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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIDESC ALUNO: Ariston Pereira da Trindade Jackson Pereira de Novais Keyla De Sousa Aquino Evaneide Pereira De Araújo Joyce Caroline Da Silva Meneses TURNO: MATUTINO SALA: D 04 CURSO: DIREITO TEMA: CRIMES CONTRA HONRA CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA Imputar fato determinado no tempo e no espaço. Imputar fato determinado no tempo e no espaço. Atribuir qualidade pejorativa. O fato imputado é sabidamente falso. O fato imputado não necessariamente é falso. O fato imputado é definido como crime. O fato imputado não é definido como crime, mas é desonroso. HONRA: ASPECTOS OBJETIVO E SUBJETIVO HONRA OBJETIVA: Diz respeito ao conceito que o sujeito acredita que goza em seu meio social Obs.: A calúnia e a difamação são os crimes que tutelam juridicamente a honra objetiva. Consequência: A consumação desses crimes exige que um terceiro, que não o sujeito passivo, tome conhecimento da imputação que foi feita. • HONRA SUBJETIVA: Diz respeito ao conceito que a pessoa tem de si mesma (autoestima). Obs.: A injúria é o crime que tutela juridicamente a honra subjetiva. Consequência: O crime de injúria se consuma no momento em que a vítima toma conhecimento das palavras ofensivas à sua dignidade ou decoro. CALÚNIA Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. A) CONDUTA A calúnia consiste em imputar fato determinado, sabidamente falso e previsto como crime. # REQUISITOS DA CALÚNIA: • • Imputação de um fato determinado; Qualquer imputação de atributos pejorativos à vítima que não se consubstancie em fatos poderá configurar o delito de injúria, mas não o de calúnia. Além disso, o fato deve ser determinado no tempo e no espaço. Exemplo: Dizer que determinada pessoa “furta carros” é injúria, pois o fato não é determinado. ATENÇÃO! Não configura calúnia a imputação de fatos inverossímeis. Exemplo: Dizer que “B” furtou a Torre Eiffel. • O fato imputado deve sabidamente falso; A falsidade pode recair sobre o fato (o fato não ocorreu) ou sobre a autoria imputada (o fato ocorreu, mas o imputado não foi seu autor)! A falsidade do fato é elementar do tipo penal. Se o agente desconhece a falsidade configura-se erro de tipo acidental, que sempre exclui o dolo. Como não se pune injúria culposa o agente não responde criminalmente. • Fato previsto como crime em lei penal. Obs.: Imputar contravenção penal configura difamação e não calúnia! B) ELEMENTO SUBJETIVO Exige o dolo. O agente deve agir com a vontade consciente de ofender a honra objetiva da vítima (animus calumniandi). Não haverá o crime se a intenção do agente era apenas a de brincar (animus jocandi), aconselhar (animus consulendi), narrar o fato (animus narrandi) – próprio da testemunha –, corrigir (animus corrigendi) ou defender direito (animus defendendi). C) OBJETO JURÍDICO A honra objetiva. CONSUMAÇÃO: Por ser um crime contra a honra objetiva, consuma-se quando terceiro toma conhecimento da imputação falsa da prática, pela vítima, de fato definido como crime. TENTATIVA: A calúnia admite a tentativa na forma escrita. D) SUJEITO ATIVO É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. E) SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa. # INIMPUTÁVEIS PODEM SER VÍTIMAS DE CRIME DE CALÚNIA? Sim, pois o que se exige para a caracterização do crime é que o fato seja definido como crime. # PESSOAS JURÍDICAS PODEM SER VÍTIMAS DE CRIME DE CALÚNIA? Para os tribunais superiores não. Mas para a doutrina sim, desde que o fato imputado falsamente seja previsto na Lei de Crimes Ambientais. # MORTO PODE SER SUJEITO PASSIVO DE CRIME DE CALÚNIA? O morto não é titular de direitos, por isso não pode ser vítima de nenhum crime. A punição da calúnia contra os mortos prevista no art. 138, §2°, do CP tem como sujeito passivo os familiares do morto caluniado. # AUTOCALÚNIA É CRIME? Configura o crime de “autoacusação falsa” (art. 341, CP), que é um crime contra a administração da justiça, se for praticado perante autoridade. F) EXCEÇÃO DA VERDADE A exceção da verdade é uma forma de defesa indireta do réu em relação à calúnia de que é acusado. Consiste na tentativa de provar a veracidade do que alegou. Obs.: A procedência da exceção da verdade gera atipicidade do delito de calúnia. DIFAMAÇÃO Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. A) CONDUTA A difamação ocorre quando alguém imputa a outrem um fato determinado e desonroso, não importando se verdadeiro ou falso. # REQUISITOS DA DIFAMAÇÃO: • Imputação de fato determinado que não seja crime; • o fato seja ofensivo à reputação da vítima. Obs.: A difamação não exige que o fato imputado seja falso, bastando que seja ofensivo à reputação da vítima. Obs.2: Também responde pela difamação aquele que propala a difamação praticada por alguém. B) ELEMENTO SUBJETIVO Exige o dolo. O agente deve agir com a vontade consciente de ofender a honra objetiva da vítima (animus diffamandi). Não haverá o crime se a intenção do agente era apenas a de brincar (animus jocandi), aconselhar (animus consulendi), narrar o fato (animus narrandi) – próprio da testemunha –, corrigir (animus corrigendi) ou defender direito (animus defendendi). C) OBJETO JURÍDICO A honra objetiva. CONSUMAÇÃO: Por ser um crime contra a honra objetiva, consuma-se quando terceiro toma conhecimento da imputação falsa da prática, pela vítima, de fato definido como crime. TENTATIVA: A difamação admite a tentativa na forma escrita. D) SUJEITO ATIVO É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Exceções: • Aplicam-se as mesmas inviolabilidades estudadas na calúnia. • A imunidade profissional do advogado, no exercício de sua profissão, em juízo ou fora dele, o torna inviolável penalmente nos crimes de injúria e difamação. E) SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa. ATENÇÃO! Pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de difamação, tendo em vista que alguns fatos imputados à empresa podem denegrir a imagem da marca (sua reputação) perante à sociedade. # DIFAMAÇÃO X MORTO: Não é punível a difamação contra os mortos. INJÚRIA Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. A) CONDUTA Consiste na conduta de ofender alguém, atribuindo a alguém uma qualidade negativa (pejorativa). ATENÇÃO! Diferente dos outros crimes contra a honra, na calúnia não se imputa fato determinado. Assim, a imputação de fato genérico, vago, indeterminado sempre configura crime de injúria. Exemplo: Tício afirma que Mévio “furta carros”. B) ELEMENTO SUBJETIVO Exige o dolo. O agente deve agir com a vontade consciente de ofender a honra subjetiva da vítima (animus injuriandi). C) OBJETO JURÍDICO A honra subjetiva. CONSUMAÇÃO: Por ser um crime contra a honra subjetiva, consuma-se quando a vítima toma conhecimento da ofensa que lhe foi direcionada. TENTATIVA: Em regra, não admite tentativa, pois se a vítima ofereceu a queixa é porque tomou conhecimento da ofensa. Será possível a tentativa, entretanto, quando a vítima morre antes de tomar conhecimento da ofensa. D) SUJEITO ATIVO É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Exceções: • Aplicam-se as mesmas inviolabilidades estudadas na calúnia e na difamação. • A imunidade profissional do advogado, no exercício de sua profissão, em juízo ou fora dele, o torna inviolável penalmente nos crimes de injúria e difamação. E) SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa capaz de entender o sentido da ofensa. Exemplos:Crianças de tenra idade, doentes mentais, não podem ser vítimas da injúria. ATENÇÃO! Pessoa jurídica não possui honra subjetiva, logo, não pode ser vítima. F) PERDÃO JUDICIAL (EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE) O juiz pode deixar de aplicar a pena no crime de injúria em duas hipóteses: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; Exemplo: “A” belisca filho de “B” e é de imediato xingado por ele. Neste caso o perdão judicial aproveitará somente àquele que revidou. II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. Trata-se da troca de injúrias. Em se tratando de retorsão imediata à injúria anterior, o perdão judicial aproveitará a todos os envolvidos. G) FORMAS QUALIFICADAS I – INJÚRIA REAL § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Configura-se a injúria real quando o agente utiliza violência ou vias de fato sem a intenção de lesionar a integridade corporal, mas com a intenção de ofender/humilhar (ato aviltante). Exemplo: Tapa no rosto, cuspe no rosto. ATENÇÃO! A injúria real absorve a contravenção de vias de fato, mas haverá concurso de crimes no caso da utilização da violência (concurso formal impróprio). II – INJÚRIA RACIAL (PRECONCEITUOSA ou RACISMO IMPRÓPRIO) § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa. Configura-se a injúria racial quando o atributo pejorativo atribuído à vítima tem referências à raça, cor, etnia, religião, origem, ou a condição de pessoa idosa ou deficiente. CABE PERDÃO JUDICIAL NA INJÚRIA RACIAL (preconceituosa)? Prevalece o entendimento de que não, uma vez que o preconceito manifestado aumenta a reprovabilidade da conduta. H) EXCEÇÃO DA VERDADE A injúria jamais admite exceção da verdade. Também não admite exceção de notoriedade. Aspectos Gerais RETRATAÇÃO Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. # CONCEITO DE RETRATAÇÃO: Retratação significa retirar o que se disse (desculpar-se). Abrange a confissão da prática do crime e retirar o que foi dito. # NATUREZA JURÍDICA: A retratação do agente configura causa extintiva da punibilidade. # ÂMBITO DE APLICAÇÃO: Somente isenta de pena na calúnia ou na difamação. # ATO UNILATERAL: Trata-se de ato unilateral, pois dispensa concordância da vítima. # CIRCUNSTÂNCIA SUBJETIVA INCOMUNICÁVEL: Somente terá a punibilidade extinta o querelado que se retrata. Os demais envolvidos continuam respondendo criminalmente. # LIMITE TEMPORAL: A retratação é possível até a sentença proferida na 1ª instância. PEDIDO DE EXPLICAÇÕES Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. O pedido de explicações é um procedimento judicial anterior à ação penal, cabível quando a OFENSA É DISSIMULADA. Trata-se de uma medida judicial preparatória e facultativa para o oferecimento da queixa quando, em virtude dos termos empregados, não se mostra evidente a intenção de ofender. Referência Bibliográfica: CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte especial (arts. 121 ao 361). 12.ed.rev.,atual.e ampli.-Salvador: JusPODIVM,2020
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