Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistema sensorial TIPOS DE RECEPTORES ● Mecanorreceptores ● Termorreceptores ● Nociceptores ● Receptores eletromagnéticos ● Quimiorreceptores OS SENTIDOS QUÍMICOS: GUSTAÇÃO E OLFATO Os animais, incluindo os seres humanos, dependem dos sentidos químicos para os ajudar a identificar alimentos, substâncias nocivas ou a adequação de um potencial parceiro sexual Gustação e olfato têm uma função similar: detectar substâncias químicas do ambiente. Gustação Existe um conjunto de sabores básicos: salgado azedo Para distinguir o sabor único de um alimento, nosso doce cérebro combina informações sensoriais acerca de amargo seu sabor, aroma e tato umami (delicioso 1 - a substância química ativa a célula gustatória por meio dos canais iônicos 2 -ao ativar, acontece a via de transdução de sinais dentro da célula - de forma geral, vão abrir os canais de cálcio na membrana, ou permitir que o cálcio saia do retículo endoplasmático, o que faz com que se tenha um aumento da concentração de cálcio intracelular. Esse aumento da concentração de cálcio pode desencadear dois processos: a abertura de canais de ATP e liberação de serotonina MECANISMOS DA TRANSDUÇÃO GUSTATÓRIA A transdução gustatória envolve diversos processos diferentes, e cada sabor básico pode usar um ou mais desses mecanismos ● passar diretamente através de canais iônicos (salgado e ácido) ● ligar-se a e bloquear canais iônicos (ácido) ● ligar-se a receptores de membrana acoplados a proteína G (doce, amargo e umami) Células gustatórias não são neurônios, mas possuem em seu interior vesículas contendo neurotransmissores Salgado Com a ingestão do alimento, aumenta a quantidade de Sódio, que se difunde para dentro da célula gustatória por meio dos canais iônicos. Assim, ocorre o potencial de ação - a membrana da célula gustatória se despolariza, promovendo a abertura de canais voltagem dependentes de Sódio e Cálcio. O cálcio se liga as vesículas sinápticas, mobilizando-as até a membrana plasmática e liberando a serotonina por exocitose. O neurotransmissor liberado encontra seus receptores no axônio gustatório aferente, ocorrendo a despolarização e envio da informação gustatória do salgado até o encéfalo Azedo Há canais que permitem a passagem do hidrogênio Obs: substâncias ácidas possuem quantidade de hidrogênio maior O hidrogênio pode fazer duas funções na célula gustatória: se ligar ao canal que permite a passagem do potássio e bloqueá-lo externamente; ou ao entrar dentro da célula gustatória por difusão se ligar a face interna do canal de potássio promovendo seu fechamento. Lembrando que se os canais de potássio estão fechados, não irá ter a saída desse íon. Com a alta concentração de potássio intracelular, aumenta o potencial de membrana - despolarização - processo do potencial de ação igual ao do salgado. Mesmo que o mesmo neurotransmissor seja liberado na transdução gustatória do salgado e do azedo, há células específicas para cada sabor. Então o neurotransmissor vai ser liberado por diferentes células para diferentes axônios gustatórios aferentes. Amargo , Doce , Umami Receptor acoplado à proteína G ➔ fosfolipase C ➔ o cálcio liberado do retículo endoplasmático vai abrir os canais de membrana permeável a ATP, o ATP se liga ao axônio gustatório aferente e encaminha a informação até o encéfalo Há receptor exclusivo para cada sabor A molécula química de cada sabor também é diferente VIAS CENTRAIS DA GUSTAÇÃO botão gustatório (liberação do neurotransmissor ➞ se liga aos axônios gustatórios primários ➞ informação no tronco encefálico ➞ tálamo ➞ córtex gustatório três nervos cranianos contém os axônios gustatórios primários e levam a informação gustatória ao encéfalo NERVO VII - facial NERVO IX - glossofaríngeo NERVO X - vago Olfato Combina-se com a gustação para nos ajudar a identificar alimentos e aumentar nossa apreciação de muitos deles Pode alertar sobre o perigo potencial de alguma substância (como carne estragada) ou lugares (ambiente repleto de fumaça) Os sinais relativos à odores ruins pode se sobrepor àqueles dos agradáveis Também é um modo de comunicação - feromônios TRANSDUÇÃO OLFATÓRIA As moléculas odoríferas se ligam aos receptores metabotrópicos que ativam a proteína G, que vai ativar a adenil-ciclase. A proteína cinase A, abre os canais permitindo a passagem de cálcio e sódio. Esses íons entram por difusão, o cálcio promove a saída do cloreto.. Isso leva ao aumento do potencial de membrana - despolarização. No bulbo, tem as regiões chamadas de glomérulos, região onde os axônios se encontram com os neurônios de segunda ordem. Temos no nosso epitélio olfatório várias células olfatórias diferentes. Cada uma codifica determinadas proteínas receptores de membrana para identificar determinados aromas VIAS CENTRAIS DO OLFATO células receptoras olfatórias ➞ bulbo olfatório ➞ trato olfatório ➞ córtex olfatório ⬇ tubérculo olfatorio ⬇ córtex orbitofrontal ⬅ núcleo dorsomedial (tálamo) Visão PROPRIEDADES DA LUZ Luz Porção da radiação eletromagnética que é visível aos nossos olhos A radiação eletromagnética pode ser descrita como uma onda de energia e, como tal, possui: ● comprimento de onda ● frequência ● amplitude A ESTRUTURA DO OLHO A FORMAÇÃO DA IMAGEM PELO OLHO O olho coleta raios de luz emitidos ou refletidos por objetos no ambiente e os focaliza sobre a retina, formando imagens A focalização dos objetos é produto da combinação dos poderes de refração da córnea e do cristalino Refração de luz pela córnea A luz incide sobre a córnea e passa do ar para o humor aquoso, sofrendo refração e alterando sua velocidade. A distância focal é desde o início da córnea até a região da retina onde a imagem é formada Acomodação pelo cristalino O cristalino contribui para a formação de uma imagem nítida de um ponto distante ou próximo, situado a uma distância menor que 9 m em relação ao olho Poder adicional de focalização é fornecido pela mudança na curvatura do cristalino, um processo chamado de acomodação - quando o objeto está distante o cristalino é achatado por conta do relaxamento dos músculos ciliares, causando tensão na zona ciliar. Quando o objeto está próximo, os músculos ciliares se contraem e o cristalino fica mais arredondado Hiperopia formação da imagem atrás da retina correção: lente convexa Miopia formação da imagem antes da retina correção: lente côncava O reflexo pupilar à luz A pupila também contribui para as qualidades ópticas do olho, ajustando-se continuamente a diferentes intensidades de luz no ambiente - em ambiente claro, as pupilas se constringem e ambiente escuro dilatam-se, para uma maior quantidade de raios de luz incidir em nossos olhos Envolve conexões entre a retina e neurônios do tronco encefálico que controlam os músculos que constringem a pupila A constrição da pupila pode fazer objetos distantes parecerem menosdesfocados O campo visual É o total de espaço que pode ser visto pela retina quando o olhar é fixado diretamente à frente Os pontos a partir dos quais não vemos mais um objeto marcam os limites do campo visual Acuidade visual Capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos Depende de diversos fatores principalmente do espaçamento dos fotorreceptores na retina e da precisão da refração do olho Anatomia microscópica da retina A via mais direta para o fluxo da informação visual que deixa o olho parte dos fotorreceptores rumo às células bipolares, e daí, para as células ganglionares. Os axônios das células ganglionares formam o nervo óptico. A via indireta acontece, dependendo de como a luz incide na retina, quando os fotorreceptores, ao invés de fazer a comunicação direta com as células bipolares, faz com as células horizontais. Dessas células, a informação é transmitida para as células bipolares, depois para as células amácrinas e, por fim, para as ganglionares. ● Na nossa retina, as únicas células sensíveis a luz são os fotorreceptores cones e bastonetes. Há uma exceção, no entanto, pois pesquisadores já descobriram que algumas células ganglionares também são sensíveis à luz, mas ainda não se tem conhecimento sobre a ação dessas células na fototransdução. ● As células ganglionares são a única fonte de sinais de saída da retina. ● As células ganglionares são os únicos neurônios da retina que disparam potenciais de ação, e isso é essencial para a transmissão da informação para fora do olho A ESTRUTURA DE UM FOTORRECEPTOR O fotorreceptor do tipo bastonete tem um maior número de discos e maior concentração de fotopigmentos, isso faz com que sejam mais sensíveis à luz do que os cones, no entanto, os bastonetes contêm apenas um tipo de fotopigmento, enquanto os cones possuem três. DIFERENÇAS REGIONAIS NA ESTRUTURA DA RETINA Na fóvea, depressão da retina, há apenas cones. Nas periferias, tanto temporal quanto nasal, há uma mistura de cones e bastonetes, no entanto, há maior número de bastonetes do que cones. Fototransdução Os fotorreceptores convertem, ou transduzem, energia luminosa em alterações do potencial de membrana. FOTOTRANSDUÇÃO DOS BASTONETES Na membrana dos discos membranosos dos cones e bastonetes, há a proteína de membrana chamada rodopsina. Dentro da rodopsina, há uma molécula, retinal. Uma vez que a luz incide nesse receptor, há a ativação do retinal, que ativa a proteína G, a qual ativa a enzima fosfodiesterase, que vai causar a redução do segundo mensageiro. Há, então, a conversão do GMPc em GMP. Os canais de sódio se fecham, pois eram mantidos abertos pelo GMPc, e a membrana hiperpolariza. FOTOTRANSDUÇÃO NOS CONES Sob luz brilhante, como a luz do sol, há uma queda nos níveis de GMPc nos bastonetes, até um ponto em que a resposta à luz torna-se saturada a luz adicional não mais promove qualquer hiperpolarização Assim, a visão durante o dia depende inteiramente dos cones, cujos fotopigmentos necessitam de maior nível de energia para sofrerem desbotamento. O processo de fototransdução nos cones é praticamente o mesmo, a única diferença significativa é o tipo de opsinas dos discos membranosos dos segmentos externos dos cones - tem 3 tipos. Percepção de cores São determinadas principalmente pelas contribuições relativas de cada tipo de cone - para comprimentos de onda curtos, médios e longos - para o sinal na retina Conjunto de três tipos de receptores, cada tipo apresentando sensibilidade máxima a um diferente espectro de comprimentos de onda O PROCESSAMENTO NA RETINA E SUAS EFERÊNCIAS Os fotorreceptores, como os outros neurônios, liberam neurotransmissores quando despolarizados O transmissor liberado pelos fotorreceptores é o aminoácido glutamato No escuro, os fotorreceptores estão despolarizados e são hiperpolarizados pela luz. Temos, então a situação contraintuitiva em que os fotorreceptores, na verdade, liberam menos moléculas de neurotransmissores quando atingidos pela luz do que no escuro. O escuro, e não a luz, é o estímulo preferido para um fotorreceptor. Assim, quando uma sombra passa sobre um fotorreceptor, ele responde sofrendo uma despolarização, pois ativa o retinal, e liberando mais neurotransmissor. O campo receptivo da nossa visão, funciona, por exemplo, como o campo receptivo da nossa pele. O campo receptivo das células bipolares Existem dois tipos de células bipolares, ON e OFF Uma luz que incide sobre um cone vai hiperpolarizar algumas células bipolares. Essas células são chamadas de células bipolares do tipo OFF, pois a luz efetivamente as inibe. Se a luz que incidir sobre o cone despolarizar as células bipolares, serão chamadas de ON, pois são ligadas ou acionadas pela luz A sinapse cone-célula bipolar inverte o sinal que chega do cone, o cone hiperpolariza em resposta à luz, porém a célula bipolar do tipo ON despolariza As respostas opostas ocorrem porque há dois tipos de receptores que ligam o glutamato liberado pelos fotorreceptores Células bipolares do tipo OFF - receptores glutamatérgicos ionotrópicos - PEPS - despolarização pelo influxo de íons Na Células bipolares do tipo ON - receptores metabotrópicos - hiperpolarização Ou seja, essas células respondem de formas diferentes pois possuem receptores diferentes. PROJEÇÃO RETINOFUGAL É a via neural que sai do olho começando pelo nervo óptico As informações projetadas na região esquerda do campo visual direito sofrem um desvio a serem enviadas para o encéfalo, passando pelo quiasma óptico. Assim os hemicampos são projetados para apenas um lado, ou seja, o hemicampo visual direito do olho direito e esquerdo são projetados para o lado esquerdo e, o hemicampo visual esquerdo dos dois olhos são projetados para o lado direito. Audição O SOM Variações audíveis na pressão do ar A frequência do som é o número de trechos de ar comprimidos ou rarefeitos que passam pelos nossos ouvidos a cada segundo Nosso sistema auditivo pode responder a ondas de pressão dentro da faixa detectável de 20 a 20000 Hz A percepção do som, ou tom, como agudo ou grave, é determinado pela frequência A intensidade ou amplitude é a diferença de pressão entre os trechos de ar rarefeitos e comprimidos - determina o volume Nossa audição detecta com mais facilidade ondas de alta frequência A ESTRUTURA DO SISTEMA AUDITIVO O nosso aparelho auditivo é dividido em algumas regiões, temos nosso ouvido externo - que vai do pavilhão auditivo até o tímpano - o ouvido médio - do tímpano até antes de entrar na cóclea, representado especialmente pelos ossículos - ouvido interno - formado pela cóclea. O som quando chega na membrana timpânica, faz ela vibrar, e esse movimento é responsável por movimentar os ossículos do ouvido médio, que acabam por movimentar o líquido coclear - isso acontece pela ligação dos ossículos com a janela oval da cóclea - por fim, o movimentos do fluido na cóclea causa uma resposta nos neurônios sensoriais. A informação auditiva é encaminhada através do nervo coclear O OUVIDO MÉDIO Tem 3 ossículos: martelo, bigorna e estribo Martelo e bigorna estão bem juntos, portanto, os movimentos não são tão livres, medida que umse movimenta, o outro se movimenta junto. A conexão entre bigorna e estribo é mais fraca, o que deixa o movimento mais livre. Ainda, no ouvido médio há uma estrutura chamada tuba de Eustáquio, que faz a comunicação do ouvido médio com a cavidade oral e nasal. Geralmente, a pressão no ouvido médio é igual à pressão atmosférica. Reflexo da atenuação Sons barulhentos disparam uma resposta neural que faz esses músculos se contraírem. Cadeia de ossículos tornam-se mais rígida e a condução do som ao ouvido interno fica muito diminuído O órgão de Corti As células receptoras auditivas, as quais convertem a energia mecânica em uma alteração na polarização da membrana, estão localizadas no órgão de Corti TRANSDUÇÃO DO SINAL AUDITIVO Os axônios primários recebem a informação e a encaminham, passando pelo gânglio espiral e depois nervo coclear. O SISTEMA VESTIBULAR O sistema vestibular, assim como o sistema auditivo, utiliza células ciliadas para transduzir os movimentos Labirinto vestibular Órgãos otolíticos - detectam a força de gravidade e as inclinações da cabeça Ductos semicirculares - sensíveis à rotação da cabeça O propósito básico de cada estrutura é transmitir a energia mecânica, derivada do movimento da cabeça, às células ciliadas. Quando a cabeça está em uma posição de repouso, os estereocílios também estão, mas, uma vez que, a cabeça é inclinada, os estereocílios também são inclinados e isso vai causar a abertura dos canais, que vão causar uma despolarização nessa célula e com isso terá a transmissão da informação por meio da secreção de um neurotransmissor excitatório. No interior do ducto semicircular existe um líquido chamado de endolinfa, quando giramos e depois paramos, mesmo parados temos a sensação de a nossa volta estar girando ainda, porque a endolinfa ainda está se movimentando. Isso sinaliza as células ciliadas de que está acontecendo um movimento de rotação, então a célula continua enviando os sinais relativos à essa rotação para o encéfalo. Sistema Somatossensorial Responsável por detectar as informações somatossensoriais - ou seja, relativas a tato, pressão,, vibração, dor etc. A sensação somática também permite saber quais partes do corpo estão sendo estimuladas. Cada receptor sensorial em determinadas regiões do nosso corpo vão ter um campo receptivo, esses campos receptivos podem se sobrepor. Assim, quando somos tocados dentro de um campo receptivo temos a sensação de um único toque. Quanto maior o campo receptivo, “menos sensível” é a região, pois mesmo se houver dois toques simultâneos a sensação será de um toque. Quando os estímulos se tornam muito intensos, que podem ser lesivos, a sensação somática também é responsável por uma sensação desagradável, porém de vital importância, a dor. Tato A pele é o maior órgão sensorial que possuímos Temos dois tipos de pele: pilosa e glabra A maioria dos receptores sensoriais do sistema somatossensorial são mecanorreceptores ● contato na pele ● pressão no coração e nos vasos sanguíneos ● estiramento dos órgãos digestórios e da bexiga urinária ● força contra os dentes No centro de todos os mecanorreceptores estão as ramificações de axônios desmielinizados que são sensíveis a estiramento, deformação, pressão ou vibração Os mecanorreceptores não são só responsáveis por detectar o tato, mas também pela pressão e vibração. Embora sejam sensações distintas, são detectadas pelos mesmos tipos de receptores CAMPO RECEPTIVO Corpúsculos de Meissner e os discos de Merckel possuem campos receptivos pequenos, de apenas poucos milímetros de extensão Corpúsculos de Pacini e as terminações de Ruffini apresentam campos receptivos grandes que se estendem por um dedo inteiro ou por metade da palma da mão Os mecanorreceptores também variam quanto à persistência de suas respostas frente a estímulos de longa duração Adaptação No caso dos corpúsculos de Meissner e de Pacini, eles possuem a mesma forma de adaptação, que é uma adaptação do tipo rápida, porém, não conseguem identificar o movimento que fazemos na pele, pois param de disparar impulsos mesmo que o estímulo continue Os discos de Merckel e as terminações de Ruffini possuem forma de adaptação lenta, isso faz com que a medida que o movimento acontece, os disparos continuam durante o estímulo, então conseguem identificar o movimento DETECÇÃO E TRANSMISSÃO DAS SENSAÇÕES TÁTEIS Os canais iônicos são mecanossensíveis. Há 3 tipos diferentes, que vão se abrir com diferentes estímulos, mas ambos estímulos mecânicos 1. Canais que vão ser abertos quando tem uma força aplicada sobre a membrana celular, quando esta sofrer estiramento ou deformação. 2. Canais que se abrem quando é aplicada uma força sobre as proteínas extracelulares, pois elas são conectadas aos canais. 3. Canais que se abrem quando aplicada uma força sobre os componentes do citoesqueleto intracelular Os estímulos mecânicos podem, ainda, disparar a liberação de segundos mensageiros, por exemplo, DAG, IP3, que regulam os canais iônicos. Transmissão dos sinais táteis Uma vez que temos essa detecção da sensação sensorial, ocorrerá a abertura dos canais iônicos que causarão a despolarização da célula, esse receptor sensorial vai transmitir os sinais para o SNC. Lembrando que as informações sensoriais entram pela medula espinhal por meio das raízes dorsais e, as informações motoras deixam a medula espinhal pelas raízes ventrais Os axônios que transmitem a informação dos receptores somatossensoriais à medula espinhal ou ao tronco encefálico são os axônios aferentes primários do sistema somatossensorial Os axônios aferentes primários apresentam diâmetros variados e seus tamanhos correlacionam-se com o tipo e receptor sensorial do qual recebem a sinalização. A maioria dos nervos periféricos comunica-se com o sistema nervoso central via medula espinhal. Por vezes, temos algumas informações sensoriais chegando diretamente no tronco encefálico, por exemplo, as informações somatossensoriais da face. A organização segmentar dos nervos espinhais e a inervação sensorial da pele estão relacionadas. A área da pele inervada pelas raízes dorsais direita e esquerda de um único segmento espinhal é denominada dermátomo. VIAS SENSORIAIS PARA TRANSMISSÃO DOS SINAIS SOMÁTICOS As informações sobre o tato ou vibração da pele seguem uma via em direção ao encéfalo, que é diferente das informações relativas a dor e temperatura, por exemplo. Os receptores sensoriais fazem sinapses com os axônios sensoriais, que vão entrar na medula espinhal na região dorsal da coluna de forma ipsilateral, ou seja, em um único lado. Ou seja, as informações relativas ao lado direito do corpo adentram a medula espinhal pela região dorsal do lado direito. Essas informações fazem sinapses com neurônios localizados no núcleo da coluna dorsal e, depois seguem para o bulbo. No bulbo acontece uma curva, desvio dessa informação, assim, a informação que estava localizada na região direita é encaminhada para região ventral e medial do lado esquerdo. A partir do momento que a informação entra no bulbo o sistema sensorial deum lado do encéfalo vai estar relacionado com as sensações do lado oposto do corpo. Seguindo, a informação passa pelo lemnisco medial, segue pelo bulbo, ponte, mesencéfalo, passa pelo tálamo na região do núcleo ventral posterior, e o tálamo retransmite essa informação para o córtex somatossensorial primário Via tátil trigeminal A sensação somática da face é suprida principalmente pelos grandes ramos do nervo trigêmeo, o qual entra no encéfalo pela ponte Esse nervo coleta as informações sensoriais da face, região bucal, os dois terços distais da língua e a dura-máter As regiões da pele em torno dos ouvidos, da região nasal e da faringe são fornecidas por outros nervos cranianos: facial, glossofaríngeo e vago. CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL A maior parte do córtex relacionada ao sistema somatossensorial está localizada no lobo parietal Dor A dor também é uma sensação somática, mas nesse caso há receptores sensoriais diferentes, que são chamados de nociceptores. Esses nociceptores são as terminações nervosas livres, ramificadas, não mielinizadas que sinalizam lesão ou risco de lesão ao corpo. Informações dos nociceptores seguem por vias distintas, assim, a experiência subjetiva causada pela ativação dessas vias é diferente Nocicepção e a dor não são sempre a mesma coisa Dor é a sensação ou a percepção de sensações, como irritação, inflamação, fisgada, ardência, latejos, ou seja, sensações importantes que surgem de uma parte do corpo A nocicepção é o processo sensorial que fornece as sinalizações que disparam a experiência da dor. TIPOS DE DOR ESTÍMULOS QUE PODEM LEVAR A ATIVAÇÃO DOS NOCICEPTORES Para que haja a ativação dos nociceptores é necessário ter uma lesão ● estimulação mecânica forte ● temperaturas extremas ● privação de oxigênio ● exposição a agentes químicos TIPOS DE NOCICEPTORES Terminações nervosas livres das fibras não mielinizadas C e nas pobremente mielinizadas A& OS NOCICEPTORES E A TRANSDUÇÃO DOS ESTÍMULOS DOLOROSOS Hiperalgesia Estimulação constante e progressivamente maior do estímulo doloroso - dor crônic Ocorre pela não adaptação dos nociceptores aos estímulos sensoriais. Possibilita que o indivíduo fique ciente da presença do estímulo lesivo, enquanto a dor persistir. Inflamação O conjunto de substâncias químicas liberadas quando há uma lesão é chamado de sopa inflamatória ● neurotransmissores: glutamato, serotonina, adenosina, ATP ● peptídeos: substâncias P, bradicinina ● lipídeos: prostaglandina, endocanabinoides ● proteases, neurotrofinas, citocinas, quimiocinas, íons K e H etc Resposta natural dos tecidos corporais na tentativa de eliminar a lesão e estimular o processo de cura. AFERENTES PRIMÁRIOS E MECANISMOS ESPINHAIS A ativação de nociceptores cutâneos produz duas percepções de dor distintas: dor primária, rápida e aguda - A& dor secundária, lenta e contínua - C Dor referida Quando há algum tecido ou órgão interno sendo lesionado e a dor acaba atingindo outras regiões do corpo Mistura substancial de informação de axônios de nociceptores cutâneos e viscerais na medula VIAS ASCENDENTES DA DOR via da dor espinotalâmica dor corporal e temperatura são conduzidas da medula espinhal ao encéfalo pela via espinotalâmica Os axônios de pequeno calibre - A& ou tipo C - entram na coluna dorsal por meio das raízes dorsais, contralateral, decussam no mesmo nível da medula, passam pelo trato espinotalâmico, e segue para ponte, bulbo e encéfalo. Ao passar por essas estruturas, chega no tálamo e passa pelo núcleo intralaminar e ventral posterior. Dos núcleos a informação segue para o córtex somatossensorial primário, onde vai passar pelo processo de associação e percepção. via da dor trigeminal A informação da dor e temperatura da face e do terço anterior da cabeça segue por uma via ao tálamo, análoga à via espinhal As fibras de pequeno diâmetro do nervo trigêmeo encontram os neurônios sensoriais secundários no núcleo espinhal do trigêmeo, localizado no tronco encefálico e decussam e ascendem ao tálamo pelo lemnisco trigeminal Além das vias espinotalâmica e trigêminotalâmica, outras vias relacionadas à dor e a temperatura, enviam axônios para uma variedade de estruturas, em todos os níveis do tronco encefálico antes de alcançarem o tálamo O TÁLAMO E O CÓRTEX Trato espinotalâmico e os axônios do lemnisco trigeminal fazem sinapse em uma região mais extensas do tálamo núcleo ventral posterior núcleos intralaminares Assim, como fazem a sinapse no tálamo, essas vias cobrem um território muito maior das áreas do córtex cerebral. Por isso, muitas vezes, a sensação da dor pode se sobrepor a outras sensações somáticas. A REGULAÇÃO DA DOR Modulação da dor Nível de atividade dos nociceptores vão produzir mais ou menos dor Isso oferece novas estratégias para o tratamento da dor crônica Nesse sentido, há dois processos de regulação Regulação aferente Atividade simultânea de mecanorreceptores de limiar baixo Teoria do portão da dor - suprime sinalização nociceptiva. No interior da medula temos os interneurônios que se comunicam, chega a informação sensorial neles e eles transmitem para os neurônios que ascendem em direção ao córtex, e os neurônios de projeção, que vão conduzir essa informação para o córtex. As fibras do tipo C ao fazerem sinapses com os interneurônios, ao invés de estimularem a passarem a informação, acabam inibindo. Assim, não há a ação também dos neurônios de projeção e a informação da dor não é transmitida, mas a do tato vai ser. Regulação descendente Emoções fortes, estresse ou determinação estóica, podem suprimir de maneira poderosa as sensações dolorosas Várias regiões encefálicas estão envolvidas na supressão da dor - região de neurônios do mesencéfalo - substância cinzenta periaquedutal PAG - estimulação elétrica da PAG pode causar analgesia profunda OPIÓIDES ENDÓGENOS Ópio era descrito como “a planta da alegria”, pois funcionava como analgesico em ferimentos Opiáceos - substâncias derivadas da papoula ex: morfina, codeína e heroína Opióides - receptores opióides SN Uma vez que os opiáceos se ligam aos opióides, é causada uma analgesia profunda, especialmente quando o opióide é administrado de forma sistêmica Efeitos causados: alterações no humor, sonolência, confusão mental, náusea, vômito e constipação O sistema nervoso produz substâncias endógenas semelhantes à morfina, chamados coletivamente de endorfinas. Existem receptores concentrados em áreas que processam ou modulam a informação nociceptiva, uma vez que se tenha grande liberação de endorfinas Pequenas quantidades de morfina ou endorfinas injetadas na PAG, nos núcleos da rafe ou no corpo dorsal podem produzir analgesia Sensações térmicas Assim como para o tato e a dor, as sensações térmicas não dolorosas se originam de receptores cutâneos - entre outros locais - e dependem do processamento no neocórtex para a percepção consciente Termorreceptores Neurônios sensíveis à temperatura no hipotálamo e na medula espinhal - esses receptores são responsáveis por manter a homeostase térmica do corpo Termorreceptores cutâneos aparentemente contribuem para a percepção da temperatura Receptores distintostransduzem a informação térmica - sensibilidade nao está igualmente distribuída pela pele Cada termorreceptor parece expressar somente um ÚNICO tipo de canal e fazem com que a sensibilidade seja distinta em regiões diferentes da pele Existe alguns receptores para frio - sensíveis a aumentos de temperatura acima de 43C SNC não sabe qual tipo de estímulo - no caso, o calor - resultou na ativação do receptor Nossos termorreceptores possuem diferenças de adaptação em relação a outros receptores somáticos. Existem diferenças entre a frequência de respostas dos receptores ao calor e ao frio, que são maiores durante, e logo após, as mudanças de temperatura Os termorreceptores possuem uma faixa de detecção de temperatura, por exemplo, o limite máximo dos termorreceptores para calor é 43C, acima disso, é ativado os termos nociceptores, pois essa temperatura vai causar lesão aos tecidos. VIA DA TEMPERATURA Organização da via da temperatura é praticamente idêntica à da via da dor Receptores para frio - fibras A& e C Receptores para calor - fibras C
Compartilhar