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ALUNO: João Antonio de Sousa Santos Turma: 3002 Turno: Noite PROVA AV1 – PRÁTICA CIVIL V Querido (a) aluno (a), Nossa Av1 é composta por 5 (cinco) questões discursivas, cada uma valendo 1,5 pt e a última questão valendo 2,0 pts. TODAS as respostas devem ser dadas de forma fundamentada, o que significa que: 1) Respostas como “sim” e “não” não serão pontuadas; 2) Respostas copiadas da internet ou livros, sem a devida referência e sem raciocínio próprio do aluno serão consideradas plágio e não serão pontuadas; 3) Respostas idênticas às respostas de outro colega serão desconsideradas e não pontuadas. Fique atento e boa prova! QUESTÃO 01 – (1,5 pts.) – Sabemos que o habeas data, assim como o mandado de segurança é um remédio constitucional. Explique e fundamente as hipóteses de cabimento de cada um deles. RESPOSTA : O habeas data foi introduzido pela CF/88, art. 5º, LXXII, e regulamentado pela Lei 9.507/97, sendo concedido para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, ou para a retificação de dados quando se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo, ou seja, confere aos particulares o direito de obterem informações constantes em bancos de dados públicos ou privados, o habeas data possui natureza jurídica mista ou ambivalente, qualquer pessoa física ou jurídica poderá ajuizar ação de habeas data, para ter acesso às informações a seu respeito, concede ao impetrante o direito líquido e certo de obter informações sobre si, o art. 21, CF, prevê gratuidade de justiça na hipótese de habeas data; a garantia de habeas data não se confunde com o direito de obter certidões, caberá o mandado de segurança na hipótese de recusa do fornecimento de certidões. O mandado de segurança é uma criação brasileira, proveio da carta de 1934(art. 113, nº 33), omitido pelo texto de 1937, sua regulamentação ficou restrita à Lei ordinária, voltando só com a CF de 1946, a fonte de inspiração do mandado de segurança foi a teoria brasileira do habeas corpus, juntamente com os interditos possessórios e a ação anulatória de atos administrativos, é uma garantia constitucional e um instrumento processual, verdadeira ação civil de rito sumário especial, sua finalidade é instrumentalizar o poder judiciário na luta contra a ilegalidade ou o abuso de poder, cometidos por autoridades públicas ou agente de pessoa jurídica no exercício de suas atribuições, e também é a proteção de direitos inerentes à liberdade de locomoção. QUESTÃO 02 – (1,5 pts.) – A Constituição federal prevê um remédio constitucional que deve ser utilizado sempre que a falta de uma norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Qual é este remédio? RESPOSTA : Este remédio constitucional chama-se Mandado de Injunção, a CF dispõe que se concederá mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e a cidadania, foi inserido no ordenamento jurídico pela CF/88 e regulamentado pela Lei nº 13.300/16, os requisitos constitucionais para o mandado injunção são norma constitucional de eficácia limitada e a falta de norma regulamentadora, o mandado de injunção tem por objetivo tornar as normas constitucionais não- autoaplicáveis, aptas a garantir o gozo de qualquer direito privado, coletivo, difuso, individual homogêneo, político, econômico, social, etc..., o mandado de injunção é um instrumento que junto com a ação direta de inconstitucionalidade por omissão visa tutelar a pessoa diante das omissões inconstitucionais do Estado, porém o M.I objetiva dar tutela a um direito subjetivo, constituindo mecanismo que permite a fiscalização concreta da inconstitucionalidade por omissão, e é uma ação constitucional de garantia individual, o mandado de injunção individual ou coletivo pode ser impetrado por pessoas naturais ou jurídicas e deverá ser contra o poder, órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora, a competência do M.I se dá em razão do legitimado passivo. QUESTÃO 03 – (1,5 pts.) – A lei 12.016/09 regulamenta o procedimento do Mandado de segurança. Considerando as disposições legais, explique a diferença entre o mandado de segurança individual e o mandado de segurança coletivo, sobretudo no que diz respeito aos seus objetos. RESPOSTA : O mandado de segurança individual é o instrumento processual constitucional colocado ao dispor de toda pessoa física ou jurídica, para proteger direito líquido e certo não tutelado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou prestes a sofrer ameaça de lesão por ato ilegal ou abusivo, comissivo ou omissivo, proveniente de autoridade pública ou de seus delegados, sejam quais forem as funções que desempenhem, ou seja, é uma garantia constitucional e um instrumento processual, verdadeira ação civil de rito sumário especial, sua finalidade é instrumentalizar o poder judiciário na luta contra a ilegalidade ou o abuso de poder, cometidos por autoridades públicas ou agente de pessoa jurídica no exercício de suas atribuições. Já o mandado de segurança coletivo foi introduzido pela CF/88 art. 5º, LXX e regulamentado pela Lei 12.016/2009 que dispõe apenas sobre a legitimidade ativa, os direitos tutelados e os efeitos da decisão liminar e de mérito, a diferença entre o mandado de segurança individual e o coletivo reside em seu objeto e na legitimação ativa, podem impetrar mandado de segurança coletivo partido político com representação no Congresso Nacional na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, organização sindical, entidade de classe ou associação, desde que estejam legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos ano em defesa dos interesses dos seus membros ou associados, o STF entende que o rol é taxativo, o mandado de segurança coletivo busca a proteção de direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, contra atos ou omissões ilegais ou com abuso de poder de autoridade buscando a preservação ou reparação de interesses transindividuais, sejam os indivíduos homogêneos ou coletivos, o mandado de segurança coletivo é um instrumento voltado para a tutela de prerrogativas plúrimas, condizentes com os direitos de pelo menos parte da categoria de sindicatos ou associações, não é necessária a autorização individualizada de cada um dos associados para a impetração do M.S Coletivo, basta uma autorização genérica em seus estatutos sociais, a legitimidade passiva do M.S Coletivo é idêntica à do M.S Individual. QUESTÃO 04 – (1,5 pts.) – O habeas corpus, previsto no art. 5°, LXVIII, da Constituição Federal e, regulamentado pelos arts. 647 a 667 do Código de Processo Penal, é remédio constitucional que visa evitar ou cessar violência ou coação à liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Sobre referido remédio constitucional, explique seu cabimento, legitimidade, objeto e natureza jurídica. RESPOSTA : O habeas corpus trata-se da consagração de tutela judicial efetiva que garante a proteção judicial contra lesão ou ameaça a direito, o H.C é considerado por muitos a primeira garantia de direitos fundamentais, no Brasil a primeira manifestação se deu em 1821, através de um alvará emitido por Dom Pedro I, pelo qual se assegurava a liberdade de locomoção, contudo sua terminologia H.C é de 1830 no código criminal, foi garantido constitucionalmente a partir de 1891, permanecendo nas Constituições subsequentes, inclusive na de CF/88, dar-se-á habeas corpus sempre que o indivíduo sofrer violência ou coação por ilegalidade, ou abuso de poder, em 1926 o H.C teve seuâmbito de proteção reduzido, ficando vedada a sua aplicação para a proteção de outros direitos que não a liberdade de ir e vir, o autor da ação de H.C recebe o nome de impetrante e o indivíduo em favor do qual se impetra paciente, o impetrante poderá ser qualquer pessoa física nacional ou estrangeira, em sua própria defesa ou em favor de terceiro, o paciente será qualquer pessoa física nacional ou estrangeira não podendo ser pessoa jurídica, a ação pode ser formulada sem advogado, não tendo que obedecer a nenhuma formalidade processual e gratuita, a petição deve ser obrigatoriamente escrita em português, a coação à liberdade individual geralmente vem de atos emanados do poder público, o STF entende que é incabível o H.C contra ato jurisdicional de seus ministros ou de seus órgãos fracionários, pois a decisão poderá ser combatida por agravo. QUESTÃO 05 – (2,0 pts.) - Pretendendo obter certidão para esclarecimento de uma determinada situação em uma repartição municipal, foi exigido do cidadão interessado o prévio pagamento de uma taxa de expediente. Inconformado com a exigência, o cidadão impetrou habeas data, com base no art. 5°, XXLII, da CF/88, ao argumento de que tal remédio constitucional tem cabimento para assegurar o conhecimento de informações relativas à sua pessoa e que estejam em banco de dados de ente público, sendo certo que a exigência de taxa cerceia seu direito a estas informações, além de ser inconstitucional, já que a CF/88 assegura isenção ao pagamento de taxas para a obtenção de certidões com esta finalidade. Considerando este caso hipotético, responda: O habeas data é o remédio constitucional cabível no presente caso? Agiu corretamente o cidadão ao impetrá-lo? Em caso negativo, qual seria o remédio correto? Explique e fundamente. RESPOSTA : Não o habeas data não é o remédio constitucional cabível no presente caso. Não agiu corretamente o cidadão ao impetrá-lo. O remédio correto seria o Mandado de segurança. O habeas data foi concedido para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais, de caráter público, ou a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo, mas a garantia de habeas data não se confunde com o direito de obter certidões, ou informações de interesse particular, coletivo ou geral, nessa hipótese caberá o Mandado de Segurança no caso de recusa do fornecimento de certidões para a defesa de direitos ou esclarecimento de situações de interesse pessoal, próprio ou de terceiros, ou informações de terceiros.
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