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ATIVIDADE PRÁTICA PENAL SESSÃO 2

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ATIVIDADE PRÁTICA PENAL III
Acadêmico: Paulo Roberto Haag Francisco 
Prof.º: Diogo Machado de Carvalho
Data: 13/06/2022
RELATÓRIO DE SESSÕES DE JULGAMENTO RECURSAIS
Em resumo:
Relator: Desembargador Leandro Crispim, informa que o Ministério Público por meio de seu representante legal da 4ª Vara Criminal de Goiânia ofereceu denúncia em desfavor de Pedro Tonelini Resende e Katiussi Caroline Aubourg, devidamente qualificados nos autos imputando a conduta típica que se a molda ao Art.33 da Lei das Drogas. Na ação acusatória, narra que no dia 11/11/2019 por volta das 23:30h na Rua C 52, quadra 17, lote 03, setor Sol Nascente, nessa capital, o denunciado Pedro transportava sem autorização e em desacordo com determinação legal regulamentar 5 porções de drogas, no mesmo dia e local os denunciados Pedro e Katiussi tinham em depósito sem autorização uma porção material resinoso, enegrecido, acondicionada em plástico incolor com massa bruta de 87g contendo maconha, 134 porções de material pulverizado de cor branca, acondicionada em plástico incolor com massa bruta de 147g contendo cocaína, 22 porções de material petrificado de cor branca, acondicionadas em plástico incolor com massa bruta 67.600g contendo cocaína, 1 porção fragmentada de comprimidos azul, acondicionada em plástico com massa bruta de 2.125g contendo êxtase, além de 2 balanças de precisão, R$8.400,00 reais e conforme laudo pericial de drogas e substâncias correlatas em termo exibição e apreensão. No 11/11/2019 na Rua Itumbiara, quadra 147, lote 2, casa 1, cidade Jardim, nessa capital, o denunciado Pedro tinha em depósito sem autorização 3 porções de material vegetal acondicionado em recipiente de plástico verde com tampa preta, com massa bruta de 195g contendo maconha, uma porção de material vegetal acondicionado em recipiente de vidro incolor em tampa plástica laranja com massa bruta 125g contendo maconha conforme laudo de exibição e apreensão de drogas e substâncias correlatas. Consta nos autos que no dia 11/11/2019 o denunciado Pedro transportava em seu veículo Hyundai HB210 de cor branca, na Rua C52, quadra 17, lote 3, setor Sol Nascente, nessa capital, 5 porções de drogas com o objetivo de fusão ilícita. Os denunciados apresentaram defesa preliminar por defensor constituído, denuncia recebida, na fase de instrução foram ouvidas 5 testemunhas, sendo realizado interrogatório dos acusados, as partes apresentaram alegações finais. O juiz da 4ª Vara Criminal da Comarca de Goiânia, o Dr. Alessandro Pacheco julgou procedente o pedido formulado na denúncia, que condenou os acusados em curso das sanções do Art. 33 da Lei 11.343/2006, a pena individual de 7 anos e 6 meses de reclusão, além de 500 dias multa. Eleito o regime inicial fechado para Pedro e Semiaberto para Katiussi, concedeu somente a Katiussi o direito de apelar em liberdade, por fim, decretou a perda do veículo e o numerário em dinheiro apreendido. Sentença publicada, após aclamatórios, o magistrado singular deu desprovimento tão somente para reduzir as penas corpóreas e a de multa, para 6 anos e 3 meses de reclusão e 500 dias multa. Decisão publicada, as partes devidamente intimadas e resignadas para apresentar apelação criminal, por razões por busca da absolvição de imputação pelo crime de tráfico de drogas, e alternativamente requer o reconhecimento pra privilegiar a de restituição de seu veículo. Por sua vez, Katiussi pleiteia preliminar de declaração de legitimidade das provas, sobre a tese que foram obtidas por violação domiciliar. No mérito, almeja sua absolvição da imputação do tráfico supletivamente, pede a diminuição da pena base em reconhecimento do tráfico privilegiado, contrarrazões apartadas pelo desprovimento. Nessa instância recursal Adalto procuradoria representado pelo Dr. Agnaldo Bezerra, optou pelo reconhecimento e desprovimento do apelo. Esse relatório os autos por revisão do eminente Dr. Rodrigo Silveira (substituindo o Desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga).
Segue a Sustentação oral do advogado Dr. Lucas Marcelo, disse que se trata de 2 apelantes que pleiteiam a absolvição, informa que no dia 11/11/2019 às 23:30h, três policiais disfarçados, sem fardas, foram até o estabelecimento comercial do Sr. Pedro e de sua esposa Katiussi, que é um lava-jato e uma distribuidora, adentraram no estabelecimento em questão, onde fizeram uma revista e acharam uma pequena quantidade de porção de drogas, após torturar o seu Pedro, inclusive está nos autos, dirigiram até a residência da mãe do Sr. Pedro, e como não encontraram nenhum entorpecente na casa de sua mãe, foram até a residência do acusado, onde efetuaram a apreensão de mais entorpecentes, posteriormente, chamaram a ROTAM, para poder conduzir o auto em flagrante, e o advogado reforça, não é eu que estou falando, isso consta nos autos do processo, além disso, afirma ainda que todas as 5 testemunhas e os policiais da ROTAM arrolados pelo MP foram inânimes em falar que teve sim a prisão por parte da inteligência da policia militar. Diante disso, a defesa suscita o Art.144 da CF, nos parágrafos 4º e 5º são claros, compete a polícia Civil ou Federal realizar a investigação, por outra lado, a polícia militar cabe apenas investigar crimes militares, neste caso foi argumentado que houve usurpação de função, questões essas que são ilegais. E a situação fática demonstrada por esse defensor anteriormente, não condiz com o depoimento dos policiais no auto de prisão em flagrante, falaram que abordaram o Sr. Pedro chegando em seu estabelecimento comercial em seu veículo HB20 e que tinha ali 5 porções de entorpecentes na porta luva. Nesse sentido, o STJ, a Sexta Turma decidiu HC nº659689-DF (2021-0110456-1) a pessoa que demonstre excessivo nervosismo ao ver uma viatura policial, ao passar, não dá a policia militar fundadas suspeitas para fazer busca pessoal, muito menos sem autorização judicial. O Min. Sebastião Reis Júnior - STJ destacou em seu voto: “desta forma reconhecida a ilicitude das provas obtidas por meio da busca pessoal e ingresso no domicílio sem autorização a sentença deverá ser anulada, absolvendo o paciente por ausência de prova da materialidade do delito”. Outra, o juízo aquo na dosimetria da pena, ele não aplicou o tráfico privilegiado tendo em vista a quantidade e a diversidade de entorpecentes, porém recentemente houve um julgado em 02/2022 de um Recurso Especial 1983144 do STF onde independe da quantidade de drogas. Primeiramente, a defesa requer a absolvição pela nulidade das provas previsto no Art.386, Inc.6º, do CPP., caso não entendam assim, requer-se a desclassificação do Art.28, tendo em vista a primeira apreensão no veículo, caso não concordem com a desclassificação, requer a aplicação da causa de inversão de pena preconizado no §4º do Art.33 da Lei 11.343/2006 em seu grau máximo, caso não entenda em aplicar o reconhecimento do tráfico privilegiado, a defesa requer que seja diminuída a circunstância desfavorável de 1/8 perfazendo a pena do Pedro de 7 anos e 6 meses para 6 anos e 3 meses e da Katiussi para 5 anos e por fim, se requer a restituição do veículo, cujo bem, nem consta em seu nome, pois é de um cliente que paga mensalidade para o lava-jato e o dinheiro é oriundo da distribuidora de bebidas.
O Presidente Desembargador Edison Miguel da Silva Júnior, passa a palavra para o Relator Desembargador Leandro Crispim, fala em relação da sustentação oral, que vai dar vistas dos autos. Portanto, o presidente Des. Edilson determina o adiamento do julgamento para a próxima sessão. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=m5WB0TUgSzc (Vídeo 36:27h à 51:30h) Pauta Adiada nº 19 
Processo: 0142286-71 em 17/03/22 às 09h Sessão de julgamento da 2ª Câmara Criminal - TJGO

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