entendimento pacífico que deve haver o dolo, a intenção de permanência dessa associação, o que não pode ser observado in casu. Isto por que tanto o acusado, como o menor, e até as testemunhas de acusação afirmam que Marcelo e João nunca haviam estado juntos, que não se conheciam até o dia anterior a pratica do delito; além disso se não há provas suficientes deve ser aplicado o principio in dubio pro réu, ou seja, em caso de duvida, deve ser visto da forma mais favorável ao acusado.
C) DA INCONSTITUCIONALIDADE DE DECISÃO FUNDADA NA GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO
O douto Procurador afirma que a pena base deve ser aumentada devido as consequências advindas do tráfico à sociedade e à saúde pública. No entanto, é inconstitucional fundar a decisão exclusivamente da gravidade abstrata do delito; ora, é sabido que a pratica de qualquer crime ofende, por si só, a sociedade, o delito por si só é grave, sendo assim deve haver um motivo legal para que a pena base seja aumentada.
D) QUANTO O CABIMENTO DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA
No tocante a alegação de que a confissão espontânea deveria ser afastada, por que o Procurador a considerou ilegal, trago a baila o art. 65, I, d do CP, que afirma que a confissão é sempre uma atenuante, não fazendo sequer uma observação quanto a qualquer parcialidade. Ademais, o acusado confessou e em consonância ao que disse, as testemunhas observam o mesmo.
E) QUANTO A PRIMARIEDADE DO ACUSADO
O art. 63 do CP prevê que para computar a reincidência, o acusado deve ter anotado em sua Folha de Antecedentes, sentença penal transitada em julgado, o que in casu não é verificado, visto que o acusado ainda está respondendo processo pelo crime de furto. Deste modo não o que se falar no afastamento da diminuição do §4º do art. 33 da Lei de drogas, sob pena de violação do princípio da não culpabilidade.
F)QUANTO A INCONSTITUCIONALIDADE DO REGIME INICIAL FECHADO AOS CRIMES HEDIONDOS
O STF considera inconstitucional a aplicação do regime inicial fechado, mesmo diante de crimes hediondos, considera que deve seguir as mesmas regras dos crimes "comuns", aplicada a sua majoração. 
G) QUANTO AO DESCABIMENTO DO AFASTAMENTO DA SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE PELA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS.
O Procurador alegou o afastamento com base na vedação do §4º do artigo 33 da Lei de Drogas, no entanto, a Resolução nº 5 de 15/02/2012 do Senado Federal suspendeu a referida vedação.
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer o desprovimento do recurso de apelação proferido pelo Ministério Público, e a consequente manutenção da sentença.
Nestes termos, pede deferimento.
				Maceió/Alagoas. 13 de Novembro de 2018.
					Advogado ...
					Oab...

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