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Fisiologia do sistema genital masculino

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[FISIOLOGIA DO 
SISTEMA 
REPRODUTOR 
MASCULINO] 
 
 
[2020] 
[SISTEMA GENITOURINÁRIO] 
DENILSON DUARTE 
[MÓDULO GENITOURINÁRIO] | [UFCA] 
1 | P á g i n a 
 
Sumário 
Fisiologia do sistema reprodutor masculino ................................................................................. 2 
Espermatogênese ...................................................................................................................... 2 
Fatores hormonais que estimula a espermatogênese .......................................................... 2 
Epidídimo e estocagem do espermatozoide nos testículos .................................................. 3 
Função das vesículas seminais, próstata e sêmen ................................................................ 3 
Capacitação dos espermatozoides ........................................................................................ 3 
Testosterona e outros hormônios ............................................................................................. 4 
Secreção de testosterona pelas células de Leydig ................................................................ 4 
Controle das funções sexuais masculinas pelos hormônios hipotalâmicos e da 
adenohipófise ........................................................................................................................ 4 
 
 
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Fisiologia do sistema reprodutor masculino 
As funções reprodutoras masculinas passam por 3 divisões: 
1. Espermatogênese; 
2. Desempenho do ato sexual masculino; 
3. Regulação das funções reprodutoras masculinas por vários hormônios. 
Espermatogênese 
Durante a formação do embrião, as células germinativas primordiais migram para os 
testículos e tornam-se células germinativas imaturas, chamadas de espermatogônias 
que se situam em duas ou três camadas das superfícies internas dos túbulos seminíferos. 
As espermatogônias sofrem mitose, na puberdade, e se diferenciam continuadamente. 
A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos durante a vida sexual ativa, como 
resultado da estimulação pelos hormônios gonadotrópicos da adenohipófise. No 
primeiro estágio da espermatogênese, as espermatogônias migaram entre as células de 
Sertoli, em direção ao lúmen central dos túbulos seminíferos. 
A espermatogônia que cruza a barreira até a camada das células de Sertoli é 
progressivamente modificada e alargada, para formar os grandes espermatócitos 
primários. Cada espermatócito primário sofre meio para formar dois espermatócitos 
secundários. Após poucos dias, estes se dividem formando espermátides que são 
modificadas, transformando-se em espermatozoides. 
Durante as transformações de espermatócitos para espermátides, os 46 cromossomos 
do espermatócito se dividem, e então 23 cromossomos vão para uma espermátide e 23 
para a outra espermátide. Todo esse período de espermatogênese dura, 
aproximadamente, 74 dias. 
Quando os espermátides são formados, eles ainda apresentam as características de 
células epitelioides, mas começam a se diferenciar com grande rapidez e se alongam 
formando os espermatozoides. Cada espermatozoide é formado pela cabeça e pela 
cauda. Na cabeça se encontra o núcleo condensado da célula, com apenas a membrana 
plasmática e camada citoplasmática delgada, envolvendo sua superfície. Na parte 
externa, no ápice da cabeça, encontra-se o acrossomo, formado principalmente pelo 
aparelho de Golgi, contendo várias enzimas digestivas como a hialuronidase e enzimas 
proteolíticas. Essas enzimas possibilitam a entrada do espermatozoide no óvulo. A cauda 
do esperma, chamada de flagelo, tem três componentes: o esqueleto central, chamado 
axonema, membrana celular fina recobrindo o axonema e o conjunto de mitocôndrias 
envolvendo o axonema na porção próxima da cauda, chamado de corpo da cauda. 
Fatores hormonais que estimula a espermatogênese 
A testosterona, secretada pelas células de Leydig, localizadas no 
interstício do testículo, é essencial para o crescimento e a divisão das células 
germinativas testiculares, que se constituem no primeiro estagio da formação 
do esperma. O hormônio luteinizante, secretado pela hipófise anterior, 
estimula as células de Leydig a secretar testosterona; O hormônio folículo-
estimulante, também secretado pela adenohipófise, estimula as células de 
Sertoli; sem essa estimulação, a conversão das espermátides em 
espermatozoides não ocorre. 
Os estrogênios, formados a partir da testosterona pelas células de Sertoli, 
quando estimuladas pelo FSH, são também, provavelmente, essenciais para a 
espermiogênese. O hormônio do crescimento é necessário para controlar as 
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funções metabólicas basais dos testículos. Esse hormônio promove a divisão 
precoce das espermatogônias; na sua ausência, a espermatogênese é 
severamente deficiente ou ausente, causando infertilidade. 
Epidídimo e estocagem do espermatozoide nos testículos 
O espermatozoide requer muitos dias para passar pelo túbulo do 
epidídimo após sua formação nos túbulos seminíferos. O espermatozoide 
retirado dos túbulos seminíferos e das porções iniciais do epidídimo não é móvel 
e não pode fertilizar o óvulo. Entretanto, após permanecer por 18 a 24 horas, 
ele desenvolve capacidade de mobilidade, embora haja muitas proteínas 
inibitórias no líquido epididimário. 
Os dois testículos do adulto formam 120 milhões de espermatozoides 
por dia. Desses, pequena quantidade pode ser estocada no epidídimo, mas a 
maioria é estocada no canal deferente. Esses espermatozoides podem 
permanecer estocados por pelo menos um mês. Após a ejaculação, os 
espermatozoides ficam móveis e também capazes de fertilizar o óvulo, processo 
chamado de maturação. As células de Sertoli junto ao epitélio do epidídimo 
secretam líquido nutriente especial ejaculado junto com o espermatozoide. Esse 
líquido contém hormônios, enzimas e nutrientes especiais essenciais para a 
maturação dos espermatozoides. 
Função das vesículas seminais, próstata e sêmen 
Cada vesícula seminal é um tubo tortuoso revestido por epitélio secretor 
que secreta material mucoso contendo frutose, ácido cítrico e outras 
substâncias nutritivas, bem como prostaglandinas e fibrinogênio. Cada vesícula 
despeja seu conteúdo no ducto ejaculatório, imediatamente após o canal 
deferente ter despejado os espermatozoides. Isso aumenta o volume do sêmen 
ejaculado e, as substâncias nutritivas secretadas, têm valor nutritivo 
considerável para os espermatozoides. 
A próstata secreta líquido fino, leitoso, que contém cálcio, íon citrato, 
íon fosfato, uma enzima de coagulação e uma pró-fibrinolisina. Leve alcalinidade 
do líquido prostático pode ser muito importante para a fertilização bem-
sucedida do óvulo. Durante a emissão, a capsula da próstata se contrai 
simultaneamente com as contrações do canal deferente, de modo que o líquido 
seja adicionado ao sêmen. 
O sêmen, que é ejaculado durante o ato sexual, é composto de líquido 
e de espermatozoides do canal deferente, líquido das vesículas seminais, líquido 
da próstata e pequenas quantidade de líquido das glândulas mucosas, 
especialmente das bulbouretrais. A maior parte do sêmen é composta de líquido 
da vesícula seminal, que é o último a ser ejaculado e ajuda a arrastar os 
espermatozoides ao longo do ducto ejaculatório e da uretra. O líquido 
prostático dá ao sêmen a aparência leitosa e, a enzima coaguladora, também 
faz com que o fibrinogênio do líquido seminal forme coágulo fraco de fibrina, 
que mantém o sêmen nas regiões profundas da vagina. Os líquidos seminais e 
das glândulas mucosas dão ao sêmen a consistência mucosa. 
Capacitação dos espermatozoides 
Quando lançados inicialmente no sêmen, os espermatozoides são 
incapazes de fertilizar o ovulo. No entanto, ao entrar em contato com os líquidos 
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do trato genital feminino, ocorrem múltiplas mudanças que ativam o 
espermatozoide para o processo de fertilização.Essas alterações são chamadas 
de capacitação do espermatozoide que requerem de 1 a 10 horas. 
Os líquidos das trompas de Falópio e do útero eliminam os fatores 
inibitórios que suprem a atividade dos espermatozoides. Enquanto os 
espermatozoides permanecem no líquido dos ductos genitais masculinos, eles 
ficam expostos a muitas vesículas flutuantes dos túbulos seminíferos, que 
contêm grande quantidade de colesterol. Esse colesterol é adicionado 
continuadamente à membrana celular que cobre o acrossomo, fortalecendo 
essa membrana e impedindo a liberação das enzimas. Após a ejaculação, os 
espermatozoides se movem para longe dessas vesículas e, assim, gradualmente 
perdem a maior parte do excesso de colesterol. A membrana dos 
espermatozoides fica também muito mais permeável aos íons cálcio, assim, 
mudando a atividade do flagelo, dado a ele potente movimento de chicote. 
Além disso, os íons cálcio causam alterações na membrana celular, tornando 
possível a liberação rápida e fácil das enzimas pelo acrossomo. 
Testosterona e outros hormônios 
Secreção de testosterona pelas células de Leydig 
Os testículos secretam hormônios masculinos, chamados coletivamente 
de androgênios, incluindo a testosterona, di-hidrotestosterona e 
androstenediona. A testosterona é o hormônio mais abundante, porém, a 
maioria, ou se não toda, é por fim convertida nos tecidos-alvo a di-
hidrotestosterona. 
A testosterona é formado pelas células de Leydig, situadas no interstício 
entre os túbulos seminíferos e constituem, aproximadamente, 20% da massa 
dos testículos adultos. Essas células são praticamente inexistentes nos testículos 
durante a infância, época em que os testículos quase não secretam 
testosterona. 
Controle das funções sexuais masculinas pelos hormônios hipotalâmicos e 
da adenohipófise 
A maior parte do controle das funções sexuais, tanto dos homens 
quanto das mulheres, começa com a secreção do GnRH – hormônio liberador 
de gonadotropina – pelo hipotálamo. Esse hormônio por sua vez, estimula a 
hipófise anterior a secretar LH e FSH. Por sua vez, o LH é o estímulo primário 
para a secreção de testosterona e o FSH estimula a espermatogênese. 
O GnRH, peptídeo secretado por neurônios localizados no núcleo 
arqueado do hipotálamo, é secretado durante poucos minutos, 
intermitentemente, a cada 1 a 3 horas. A secreção de LH é também cíclica, 
seguindo quase fielmente o padrão de liberação pulsátil do GnRH. Ao contrário, 
a secreção de FSH aumenta e diminui apenas ligeiramente a cada flutuação da 
secreção do GnRH. Por causa da relação mais estreita com o LH, o GnRH também 
é conhecido como hormônio liberador de LH. 
Hormônios gonadotrópicos: LH e FSH 
Os dois hormônios gonadotrópicos são secretados pelas 
mesmas células da hipófise anterior, chamadas de gonadotropos. O LH 
e o FSH são glicopreoteínas. Elas exercem seus efeitos sobre os tecidos-
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alvos nos testículos, principalmente para ativar o sistema de segundo 
mensageiro do AMPc. 
A testosterona secretada nos testículos em resposta ao LH tem 
efeitos reciproco de inibir a secreção de LH. A maior parte dessa inibição 
resulta do efeito direto da testosterona sobre o hipotálamo. Assim, 
sempre que a secreção de testosterona fica alta, esse efeito de feedback 
negativo, reduz a secreção de LH e FSH, consequentemente reduzindo 
testosterona. 
O FSH, hormônio estimulador das células de Sertoli, liga-se a 
receptores específicos associados a essas células. Isso faz com que elas 
cresçam e secretem várias substâncias espermatogênicas. 
Simultaneamente, a testosterona liberada pelas células de Leydig, 
também tem efeito trófico intenso sobre a espermatogênese. Quando 
os túbulos seminíferos deixam de produzir espermatozoides, a secreção 
de FSH pela adenohipófise aumenta acentuadamente. O inverso 
também ocorre, ou seja, quando há grande produção de 
espermatozoides, o FSH é inibido por processo de feedback negativo. 
Esse processo de feedback negativo é coordenado pelas células de 
Sertoli, que secreta inibina, com efeito direto sobre a adenohipófise, 
inibindo a secreção de FSH e, possivelmente, efeito discreto sobre o 
hipotálamo, inibindo a secreção do GnRH.

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