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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
SUL DE MINAS GERAIS – CÂMPUS MACHADO 
 
 
 
Ana Paula Dozza de Oliveira 
 
 
 
 
A dislexia fator implicador na aprendizagem da linguagem na 
visão dos professores. 
 
 
 
 
 
MACHADO-MG 
2013 
 
 
Ana Paula Dozza de Oliveira 
 
 
 
 
A dislexia fator implicador na aprendizagem da linguagem na 
visão dos professores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACHADO 
2013 
Monografia apresentada ao 
IFSULDEMINAS – Câmpus 
Machado, como parte das exigências 
do curso de Ciências Biológicas para 
obtenção do título de Licenciatura em 
Biologia. 
Orientadora: Prof. Mestre Vera Lucia 
Araújo Leite 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais e irmãos por 
estarem sempre presentes em 
minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
Primeiramente a Deus pelo dom da vida. 
A Elivan Afonso Moraes, pelo apoio e 
carinho a mim dedicado. 
A professora Vera Lucia Araújo Leite, pela 
dedicação e ajuda para a construção desta 
monografia. 
Aos colegas de classe pelos momentos 
felizes que me proporcionaram nestes 3 anos 
e meio de busca a realização de um sonho. 
 
 
Resumo 
 
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que afeta crianças em todos os níveis 
educacionais, dificultando a leitura e escrita e consequentemente sua compreensão, portanto 
torna-se importante saber o que é dislexia, onde ocorre, quais suas consequências e quais 
maneiras para facilitar o aprendizado e alfabetização de crianças disléxicas, bem em “saber” 
dos professores o que “sabem” sobre a mesma, já que são educadores e fazem parte da 
alfabetização de cada aluno. Para atingir estas informações foi realizada uma pesquisa 
bibliográfica e um questionário qualitativo com professores de níveis fundamental e médio, de 
uma escola estadual do município de , tendo como resultado a importância de informações 
mais aprofundadas sobre este assunto e a participação mais ativa dos pais para que juntos 
possam oferecer uma educação de qualidade e digna para os alunos disléxicos. 
Palavras-chaves: dislexia, leitura, escrita, alfabetização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
 
Dyslexia is a learning disorder that affects children in all educational levels, making it 
difficult to read and write, consequently their understanding, therefore it becomes important 
to know what is dyslexia, where it occurs, what are its consequences and what ways to 
facilitate learning and literacy of dyslexic children, as well as "know" of teachers that "know" 
about the same, since they are educators and are a part of literacy for each student. To achieve 
this information was performed a literature search and a qualitative questionnaire with 
teachers of elementary and high school level, a state school, having as a result the importance 
of more in-depth information on this subject and more active participation of parents who can 
offer a quality education is worthy for the dyslexic students. 
Keywords: Dyslexia, read, written, literacy 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Ilustrações 
 
 
Gráfico 1: Nível de conhecimento dos professores pesquisados sobre a dislexia. ...........................................25 
Gráfico 2: Como os professores definem a dislexia. ........................................................................................25 
Gráfico 3: Experiência dos professores com alunos disléxicos. ........................................................................26 
Gráfico 4: Em alguma de suas salas de aula possui algum aluno disléxico? .....................................................27 
Gráfico 5: Nível de alunos com leitura deficiente. ...........................................................................................28 
Gráfico 6: O nível de leitura da maioria dos alunos. .......................................................................................29 
Gráfico 7: Nível de conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura do filho. .............................30 
Gráfico 8: Participação dos pais na vida escolar dos filhos. .............................................................................30 
Gráfico 9: Participação em cursos específicos sobre dislexia. ..........................................................................32 
Gráfico 10:Dislexia: Psicológico ou biológico? .................................................................................................33 
Gráfico 11: Formação educacional ..................................................................................................................33 
Gráfico 12: Seu cargo de: professor, supervisor ou diretor? ............................................................................34 
Gráfico 13: Qual é seu tempo de docência? ....................................................................................................34 
Gráfico 14: Em qual categoria você se encaixa? ..............................................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Introdução ......................................................................................................................................... 9 
Capítulo I ..........................................................................................................................................11 
1.Revisão de literatura ......................................................................................................................11 
1.1 O que é dislexia .......................................................................................................................11 
1.2 Compreendendo a dislexia .......................................................................................................13 
1.3 Caminho para a formação da leitura em nosso cérebro .............................................................15 
Capítulo II .........................................................................................................................................17 
2. A leitura com apoio da escola e da família ....................................................................................17 
2.1 Leitores deficientes .................................................................................................................17 
2.2 A escola e o disléxico ..............................................................................................................18 
2.3 A família e o disléxico .............................................................................................................20 
3. A dislexia não é empecilho para o sucesso ....................................................................................22 
Capítulo III ........................................................................................................................................24 
4. Procedimentos Metodológicos ......................................................................................................24 
5. Análise de Dados ...........................................................................................................................24 
6. Considerações finais ......................................................................................................................35 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................38 
Apêndice...........................................................................................................................................40 
 
 
 
9 
 
 Introdução 
 
Cada ano que passa a educação vem sendo cada vez mais priorizada, portanto é de 
grande valia a importância de uma boaescrita e leitura, já que no mundo em que vivemos é 
indispensável termos acesso às informações e estarmos cientes do que acontece ao nosso 
redor. 
É preciso que essa aprendizagem venha no decorrer de cada ano aprimorar o 
conhecimento do aluno, e para que isto aconteça de forma positiva, é necessário que os 
educadores, fator primordial para a alfabetização, estejam conscientes das dificuldades que 
alguns de seus alunos possam vir a ter em relação à aprendizagem. Aprender a ler e escrever 
envolve um processo complexo onde se exigem habilidades linguísticas, biológicas, motoras 
e cognitivas, de acordo com a coordenadora de educação especial Kanada (2010). 
Antes de tudo, cabe ao professor ter o conhecimento de qual caminho o processo de 
formação das palavras, consequentemente da linguagem, toma em nosso cérebro. Também, 
estar informado dos tipos de transtornos que a falha nesses caminhos pode desenvolver. 
 É imperioso diferenciar dificuldade de aprendizagem de distúrbio de aprendizagem, o 
primeiro pode ser de origem sintomática, causada por motivos emocionais ou falta de 
habilidade do educador ou ainda por problemas com o espaço de aprendizagem, que podem 
bloquear em algumas circunstâncias a aprendizagem, Fernández (1991). Já o segundo refere-
se às alterações manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, 
fala, leitura, escrita, raciocínio, ou habilidades matemáticas, alterações devidas à disfunção do 
sistema nervoso central (COLLARES e MOYSÉS, 1992). 
De acordo com os autores citados acima, é importante ressaltar que as crianças com 
distúrbio de aprendizagem não são deficientes mentais, apenas possuem falhas no sistema 
nervoso central, como é o caso da dislexia, assunto tratado neste presente estudo, que dificulta 
a leitura e a escrita, porém não compromete as demais áreas de seu desenvolvimento. 
Desde o primeiro ano de alfabetização, é importante observar se o aluno apresenta 
algum indício de dificuldade em relação a uma boa leitura e compreensão, já que uma está 
ligada à outra. 
10 
 
Uma criança disléxica pode apresentar uma autoestima abalada por se achar incapaz 
ou até mesmo inferior aos seus colegas. Por não conseguir ter a mesma facilidade de seus 
colegas ao ler um texto, fica desmotivada e perde o interesse pela leitura. Muitas vezes, 
podem ser considerados alunos preguiçosos, desatentos, sem nenhum empenho em aprender, 
sendo que seu problema é algo mais sério, e ninguém é capaz de perceber. E isso acontece 
muitas vezes, porque pessoas que não participam de cursos de treinamento ou de inclusão 
escolar possuem dificuldades de perceber a dislexia, pelo fato de não terem conhecimento 
suficientes sobre este distúrbio linguístico. 
Quanto mais cedo uma pessoa disléxica for diagnosticada, mais oportunidades terá 
em amenizar as suas dificuldades, menos sofrerá por ser motivo de piadas de sua classe. Para 
que isso aconteça é preciso o olhar atento e humano de seu professor. Antes de criticar é 
necessário avaliar o caso e compreender quais motivos podem levar estas crianças a se 
sentirem fracassadas por não terem o mesmo rendimento e facilidades que seus colegas. 
De acordo com dados da Associação Brasileira de Dislexia, cerca de 10 a 15 % da 
população brasileira apresenta casos notificados de dislexia nas escolas, sendo que esta 
estimativa podem sofrer alterações, em vista que, ainda são mantidos em anonimato em 
algumas sociedades, ou até mesmo pelo fato de desconhecimento sobre essa dificuldade em 
decodificação das palavras. 
Percebemos o quanto isso é importante, pois a leitura é uma porta para um bom 
rendimento escolar e consequência em todo o seu desenvolvimento. 
Este trabalho tem como objetivo verificar qual é a visão dos professores em relação a 
dislexia, identificar as maneiras para minimizar as dificuldades que esta pode acarreta e qual a 
real origem deste distúrbio linguístico. 
 
 
 
 
 
11 
 
Capítulo I 
 
1.Revisão de literatura 
1.1 O que é dislexia 
 
De acordo com Shaywitz (2006) conhecer a dislexia, ou seja, dificuldade em 
decodificar as palavras em sons ou vice e versa, faz com que o educador evite o sofrimento 
desnecessário, principalmente psicológico que alguns de seus alunos podem carregar por um 
bom tempo. O termo dislexia foi definido pelo o médico alemão, Rudolf Berlin, de Stuttgart, 
para se referir ao que considera uma forma especial de cegueira verbal em adultos que 
perderam a capacidade de ler depois de uma determinada lesão cerebral. 
Dislexia vem da palavra estrangeira, onde “dis” (latina) quer dizer dificuldade e lexia 
( grega) que significa palavras, portanto dificuldade de ler palavras 
De acordo com a Ulbra (2008)”a dislexia pode ser definida como distúrbio ou 
transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia é o distúrbio de 
maior incidência nas salas de aula”. 
Para (LYON 1995 apud, NICO; SOUZA, 2003), a dislexia é um entre vários 
distúrbios de aprendizagem, de origem constitucional caracterizado por uma dificuldade na 
decodificação de palavras e insuficiência no processamento fonológico. Manifesta-se pela 
dificuldade em diferentes formas de linguagem, além da leitura, na escrita e na soletração. 
Segundo Porto (2009), a dislexia é uma dificuldade específica de aprendizado da 
linguagem em leitura, soletração, escrita; em linguagem expressiva ou receptiva. Não é 
considerada uma doença, mas sim um funcionamento peculiar do cérebro para processar a 
linguagem. Não tem cura, mas pode ter seus sintomas amenizados. 
 De acordo com Pain (1978) a dislexia ocorre em várias classes sociais e em pessoas 
com níveis de inteligência variáveis, desde as que não conseguem ler e escrever até aquelas 
que conseguem atingir o nível superior. 
Segundo Shaywitz (2006) a dislexia é a não decodificação dos sons em palavras ou 
das palavras em sons, ou seja, o disléxico não consegue perceber os vários sons existentes em 
12 
 
uma palavra. As pessoas que têm esse distúrbio apresentam problemas com palavras 
impressas e escritas. 
A partir destas reflexões, podemos dizer que os autores definem a dislexia como sendo 
um distúrbio, implicando na dificuldade da leitura, soletração e escrita, independentemente de 
classe sociais e níveis de inteligências. 
De acordo com Shaywitz (2006) dislexia não é doença, é um distúrbio que afeta uma 
grande parte da população, são pessoas inteligentes, mas que precisam de um tempo maior em 
relação aos não disléxicos. São pessoas criativas, com uma percepção emocional avantajada, 
muitas vezes confundidos como hiperativos e desatentos, por não terem motivação em 
concentrar-se em algo que não conseguem reconhecer seu significado. 
Muitas vezes considerado como distúrbio psicológico, já que a leitura é um processo 
natural e adquirido, mesmo porque a maneira pela qual é ensinada a criança para dar sentido 
aqueles rabiscos pode e muito influenciar a tranquilidade na qual cada uma aprende, porém 
através de estudos sabemos que suas raízes vão além. A dislexia é um problema complexo 
onde suas origens são as mesmas pela qual o homem necessita para sua compreensão e 
expressão pela linguagem. 
Segundo a teoria da via dupla (COLTHEART, 1978) existem a via fonológica e a via 
léxica. A fonológica é aquela que transforma as unidades ortográficas em sons e as juntam em 
uma representação completa, reconhecendo-as. Já a via léxica é o reconhecimento da palavra 
e o acesso ao seu significado de forma simultânea, ou seja, de maneira mais rápida. Sendo 
assim, existem pessoas que são disléxicas fonológicas com problemas na via fonológica e as 
disléxicas de superfície com problemas na via léxica, podendo também encontrar aqueles com 
problemas em ambas as vias. 
Os disléxicos fonológicos apresentam maiores dificuldades em palavras desconhecidas 
ou até mesmo sem sentido, mostrando melhor desempenho em leituras de textoscom palavras 
conhecidas. Apresentam dificuldades para dominar o código da leitura e com tarefas de 
memorização, precisam fixar mais e repetitivamente o que está lendo para que possam ter 
uma melhor compreensão do que foi lido. Frequentemente ocorrem problemas no conversor 
grafema-fonema e/ou em vincular os sons parciais em uma palavra completa (FRANÇA e 
MOOJEN, 2006). 
13 
 
Os disléxicos de superfície (de via léxica) apresentam dificuldades na leitura rápida, 
apresentando erros frequentes em textos, onde as palavras são irregulares e realizam uma 
leitura lenta, silibada, devido à necessidade de ter que utilizar a via fonológica que estará 
relativamente preservada. 
Aqueles que apresentam dificuldades em ambas as vias são chamados de disléxicos 
mistos, sendo considerada uma situação mais grave que precisam de um maior empenho. 
 
1.2 Compreendendo a dislexia 
 
De acordo com Shaywitz (2006), a dislexia foi citada a mais de 100 anos. Em 7 de 
novembro de 1896, o Dr. W. Pringle Morgan, de Seaford, escreveu em um jornal, British 
Medical, sobre um garoto de 14 anos, que dizia ser um menino brilhante e inteligente, mas 
com uma grande incapacidade em ler. Não tinha dificuldades alguma com números, o 
problema era decifrar as palavras impressas ou escritas, até então conhecida como cegueira 
verbal. Morgan foi o primeiro a considerar a cegueira verbal sendo uma falha no 
desenvolvimento em crianças saudáveis. 
Explicações para dislexia promovidas nos anos de 1920 estavam certas de que estas 
dificuldades de identificação de palavras eram de origem oftalmológica, em que as crianças 
invertiam as letras por não enxergarem bem. Estudos posteriores demonstraram que esta 
definição para o problema não passava de um mito, pois sua origem é enraizada no sistema 
linguístico e não de origem visual. 
Através das observações de Paul Broca, um médico francês, pode-se esclarecer que o 
córtex cerebral era base para leitura, ou seja, para linguagem e fala, sendo esse o primeiro 
passo para que se pudesse buscar o mapeamento do sistema neural responsável pela leitura. 
Até então, pensava-se que a língua era responsável pela capacidade que temos de falar, tanto é 
que na Roma antiga acreditava-se que para tratar da incapacidade de falar era necessário que 
se massageasse estes órgãos como se faziam com aqueles músculos considerados fracos e 
preguiçosos. Este pensamento ficou sendo válido até o século XVII (SHAYWITZ, 2006). 
No final dos anos 1970, Drake Duane, organizou e coordenou um banco de cérebros 
que disponibilizaria a cientistas interessados em entender a incapacidade de pronunciar as 
14 
 
palavras para começarem a estudar os cérebros de pacientes mortos que haviam perdido a fala 
devido a derrames. Tentavam assim identificar as áreas de tecidos danificados, 
correlacionando com os sintomas que estes pacientes apresentavam. Até que o neurologista 
britânico John Hughlings Jackson, contemporâneo de Broca, fez uma importante observação 
em que afirmou: “Localizar o dano que destrói a fala e localizar a fala são duas coisas 
diferentes”. A partir desta observação tem-se que diferenciar alexia adquirida de dislexia do 
desenvolvimento para compreender-se a sua dedução. 
Alexia adquirida é a perda da capacidade de falar decorrente de um acidente ou 
derrame que afeta partes do cérebro responsáveis pela linguagem. Já a dislexia do 
desenvolvimento é aquela em que a linguagem não se desenvolve normalmente desde o 
inicio. Diferente da alexia adquirida, em que se observa um rompimento no circuito devido à 
situação que o paciente sofreu, a dislexia no desenvolvimento mostra uma falha no circuito 
durante a vida do feto, quando o cérebro está sendo formado para a linguagem, prejudicando 
os neurônios responsáveis pelo envio das mensagens fonológicas, impedindo o 
desenvolvimento da capacidade de serem bons leitores. 
 Esta hipótese foi levantada pelo neurologista Norman Geschwind, vinte anos antes de 
médicos começarem a se interessar por estudos sobre a dislexia de acordo com Shaywitz 
(2006). 
Um estudo coordenado pelo neurologista Drake Duane, o qual tinha um grande 
interesse em entender a dislexia, demonstrou diferenças entre cérebros de pessoas 
consideradas possuidoras de dificuldades em decodificação das palavras desde crianças e 
aqueles considerados de pessoas não disléxicas. Observaram diferenças nas estruturas 
associadas à formação da linguagem no lado esquerdo do cérebro. 
A partir daí observou-se que a dislexia é proveniente de um erro geneticamente 
programado, ou seja, mal conectado. Por isso as crianças passam a ter um problema na 
decodificação das palavras e possivelmente em sua fala e escrita. 
Em 1973 cientistas puderam ver o cérebro pela primeira vez através de uma 
tomografia computadorizada em imagem tridimensional, e um pouco mais tarde através da 
ressonância magnética, mas por meio destes processos só eram possíveis observar a parte 
anatômica do cérebro, as funções cerebrais, inclusive quando a pessoa falava, imaginava ou 
15 
 
lia. Só foi possível ver por meio de imagens, no inicio do ano 1980, um cérebro de uma 
pessoa normal, isto através do fluxo sanguíneo a partir de compostos radioativos. 
De acordo com Shaywitz (2006), atualmente o processo mais utilizado é por 
ressonância magnética funcional (fMRI),pois permite aos neurocientistas a visualização do 
funcionamento interno do cérebro, e não há necessidade de uso de compostos radioativos ou 
injeções. 
Quando uma pessoa realiza uma tarefa cognitiva como a leitura, ocorre aumento da 
atividade dos neurônios locais, do metabolismo e do fluxo sanguíneo local. Para realizá-la 
acontece um consumo de energia, ou seja, de oxigênio e nutrientes para a parte local 
necessária para o cumprimento da mesma. Para a realização desta atividade há um aumento 
do fluxo sanguíneo, composto pela hemoglobina, que através das suas propriedades 
magnéticas provoca alterações de acordo com a quantidade de sangue envolvido no processo, 
que é altamente oxigenado e rico, e pelo qual é possível ser observado pela ressonância 
magnética funcional devido ao alto sinal obtido. 
 
1.3 Caminho para a formação da leitura em nosso cérebro 
 
Na antiguidade, todo o processamento do corpo humano se voltava para a alma, que 
era responsável pelo funcionamento da mente. Esses conceitos eram baseados na concepção 
religiosa e filosófica. Para os egípcios o coração era considerado o órgão sagrado, 
determinante da inteligência humana por ser uma estrutura pulsante. Quando uma pessoa 
morria, rapidamente era embalsamado e colocado de volta ao corpo, pois o consideravam de 
grande importância para a vida após a morte. Os outros órgãos também tinham certa 
importância, mas o cérebro era descartado, pois não viam qualquer utilidade para aquela 
massa mole e gelatinosa, diferente do coração que os egípcios podiam sentir bater, e quando 
ele parava a pessoa também parava de viver (SHAYWITZ, 2006). 
Além dos egípcios, também há indícios de outras culturas que tinham o cérebro como 
um dos órgãos menos importante do corpo humano. 
Aristóteles deduziu que o coração era responsável pelos movimentos e sensações, 
considerava o coração como um órgão quente por possuir movimentos e conter um líquido 
16 
 
vermelho que se deslumbravam, e tinha o cérebro como uma estrutura pálida, fria que 
resfriava todo o calor produzido pelo coração. 
De acordo com o neurologista Ailton Mello (2009) o cérebro é de extrema importância 
para o funcionamento de todas as outras estruturas do corpo humano. Através da ressonância 
magnética é possível identificar o caminho que a leitura percorre em nosso cérebro. O cérebro 
é dividido em dois hemisférios; o direito e o esquerdo: a parte frontal (anterior) e a de trás 
(posterior). Cada hemisfério possue quatro lobos: frontal, parietal, temporal e occipital. Os 
lobos frontais estão localizados na parte anteriordo cérebro, os occipitais estão na parte 
posterior e os temporais e os parietais são intermediários. Pesquisadores associam a 
linguagem à parte esquerda do cérebro. 
Estudar o cérebro, para compreender o caminho da leitura, começaram a menos de 
uma década. Eles nos possibilitam entender o porquê de pessoas tão inteligentes apresentarem 
problemas com a leitura. Através de pesquisas feitas por ressonância magnética, observando 
imagens do cérebro em funcionamento, verificou-se pelo menos dois caminhos da leitura: um 
primeiro para aqueles que estão começando a ler, sendo um percurso mais lento e outro mais 
rápido para aqueles que já estão adaptados às letras e aos sons das palavras. Além disso, é 
possível identificar falhas nestes circuitos neurais para aquelas pessoas disléxicas, que acabam 
por ser obrigadas a tomar caminhos diferentes como forma de compensação, sendo utilizada 
cada vez mais a parte anterior. Conforme vão crescendo, demostram uma superação da região 
de Broca localizada na parte frontal do cérebro. 
De acordo com Shaywitz (2006) quando um bom leitor está em atividade, ele ativa as 
regiões posterior e anterior do cérebro, sendo que a maior parte relacionada à leitura fica na 
porção posterior, chamado de sistema de leitura posterior, localizada na região 
parietotemporal, mais precisamente acima e atrás da orelha. A parte anterior do cérebro é 
onde os lobos occipital e temporal se cruzam (occipitotemporal), parte que se utiliza para a 
imagem das palavras, sons e significados a serem armazenados. 
Nos leitores que estão começando a leitura, a sua parte parietotemporal é a que será 
acionada, pois precisam analisar a palavra com mais atenção e lentidão para que se possa 
memorizar e aprender a verbalizar de acordo com seus sons e significados. Para os leitores 
mais experientes que possuem uma leitura dinâmica e rápida, a parte occipitotemporal que 
será ativada, não sendo preciso analisar as palavras primeiro, somente em um olhar é possível 
17 
 
identificá-las de forma automática. Esta área também é chamada de sistema de forma da 
palavra. 
De forma compensatória os leitores disléxicos acabam subvocalizando as palavras por 
meio da área de Broca, permitindo-lhe fazer uma leitura mesmo que seja de forma lenta, e 
mesmo os alunos disléxicos universitários que adquirem certa precisão ao ler continuam tendo 
que usar essa área, com uma leitura vagarosa em relação aos demais colegas. 
Muito se pensava que no decorrer do tempo, conforme o amadurecimento da pessoa 
disléxica, esta dificuldade de leitura fosse desaparecendo. Hoje, como pode-se perceber 
geneticamente, não há esta possibilidade, o que pode ocorrer é um programa linguístico 
adequado para que se possa amenizar esta falha, e os disléxicos poderão se tornar leitores 
fluentes, mas lentos, precisando de um tempo diferente dos não disléxicos para concluírem 
suas atividades de leitura. 
Capítulo II 
 
2. A leitura com apoio da escola e da família 
 
2.1 Leitores deficientes 
 
 “A leitura é um código, e, independentemente de quem sejamos, devemos representar 
o que está impresso como um código neural que o cérebro saiba decifrar” (SHAYWITZ, 
2006, p.77). 
Para uma grande maioria o processo de identificar as palavras e transformá-las em 
sons é um processo fácil, rápido e prático, mas não se pode esquecer que também existem 
pessoas que não tem esta facilidade, pelo contrário, muitas vezes se deparam com situações 
que as deixam constrangidas. Estes são considerados leitores deficientes. Existem aqueles em 
que sua leitura é deficiente, mas não ter falhas nos caminhos de formação da linguagem, mas 
sim por ter muitas vezes, um ensino deficiente na escola que frequentam e um ambiente 
precário de linguagem em casa, tornando-se pessoas com um vocabulário escasso e uma 
leitura vagarosa, por não participarem de projetos adequados de leitura para sua recuperação, 
18 
 
transformando-se em adultos desprovidos de leitura fluente. O outro grupo de leitores 
deficientes são os disléxicos, mas estes, por possuírem falhas nos circuitos neurais que os 
impedem de possuírem uma leitura rápida e dinâmica, porém com um método de ensino 
adequado, poderão ser leitores fluentes. 
No caso dos disléxicos é de grande importância a intervenção do professor. Estar 
atento às dificuldades que seus alunos possam ter desde o começo da alfabetização é de 
extrema importância, pois isso evitará que sejam crianças/adultos frustrantes em sua 
capacidade linguística, sofrendo emocionalmente com este distúrbio. 
 
2.2 A escola e o disléxico 
 
A escola é o ambiente tradicional que garante a alfabetização das crianças para serem 
pessoas bem sucedidas profissionalmente, e para que isso aconteça é preciso um olhar atento e 
humano do docente na vida de cada criança. É a partir deste que os pais poderão descobrir se 
seu filho precisará ou não de uma intervenção pedagógica mais precisa. Mas, para isto, é 
necessário que a escola seja democrática e esteja informada dos tipos de distúrbios de 
aprendizagem que existem, por exemplo, a dislexia, que se não for diagnosticada o quanto 
antes poderá acarretar uma série de desconforto para a vida não só escolar, mas também 
particular destas crianças, afetando diretamente o emocional, deixando-as crentes que são 
pessoas incapazes ou diferentes de todos os que as conhecem, se sentindo pessoas “burras”. 
Através de observações feitas pelo docente, em relação à leitura, compreensão e 
agilidade em reconhecer as letras e juntá-las para formar as palavras de forma dinâmica e 
prática, a escola poderá informar aos pais e aplicar um método que facilite e recompense as 
dificuldades de aprendizagem, que o aluno possui. Se o professor não der importância a esses 
detalhes, omitindo-os, achando ser mais fácil considerá-lo preguiçoso e desatento, estará 
contribuindo cruelmente neste processo de má formação linguística. 
 A escola precisa acolher estes discentes e mostrar-lhes que são queridos e que estará 
sempre disposta a ajudá-los da melhor forma possível, respeitando seu tempo, zelando pelo 
seu aprendizado e preparando-os para serem cidadãos capazes de lutar pelos seus objetivos, 
independentemente dos obstáculos que encontrarem. A escola deve propor uma conversa 
franca com o aluno disléxico sobre suas limitações e com os colegas, para que se sintam 
19 
 
respeitados uns pelos outros, se ajudem e que a criança com dificuldade possa confiar 
naqueles que acreditam em seu potencial. 
Para possibilitar um bom empenho do aluno a escola precisa se adequar a ele, 
oferecendo aulas extras para ajudar na memorização das palavras e na compreensão do seu 
significado, trabalhar seu psicológico com a intervenção de um psicólogo, possibilitar um 
tempo a mais para a realização dos testes, e se possível em um lugar tranquilo e quieto. O 
educador não o deve obrigar a ler em voz alta para todos da sala sem que se sinta à vontade, 
pois ele tem consciência de seus erros. Fazer as avaliações de maneira diversa para que ele 
possa mostrar suas habilidades artísticas e esportivas, elogiando-o para que se sinta 
importante no que de melhor tenha a oferecer, contribuindo assim para a evolução de sua 
autoestima. 
De acordo com a professora e psicopedagoga Regina Celia Camargo (2008) a escola 
que conhecemos não foi feita para o disléxico, pois não possuem planos pedagógicos e 
objetivos que atinja a necessidade do aluno com dificuldade de compreensão. 
Através de estudos por ressonância magnética pode-se perceber o quanto o processo 
de decodificação das palavras leva um tempo maior para pessoas disléxicas, que se sentem 
cansadas e desanimadas quando se deparam com textos que contém palavras grandes, de 
difícil pronuncia e não familiarizadas. É por este motivo que muitas vezes levam um tempo 
maior para fazer a leitura e realizar a compreensão dos textos dados pelos professores, e para 
nãose sentirem constrangidos acabam por não seguir a leitura corretamente, pulando 
parágrafos, frases que dificultam seu entendimento, apenas para terminarem a leitura junto 
com os colegas. Sendo assim, se estes textos forem seguidos por perguntas terão que fazer 
uma releitura antes de começar a responder, consequentemente extrapolando o tempo 
determinado. Diferente do que muitos possam pensar as pessoas disléxicas possuirão este 
distúrbio sempre, pois é de origem biológica, mas nem por isso deixarão de ser leitores 
fluentes. 
A LDB através da lei 9.394/96 nos propõe em seus artigos seguintes: 
Art.12- Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas mais comuns e as do seu 
sistema de ensino, terão a incumbência de: 
I- Elaborar e executar sua Proposta Pedagógica; 
II- V- Prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento. 
20 
 
 Art.13- A educação incumbir-se-ão de: 
III- Zelar pela aprendizagem dos alunos; 
IV- Estabelecer estratégia de recuperação para os alunos de menor rendimento. 
 Art.23- A educação básica poderá organizar-se anuais, períodos semestrais, ciclos, 
alternância regular de períodos de estudo, grupos não seriados, com base na idade, na 
competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o 
interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. 
 Art.24- V, a) avaliação contínua e cumulativa; prevalência dos aspectos qualitativos 
sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período. 
De acordo com Martins(2001) zelo pela aprendizagem passa pela recuperação 
daqueles que têm dificuldade de assimilar informações, sejam por limitações pessoais ou 
sociais. Daí, a necessidade de uma educação dialógica, marcada pela troca de ideias e 
opiniões, de uma conversa colaborativa em que não se cogita o insucesso do aluno. 
A partir da fala de Martins (2001), pode-se perceber o quanto é importante essa troca 
de experiências, pois o que mais vale é o quanto os alunos sabem, independentemente de ser 
passado através de palavras impressas ou palavras ditas, principalmente para os alunos que 
possuem dificuldades com a escrita e leitura, possibilitando que estes se expressem mesmo 
sendo necessário que repitam com calma para que se possa entender. 
A colaboração incessante de professores e colegas, em busca do prazer em ler e 
aprender, deve ser apreciada a todo o momento, pois são eles que farão a diferença na vida de 
cada criança disléxica. 
 
2.3 A família e o disléxico 
 
A família é o alicerce para que possamos lutar sempre pelo objetivo que desejamos 
alcançar, é nela que encontramos refugio para nossos problemas, tranquilidade para levantar e 
continuar em frente, através dela encontrarmos soluções, sendo assim não há como negar a 
importância desta na formação educacional de seus filhos, principalmente daqueles que 
precisam de um cuidado especial. 
21 
 
A criança disléxica precisa muito da colaboração de seus pais para que se possam 
adquirir a confiança em si mesma que tanto necessita na opinião do professor Martins (2003). 
É muito importante que a família saiba escolher a escola que acolherá seu filho, procurando 
saber se há métodos de recuperação eficientes que abranja as necessidades que ele possui, e 
qual o conhecimento que tem sobre este distúrbio linguístico e se está preparada para 
alfabetizá-lo de maneira que se sinta aluno como todos os outros. 
A participação ativa dos pais na educação dos filhos, principalmente daqueles que são 
disléxicos, pode fazer toda a diferença. Conversar com os professores que trabalharão com ele 
é o primeiro passo a se fazer, deixando-o ciente do que está acontecendo, e estar à disposição 
para ajudá-lo. 
 Vive-se em uma sociedade competitiva. Sabe-se que o desenvolvimento escolar é 
primordial para o sucesso profissional, e como todo e qualquer pai presente deseja que seu 
filho seja o primeiro da classe, tenha notas boas, bom comportamento e receba sempre 
elogios, precisa-se pensar melhor neste quesito uma vez que infelizmente nem sempre é assim 
que acontece, pois somos seres humanos sujeitos a cometer erros. 
A partir daí que a compreensão e amor pelo filho devem falar mais alto, quando se 
depara com a realidade de ter uma criança disléxica com dificuldade em aprender, deixando 
de lado os valores sociais e entrando em cena o valor humano entre pais e filhos. A melhor 
maneira para que se faça dessa realidade uma forma simples e alegre de viver, é procurar 
ajuda com uma equipe multidisciplinar, onde se descobrirá a maneira certa e menos dolorosa 
para trabalhar e buscar recompensar esta dificuldade. 
A criança só saberá lidar com esta situação, que muitas vezes faz desistir de estudar e 
se sentir pessoas normais, se houver a ajuda e apoio de seus pais. É preciso paciência e muita 
determinação para auxiliá-la nas tarefas de casa, lendo, relendo, explicando, ajudando da 
melhor forma possível. 
Sally Shaywitz(2006) cita em seu livro como é grande a importância do estudo feito 
entre pais e filhos disléxicos em casa como forma de apoio para o rendimento escolar, 
reforçando a leitura, explicando o significado das palavras para que a criança consiga 
entender e decodificar quando se deparar com esta novamente, usar se possível, softwares 
educativos para incentivar a leitura, o conhecimento das palavras através de sons e imagens, 
facilitando assim o aprendizado. 
22 
 
É importante que os pais amem seus filhos acima de tudo, pois somente com carinho e 
muita determinação poderão melhorar a autoestima destas crianças, valorizando-as e 
acreditando em seu potencial. 
 É certo também compreender que o progresso acontecerá aos poucos, precisando de 
muito carinho e esforço de ambas as partes, ter limitações não significa não poder vencer, mas 
sim ter vontade de levantar cada vez que cair e seguir em frente. Independente de raça, 
religião, classe social ou limitações, todos tem direito ao respeito, dignidade e cidadania, e 
através de carinho e compreensão poderão ser vencedores em tudo que buscar. 
 
3. A dislexia não é empecilho para o sucesso 
 
Alcançar o sucesso na vida profissional e ser reconhecido pelo que faz é objetivo de 
todos que acreditam em um futuro melhor, não diferente para aquelas pessoas limitadas por 
algum tipo de dificuldade, pelo contrário, são estas que muitas vezes conseguem alcançar o 
tão desejado futuro promissor, fruto de determinação, garra e vontade de vencer. 
Neste capítulo volta-se o olhar para os famosos disléxicos que venceram críticas, 
preconceitos por terem um jeito diferente de ver e entender as coisas, mas graças a muitos 
deles hoje pode-se desfrutar de invenções e descobertas que sem as quais seria muito difícil 
viver da maneira que vive-se. Imagine-se o que seria das pessoas sem o telefone, inventado 
por Alexander Graham Bell, ou sem a lâmpada criada por Thomas Edison; pessoas 
possuidoras de uma inteligência incontestada, porém disléxicos. Pode-se também citar 
pintores (artistas plásticos) como Vincent Van Gogh, Pablo Picasso, Leonardo Da Vinci; 
cientistas como Charles Darwin, Albert Einstein; atores como Tom Cruise, Robin Williams, 
Whoopi Goldberg, entre várias outras pessoas de grande prestígio. 
 Isto só vem provar que medir inteligência é uma forma improvável de dizer quem é 
mais ou quem é menos inteligente, mesmo porque ninguém é obrigado a ser o melhor em 
tudo. Existem aqueles que são bons com números, outros preferem as palavras e outros ainda 
podem preferir disciplinas que requerem sensibilidade. Cada qual é bom naquilo que faz com 
prazer. 
23 
 
Todos estes artistas são reconhecidos pelo que fazem e por terem achado o que lhes 
dão prazer e os gratificam, mesmo que na infância não tenham tido toda esta confiança em si 
próprios e tenham passado por momentos como todas as outras pessoas disléxicas passam, 
hoje são reconhecidos e prestigiados no que fazem ou fizeram.Muitas pessoas devem se perguntar: se a dislexia afeta a decodificação das palavras, 
então não existem escritores disléxicos? E é ai que se enganam, pode-se citar como exemplo 
Agatha Christie, escritora policial, considerada a “Rainha do crime”, autora de mais de oitenta 
livros, que conquistaram gerações pela sua imaginação e habilidade como narradora, entre 
outros famosos como o próprio Leonardo da Vinci e Picasso que também eram escritores. 
Analisando este contexto é possível perceber que o sucesso é questão de incentivo e 
confiança em si mesmo, acreditar que como estas pessoas reconhecidas mundialmente 
puderam vencer críticas e descrenças todos também podem, precisam achar o caminho certo 
que lhes proporcionem retorno e prazer para serem felizes e realizados no que se dispuserem a 
fazer. 
Através desta análise percebe-se que ser disléxico não tem nada a ver com não ter 
inteligência, pelo contrário, sua sensibilidade faz com que vejam o que muitos não conseguem 
perceber. As pessoas de grande nome para a ciência eram disléxicas, fizeram de sua 
dificuldade um dom, criando descobertas que até hoje nos impressionam pelos poucos 
recursos da época. 
E se pararmos para pensar a quantidade de médicos, advogados, escritores, entre 
outros anônimos disléxicos que devem ter se espalhado por toda parte, pessoas que não são 
tão reconhecidas como os citados acima, mas que possuem um potencial de conquistas e 
superações como os mesmos, totalizaria-se um número imenso. Isto nos mostra como é 
possível se realizar naquilo que se propor, independente de ser disléxico ou não. 
 
 
 
 
24 
 
Capítulo III 
 
4. Procedimentos Metodológicos 
 
Para a construção deste presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica a 
fim de adquirir informações sobre a dislexia: significados, causas e possíveis tratamentos para 
a amenização deste distúrbio que tanto afeta pessoas em níveis escolares. 
Segundo Lakatos, a pesquisa bibliográfica possibilita compreender a resolução de um 
problema a ser obtida através dela e é o primeiro passo para toda e qualquer trabalho 
científico. 
Também, considera-se a importância de fazer uma pesquisa de campo através de um 
questionário qualitativo, que contém quatorze perguntas com respostas para assinalar (SIM ou 
NÃO), propostas aos professores para que analisem de que maneira a dislexia é vista pelos 
mesmos. Este questionário foi aplicado em uma escola pública na cidade de Poço fundo –MG, 
de nível fundamental e médio, que teve como foco a visão daqueles educadores que são 
responsáveis pela alfabetização e estão diariamente presentes na vida dessas crianças. 
De acordo com Ruiz (1991), a pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal 
como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis 
presumivelmente relevantes para ulteriores análises. 
 
5. Análise de Dados 
 
Através de dados coletados pelo questionário aplicado aos professores possibilita-se 
perceber a dimensão do conhecimento sobre este distúrbio linguístico por parte dos 
educadores, pois eles estão diretamente em contado com os alunos, possibilitando-lhes o 
conhecimento e aprendizagem educacional, percebendo assim se realmente esta dificuldade 
25 
 
biológica é lidada da maneira adequada, fazendo uso dos recursos necessários para a melhora 
do desenvolvimento de cada aluno. 
Para iniciar-se a pesquisa é preciso saber se os professores conhecem o termo dislexia. 
Na questão número 1, 100% dos docentes responderam que sim, conhecem o termo dislexia 
(GRAF. 1), mas, vale ressaltar que se conhecer o termo é apenas ouvir falar ou se realmente 
sabem o seu significado, ou seja, sua causa e implicações. Todos estes definiram a dislexia 
como sendo fator de dificuldade (GRAF. 2) de acordo com a questão número 2. 
Gráfico 1: Nível de conhecimento dos professores pesquisados sobre a dislexia. 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: dados da pesquisa 
Gráfico 2: Como os professores definem a dislexia. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
26 
 
Através destes gráficos pode-se deduzir que se estes professores conhecem o termo e 
sabem que é uma dificuldade, consequentemente tem o dever de se preocupar e procurar 
buscar conhecimento sobre este assunto para estarem preparados quando se depararem com 
esta realidade em suas salas de aula, mesmo porque existem leis como a LDB 9.394/96, Lei n.º 
12.524, de 2 de Janeiro de 2007, que amparam e possibilitam a educação diferenciada para 
alunos que apresentam alguma dificuldade, seja ela auditiva, visual, entre tantas outras até 
mesmo linguísticas. 
Na questão de número 3, entre os docentes entrevistados, apenas 10% disseram já ter 
trabalhado com alunos disléxicos (GRAF. 3), porém na questão número 4 quando 
responderam se atualmente trabalhavam com algum aluno disléxico ocorre uma contradição, 
pois 46% disseram que sim e 54% que não (GRAF. 4). Através deste dado surge um 
questionamento: se apenas 10% já trabalharam com dislexia como 46% podem presenciar esta 
dificuldade linguística no dia a dia? Será que realmente está claro para estes o que é dislexia? 
Gráfico 3: Experiência dos professores com alunos disléxicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
 
 
 
 
27 
 
Gráfico 4: Em alguma de suas salas de aula possui algum aluno disléxico? 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 O que nos faz pensar que esta ideia de dislexia é algo ainda a ser investigado por estes 
docentes, para que realmente se comprove o quanto estão cientes desta dificuldade/distúrbio 
linguístico, é que se 46% presenciam a mesma, então estes 10% tinham que ser no mínimo 
46% para mais. 
Um fato interessante que possibilita perceber que a dislexia precisa ser mais trabalhada 
entre professores, para que de maneira clara estes possam orientar o aluno e encaminhá-lo 
para profissionais adequados para um melhor diagnóstico é a seguinte frase que se pode 
presenciar de uma professora quando respondia a seguinte pergunta: Atualmente possui algum 
aluno disléxico? Quantos? Em resposta ela questionou: “Ah, será que tem uns dois por sala? 
Deve ter né! Vou colocar”. 
É através deste comentário que se deve se preocupar ainda mais com a gravidade do 
problema, pois se os professores não conseguem ter a real compreensão da origem, como 
poderão ajudar estas crianças que tanto precisam de sua orientação para alcançar seus sonhos? 
Para Frank (2003) não há estratégia mais importante do que acreditar na criança com 
dislexia e mostrar abertamente essa fé, desta maneira percebemos o quanto o incentivo e 
apoio do professor para com o disléxico é essencial para seu aprendizado. 
Ao mesmo tempo estes professores podem estar associando a dislexia ao simples fato 
de terem alunos deficientes de leitura. Isso nos mostra o seguinte gráfico: 
28 
 
Gráfico 5: Nível de alunos com leitura deficiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
Como pode-se perceber na resposta da questão (5) representada no (GRAF. 5) 100% dos 
docentes afirmam ter alunos com dificuldade na leitura, mas como já foi mencionado neste 
presente trabalho existem pessoas que apresentam dificuldades na leitura (leitores 
deficientes), mas por muitas vezes, por viver em um ambiente precário onde o vocabulário é 
escasso ou por não terem tido uma alfabetização adequada que recompensasse suas 
dificuldades sócio econômicas, possibilitando-os a participações em programas educativos em 
busca de melhorias para serem leitores fluentes, tendem a exteriorizar dificuldades ao ler. 
Para Kleiman (1989), quanto maior o conhecimento textual o leitor possuir e quanto 
maior for sua exposição a todos tipos de texto, mais fácil será seu entendimento. 
Pelo demonstrado no gráfico da questão (5) é preocupante se se pensar que estes 
alunos ao qual se referem os professores são alunos de 6º ano do ensino fundamental a 3º ano 
doensino médio, nível pelo qual já deveriam ser leitores fluentes, com interpretação adequada 
e sem empecilhos na leitura. Isso prova o que já foi comentado neste trabalho a respeito do 
docente deixar que esta dificuldade seja passada para frente sem que se tome atitude no 
momento certo, ou seja, quando ainda estão começando a praticar a leitura. Evita-se assim 
que este problema se torne cada vez mais presente, como se fosse algo normal, e isso de 
forma mais crítica para os disléxicos que, apesar de terem uma disfunção no caminho que se 
forma a linguagem no cérebro, torna possível que seja amenizada, porém com mais facilidade 
se descoberta no inicio da formação educacional. 
29 
 
O pior de tudo é pensar que estes leitores deficientes talvez não tenham a oportunidade 
de participar de programas de recuperação de leitura que lhes deem suporte necessário para 
progredir em cada disciplina proposta. 
Apesar de reconhecerem que existem leitores deficientes o nível de leitura de um 
modo geral é considerado de nível bom com uma porcentagem de 77%. Apenas 23 % destes 
professores entrevistados consideram de nível regular como se vê nos resultados da questão 6 
representada no gráfico 6. 
 Gráfico 6: O nível de leitura da maioria dos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
A questão é que não se pode contentar por possuir uma maioria que tem uma leitura 
boa, pois o ideal seria se todos pudessem ser considerados leitores bons e que estivessem no 
mesmo nível. Infelizmente sabe-se que isto não acontece, e por este fato é preciso que se crie 
programas que possam amenizar essa diferença, oferecendo meios pelos quais a minoria possa 
buscar ajuda. 
Como já comentado, a escola tem o dever de oferecer apoio educacional, seja ela por 
diálogos, programas inclusivos, atividades, jogos, etc., da melhor maneira possível para 
abranger a necessidade de cada um. De acordo com Condemarin (1989), a leitura não 
constitui uma habilidade isolada, faz parte de um processo linguístico complexo. 
Mas ao mesmo tempo não se deve pensar somente para a escola. Os pais devem estar 
conscientes das necessidades e dificuldades de seus filhos, interagindo frequentemente na 
vida escolar. 
30 
 
Pelos gráficos das questões 7 e 8 a seguir pode-se notar o quanto é a interação dos pais 
e da escola a qual seus filhos frequentam. 
Gráfico 7: Nível de conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura do filho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
Gráfico 8: Participação dos pais na vida escolar dos filhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
No gráfico 7 relativo à questão ( 7 ) vê-se que, de acordo com as respostas dos 
professores a maioria de pais não têm conhecimento da maneira que seus filhos leem (54%), e 
apenas 46% possuem este conhecimento, (GRAF. 8) que representa a questão (8 ). Assim, 
possibilita-se entender o porquê desta maioria não estar ciente desse fato que tanto interfere 
na aprendizagem dos alunos. 
31 
 
Como se pode constatar, a quantidade de pais que participam da vida escolar de seus 
filhos é muito pequena (15%). Isso comprova o porquê de alunos que possuem uma leitura 
lenta, cheia de obstáculos, impedindo-os que sejam leitores fluentes, pois, se os pais não tem 
o devido conhecimento da vida escolar de seus filhos, consequentemente por não terem uma 
participação ativa na escola (85%) não poderão cobrar dos diretores, coordenadores e 
professores uma educação que abranja a necessidade que seus filhos possuem, e até mesmo 
orientá-los em casa auxiliando nas tarefas. 
De acordo com a opinião da pedagoga e diretora do Colégio Saber, Ana Laura 
Nicastro (2010), a família e a escola são duas instituições muito importantes no 
desenvolvimento mental, psicomotor, social e afetivo do ser humano. “Educar não é uma 
tarefa solitária, uma parceria entre escola e família é de extrema importância, pois conhecendo 
a rotina escolar dos filhos, os pais evitam maiores problemas e podem ajudar dando apoio e 
desenvolvendo a autonomia dos seus filhos”. 
Outro ponto interessante que deve ser observado é que de acordo com a (GRAF. 6) 
existe uma porcentagem de 23% que são considerados leitores regulares, ou seja, que de certa 
forma necessitam de apoio educacional para melhora de sua leitura. No entanto, apenas 46% 
dos pais sabem que seus filhos precisam desse apoio (GRAF. 7), contudo apenas 15% se 
preocupam em fazer parte de sua vida educacional. Estes dados demonstram o quanto a 
participação da família é importante na alfabetização, podendo assim exigir os direitos que 
seus filhos têm. 
É importante a criança se sentir acolhida e ter a confiança que tanto lhe faz falta, para 
prosperar na sua caminhada educacional. 
Este questionário teve como objetivo identificar como a dislexia é conhecida pelos 
professores e o quanto estes sabem sobre ela de maneira mais aprofundada. Naturalmente para 
que esses conceitos sejam conhecidos é preciso que os mesmos busquem informações sobre o 
caso, e até mesmo participem de cursos inclusivos, já que a dislexia pode estar presente em 
muitas das salas de aula e de maneira variada. 
Infelizmente estes conceitos não vieram por parte de cursos inclusivos como pode-se 
perceber no (GRAF. 9) que representa os resultados da questão ( 9 ). 
 
32 
 
Gráfico 9: Participação em cursos específicos sobre dislexia. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
Analisando o gráfico vê-se que apenas 8% já participaram de algum curso onde a 
dislexia foi tida como assunto, isso faz pensar que esta não é tratada da maneira como deveria, 
pois é um tipo de inclusão como outra qualquer. O aluno precisa se sentir aceito, incluso no 
ambiente que fará parte, e ao mesmo tempo os professores devem ser melhor preparados para 
enfrentar esta dificuldade linguística da forma correta, oferecendo-lhes materiais que 
facilitem sua aprendizagem. 
Para Pietro (2006) “os conhecimentos sobre o ensino de alunos com necessidades educativas 
especiais não podem ser de domínio apenas de alguns “especialistas”, e sim apropriados pelo maior 
número possível de profissionais da educação, idealmente por todos” , essa afirmação constata a 
importância de adquirir informações a respeito das dificuldades educacionais existentes. 
Talvez, por falta de participação em cursos abordando a dislexsia, é que ainda existam 
professores que pensam que esta é um fator psicológico e não decorrente de uma má formação 
no caminho linguístico do cérebro, como observa-se nos resultados da questão (10) no gráfico 
( 10 ): 
 
 
 
33 
 
Gráfico 10:Dislexia: Psicológico ou biológico? 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
Vê-se que apenas 8% dos professores entrevistados têm conhecimento por terem 
participado de algum curso inclusivo para disléxicos, (GRAF. 9) 85% dos educadores, 
demonstrado pelo gráfico 10, de certa forma buscaram informações de maneiras diversas, e 
15% não sabem o verdadeiro motivo pelo qual este distúrbio linguístico acontece, acreditando 
que é decorrente de fator psicológico, ou seja, emocional. Por muitos destes docentes mal 
informados que crianças disléxicas são consideradas preguiçosas e distraídas, sem interesse na 
disciplina e nos estudos, podendo assim não ser dado o apoio necessário para que a solução de 
seu “problema” seja visto como prioridade para prosseguir e progredir em seus estudos. 
Quando se perguntou se a dislexia é decorrencia da formação educacional que o aluno 
teve ou tem, questão (11), apenas 8% dos professores responderam que sim como vemos a 
seguir. 
Gráfico 11: Formação educacional 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
34 
 
Portanto, 92% disseram que a dislexia não decorre de nenhum tipo de formação 
educacional, cientes de que é fator biológico que depende da estrutura neural de cada um,mas 
como já comentado anteriormente, se o professor não tiver interesse em ajudar os alunos, 
apenas taxando-os como desinteressados e continuar a ministrar aulas da mesma maneira, o 
distúrbio se torna não decorrente, mas dificultado pela formação educacional que teve ou tem. 
“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência” (CURY, 1959). Por mais trabalhoso 
que seja, por mais tempo que tome o professor, deve este orientar o aluno bom, o regular e o 
com necessidades educacionais, da melhor forma possível, oferecendo-lhes o máximo de 
informações que enriqueçam seu conhecimento e sua aprendizagem. 
Este questionário foi aplicado entre professores com cargo, tempo de docência, 
categorias variadas, e para analisar a formação dos mesmos as questões (12, 13 e 14) estão 
representadas nos gráficos (12, 13 e 14): 
Gráfico 12: Seu cargo de: professor, supervisor ou diretor? 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
Gráfico 13: Qual é seu tempo de docência? 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
35 
 
Gráfico 14: Em qual categoria você se encaixa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
Percebe-se através dos gráficos que os professores entrevistados, no total de quatorze, 
são de nível médio, possuindo de onze a dezesseis anos de profissão (GRAF. 13). São 
profissionais com um longo caminho já percorrido na docência, formadores de opiniões. 
Estão cientes de que a dislexia é algo que pode prejudicar a leitura, escrita e compreensão dos 
alunos e prolongar estas dificuldades por vários anos se não for identificada a tempo de 
amenizá-las. 
6. Considerações finais 
 
Neste presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa 
qualitativa para coleta de informações a respeito da dislexia, suas causas e consequências, a 
fim de melhorar o entendimento por parte dos docentes, pais e familiares e até mesmo 
daqueles que possuem este distúrbio linguístico. 
Diversos são os mecanismos que procuram melhorar e aprimorar o aprendizado dos 
disléxicos, identificando o distúrbio como um processo biológico e neurológico. Portanto 
pode-se concluir que a dislexia é uma má formação no caminho da linguagem no cérebro, 
porém esta dificuldade de aprendizagem não impede que estas pessoas sejam competentes no 
que se dispõem a fazer. 
36 
 
 Percebe-se através deste estudo, que a dislexia é um problema que pode ser 
minimizado por métodos pedagógicos , pois as pessoas que as possuem são inteligentes e com 
uma percepção incrível, capazes de se sentir realizadas em suas escolhas. O que faz a 
diferença para os disléxicos é a forma pela qual são orientados pelos professores e 
principalmente pelos seus pais. 
Para a maioria dos autores tais como Sally Shaywitz, Vicente Martins ( 2001), entre 
outros a dislexia, o quanto antes for identificada melhor será, pois assim se evita um 
sofrimento desnecessário por falta de informações ao longo do processo escolar, mas isto não 
impede que seja trabalhada para a melhora daqueles que já avançaram a alfabetização inicial. 
O aluno precisa de apoio, carinho e compreensão para ser “bom”, da maneira que se 
sinta bem. 
A leitura está envolvida em todo o processo educacional e por isso é preciso que todos 
tenham a oportunidade de realizá-la da melhor maneira possível. Para que estas crianças não 
se sintam menosprezadas e não tenham seu psicológico abalado é preciso que a escola seja e 
proporcione um ambiente acolhedor e, sobretudo, o professor esteja consciente do seu papel 
como educador e formador de opiniões. Por este motivo a pesquisa qualitativa teve como 
objetivo analisar o quanto se sabe sobre este distúrbio linguístico por parte dos docentes e 
percebe-se através do questionário realizado que ainda é algo que necessita e muito de 
informações. 
Pôde-se, então, concluir que este assunto ainda necessita de informações e de que 
maneira trabalhá-lo para minimizar as dificuldades que os alunos possuem no ambiente 
escolar. Conclui-se que, pelo fato de ainda muitos dos pais não fazer parte ativamente da vida 
escolar de seus filhos, tenham contribuído para essa falta de informações, pois não havendo 
cobrança não há preocupações em procurar o motivo real pelo qual aquele aluno não 
consegue acompanhar o restante da classe. 
Por fim, é importante enfatizar o quanto a família é responsável pela motivação e 
desenvolvimento das crianças, seja na escola, em casa ou na rua. Pode-se perceber que é um 
trabalho que requer paciência, carinho, persistência, e muita determinação por parte dos pais e 
dos filhos. Não se deve deixar que a escola por si só tome iniciativas, é necessário um 
trabalho em conjunto. 
37 
 
Não são as notas que fazem uma pessoa ser boa ou não, o que faz a diferença é como 
enfrentar os desafios que a vida oferece, e para isso o professor ensina, os pais educam e os 
filhos (alunos) aprendem com estes. 
Ser disléxico é ser um pouco de Darwin, Einstein, Picasso, Da Vinci, Alexander 
Graham Bell, Thomas Edison, Van Gogh, entre outros que com sua grandiosa inteligência 
fizeram invenções que proporcionaram conforto e praticidade. São pessoas reconhecidas e 
glorificadas pelo mundo todo. 
O que faz a diferença é a maneira que vemos o que está ao nosso redor, nos 
encontrarmos e nos sentirmos felizes e realizados naquilo que fazemos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
REFERÊNCIAS 
 
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http://www.monografias.com/trabajos/dislexia/dislexia.shtml
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Apêndice 
 
Questionário sobre Dislexia 
1. Você conhece o termo dislexia? 
( ) sim ( ) não 
2. Em sua opinião qual alternativa define melhor a dislexia? 
( )preguiça ( )desmotivação ( )dificuldade 
3. Em sua carreira acadêmica você já trabalhou com algum aluno disléxico? 
( )sim ( ) não 
4. Atualmente você possui algum aluno disléxico? 
( ) sim ( ) não ( ) quantos 
5. E leitores deficientes, ou seja, alunos com dificuldades na leitura? 
( ) sim ( ) não 
6. O nível de leitura da maioria de seus alunos é: 
( ) regular ( ) bom ( ) ruim 
7. Existe o conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura dos alunos com 
dificuldade? 
( ) sim ( ) não 
8. Os pais dos alunos com problema de leitura procuram participar da vida escolar do 
filho? 
( ) sim ( )não 
9. Você já participou de algum curso sobre inclusão escolar voltado para o aluno 
disléxico? 
( ) sim ( ) não 
10. Em opinião a dislexia é fator: 
( ) psicológico ( ) biológico 
11. Você acredita que a dislexia é causada decorrente da formação educacional que o 
aluno teve ou tem? 
( ) sim ( ) não 
12. Seu cargo de: 
( ) professor ( ) supervisor ( ) diretor 
41 
 
13. Qual é seu tempo de docência? 
( ) 1 a 5 anos 
( ) 6 a 10 anos 
( ) 11 a 16 anos 
( )17 ou mais 
14. Em qual categoria você se encaixa? 
( ) magistério nível médio 
( ) pedagogo 
( ) especialista 
( ) mestrado 
( ) doutorado

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