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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TALUDE NATURAL E TALUDE REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS, JULIANA BASTOS DE OLIVEIRA LIMA

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA 
 
 CURSO: ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TALUDE NATURAL E TALUDE 
REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS 
 
 
 
 
 
JULIANA BASTOS DE OLIVEIRA LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
 
2018
 
 
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA - UVA 
 CURSO: ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
JULIANA BASTOS DE OLIVEIRA LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de 
Engenharia Civil da Universidade Veiga de Almeida, 
como requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
Orientadora: Luciana Andrade Peixoto Silva 
Coorientador: Leonel Dias de Araujo Mello 
 
 
 
 
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TALUDE NATURAL E TALUDE 
REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS 
 
 
 
 
Cabo Frio 
2018 
 
 
 
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA - UVA 
CURSO: ENGENHARIA CIVIL 
 
JULIANA BASTOS DE OLIVEIRA LIMA 
 
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TALUDE NATURAL E TALUDE 
REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS 
 
Monografia apresentada como
 requisito parcial à conclusão do curso 
em Bacharel em Engenharia Civil. 
 
APROVADA EM: 
 
CONCEITO: ________________________ 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
________________________________________________ 
PROF. Luciana Andrade Peixoto Silva 
ORIENTADORA 
 
_________________________________________________________ 
PROF. NOME DO PROFESSOR DA BANCA 
 
_________________________________________________________ 
PROF. NOME DO PROFESSOR DA BANCA 
 
 
 
Coordenação de Engenharia Civil 
 
Cabo Frio 
2018 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, José 
Valter e Leni, por todo apoio e tempo 
dedicado à mim ao longo desses anos. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 Gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por ter me proporcionado chegar até 
aqui. 
 Aos meus pais, José Valter e Leni Bastos, por todo esforço, tempo e incentivo 
dedicados à mim e aos meus irmãos ,por muitas vezes sacrificarem suas vontades para realizar 
as nossas, nos fazer tornar seres humanos dignos ; aos meus irmãos Gabriel e Lucas por todo 
companheirismo e a toda minha família. 
 Agradeço ao meu namorado, Alan Ferraz, por ter me ajudado tanto, ter me ouvido e 
me amparado, me auxiliado quando as coisas pareceriam perder o rumo, sempre me 
mostrando a direção, e que estava tudo bem. Muito obrigada pela grande ajuda para construir 
este TCC, sem você as coisas ficariam bem mais difíceis. 
 Aos meus amigos, que com certeza fizeram um grande diferencial nesta jornada de 
cinco anos e meio, foram como verdadeiros anjos na Terra, nada valeria a pena se não tivesse 
vocês, devo um agradecimento especial à: Carol, Flansualle e Raquel, por todos os desabafos 
e apoio mútuo, obrigada por tudo; a Beatriz Ribeiro por todas as palavras amigas, por se 
preocupar, só de saber que você está ao meu lado me sinto mais segura e confortável e a 
Isabella Martins minha eterna dupla de faculdade, obrigada por sempre estar disposta a me 
ouvir, por todos os conselhos e cuidado comigo, você foi e é essencial sem sombra de 
dúvidas. 
 A todos os professores, que apesar de tão desvalorizada a profissão a escolheram por 
amor e a executam com êxito, que nunca percam a fé e a esperança em dias melhores; e ao 
Leonel Mello que esteve disposto e me ajudou de forma exemplar na realização deste 
trabalho, sempre disposto e prestativo à você meu muito obrigada. 
 E a todas as pessoas relacionadas direta e indiretamente para que esse sonho se 
tornasse realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Uma pessoa inteligente resolve um 
problema, um sábio o previne.” 
Albert Einstein 
 
 
RESUMO 
Devido a relevância socioeconômica que envolve acidentes geotécnicos em taludes, 
sejam taludes artificiais ou naturais, os princípios que envolvem o escorregamento e a 
estabilização de taludes já foram amplamente estudados e discutidos por décadas em todo o 
mundo. A mudança do estado de tensões do maciço que provoca sua instabilidade pode 
ocorrer por ações antrópicas ou naturais. A comunidade cientifica geotécnica, busca 
constantemente aperfeiçoar as técnicas utilizadas na execução de taludes, a fim de obter uma 
maior segurança de projeto. Sabendo que o solo pouco resiste à tração, uma das técnicas 
utilizadas é o uso de geogrelhas inseridas ao solo. O presente trabalho teve por objetivo 
analisar a estabilidade de um talude real com projeto hipotético, o mesmo está localizado em 
Nilópolis- RJ, com uma proposta onde se deseja aumentar a área na parte superior do talude 
(para construção de um novo empreendimento). Foi realizada a análise de estabilidade do 
talude, através do conhecimento do perfil geológico-geotécnico e em seguida a modelagem no 
SLOPE-W. Dois cortes foram analisados, com situações de N.A elevado e N.A baixo, 
obtendo-se o Fator de Segurança (FS) abaixo do admissível. Foi feita a analise com a 
utilização de reforço com geogrelha e muro de contenção de bloco segmentado obtendo 
assim, uma análise estável para o talude. O software SLOPE-W faz uma análise 
determinística, onde são baseadas na comparação entre as tensões cisalhantes mobilizadas e a 
resistência ao cisalhamento, definindo um FS para o projeto. A NBR 11.682/2009 é norma 
responsável pela estabilidade de taludes, a mesma estipula um fator de segurança mínimo de 
acordo com o local. 
 
Palavras-Chave: Talude, Geossintéticos, Geogrelhas, Fator de Segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Because of the relevance of socio-economic that involves accidents geotechnical in 
trimmers are trimmers, artificial or natural, the principles involving the slip and slope 
stabilization have been widely studied and discussed for decades all over the world. The 
change of state of stresses of the solid mass that causes its instability can occur by anthropic 
actions or natural. The scientific community geotechnology, seeks to constantly improve the 
techniques used in the execution of embankments, in order to obtain a larger security project. 
Knowing that the poor soil resists to traction, one of the techniques used is the use of geogrids 
inserted into the soil. The present work had the objective to analyze the stability of a slope 
hypothetical located in Nilópolis - RJ, with a proposal where if you want to increase the area 
in the upper part of the slope (for the construction of a new development). It was performed 
the stability analysis of the slope, through the knowledge of the profile and the geological and 
geotechnical studies, and then modeling in SLOPE-W. Two sections were analyzed, with the 
situations of n and high N. The low, obtaining a Factor of Safety (FS) below the admissible. 
Was made the analysis with the use of reinforcement with geogrid and retaining wall block to 
be segmented thereby obtaining an analysis is stable for the slope. The program SLOPE-W 
makes the analysis deterministic, where they are based on the comparison between the 
voltages cisalhantes mobilized and shear strength, by setting a FS for the Project. The NBR 
11.682/2009 is the norm responsible for the stability of embankments, the same provides for a 
safety factor, a minimum of according to the local. 
 
Keywords: Slope, Geosynthetics, Geogrids, the Factor of Safety. 
 
 
 
 
 
 
https://www.google.com.br/search?q=geosynthetics&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwijnImWnaHbAhWCTJAKHddkAm8QkeECCCQoAA
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1:Incidências de escorregamentos na cidade do Rio de Janeiro; GEORIO (2016) ....................17 
Figura 2: Tipos de Taludes; IPT (2014) .............................................................................................19 
Figura 3- Rastejo ou Fluência; REIS (2001) ......................................................................................22Figura 4: Tipos de superfície de ruptura; REIS (2001) .......................................................................23 
Figura 5: Exemplos de quedas; <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11c.html ........24 
Figura 6: Exemplo de corrida (Angra dos Reis,RJ-2010); 
https://descomplica.com.br/blog/uncategorized/movimentos-de-massa-i/...........................................24 
Figura 7: Esquema do atrito entre dois corpos; PINTO (2015) ...........................................................25 
Figura 8: Fórmula fator de segurança; ABNT (1991). ........................................................................31 
Figura 9: Geogrelha. .........................................................................................................................35 
Figura 10: Geotêxteis ........................................................................................................................36 
Figura 11: Geocélulas .......................................................................................................................36 
Figura 12: Georrede. .........................................................................................................................37 
Figura 13: Geomembrana. .................................................................................................................37 
Figura 14: Geocomposto. ..................................................................................................................37 
Figura 15: Tiras plásticas. .................................................................................................................38 
Figura 16: Técnicas de construção para muro de bloco segmentado ...................................................40 
Figura 17: Principais segmentos do muro de bloco segmentado; HUESKER(2016). ..........................41 
Figura 18- Topografia do talude; AUTOR (2018). .............................................................................42 
Figura 19: Standard Penetration Test realizado no “F – 1”, cota 111,801; MELLO (2017). ................43 
Figura 20: Standard Penetration Test realizado no “F – 2”, cota 111,212.; MELLO (2017). ...............44 
Figura 21: Tela inicial SLOPE-W; AUTOR (2018). ..........................................................................45 
Figura 22: Corte A-A; AUTOR (2018). .............................................................................................46 
Figura 23- Corte B-B;AUTOR (2018). ..............................................................................................46 
Figura 24: FS correspondente ao corte A-A com N.A elevado; AUTOR (2018). ................................48 
Figura 25: FS correspondente ao corte A-A com N.A baixo; AUTOR (2018). ...................................48 
Figura 26:FS correspondente ao corte B-B com N.A elevado; AUTOR (2018). .................................49 
Figura 27: FS correspondente ao corte B-B com N.A baixo; AUTOR(2018). .....................................49 
Figura 28: Equação da capacidade de tração consignada; GEOSLOPE (2012). ..................................51 
Figura 29 Equação da superfície de deslizamento; GEOSLOPE (2012). ............................................51 
Figura 30: Equação para comprimento da geogrelha; GEOSLOPE (2012). ........................................51 
Figura 31: Configuração do corte A-A reforçado; AUTOR (2018).....................................................52 
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932298
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932299
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932301
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932302
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932303
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932303
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932304
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932313
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932314
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932315
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932316
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932317
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932318
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932319
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932320
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932321
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932322
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932323
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932324
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932328
 
 
Figura 32: Configuração do corte B-B reforçado; AUTOR (2018). ....................................................52 
Figura 33: FS do corte A-A reforçado com N.A baixo; AUTOR (2018). ............................................53 
Figura 34: FS do corte A-A reforçado com N.A elevado; AUTOR (2018). ........................................53 
Figura 35:FS do corte B-B reforçado, com N.A elevado; AUTOR (2018). .........................................54 
Figura 36:: FS do corte B-B reforçado, com N.A baixo; AUTOR (2018); ..........................................54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932329
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932330
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932331
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932332
file:///C:/Users/Juliana%20Bastos/Desktop/tcc%202%20juliana%20bastos.docx%23_Toc514932333
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Classificação dos movimentos de encostas; VARNES (1978) ............................................20 
Tabela 2: Características dos principais grandes grupos de movimento de massa; AUGUSTO FILHO 
(1992) ...............................................................................................................................................21 
Tabela 3: Critérios de ruptura; PINTO (2015)....................................................................................26 
Tabela 4- Características dos métodos de equilíbrio limite; TONUS (2009). ......................................30 
Tabela 5: Nível de segurança desejado contra perdas humanas; GERSCOVICH (2016) .....................31 
Tabela 6: Nível de segurança desejado contra danos materiais e ambientais; GERSCOVICH (2016) .31 
Tabela 7: Fatores de segurança mínimos para escorregamento; GERSCOVICH (2016). ....................32 
Tabela 8-condições de equilíbrio estático pelos métodos de equilíbrio limite; ABRAMSON et al, 
(2002). ..............................................................................................................................................33 
Tabela 9-Marcos da evolução cronológica da técnica de reforço de solos; TUPA (2006). ..................34 
Tabela 10: Tipos de Geossintéticos e suas Principais Aplicações; adaptado de Koerner (1998) ..........38 
Tabela 11: Caracterização do solo local correlacionando os dados de N(SPT) com parâmetros de Lima 
(2002); MELLO(2017)......................................................................................................................47Tabela 12: Legenda para configuração do talude reforçado; AUTOR(2018). .....................................51 
Tabela 13: análise do FS do talude natural; AUTOR (2018); .............................................................55 
Tabela 14: Análise do fator de segurança do talude reforçado; AUTOR (2018)..................................56 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
“F-1”- Furo 1 SPT 
“F-2”- Furo 2 SPT 
FCT- Capacidade de tração consignada 
FS- Fator de Segurança 
FSadm- Fator de Segurança Admissível 
FPR- Superfície de deslizamento 
IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas 
MEL- Método do Equilíbrio Limite 
N.A- Nível d’água 
NBR- Norma Brasileira 
PR- Resistência ao arrancamento 
RF- Fator de redução 
RRF(S)FS- Fator de redução 
SPT- standard penetration test 
TC- Resistência de tração da geogrelha 
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
ɸ- Ângulo de atrito 
ƒ- Coeficiente de atrito 
F- Coeficiente de atrito 
c- Constante do material 
τƒ- Esforços estabilizantes 
τmob- Esforços instabilizantes 
L- comprimento 
N- Força normal 
T – Força tangencial 
β- índice de confiabilidade 
tg – Tangente 
σ- Tensão normal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................16 
1.1 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................................................17 
1.2 OBJETIVOS GERAIS ....................................................................................................................18 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..........................................................................................................18 
1.4 METODOLOGIA ...........................................................................................................................18 
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................................19 
2.1 TALUDES .....................................................................................................................................19 
2.2 MOVIMENTO DE MASSA............................................................................................................20 
2.2.1 Rastejo ou fluência .....................................................................................................................22 
2.2.2 Escorregamento..........................................................................................................................23 
2.2.3 Quedas .......................................................................................................................................24 
2.2.4 Corrida ......................................................................................................................................24 
2.3 RESISTÊNCIA DOS SOLOS .........................................................................................................25 
2.3.1 Atrito ..........................................................................................................................................25 
2.3.2 Coesão .......................................................................................................................................26 
2.3.3 Critérios de ruptura ....................................................................................................................26 
2.4 MÉTODO DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE ..............................................................................27 
2.4.1 Análise probabilística .................................................................................................................27 
2.4.2 Análise determinística.................................................................................................................27 
2.4.2.1 Equilíbrio limite ..................................................................................................................... 28 
2.4.2.2 Comparação do método de equilíbrio limite .......................................................................... 29 
2.4.3 Fator de segurança .....................................................................................................................30 
2.5 SLOPE-W ......................................................................................................................................32 
2.6 SOLO REFORÇADO .....................................................................................................................33 
2.7 GEOSSINTÉTICOS .......................................................................................................................34 
2.7.1 Geogrelhas .................................................................................................................................35 
2.7.2 Geotêxteis...................................................................................................................................35 
2.7.3 Geocélulas..................................................................................................................................36 
2.7.4 Georredes...................................................................................................................................36 
2.7.5 Geomembrana ............................................................................................................................37 
2.7.6 Geocompostos ............................................................................................................................37 
2.7.7 Tiras plásticas ............................................................................................................................38 
2.8 MURO DE CONTENÇÃO .............................................................................................................38 
2.8.1 Muro de bloco segmentado .........................................................................................................39 
2.8.1.1 Sequência construtiva para o muro de bloco segmentado ...................................................... 40 
3 ESTUDO DE CASO ..............................................................................................................................42 
 
 
3.1 DADOS DO CASO .........................................................................................................................42 
3.2 ANÁLISE DE INVESTIGAÇÕES E DEFINIÇÃO DO PERFIL GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO ......42 
3.3 MODELAGEM E ANÁLISE DE ESTABILIDADE DO TALUDE ..................................................45 
3.4 UTILIZAÇÃO DO REFORÇO .......................................................................................................50 
4 RESULTADOS .....................................................................................................................................55 
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................................................57 
6 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
1 INTRODUÇÃO 
Qualquer superfície inclinada de um maciço de solo ou rocha é chamada de talude. 
Este pode ser natural (encostas) ou construído, artificial (aterros e cortes). 
A estabilidade de um talude é um dos grandes desafios da engenharia geotécnica, 
devido sua instabilidade gerar grandes problemas socioeconômicos, se tornando uma questão 
de ordem pública governamental, pois muitas vezes acarretam perdas de pessoas e materiais. 
A instabilidade do maciço de solo ocorre quando a tensão cisalhante atingeo valor da sua 
resistência, causando a ruptura, e escorregamento, sendo uma das formas mais frequentes de 
movimento de massa. A mudança do estado de tensões no interior do maciço pode ocorrer 
devido a ações humanas ou naturais, como a abertura de novas estradas, retirada de vegetação, 
intemperismo, taludes mal dimensionados, entre outros. 
Com o intuito de melhorar as características mecânicas do solo, foram desenvolvidas 
técnicas para execução de taludes, dentre as quais está a utilização de geossintéticos como 
reforço, iniciada em 1960. 
Os geossintéticos são materiais sintéticos de elevada resistência à tração capaz de 
reforçar o solo, existem vários tipos disponíveis para aplicação como reforços, são eles: 
geogrelhas (rígidas e flexíveis), geocélulas, geobarras, tiras, fibras difusas (microrreforço), 
geotêxteis (tecidos, não tecidos e reforçados). 
Este presente estudo tem por objetivo analisar o comportamento de um talude em sua 
forma natural e com o reforço geossintético, observando a diferença entre seus 
comportamentos. Esta pesquisa é de suma importância, pois está envolvida na resolubilidade 
de grandes perdas, objetivando soluções eficazes para evitar catástrofes. 
Baseando-se em uma análise hipotética onde os resultados serão adquiridos através do 
software SLOPE-W, produzido pela GEO-STUDIO, o programa faz análise da estabilidade 
do talude, desde problemas simples a complexos, levando em consideração a propriedade do 
solo, formas de superfície de deslizamento, condições de poropressão, condições de 
carregamento e métodos de análise. A partir do preenchemento desses dados o é gerado um 
relatório contendo todas as informações necessárias, o método de resolução a ser utilizado 
será a teoria do equilibrio limite, onde são levadas em consideração algumas premissas como: 
o solo deve possuir um comportamento rígido plástico e é fundamentado nas leis da estática. 
 
 
17 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
O presente estudo é justificado devido à grande incidência de escorregamentos, já que 
são os tipos de acidentes geológicos mais frequentes no Brasil, causando grandes prejuízos. 
Segundo dados da GEORIO o total de ocorrência de escorregamentos na cidade do Rio de 
Janeiro de 2010 a 2015 foram 1080, sendo 497 escorregamentos de solo em talude de corte 
(46%), 20 escorregamentos de solo/ rocha em talude de corte (1,9%), 7 escorregamentos de 
rocha em talude de corte (0,6%), 37 rupturas de aterro (3,4%), 189 escorregamentos de solo 
em encosta natural (17,5%), 14 escorregamento de solo e rocha em encosta natural (1,3%), 1 
escorregamento de rocha em encosta natural (0,1%), 62 queda e rolamento de blocos ou 
lascas de rochas (5,7%), 12 escorregamentos de talús (1,1%), 184 rupturas de estrutura de 
contenção (17%), 14 escorregamento de lixo/entulho (1,3%), 3 corridas (0,3%) , 40 processos 
erosivos/assoreamento (3,7%) (GEORIO/DEP/GPE, 2012; GEORIO/DEP/GPE, 2013; 
GEORIO/DEP/GPE, 2013; GEORIO/DEP/GPE, 2014; GEORIO/DEP/GPE, 2015; 
GEORIO/DEP/GPE, 2016). Como pode ser observado no gráfico a seguir: 
 
A ocorrência dos deslizamentos trazem grandes prejuízos socioeconômicos, pois 
acarretam perdas de pessoas e de materiais, um exemplo que pode ser citado foi em janeiro de 
2011, onde ocorreu uma série de deslizamentos no município de Nova Friburgo causando 
Figura 1:Incidências de escorregamentos na cidade do Rio de Janeiro; GEORIO (2016) 
18 
 
cerca de 900 mortes, 305 desaparecidos e 34.600 pessoas desabrigadas, além de danos severos 
à infraestrutura (BUSH e AMORIM, 2011). 
A aplicação de reforços tem crescido de forma acelerada no mundo, além de ter uma 
redução significativa de gastos quando comparada a contenção de encostas, portanto esta 
pesquisa tem por intuito demonstrar a eficiência quando aplicado um geossintético no solo, 
reforçando-o aumentando sua resistência e consequentemente sua estabilidade. 
 
1.2 OBJETIVOS GERAIS 
Comparar a resistência mecânica e estabilidade global entre um talude natural e 
reforçado com geossintéticos e analisar os resultados obtidos. 
 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 Coletar dados para o desenvolvimento do projeto; 
 Definir o geossintético a ser utilizado; 
 Analisar o comportamento e resistência do talude natural; 
 Analisar o comportamento e resistência do talude com reforço 
geossintético; 
 Comparar as análises obtidas; 
1.4 METODOLOGIA 
A pesquisa em questão se trata de um estudo de caso de um projeto hipotético, onde 
serão gerados dados de um possível talude, localizando em Nilópolis-RJ. Será empregado o 
software SLOPE-W, produzido pela GEO-STUDIO que utiliza a teoria do equilíbrio limite 
para cálculo das resistências. Tendo como entrada principal dados do perfil do solo como 
coordenadas, características geotécnicas (peso específico, peso saturado, coesão, ângulo de 
atrito, permeabilidade); cargas de reforços; horizontes e nível freático, gera-se o fator de 
segurança mínimo e máximo, além de um relatório contendo todas as informações. 
Após a obtenção dos resultados será feita uma análise quanto ao comportamento e 
resistência. 
 
19 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 TALUDES 
Qualquer superfície inclinada de um maciço de rocha ou solo é chamada de talude, 
podendo ser construído ou natural (NASCIMENTO, 2013). 
São considerados taludes construídos, os taludes onde há intervenção humana, são 
eles: aterros, cortes de encostas e escavações, devem ser executados de forma que garanta sua 
estabilidade para isso devemos levar em consideração, a altura e inclinação (GUIMARÃES, 
2016). 
Taludes naturais são taludes formados pela ação da natureza, constituídos por solos 
coluvionares ou residuais e rochas podendo apresentar várias formas (plana, côncava e 
convexa) (GERSCOVICH, 2016). 
 
Os taludes naturais possuem grandes problemas relacionados à instabilidade. Devido o 
intemperismo alterar as características da rocha tornando-a menos resistente provocando 
assim uma alteração no estado de tensões da massa, além da ação da gravidade que se torna 
favorável ao movimento (GERSCOVICH, 2016). 
 Segundo a NBR 11.682/1991 O talude é considerado estável quando não retrata 
nenhum sintoma de instabilidade como: trincas, rastejos, erosões, cicatrizes entre outros 
(ABNT,1991). 
Figura 2: Tipos de Taludes; IPT (2014) 
20 
 
A instabilidade do talude acarretam grandes prejuízos socioeconômicos tornando-se 
uma questão de ordem pública, um talude se torna instável quando a tensão cisalhante do solo 
atinge a resistência ao cisalhamento do material. (KELLER, 2012). 
A instabilidade pode ser ocasionada por agentes externos (homem) e agentes internos 
(intemperismo), alteração na rede de drenagem, cortes para aberturas de novas estradas, 
retirada da cobertura vegetal, ocupação do solo, entrada de água no solo, inclinação dos 
taludes, entre outros (GERSCOVICH, 2016). 
 
2.2 MOVIMENTO DE MASSA 
O movimento de massa é um deslocamento do volume de solo, isso ocorre quando as 
tensões solicitantes ultrapassam as resistências ao cisalhamento do solo (GUIMARÃES, 
2016). 
Na literatura existem várias propostas por diversos autores para classificações de 
movimentos de massa. Essas classificações são fundamentadas na velocidade, tipo de material 
deslizado, mecanismo do movimento, geometria, deformações e presença de água. 
(GUIMARÃES, 2016). 
As classificações possuem aplicabilidade regional e são baseadas nas condições 
climáticas e geológicas locais, a classificação de Varnes (1978) é a mais utilizada 
internacionalmente, ela é dividida em tipo de movimento e tipo de material, como observado 
na tabela a seguir: 
Tabela 1: Classificação dos movimentos de encostas; VARNES (1978) 
Classificação dos movimentos de encosta segundo Varnes (1978) 
Tipo de movimento 
Tipo de material 
Rocha 
Solo (engenharia) 
Grosseiro Fino 
Quedas De rocha De detritos De terra 
Tombamentos De rocha De detritos De terra 
Escorregamento 
RotacionalPoucas 
unidades 
Abatimento 
de rocha 
De blocos 
rochosos 
De rocha 
Abatimento 
de detritos 
De blocos de 
detritos 
De detritos 
Abatimento 
de terra 
De blocos de 
terra 
De terra 
Translacional 
Muitas 
unidades 
Expansões laterais De rocha De detritos De terra 
21 
 
 
Para criação de uma classificação brasileira Augusto Filho (1992) ajustou a proposta 
de Varnes (1978) às características dos principais grupos de escorregamentos à dinâmica 
brasileira (GEORIO, 1999), conforme a tabela a seguir: 
 
Tabela 2: Características dos principais grandes grupos de movimento de massa; AUGUSTO FILHO (1992) 
Processos Características do movimento, material e geometria. 
Rastejo ou fluência 
Vários planos de deslocamento (internos) 
Velocidades muito baixas (cm/ano) a baixas e decrescentes 
com a profundidade 
Movimentos constantes, sazonais ou intermitentes 
Solo, depósito, rocha alterada/fraturada 
Geometria indefinida 
Escorregamento 
Poucos planos de deslocamento (externos) 
Velocidades médias (km/h) a altas (m/s) 
Pequenos a grandes volumes de material 
Geometria e materiais variáveis 
Planares- solos pouco espessos, solos e rochas com um plano 
de fraqueza 
Circulares- solos espessos homogêneos e rochas muito 
fraturadas 
Em cunha- solos e rochas com dois planos de fraqueza 
Queda 
Sem planos de deslocamentos 
Movimentos tipo de queda livre ou plano inclinado 
Velocidades muito altas (vários m/s) 
Material rochoso 
Pequenos a médios volumes 
Geometria variável: lascas, placas, blocos, etc. 
Rolamento de matacão 
Tombamento 
Corrida Muitas superfícies de deslocamentos (internas e externas à 
Corridas/ escoamentos 
De rocha 
(rastejo 
profundo) 
De detritos De terra 
(rastejo de solo) 
22 
 
massa em movimentação) 
Movimento semelhante à de um líquido viscoso 
Desenvolvimento ao longo das drenagens 
Velocidades médias e altas 
Mobilização de solo, rocha, detritos e água 
Grande volume de material 
Extenso raio de alcance, mesmo em área planas 
 
2.2.1 Rastejo ou fluência 
É um deslocamento lento e contínuo das camadas superiores sobre as camadas mais 
profundas, apresenta um comportamento semelhante a um fluido viscoso e não possui uma 
superfície de ruptura bem definida, as causas podem ser dadas pela ação da gravidade 
combinadas com os efeitos da variação da umidade e temperatura (SANT’ANA, 2006), 
apresentando características como: cercas tortas e quebradas, fraturas de tensão, troncos de 
árvores curvos, entre outras, como pode ser visto na figura 3: 
 
 
Figura 3- Rastejo ou Fluência; REIS (2001) 
 
23 
 
2.2.2 Escorregamento 
São movimentos rápidos e de curta duração possuindo uma superfície de ruptura bem 
definida, tendo duas possíveis causa para sua ocorrência, a diminuição da resistência ao 
cisalhamento ou o aumento do peso da massa instável (CAPUTO, 1981). 
Os escorregamentos ocorrem quando a tensão cisalhante se iguala a resistência ao 
cisalhamento (FS=1), os escorregamentos são divididos em rotacionais (quando possuem uma 
superfície de ruptura curva) ou translacionais com uma superfície de ruptura plana. As 
superfícies de ruptura são classificadas como planares, em cunha, circulares ou mistas 
(circular e plana) (GUIMARÃES, 2016), conforme s figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Tipos de superfície de ruptura; REIS 
(2001) 
24 
 
 
2.2.3 Quedas 
É quando uma massa de rocha e/ou solo é desmembrada de uma encosta íngreme ou 
plano inclinado, o deslocamento ocorre principalmente por queda livre, rolamento ou salto do 
material, são movimentos rápidos ou extremamente rápidos (AHRENDT, 2005), como pode 
ser vista na figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2.4 Corrida 
Movimentos de longo alcance e alta velocidade (≥10 km/h), possui um caráter 
hidrodinâmico, ocorre perda completa das características de resistência do solo e uma perda 
do atrito interno, devido a destruição da estrutura causada pelo excesso de água. 
(GERSCOVICH, 2016), na figura a seguir um exemplo de corrida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Exemplos de quedas; 
<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/ri
sco11c.html 
Figura 6: Exemplo de corrida (Angra dos Reis,RJ-2010); 
https://descomplica.com.br/blog/uncategorized/movimentos-de-
massa-i/ 
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11c.html
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11c.html
25 
 
2.3 RESISTÊNCIA DOS SOLOS 
A resistência ao cisalhamento de um solo é a máxima de tensão de cisalhamento que o 
solo pode suportar sem sofrer ruptura, ou a tensão de cisalhamento no plano de ruptura no 
instante da mesma, quase sempre a ruptura dos solos é um fenômeno de cisalhamento, um 
exemplo bem conhecido é o escorregamento de talude (PINTO, 2015). 
 A resistência dos solos pode ser definida como o resultado da ação conjunta de dois 
fatores denominados de ângulo de atrito e coesão (MACHADO, 1997). 
 
2.3.1 Atrito 
A resistência entre partículas denomina-se atrito, onde há uma proporcionalidade entre 
a força normal e a força tangencial. Essa resistência pode ser demonstrada com problema de 
deslizamento de um corpo em uma superfície plana horizontal (a), sendo N a força vertical 
transmitida pelo corpo, T a força necessária para o corpo deslizar deve ser superior a F e f o 
coeficiente de atrito entre os dois materiais, também descrito como T= N. tgϕ, onde ϕ é o 
ângulo de atrito, também chamado ângulo máximo que a força transmitida pelo corpo a 
superfície pode fazer com a normal sem ocorrer deslizamento (b). A inclinação do plano de 
contato pode provocar o deslizamento já que ele altera as componentes normal e tangencial ao 
plano do peso próprio chegando a uma situação limite (c). A resistência ao deslizamento é 
diretamente proporcional à tensão normal e podendo ser representada por uma linha reta, já 
que o coeficiente de atrito independe da área de contato e da força normal aplicada (d) 
(PINTO, 2015), como pode ser visto a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 7: Esquema do atrito entre dois corpos; PINTO (2015) 
26 
 
2.3.2 Coesão 
A coesão do solo é a força de atração química entre a superfície de suas partículas, 
geralmente representa uma parcela pequena da resistência final ao cisalhamento e são 
divididas em coesão real e coesão aparente (VARGAS, 1977). 
 A coesão real se dá à tensão entre partículas resultante da pressão capilar da água 
sendo uma parcela da resistência ao cisalhamento de solo úmido, não saturado. Já a coesão 
aparente é um fenômeno de atrito, onde a tensão normal que a determina é consequente da 
pressão capilar. Esta parcela da resistência desaparece com a saturação do solo, surgindo daí o 
nome de aparente (PINTO, 2000). 
 
2.3.3 Critérios de ruptura 
Os critérios de ruptura são formulações nas quais buscam ponderar as condições em 
que ocorre a descontinuação dos materiais. São baseados na curva tensão x deformação, 
independente do critério utiliza-se o conceito de envoltória de resistência ou de ruptura, onde 
a envoltória representa o lugar geométrico dos estados de tensão da ruptura, o inferior da 
envoltória representa estabilidade e a região superior à envoltória corresponde a tensões 
impossíveis de ocorrer (ruptura). Dentre os critérios podem ser citados: critérios de Tresca, 
Rankine, Mohr, Coloumb, Mohr-Coloumb (tabela 3). Sendo o que melhor representa o 
comportamento do solo são os critérios de Coloumb e Mohr (PINTO, 2015). 
Tabela 3: Critérios de ruptura; PINTO (2015). 
Tresca 
A ruptura ocorre quando a tensão de cisalhamento se iguala à tensão de 
cisalhamento máxima. 
Rankine 
A ruptura ocorre quando a tensão de tração se iguala à tensão normal 
máxima. 
Mohr 
A ruptura ocorre quando no plano de ruptura a combinação das tensões 
normais e cisalhantes é de tal forma que a tensão de cisalhamento serámáxima. 
Coloumb 
A ruptura ocorre se a tensão de cisalhamento ultrapassar um valor dado 
pela expressão c+f.σ, sendo σ a tensão normal existente no plano de 
cisalhamento e c e f constantes do material. 
Mohr-Coloumb 
Este critério é assume que a Envoltória de Mohr é definida por uma 
linha reta, definida como τ = C + σ tan ɸ 
 
 
27 
 
2.4 MÉTODO DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE 
A análise de estabilidade tem por objetivo verificar a possibilidade de ocorrer um 
deslizamento de massa de solo presente em um talude, suas análises são divididas em análise 
probabilística onde estima a segurança a partir da probabilidade de ocorrência da ruptura do 
talude e análises determinísticas onde a segurança do talude é medida por um fator de 
segurança (GEORIO, 2000). 
 
2.4.1 Análise probabilística 
A análise probabilística examina as condições de estabilidade do talude levando em 
consideração a variabilidade dos parâmetros geotécnicos envolvidos, características do talude 
e do solo e os erros associados à natureza, adotando um valor médio e um desvio padrão para 
cada parâmetro do solo, permitindo assim sua variação. Esta análise é baseada na obtenção do 
índice de confiabilidade do talude (forma de mensurar as incertezas relacionadas ao fator de 
segurança, medindo o número de desvios padrão que separam o FS médio do valor definido 
para sua ruptura) quantificando assim a probabilidade de ruptura. Para uma análise 
probabilística ser considerada efetiva é fundamental que existam dados suficientes de 
informações sobre o solo por meio de ensaios de campo e de laboratório que permitam 
estabelecer um coeficiente de variação representativo de cada parâmetro geotécnico envolvido 
na análise (TONUS, 2009). 
Simulação de Monte Carlo, Segundo Momento de Primeira Ordem e Estimativas 
Pontuais são os métodos probabilísticos mais empregados na geotecnia (REIS, 2010). 
A análise baseia-se em alguns dos métodos determinísticos os quais influenciam o 
resultado da probabilidade, mas sua principal vantagem está em quantificar as incertezas 
presentes. Caracteriza-se a segurança de um talude por um fator de segurança (FS) em valores 
médios corrigidos por parâmetros probabilísticos ou pelo valor do índice de confiabilidade 
(β). (RIBEIRO JUNIOR, 2011). 
 
2.4.2 Análise determinística 
A análise determinística tem por função verificar a possibilidade de ocorrer um 
escorregamento de talude, em geral as análises são baseadas na comparação entre as tensões 
cisalhantes mobilizadas e a resistência ao cisalhamento, definindo assim um FS (fator de 
segurança) (GUIMARÃES, 2016). 
As análises determinísticas são dividas em: análise tensão deformação, análise limite e 
análise por equilíbrio limite, sendo esta última a mais popular atualmente, devido sua 
28 
 
facilidade de uso, simplicidade e a grande experiência adquirida ao longo dos anos 
(SANT’ANA, 2006). 
São caracterizadas por utilizar valores médios das variáveis empregadas no problema, 
como ângulo de atrito, coesão e peso específico do solo, não levando em consideração a 
variação desses parâmetros e fornecem como resultado um coeficiente de segurança. 
(TONUS, 2009). 
 
2.4.2.1 Equilíbrio limite 
O método do equilíbrio limite (MEL) é exclusivamente fundamentado nas leis da 
estática, com o objetivo de determinar o estado de equilíbrio de uma massa de solo 
potencialmente instável, geralmente os resultados são apresentados em um fator de segurança 
(FS). (MEJÍA 2015). 
Para utilização deste método devem ser levadas em consideração algumas premissas. 
 O material deve possuir um comportamento rígido plástico; 
 A ruptura ocorre ao longo da superfície que pode ser de qualquer geometria; 
 O fator de segurança é único ao longo de toda a superfície de ruptura; 
 A trajetória de tensão é vertical; 
 A massa de solo se encontra em condições iminentes de ruptura e o critério de Mohr 
Coulomb é satisfeito; 
 As equações de equilíbrio estático são válidas até o momento da ruptura, quando na 
verdade o processo é cinemático; 
 
A teoria do equilíbrio limite é aplicada a diversos tipos de análise de 
estabilidade,efetuadas pela aplicação de um dos três métodos (GOMES, 2011): 
 Métodos das cunhas- a massa do solo potencial instável é dividida em cunhas e as 
condições de equilíbrio são aplicadas em zonas separadas. 
 Métodos das fatias- grande parte de análise de talude se faz por esse método, onde a 
massa do solo potencialmente instável é dividida em fatias verticais, as condições de 
equilíbrio são aplicadas nas fatias à parte. 
 Método Geral- admite toda a massa de solo instável como se fosse um corpo rígido, e 
as condições de equilíbrio são aplicadas dessa maneira. 
 
29 
 
2.4.2.2 Comparação do método de equilíbrio limite 
 
 Método de Morgenstern-Price - trata-se de um método rigoroso, onde satisfaz todas as 
condições de equilíbrio estático e admite uma superfície de ruptura qualquer, a massa 
potencialmente instável é dividida em fatias infinitesimais e para execução do cálculo 
é necessário o uso de uma ferramenta computacional (TONUS,2009). 
 Spencer – inicialmente foi desenvolvido para superfícies de rupturas circulares e em 
seguida adaptado para superfícies de ruptura qualquer, corresponde a um método 
rigoroso, pois atende todas as equações de equilíbrio de momentos e de forças 
(SILVA, 2013). 
 Janbu generalizado- Método rigoroso onde é baseado no equilíbrio das forças e dos 
momentos, considera ambas as forças entre as fatias que são determinadas por uma 
linha de empuxo assumida (REIS, 2010). 
 Janbu simplificado- este método ignora as forças de cortes entre as fatias e as normais, 
satisfazendo apenas o equilíbrio da força, o método introduz um fator corretivo, no 
qual existe para considerar as forças de interação negligenciadas (TONUS, 2009). 
 Bishop- este método leva em consideração que as forças entre as fatias estão na 
horizontal e que a força normal age no centro da base da fatia e é calculado através das 
somas verticais desprezando as horizontais (FERNANDES, 1998). 
 Fellenius- também conhecido pelo método ordinário das fatias, onde admite uma 
superfície de ruptura circular, assume que a resultante das forças laterais são paralelas 
à sua base desprezando assim as forças de interação entre as fatias. (MACHADO, 
2013). 
 Sarma- método rigoroso onde satisfaz todas as condições de equilíbrio, além de 
considerar as forças sísmicas (terremotos), trabalha em superfícies de ruptura qualquer 
(BARBOSA, 2008). 
 
Para analisar a estabilidade, pode ser estudando toda superfície de falha ou dividindo a 
massa deslizada em fatias, o método das fatias (lamelas) foi desenvolvida por Petterson e 
Fellenius em 1936, e a partir este método foi sendo aperfeiçoado cada um com seu grau de 
precisão, entre os métodos mais utilizados nos ultimo 50 anos está o método de Janbu 
(1954) e Bishop (1955), porém os métodos mais precisos e complexos são os métodos de 
30 
 
Morgenstern-Price (1965) e Spencer (1967) nos quais permitem um análise muito rigorosa 
da estabilidade do talude, através dos programas computacionais (AGUILERA,2009). 
Vale ressaltar que apesar do método de Bishop não satisfazer o equilíbrio das forças 
horizontais e Jambu não atender ao equilíbrio de momentos, os seus fatores de segurança 
(FS) são aceitáveis para análise de estabilidade, pois no caso de superfícies circulares o FS 
entre o método de Bishop e os métodos mais rigorosos não ultrapassa 5%, já para as 
superfícies não circulares, o método de Jambu é mais utilizado, devido ser mais conservativo 
e a relação com outros métodos pode chegar a 30% (ABRAMSON et al., 1996). Na tabela 
a seguir são apresentados os métodos de análise e suas respectivas características. 
 
Tabela 4- Características dos métodos de equilíbrio limite; TONUS (2009). 
MÉTODO CARACTERÍSTICAS 
 
FELLENIUS 
Superfície de ruptura circular 
Satisfaz o equilíbrio demomento 
 
BISHOP SIMPLIFICADO 
Superfície de ruptura circular 
Satisfaz o equilíbrio de momentos 
Satisfaz o equilíbrio de forças verticais 
 
JAMBU SIMPLIFICADO 
Superfície de ruptura qualquer 
Satisfaz o equilíbrio de forças verticais e 
horizontais 
 
MORGENSTERN-PRICE 
Superfície de ruptura qualquer 
Satisfaz o equilíbrio de momentos 
Satisfaz o equilíbrio de forças verticais e 
horizontais. 
 
SPENCER 
Superfície de ruptura qualquer 
Satisfaz o equilíbrio de momentos 
Satisfaz o equilíbrio de forças verticais e 
horizontais. 
 
 
2.4.3 Fator de segurança 
O FS é a razão entre os esforços estabilizantes (resistentes) e os esforços 
instabilizastes (atuantes), o mesmo tem por função avaliar a segurança de um projeto de 
engenharia (ABNT, 1991), como pode ser visto na figura a seguir: 
31 
 
 
 
Figura 8: Fórmula fator de segurança; ABNT (1991). 
 
Para que um talude seja considerado estável o mesmo deve possuir um FS maior que 
1, já quando o FS se iguala 1 ocorre a ruptura e quando o FS é menor que 1, não possui 
significado físico (HORST, 2007). 
A NBR 11.682/1991 estipula coeficientes de segurança de acordo com o local, o FSadm 
corresponde a um valor mínimo a ser atingido (tabela 7) e varia de acordo com a vida útil e 
tipo de obra, possíveis perdas humanas e/ou econômicas(tabela 5 e tabela 6). A qualificação 
do risco deve levar em consideração as condições atuais e futuras do uso da área, 
(GERSCOVICH, 2016). 
Tabela 5: Nível de segurança desejado contra perdas humanas; ABNT (2009). 
Nível de segurança Critérios 
Baixo -Áreas e edificações com movimentação e permanência eventual 
de pessoas. 
-Ferrovias e rodovias de tráfego reduzido. 
Médio -Áreas e edificações com movimentação e permanência restrita 
de pessoas. 
-Ferrovias e rodovias de tráfego moderado. 
Alto - áreas com intensa movimentação e permanência de pessoas, 
como edificações publicas, residenciais ou industriais, estádios, 
praças e demais locais urbanos, ou não. 
- Ferrovias e rodovias com tráfego intenso. 
 
Tabela 6: Nível de segurança desejado contra danos materiais e ambientais; ABNT (2009). 
Nível de segurança Critérios 
Baixo 
-Danos matérias: locais próximos a propriedades de valor 
reduzido. 
-Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais 
reduzidos. 
32 
 
Médio 
-Danos materiais: locais próximos a propriedade de valor 
moderado. 
-Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais 
moderados. 
Alto 
-Danos Materiais: locais próximos a propriedades de alto valor 
histórico, social ou patrimonial, obras de grande porte e áreas que 
afetem serviços essenciais. 
-Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais graves, 
tais como nas proximidades de oleodutos, barragens de rejeito e 
fábricas de produtos tóxicos. 
 
Tabela 7: Fatores de segurança mínimos para escorregamento; ABNT (2009). 
Nível de segurança contra danos 
materiais e ambientais 
Nível de segurança contra danos a vidas humanas 
Alto Médio Baixo 
Alto 1,5 1,5 1,4 
Médio 1,5 1,4 1,3 
Baixo 1,4 1,3 1,2 
 
2.5 SLOPE-W 
O SLOPE-W é um software da GEOSTUDIO e é utilizado para análise de 
estabilidades, o mesmo tem por função solucionar problemas relacionados à estabilidade, 
resolvendo desde problemas simples até os mais complexos, ele determina a posição da 
superfície crítica de deslizamento e o fator de segurança mínimo. O programa emprega a 
teoria do equilíbrio limite com seus variados métodos (Bishop Simplificado, Spencer, 
Morgenstern-Price, Fellenius, U.S. Corps of Engineers, Janbu Simplificado e Lowe-Karafiath, 
Método Generalized Limit Equilibrium (GLE), método de tensão de elementos finitos) 
(TORRES FILHO & ANDRADE, 2015). 
A tabela a seguir demonstra as condições de equilíbrio estático pelos métodos de 
equilíbrio limite. (ABRAMSON et al,. 2002). 
33 
 
 
Tabela 8-condições de equilíbrio estático pelos métodos de equilíbrio limite; ABRAMSON et al, (2002). 
MÉTODO 
EQUILÍBRIO DE 
FORÇAS 
EQUILÍBRIO DE 
MOMENTO 
X Y 
Ordinário das Lamelas NÃO NÃO SIM 
Bishop Simplificado SIM NÃO SIM 
Janbu Simplificado SIM SIM NÃO 
Lowe-Karafiath SIM SIM NÃO 
Corpo de engenheiros SIM SIM NÃO 
Spencer SIM SIM SIM 
Rigoroso Bishop SIM SIM SIM 
Janbu Generalizado SIM SIM NÃO 
Sarma SIM SIM SIM 
Morgenstern-Price 
(GLE) 
SIM SIM SIM 
 
É possível fazer a escolha da geometria, dos materiais, espessura da camada de solo, 
inserir ângulo de atrito, peso específico, coesão e nível da água caso necessário, etc. (HORST, 
2007). 
O programa considera diversos carregamentos, como cargas concentradas, sobrecarga 
de aterro, cargas sísmicas, ancoragens, etc. Para obter o fator de segurança o SLOPE/W 
resolve duas equações: uma equação leva em conta leva conta o equilíbrio de momentos e a 
outra o equilíbrio de forças. Os resultados da análise são obtidos através de processadores 
gráficos, que podem ser visualizados pelo monitor ou através da impressão/plotagem 
(SANT’ANA ,2006). 
Este software está dividido em três rotinas executáveis: DEFINE, SOLVE e 
CONTOUR, onde a primeira serve para definir o modelo do talude a ser analisado, a segunda 
para computar os resultados e por último CONTOUR para visualizar os resultados (HORST, 
2007). 
2.6 SOLO REFORÇADO 
O solo quando compactado adequadamente possui boa característica a compressão e 
ao cisalhamento, porém a resistência à tração é baixa ou nula, com o intuito de melhorar essas 
características mecânicas dos solos, materiais resistentes à tração são associados ao solo, esta 
34 
 
prática não é recente, pois há milênios se usavam materiais fibrosos como bambu e palha, 
porém o uso racional dessa técnica se iniciou em 1960, quando Henri Vidal desenvolveu e 
patenteou uma técnica na qual utilizavam tiras de aço interagindo com solos em obras de 
contenção, que passou a ser conhecido como “Terre Armée”. Quando comparada aos 
métodos tradicionais o reforço de solo apresenta vantagens econômicas, construtivas e 
técnicas. (MACAFERRI, 2015). 
No início da década de 1970 esta técnica já estava difundida pelo mundo, foi nesta 
mesma época que surgiram os primeiros reforços de muros utilizando-se geossintéticos (fibras 
poliméricas), o desenvolvimento do mesmo se deu de forma rápida, com crescente demanda e 
grande aceitação por todo mundo. (EHRLICH & BECKER, 2011). Na tabela abaixo podemos 
verificar marcos da evolução cronológica da técnica de reforço de solos: 
Tabela 9-Marcos da evolução cronológica da técnica de reforço de solos; TUPA (2006). 
DATA LOCAL OBRA DE APLICAÇÃO 
TIPO DE 
INCLUSÃO 
1400AC 
Mesopotâmia 
 
Muralhas de Zigurat de Agar 
Quf 
Mantas de raízes 
 China Trechos da Muralha China Galhos e raízes 
 Roma Estradas de pedra 
Palha e bambu na 
base 
1500 Peru (Incas) Calçadas Templo do Sol e a Lua 
Misturas de lã com 
argila 
1926 
 
EUA Reforço de camada asfáltica Mantas de algodão 
Após 
1950 
EUA/Holanda Diversidade de obras civis Elementos sintéticos 
1966 França Muros de contenção e aterros Tiras metálicas 
Após 
1970 
Mundialmente Diversas Aplicações 
Geossintéticos em 
geral 
 
2.7 GEOSSINTÉTICOS 
O nome surge da junção “geo” terra e “sintético” referente aos polímeros utilizado em 
sua fabricação. (ABRAMENTO, 2002). 
São produzidos por indústrias petroquímicas ou com fibra de vidro, borracha natural e 
outros materiais parecidos. (KOERNER, 1998). 
35 
 
Existem diversos geossintéticos disponíveis para aplicação tendo sua família 
constituída basicamente por: geogrelhas (rígidas e flexíveis), geocélulas, geobarras, tiras, 
geotêxteis (tecidos, não tecidos e reforçados), fibras difusas (microrreforço), georredes, 
geocompostos e geomembranas. Os geossintéticos possuem cinco funções principais, reforço 
de solo, filtração, separação de solo com diferentes, drenagem e barreira. Para o reforço de 
solo são utilizadas geogrelhas, geotêxteis e as geocélulas, tendo geogrelhas eos geotêxteis 
mais destaques para reforço de solo (PIMENTEL, 2003). 
 
2.7.1 Geogrelhas 
Geogrelhas (Figura 9) produzidas para reforço de solo, mas também são utilizadas 
como elementos de separação, são feitas de plásticos e possuem um formato de grelha, são 
fornecidas em rolos de largura e comprimento determinados, podendo ser bidirecional e 
unidirecional, apresentando elevada resistência à tração em duas direções ou quando 
apresenta elevada resistência à tração em apenas uma direção respectivamente, dentre outras 
características possuem baixa deformabilidade, flexível, leve, facilidade na instalação, boa 
interação com o solo e elevada resistência aos micro-organismos e elementos químicos 
presentes no solo. Em relação ao processo de fabricação elas podem ser soldadas, extrudadas 
e tecidas. (BECKER, 2006). 
 
Figura 9: Geogrelha. 
 
2.7.2 Geotêxteis 
 Geotêxteis (Figura 10) são utilizados como reforço de solo, separação, drenagem e 
filtração, sendo mais versáteis, podendo ser divididos e tecidos e não tecidos. Os geotêxteis 
tecidos são fabricados pelo processo de tecelagem, os polímeros são derretidos e passados por 
um extrusor tornando forma de filamentos, depois de resfriado os filamentos são tecidos em 
duas direções, são filamentos do grupo anterior, porém cortado em contínuos ou pedaços 
36 
 
distribuídos aleatoriamente nos quais são interligados por processos químicos, mecânicos ou 
térmicos. (EHRLICH & BECKER, 2011). 
 
Figura 10: Geotêxteis 
 
2.7.3 Geocélulas 
Geocélulas (Figura 11) geralmente são empregadas para proteção de talude sobre 
aterro ou estabilização de aterro sobre solo mole, são confeccionadas a partir de geogrelhas ou 
outro material plástico, quando esticadas seus elementos ganham uma forma parecida a 
“favos de mel” que posteriormente podem ser preenchidos com concreto, solo-cimento ou 
solo. (PALMEIRA, 1992). 
 
Figura 11: Geocélulas 
 
2.7.4 Georredes 
Georredes (Figura: 12) constituem uma estrutura plana em forma de grelha, criada de 
forma a apresentar grande volume de vazios, utilizada principalmente como dreno. 
(PALMEIRA, 2001). 
37 
 
 
Figura 12: Georrede. 
 
2.7.5 Geomembrana 
Geomembranas (Figura: 13) possuem baixa permeabilidade e são utilizadas como 
barreira para contenção de gases e líquidos. (TUPA, 2006). 
 
Figura 13: Geomembrana. 
 
2.7.6 Geocompostos 
 Geocompostos (Figura 14) são formados pela junção de dois ou mais tipo de 
geossintéticos com objetivo de agrupar características, melhorando a função dos mesmos. 
(PIMENTEL, 2003). 
 
Figura 14: Geocomposto. 
38 
 
2.7.7 Tiras plásticas 
Tiras plásticas (Figura 15) são utilizadas como reforço em obras do tipo “terra 
armada”, quando o ambiente possui características agressivas para as tradicionais tiras 
metálicas. (PALMEIRA, 1992). 
 
Figura 15: Tiras plásticas. 
No que se refere à aplicação dos diversos tipos de geossintéticos, cada um apresenta 
características específicas que o torna mais apropriado para utilização de acordo com 
problema a ser solucionado, características essas que podem ser observadas na tabela a seguir: 
Tabela 10: Tipos de Geossintéticos e suas Principais Aplicações; adaptado de Koerner (1998) 
 
2.8 MURO DE CONTENÇÃO 
Os muros de contenção, também conhecidos como muros de arrimo, são estruturas 
criadas a fim de resistir aos empuxos laterais de terra ou de água. São utilizados quando há 
uma mudança repentina de elevação do terreno, causando uma situação de risco de 
escorregamentos caso não haja estrutura de contenção (BONISSONI, 2017). 
Os muros podem ser divididos em dois grupos: muros de gravidade (alvenaria de 
pedras, concreto ciclópico, gabiões, solo-cimento ou solo reforçado) e os muros de flexão, são 
Geossintéticos 
Aplicação 
Reforço Filtração Drenagem Proteção Separação 
Geogrelhas x x 
Geotêxteis x x x x x 
Geocélulas x x 
Tiras plásticas x 
Georredes x 
Geomembrana x x 
Geocompostos x x x x x 
39 
 
os muros de concreto armado com ou sem ancoragem e com ou sem contraforte. Dentre os 
muros de gravidade destaca-se o de bloco segmentado. (LUIZ, 2014). 
 
2.8.1 Muro de bloco segmentado 
Muro de blocos segmentados são muros de contenção, formado por blocos pré-
fabricados intertravados como paramento frontal e elementos planos (geogrelhas e geotêxteis) 
entre camadas de solo compactado, este sistema pode assumir diversas configurações tanto 
funcionais como estéticas, podendo ser inclinadas ou verticais, reta ou curva, possui três 
níveis de recuo entre fiadas, gerando faces inclinadas com a horizontal de 70º, 80º, 90º. A 
drenagem é feita de forma simples, bastando preencher as cavidades do bloco com material 
drenante (materiais granulares, tais como brita 1 ou 2, areia média ou grossa lavada, 
geodrenos e geotêxteis utilizados como elemento de separação e filtração), onde conduzirá a 
água para um dreno na parte inferior do muro. Quanto ao reforço, utilizam-se geotêxteis para 
muros baixos (h ≤ 4 m de altura) já para muros altos (h > 4 m), utilizam-se geogrelhas na base 
e inclusões inferiores/intermediárias dos muros. A execução deve ser feita de forma 
simultânea, ou seja, assentamento dos blocos (onde trabalham como forma para 
preenchimento das camadas), instalação do material de reforço e compactação da camada de 
solo (PALMA & PIMENTEL, 2004). 
Uma solução considerada recente, concebida no Brasil na década de 90, para se tornar 
mais simples e rápida, pode-se utilizar o solo local como material de aterro diminuindo bota-
fora e a necessidade de importação, outra grande vantagem além dos custos atrativos é que 
podem ser utilizado em projetos de contenções com relevos desafiadores e com grandes 
alturas. (HUESKER, 2016). 
O uso desta técnica de contenção vem crescendo no Brasil, devido ao surgimento de 
produtos e processos que melhoraram a qualidade das obras. Tendo como vantagens: tempo 
de execução curto e não há necessidade de equipamentos sofisticados e mão-de-obra 
especializada, além de oferecer uma estética agradável. (BRUGGER et al.,2005). 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.8.1.1 Sequência construtiva para o muro de bloco segmentado 
A construção do muro de bloco segmentado pode ser dividida em quatro etapas: 
preparação do terreno , terraplanagem, montagem do muro e acabamentos e cuidados. O 
primeiro passo trata da preparação do terreno e início da execução da obra, é onde é feito o 
nivelamento do terreno, fundação(quando necessária), aplicação do concreto magro, 
colocação da primeira linha de blocos, alinhamento e nivelamento dos blocos, primeira 
camada de areia e preenchimento do bloco com material drenante, logo em seguida na 
segunda etapa, terraplanagem, é escolhido o material de aterro, feita sua compactação manual 
junto à face e no corpo da estrutura compactação com rolo adequado, deve levar em 
consideração que a camada de compactação deve terminar na espessura de cada linha do 
bloco e deve haver um controle de compactação (grau de compactação,umidade e espessura), 
já na montagem do muro é feita a colocação dos blocos preenchidos com material drenante, 
retirando o excesso de brita sobre os blocos, seleção da geogrelha conforme especificação de 
projeto e a modulação das mesmas, as geogrelhas são inseridas entreos blocos e esticadas no 
comprimento conforme o projeto e por fim é realizado os acabamentos arquitetônicos e 
cuidados com aspecto visual da face, drenagem com canaletas. Tendo como principais 
segmentos: arquitetura, obras hidráulicas, paisagismo e infraestrutura como pode ser visto na 
figura a seguir : (HUESKER, 2016). 
 
 
 
 
 
Figura 16: Técnicas de construção para muro de bloco segmentado 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17: Principais segmentos do muro de bloco segmentado; HUESKER(2016). 
42 
 
3 ESTUDO DE CASO 
3.1 DADOS DO CASO 
Trata-se de um caso hipotético de um talude natural localizadoem Nilópolis- Rio de 
Janeiro, com iminência de ruptura, onde se deseja construir um novo empreendimento 
residencial, mas para isso além de reforçar o solo será necessário obter ganho de área na parte 
superior, aproximadamente 210 m². Como solução foi pensado no aterro com reforço de 
geogrelha, com contenção de muro de bloco segmentado (0,20x0,40x0,40) preenchidos com 
brita 2. 
O talude possui mais de 47 metros de extensão e mais de 9,5 metros de altura, para 
análise foi utilizado o SLOPE-W, através do método determinístico, equilíbrio limite 
(Morgenstern-Price) analisando o talude natural e o talude após o reforço, indicando assim o 
aumento do fator de segurança. 
 
3.2 ANÁLISE DE INVESTIGAÇÕES E DEFINIÇÃO DO PERFIL 
GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO 
Para prospecção geotécnica foi realizado dois ensaios SPT, apontados no desenho, 
feitos em uma distância considerável, com intuito de verificar comportamento das camadas de 
solos e sua disposição em diferentes pontos, os traçados para o cortes (A-A e B-B) foram 
feitos de forma perpendicular às curvas de níveis para dar uma maior precisão de acordo com 
a realidade. A topografia demonstra a seguinte configuração e formato: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18- Topografia do talude; AUTOR (2018). 
43 
 
Resultado dos ensaios SPT, “F-1” e “F-2”: 
Figura 19: Standard Penetration Test realizado no “F – 1”, cota 111,801; MELLO (2017). 
44 
 
 
Figura 20: Standard Penetration Test realizado no “F – 2”, cota 111,212.; MELLO (2017). 
45 
 
3.3 MODELAGEM E ANÁLISE DE ESTABILIDADE DO TALUDE 
A partir do arquivo.DWG foram realizadas as medições das cotas em relação às curvas 
de níveis a qual foi representada de metro em metro. 
Utilizando o software GEOSLOPE , foi escolhido o sub-programa SLOPE-W onde 
sua função é avaliar a estabilidade de taludes. 
Ao clicar em New, foi apresentada a tela inicial, na qual foi definido o nome do 
projeto, a descrição e o tipo de método de análise, foi escolhido Morgenstern-Price (por se 
tratar de um método mais preciso), em seguida foi escolhida a opção de utilização de linha 
piezométrica e na aba Slip suface, foi escolhido Entry and Exit, sendo a forma de definição 
para o cálculo da estabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em seguida foram criados os eixos, clicando na aba Sktech e na última opção Axes, e 
escolhido a dimensão da abscissa e da ordenada, ainda na aba Sktech foi utilizada a 
ferramenta Polylines, onde foi definida a geometria do talude. 
Desenhada a geometria, utilizando a opção Draw,Regions foram demarcadas as 
camadas de solo, de acordo com os resultado obtidos nos ensaios de SPT (figura 19 e figura 
20). Após a demarcação, já na guia Keyln –Materials é feita a caracterização do solo 
utilizando o método de análise Mohr-Coloumb, especificando o peso específico, ângulo de 
Figura 21: Tela inicial SLOPE-W; AUTOR (2018). 
46 
 
atrito e coesão para cada camada de solo, após a criação dos materiais, basta clicar nas 
regiões e escolher o material recém-criado. 
Clicando no ícone Draw Pore-Water pressure foi definida a linha piezométrica, e por 
fim na opção, Draw – Slipe Suface – Entry and Exit onde é demarcado o topo e o pé do 
talude, arrastando por uma extensão que é mostrada em vermelho, essa demarcação se torna 
necessária para definição do cálculo. Prosseguindo com a análise utilizou-se a ferramenta 
Slope/w Solve. Essas instruções foram feitas para realizar a simulação tanto do corte A-A quanto 
do corte B-B como pode ser visto nas figuras a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23- Corte B-B;AUTOR (2018). 
Figura 22: Corte A-A; AUTOR (2018). 
47 
 
Para a interpretação e caracterização do tipo de solos foram usados parâmetros de 
Lima (2002). Baseado nas correlações com o N(SPT) e análise de solos, foi possível a 
obtenção de características que atendam a equação de Mohr-Coulomb. Como pode ser visto 
na tabela a seguir: (MELLO, 2017). 
Tabela 11: Caracterização do solo local correlacionando os dados de N(SPT) com parâmetros de Lima (2002); 
MELLO(2017). 
Estratigafia local 
Cor 
representativa 
Classificação 
do material 
 
Médio 
Peso 
específico 
natural ( ) 
kN/m³ 
Ângulo de 
atrito (ɸ) 
Graus 
Coesão (C) 
kPa 
 
Argila 
Arenosa 
Média 
12,29 18 27 10 
 
Argila 
Arenosa 
Média Rija 
16,75 18 27 10 
 
Argila 
Arenosa Dura 
25,42 18 30 25 
 
Silte Arenoso 
Compacto 
23,5 19 32 10 
 
Alteração de 
Rocha 
Impenetrável 
à percussão 
30 55 0 
 
Para efeito de análise, o mesmo foi realizado em duas situações distintas, tanto para o 
corte A-A quanto para o corte B-B, sendo elas: com nível d’água elevado e com nível d’água 
baixo, observando o pior caso, além disso, foi considerada uma carga usual de 10kN/m² , 
simulando uma sobrecarga no topo do talude. O software carrega automaticamente os dados 
informados e processam as simulações de acordo com a demarcação do topo e pé do talude, a 
análise se dá em reposta demonstrando o fator de segurança, conforme nas figuras a seguir: 
 
48 
 
 
Figura 24: FS correspondente ao corte A-A com N.A elevado; AUTOR (2018). 
Figura 25: FS correspondente ao corte A-A com N.A baixo; AUTOR (2018). 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27: FS correspondente ao corte B-B com N.A baixo; AUTOR(2018). 
Figura 26:FS correspondente ao corte B-B com N.A elevado; AUTOR (2018). 
50 
 
O fator de segurança obtido na análise foi correlacionado com a tabela NBR 
11.682/2009, onde estipulam coeficientes de segurança de acordo com o local, vida útil e tipo 
de obra, possíveis perdas humanas e/ou econômicas (tabela 5), assim como danos materiais e 
ambientais (tabela 6), considerando as condições atuais e futuras, determinando assim o fator 
mínimo de segurança a ser atingido (Tabela 7). 
Levando em consideração que no pé do talude se encontra uma creche e no seu topo 
será construído um empreendimento residencial, possuindo um fator de segurança alto contra 
perdas humanas, pois se trata de uma área com intensa movimentação e permanência de 
pessoas, e já contra danos materiais e ambientais é considerado baixo, pois está próximo de 
locais com valor reduzido. Desta forma analisando a tabela 7, obtivemos um FSadm de 1,4 para 
tal situação. 
Vale ressaltar que o FS em ambos os cortes não sofrem alteração nas condições de 
nível d’água elevado e nível d’água baixo, pois os mesmos não interceptam a potencial 
superfície de ruptura. 
 
3.4 UTILIZAÇÃO DO REFORÇO 
Visto que o fator de segurança obtido na análise foi abaixo do admissível, foi realizada 
a análise dos mesmos cortes do talude, agora reforçados, nas duas situações distintas com o 
objetivo de atingir o nível mínimo de segurança (1,4); 
Como o objetivo era ganhar área na parte superior e reforçar o talude, foi pensado na 
utilização de muro de bloco segmentado com reforço em geogrelhas, para que isso ocorresse 
foi empregada argila arenosa dura como aterro (solo em maior abundância na região, 
proporcionando assim um melhor custo benefício). Para o muro com aproximadamente 10 
metros de altura, foi escolhido o muro de bloco segmentado utilizando o bloco 
0,20x0,40x0,40m preenchido com material drenante, brita 2. Este muro foi escolhido pelo 
rápido tempo de execução e por não haver necessidade de equipamentos sofisticados e mão-
de-obra especializada, além de oferecer uma estética agradável. 
Como reforço foram utilizadas 8 geogrelhas com resistência à tração de 120KN/m e, 
características de resistência ao arrancamento de 75 KPa. 
Deve-se lembrar de que a força máxima de arrancamento não deve ultrapassar a 
capacidade de tração consignada (FCT). 
Foi utilizado 1,5 como fator de redução, este valor é empregado para assegurar contra 
fatores externos inesperados e contra possíveis erros de execução. 
51 
 
 
Figura 28: Equação dacapacidade de tração consignada; GEOSLOPE (2012). 
 
Já a superfície de deslizamento é calculada com base na resistência ao arrancamento, 
mostrada na equação a seguir: 
 
Figura 29 Equação da superfície de deslizamento; GEOSLOPE (2012). 
Onde: 
FPR- superfície de deslizamento 
PR (∏.D)- resistência ao arrancamento 
RRF (S) FS- fator de redução 
Portanto o comprimento da geogrelha necessária para mobilizar a força de tração é 
dada pela fórmula a seguir: 
 
Figura 30: Equação para comprimento da geogrelha; GEOSLOPE (2012). 
 
As geogrelhas possuíam 5 metros e foram dispostas com espaçamento uniforme de 1 
metro, ou seja, a cada cinco fiadas do bloco segmentado. Outro fator importante a ser 
considerado é que na execução foi feito uma escavação de 0,40m abaixo do pé do talude 
encaixando os primeiros blocos, a mesma serve para criar uma estabilidade na base do muro. 
Como pode ser visto na figura a seguir: 
Tabela 12: Legenda para configuração do talude reforçado; AUTOR(2018). 
LEGENDA 
Cor 
representativa 
Classificação 
do material 
Médio 
Peso específico 
natural ( ) 
kN/m³ 
Ângulo de 
atrito (ɸ) 
Graus 
Coesão (C) kPa 
 
Argila Arenosa 
Média 
12,29 18 27 10 
 
Argila Arenosa 
Média Rija 
16,75 18 27 10 
 
Argila Arenosa 
Dura 
25,42 18 30 25 
 
Silte Arenoso 
Compacto 
23,5 19 32 10 
 
Brita 2 - 15 38 0 
 
Alteração de 
Rocha 
Impenetrável 
à percussão 
30 55 0 
52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após o reforço houve o aumento do FS, tanto para o corte A-A quanto para o corte B-
B, como pode ser visto nas figuras a seguir: 
Figura 31: Configuração do corte A-A reforçado; AUTOR (2018). 
Figura 32: Configuração do corte B-B reforçado; AUTOR (2018). 
53 
 
 
Figura 34: FS do corte A-A reforçado com N.A elevado; AUTOR (2018). 
Figura 33: FS do corte A-A reforçado com N.A baixo; AUTOR (2018). 
54 
 
 
 
Figura 36:: FS do corte B-B reforçado, com N.A baixo; AUTOR (2018); 
Figura 35:FS do corte B-B reforçado, com N.A elevado; AUTOR (2018). 
55 
 
4 RESULTADOS 
De acordo com a NBR 11.682/1991 e suas premissas para definição do FSadm 
correlacionadas com a localização do talude, foi determinado um FSadm de 1,4. Processando o 
talude para análise foram conferidos valores abaixo do admitido, tanto para o corte A-A 
quanto para corte B-B, como pode ser visto na figura 24,25,26 e 27. Nota-se que para o 
mesmo corte não há variação nos coeficientes de segurança, uma vez que os N.A não 
interceptam a superfície de ruptura, para maiores entendimentos foi criada uma tabela 
explicativa a seguir: 
 
Tabela 13: análise do FS do talude natural; AUTOR (2018); 
Corte FS obtido FSadm FS obtido ≥ FS adm 
Corte A-A com N.A 
elevado 
1,178 1,40 Não confere 
Corte A-A com N.A 
baixo 
1,178 1,40 Não confere 
Corte B-B com N.A 
elevado 
1,071 1,40 Não confere 
Corte B-B com N.A 
baixo 
1,071 1,40 Não confere 
 
Após esta análise, verifica-se a iminência de ruptura do talude, e para atender ao 
objetivo do projeto, que é aumentar a área do topo do talude para construção de um 
empreendimento residencial, haverá a necessidade da execução de um aterro adjunto de 
reforço. Como solução mais rentável, está a implementação de aterro com solo em maior 
abundância da região, e a utilização de geogrelhas e muro de bloco segmentado. 
Os resultados obtidos adotando-se solução (tabela 14) resultaram em um FSadm maior 
que 1,4, proporcionando uma maior segurança de projeto. As figuras 33, 34, 35 e 36 
apresentam os resultados dessa análise. 
 
 
 
 
56 
 
Tabela 14: Análise do fator de segurança do talude reforçado; AUTOR (2018). 
Corte FS obtido FSadm FS obtido ≥ FS adm 
Corte A-A com N.A 
elevado 
1,546 1,40 Confere 
Corte A-A com N.A 
baixo 
1,546 1,40 Confere 
Corte B-B com N.A 
elevado 
1,735 1,40 Confere 
Corte B-B com N.A 
baixo 
1,735 1,40 Confere 
 
 
57 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Pelas análises realizadas e apresentadas no presente trabalho verifica-se um ganho na 
segurança do projeto com a utilização de reforço com geossintético e execução de um muro 
fragmentado. Tal solução possibilitou à execução de um projeto de talude cujo objetivo era a 
obtenção de uma área para implantação de um empreendimento. 
Os resultados obtidos pelo programa SLOPE-W, apresentou um FS de 1,178 para o 
corte A-A e 1,071 para o corte B-B, quando analisado o talude sem reforço. 
A solução utilizando reforço de geogrellha do tipo MacGrid WG 120 e a execução de 
um muro de bloco segmentado, proporcionou um FS de 1,546 para o corte A-A e 1,735 para o 
corte B-B. 
O talude reforçado proporcionou um claro aumento do fator de segurança. 
A utilização dessas duas soluções conjuntas, geogrelha e muro de contenção, 
proporcionou melhorias mecânicas ao solo 
Pode-se concluir que a inserção de reforços com geossintéticos, gera uma estabilidade 
superior quando comparada ao talude natural, demonstrando menos suscetibilidade a ações 
intempéricas da natureza a fim de minimizar os desastres provenientes de sua instabilidade. 
 
58 
 
6 REFERÊNCIAS 
ABRAMENTO, M. Solos reforçados com geossintéticos. Mini-curso e palestra. São Paulo, 
2002, p. 47. 
 
ABRAMSON, Lee W., Lee, Thomas S., Sharma, Sunil, Boyce, Glenn M., Slope stability 
concepts. In Slope Stability and Stabilization Methods, pp. 364-367, John Wiley & Sons, 
Nova Iorque, 2002. 
 
AHRENDT, A. Movimentos de Massa Gravitacionais- Proposta de um Sistema de Previsão: 
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