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Antero de Quental
Antero Tarquínio de Quental foi um escritor e poeta português do século XIX que teve um papel importante no movimento da Geração de 70. Dedicou-se à reflexão dos grandes problemas filosóficos e sociais de seu tempo, contribuindo para a implantação das ideias renovadoras da geração de 1870.
Contexto histórico-cultural:
Portugal enfrentava um período de grandes transformações políticas e económicas e, para além disso, iniciaram-se também vários movimentos filosóficos.
Antero acreditava não só numa sociedade onde todos tivessem igualdade de oportunidades, mas também na evolução natural da sociedade para o Bem..
Antero de Quental foi um dos jovens da Geração de 70, que se reunia com o objetivo de partilhar ideias que promovessem a mudança social, devido à forte influência da cultura europeia, provocando em Portugal uma “revolução”. Ele foi um incansável perseguidor da verdade, do bem e da justiça, enfim, o Ideal, que não cessou de procurar.
O Ideal procurado ganhou formas diversas ao longo da sua vida 
Temas mais abordados:
· A Idealização da mulher: a mulher é retratada como encarnação, no mundo terreno, musa, amada e desejada, mas nunca tocada, sendo livre das paixões carnais. Esta é considerado um ser superior (Mulher Anjo), que o sujeito poético pode apenas contemplar e amar platonicamente. Procurou na mulher uma forma de preencher a sua solidão e angústia. 
· A Angústia existencial: o sujeito poético procura um Ideal que conceda sentido à existência humana.
· O drama religioso: a invocação de um deus do qual se duvida, mas a que, incessantemente se procura aceder, é o tema de vários dos seus sonetos, devido à necessidade que o sujeito poético tem de alcançar a Verdade.
· O conflito entre o Real e o Ideal: o poeta sente constantemente angústia devido ao Ideal que deseja atingir. A busca pelo conhecimento do Absoluto torna-se muitas vezes frustrante, dando origem a um sentimento de vazio interior.
Principais Características.:
Duas grandes linhas organizam a poesia de Antero de Quental:
· A busca do Ideal
· A angústia existencial
Na sua obra poética é visível uma profunda angústia existencial, sendo percetível dois lados: uma face mais luminosa e positiva e outra face noturna mais negativa, o que provoca uma grande inquietação interior ao sujeito poético.
Antero considera a poesia uma “arma”, pois tem um papel revolucionário na procura pela justiça social e o bem.
A interpretação da obra de Antero não pode ser simplista até porque está sempre presente um anseio e uma grande interrogação perante o sentido da nossa própria existência, o mundo em que vivemos, e a explicação ou presença de um Deus que, racionalmente, queremos compreender.
Para além destas duas ideais principais surgem outras também relacionadas como:
· A inquietação e a ansiedade presentes em muitos dos seus sonetos através do seu envolvimento na luta pela justiça
· A desilusão do reconhecimento da distância entre o sonho e a realidade devido à perseguição do sonho e do absoluto
· A noturna melancolia está presente em muitos poemas cuja atmosfera sombria é evidente
· A descrença e a solidão seguem-se devido à entrega frustrante na crença na humanidade, no amor e no absoluto
Linguagem, Estilo e Estrutura
Antero exprime as suas ideias em sonetos marcados por uma linguagem recuperada do Romantismo, cultivando um vocabulário e motivos literários associados à noite, à morte, às ruínas, etc.
Através do catorze versos decassilábicos, distribuídos por duas estrofes de quatro versos (quadras) seguidas de duas estrofes de três versos (tercetos). Antero de Quental segue o modelo do soneto italiano (petrarquista)
Em termos de rimas, nas quadras segue rigorosamente o esquema, contendo rima interpolada e emparelhada, nos tercetos apresenta as várias variantes, utilizando rimas cruzadas, interpoladas e emparelhadas .
o soneto é uma forma poética que permite desenvolver uma ideia, um raciocínio de forma sintética e concentrada. Após abordar o problema, o sujeito poético chega a uma conclusão no terceto final com um desfecho engenhoso.
A reflexão é desenvolvida nestes sonetos com um tom de monólogo interior.
· Recursos Expressivos: 
Metáfora: um dos principais recursos utilizados por Antero de Quental é a metáfora (consiste em usar um termo ou uma ideia com o sentido de outro com o qual mantém uma relação de semelhança- representação simbólica de algo). Através deste recurso, Antero nomeia o inominável.
Personificação: de elementos físicos e conceitos abstratos, que surgem como personagens nos poemas., o sujeito poético dirige-se a estas entidades, questiona-as, lamenta-se e exige-lhes explicações como se estivesse a falar com outra pessoa. Através das personificações o sujeito poético ficciona as entidades desconhecidas, tornando-as mais tangíveis, materializa-as.
Como por exemplo, a personificação da noite, entendida como face do mistério inexplicável, causa de dor.
Apóstrofes: interrupção no decorrer do discurso para o orador invocar seres reais ou fictícios. O sujeito poético estabelece diálogo com esses elementos e conceitos personificados a fim de desenvolver o seu raciocínio ou de expor o seu argumento.
As interrogações, as frases exclamativas e as reticências servem para provocar a discussão de ideias 
Nos sonetos de Quental encontra-se a presença de um vocabulário associado à escuridão (pessimismo, desespero e morte) e um outro lado de luz (racionalidade, justiça, ideia de bem).

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