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Partidos Políticos 1. Introdução Exercem o monopólio das candidaturas, já que não se admite candidatura sem filiação partidária, e são pessoas jurídicas de direito privado, possuindo CNPJ e seu estatuto deve ser registrado perante o Tribunal Superior Eleitoral, conforme disposto no art. 17, §2º. Encontra normatização no Capítulo 5 do Título II de nossa Constituição, sendo direito fundamental. A forma de criação dos partidos encontra-se na lei 9.096/95, precisando de apoio mínimo em pelo menos 9 estados brasileiros. Por seu caráter nacional, não podem receber recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros, pois poderia haver a desvirtuação de seus princípios; visa proteger os interesses do nosso país e também a soberania nacional. Na ADI 4650, foi decidido que as contribuições de pessoas jurídicas para as campanhas eleitorais e partidos políticos são inconstitucionais, já que contribuições milionárias atrapalhavam o equilíbrio político das eleições. As pessoas naturais podem contribuir conforme regulação da lei em vigor. Os partidos exercem um papel muito importante não só no sistema político, mas também são legitimados a ingressar com todas as ações do controle abstrato federal, assim como podem ingressar com ações coletivas, remédios constitucionais, como o mandado de injunção, habeas corpus e mandado de segurança. O princípio da anualidade ou anterioridade em matéria eleitoral estabelece que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, mas não se aplicará à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Na ADI 3685, o STF entendeu, com base no art. 60, §4º, IV, que esse princípio representa uma garantia individual do cidadão eleitor, ou seja, é cláusula pétrea. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I caráter nacional;– II proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou – de subordinação a estes; III prestação de contas à Justiça Eleitoral;– IV funcionamento parlamentar de acordo com a lei.– §2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 2. Emenda Constitucional nº 97/2017 • Proibição das coligações partidárias nas eleições proporcionais (Art. 17, §1º) • Cláusula de desempenho ou de barreira (Art. 17, §3º) A Emenda acima ainda está em transição, e nela se encontram as normas que são aplicáveis nesse momento. Sendo assim, a proibição das coligações só será aplicada a partir das eleições de 2020, conforme art. 2º da EC 97, e a cláusula de desempenho aplicar-se-á de forma gradual até a sua completa implementação nas eleições de 2030, tal qual disposto no art. 3º da Emenda. O próprio art. 5º, XVII, da Constituição Federal já veda a existência de organizações paramilitares, havendo aqui um reforço do seu caráter antidemocrático. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Art. 17. §1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. Art. 17. §3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: I obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos – votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou II tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço – das unidades da Federação. Art. 17. §4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. Também incluído pela EC 97, dispõe que aquele eleito por partido que não alcançou a cláusula de barreira poderá exercer o seu mandato normalmente, podendo inclusive filiar-se a outro partido sem perda do mandato. 3. Fidelidade Partidária O artigo 14, §3º da Constituição traz a filiação partidária como uma das exigências para que os indivíduos possam concorrer a cargos eletivos, é uma das condições de elegibilidade. Os parlamentares eleitos pelo sistema proporcional deputados e vereadores acabam se– – beneficiando dos votos dos partidos políticos para elegerem-se, já que os votos vão para os partidos e aqueles com o maior número de votos elegem mais candidatos. Por conta disso, muitos candidatos, assim que se elegiam, mudavam de partido, o que acabava deslegitimando os partidos e a própria democracia. No ano de 2007, houve uma importante virada jurisprudencial, fazendo com que a fidelidade partidária exigida dos candidatos eleitos pelo sistema proporcional passasse a ser considerada uma hipótese de perda de cargo eletivo, ou seja, o parlamentar infiel poderá perder o cargo em favor do partido, que indicará um sucessor. Segundo o TSE e o art. 22-A da Lei 9.096/95, considera-se justa causa para a mudança de partido a incorporação/fusão, criação de um novo partido, mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação pessoal. O caso específico será analisado pela justiça eleitoral e, se comprovada a justa causa, não haverá a perda do cargo. Em caso de reconhecimento de troca válida de partido político e falecimento quem deve indicar um sucessor é o partido de origem, não o partido final, visto que os votos populares foram para o primeiro partido, não para aquele ao qual o parlamentar faleceu filiado. Art. 17. §5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. ADI 5081: Como os senadores e membros do Executivo são eleitos por meio do sistema majoritário, onde os votos vão para o candidato, não há necessidade de fidelidade partidária.
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