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Fisiologia Sensorial

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FISIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO 
Fisiologia Sensorial 
 O conjunto constituído pelos sensores capazes de 
detectar diferentes tipos de informação, pelas vias por 
onde trafegarão essas informações e pelos circuitos 
neurais responsáveis por seu processamento é 
denominado de Sistema Sensorial. 
 Dentre as várias modalidades que compõem nosso 
sistema sensorial, algumas possibilitam a percepção 
consciente de um estímulo, por exemplo, a sensibilidade 
visual ou auditiva ou a sensibilidade térmica ou dolorosa. 
Em outras modalidades, a informação sensorial é 
recebida e processada sem que tenhamos qualquer 
sensação consciente, como, por exemplo, aquelas 
envolvidas na mensuração da pressão arterial, da 
osmolalidade do plasma ou da pressão parcial de 
oxigênio do sangue. 
 Para que o estímulo possa ser detectado e discriminado 
pelo organismo, precisa ser convertido em uma 
‘’linguagem’’ compreendida pelo sistema nervoso. Essa 
conversão é denominada Transdução (conversão do 
estímulo em um sinal intracelular), e as estruturas 
responsáveis por ela são os receptores sensoriais 
Especificidade de um receptor deve-se aos mecanismos 
moleculares de transdução. 
 Os receptores são divididos em 4 grupos principais com 
base nos tipos de estímulos que são mais sensíveis: 
Quimiorreceptores (respondem a ligantes químicos), 
Mecanorreceptores (respondem a diversas formas de 
energia mecânica), Termorreceptores (respondem a 
temperatura) e Fotorreceptores (respondem a estímulo 
luminoso). 
 O processo de transdução começa pela detecção de um 
dado estímulo pelo receptor sensorial. O mecanismo 
comum a todo receptor é a geração de um potencial 
gerador (ou potencial receptor), caracterizado por uma 
alteração do potencial elétrico da membrana da célula 
receptoraProvocada por uma modificação na 
condutância de canais iônicos. Esse sinal elétrico alcança 
regiões do receptor em que um impulso nervoso poderá 
ser iniciado, propagando-se para o SNC. Ou seja, se o 
estímulo produz uma mudança que atinja o limiar, são 
gerados potenciais de ação que são transmitidos de um 
neurônio sensorial até o SNC, onde os sinais de entrada 
são integrados. 
 
OBS: Uma característica fundamental de todo receptor 
sensorial é o perfil temporal do potencial gerador. Um 
receptor pode apresentar um potencial gerador cuja 
amplitude decline com o tempo, mesmo na presença de 
um estímulo sensorial contínuo e de intensidade 
constante. Esse declínio é denominado de Adaptação 
sensorial. 
 
OBS: Estimulação do receptor sensitivo Transdução do 
Estímulo Geração de Impulso Nervoso Integração da 
Informação Sensitiva. 
 
Gustação: 
 O paladar ou a gustação é um sentido químico. 
 Os receptores gustativos estão localizados 
primariamente (também se localizam no palato, por 
exemplo) nos botões gustatórios, agrupados na 
superfície da língua. Um botão gustatório é composto por 
células receptoras gustatórias (CRG’s) – onde se 
projetam as microvilosidades gustatórias-, juntamente 
com células de sustentação e células basais 
regenerativas. 
 Os botões gustatórios estão localizados em elevações na 
língua – Papilas. Três tipos de papilas apresentam os 
botões: Papilas circunvaladas, Papilas fungiformes e 
Papilas folhadas/foliáceas. 
-Paredes das criptas que circundam as papilas 
circunvaladas, que formam a linha V sobre a superfície 
posterior da língua Nervo Glossofaríngeo. 
-Papilas fungiformes, na superfície anterior da língua 
Nervo lingual Nervo Facial. 
-Papilas folhadas, localizadas nas pregas ao longo das 
superfícies laterais da língua Nervo Glossofaríngeo. 
-Palato, pilares tonsilares, epiglote, porção proximal do 
esôfago Nervo Vago. 
 Primeiramente, uma substância química é dissolvida na 
saliva ao entrar em contato com as membranas 
plasmáticas das microvilosidades gustatórias -locais de 
transdução do paladar-, há a interação com os receptores 
químicos e promoção do potencial receptor 
despolarizante que estimula a exocitose de vesículas 
contendo neurotransmissores. Porém, esse potencial 
receptor não é único para os sabores primários. 
 
 
FISIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO 
 A sensibilidade gustativa pode ser agrupada em cinco 
qualidades fundamentais: 
 
-Umami: Caracteriza o sabor ‘’delicioso’’. L-glutamato. 
 
-Salgado: O sabor salgado dos sais de sódio resulta no 
influxo de íons sódio através de seus canais nas 
membranas das células gustativas presentes na 
extremidade da língua, local de sensação do sabor 
salgado. Após a entrada desse íon no citosol, ocorre o 
aumento do potencial de membrana da célula 
caracterizado pela Despolarização e, posterior liberação 
de neurotransmissores pela abertura de canais de Cálcio. 
 
-Azedo: Para as sensações de sabores azedos, o processo 
de transdução é induzido pela ação dos íons H+, uma vez 
que estimulam a abertura dos canais de sódio, 
favorecendo a entrada de Na+ e H+ na célula e, bloqueio 
dos canais de K+, permitindo a modificação do potencial 
de membrana- Despolarização- e a liberação do 
neurotransmissor pela abertura dos canais de Cálcio. 
Além disso, vale ressaltar que as porções laterais da 
língua são responsáveis pela percepção desse sabor. 
 
-Doce: As substâncias químicas referentes a sensação de 
doce são diversas: Açúcares, álcoois, aldeídos, cetonas, 
ésteres, aminoácidos, ácidos, dentre outros, os quais são 
percebidos na extremidade da língua. Esses compostos 
se ligam a receptores de superfície celular e ativam a 
cascata de segundo mensageiro da adenilil ciclase 
acoplados a Gustatina. Essas sucessivas reações – A 
adenilil ciclase transforma o ATP em AMP cíclico que 
ativa a PKA, a qual atua na fosforilação- ocasionam no 
bloqueio da ação de canais de K+ e, consequentemente, 
a despolarização da célula e a abertura dos canais de 
cálcio permitindo a liberação de neurotransmissores. 
 
-Amargo: Essa percepção é causada quase que 
exclusivamente por substâncias orgânicas, 
principalmente as de cadeia longa contendo nitrogênio e 
alcalóides, sentida pela região posterior da língua e 
palato mole. Essas moléculas ligam-se a receptores 
acoplados a Proteína G, a qual ativa a Fosfolipase C que 
aumenta a concentração de IP3 na célula- Responsável 
pela mobilização de íons Cálcio provenientes da reserva 
do retículo endoplasmático. 
Esse íon cálcio irá promover a liberação de 
neurotransmissores presentes em vesículas para que a 
sinapse ocorra e leve essa informação até o Encéfalo 
pelas vias gustatórias. 
 
Audição: 
 A orelha é um órgão sensorial especializado em duas 
funções distintas: Audição e Equilíbrio. 
 A orelha é dividida em 3 regiões principais: a Orelha 
Externa, que coleta as ondas sonoras e as direciona até a 
membrana timpânica; Orelha Média contém um sistema 
de pequenos ossos (Bigorna, Martelo e Estribo) que 
transmitem as vibrações timpânicas até a janela oval - 
Orelha Interna, a qual é composta pela Cóclea 
(Receptores sensoriais da audição) e o Aparelho 
Vestibular (Canais semicirculares). 
 
 Transdução de sinal: 
-A orelha externa transmite as ondas sonoras para o 
canal auditivo, que as transmite para a membrana 
timpânica. Quando as mesmas movimentam a 
membrana timpânica, há a vibração dos três ossículos- 
Martelo, Bigorna e Estribo. A energia sonora é 
amplificada pela diferença de áreas, ou seja, gera 
diferentes concentrações de ondas sonoras, a partir da 
passagem da onda pela membrana timpânica (área 
maior) para a janela oval (área menor). Esse último 
ossículo apresenta conexão com membrana da janela 
oval, promovendo sua vibração e, consequentemente, 
desloca o fluido do interior dacóclea. 
 
-A cóclea apresenta a rampa vestibular, rampa média e a 
rampa timpânica, as quais são preenchidas por líquidos- 
A rampa média é preenchida pela Endolinfa e as demais 
rampas mencionadas pela Perilinfa. O principal órgão 
responsável pela transdução da transdução do som - 
Órgão de Corti - localiza-se na membrana basilar, a qual 
separa a rampa timpânica da rampa média. 
 
-As células ciliadas são dois tipos de mecanorreceptores 
encontrados no Órgão de Corti. Nesse sentido, a vibração 
do Órgão de Corti, causada pelas deformações da 
movimentação do líquido coclear - ondas de alta 
frequência estimulam as partes mais rígidas e próximas 
da base, enquanto as ondas de baixa frequência 
estimulam o final da membrana basilar-, provoca a 
curvatura dos cílios dessas células contra a membrana 
tectória- Estereocílios. 
FISIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO 
A partir disso, ocorre mudanças nas concentrações de 
íons na Perilinfa, ou seja, modificação do potencial de 
membrana, o que estimula neurônios do gânglio espiral 
e futuro sinal neural para o Sistema Nervoso Central. 
 
 Trajeto da informação sonora até o córtex auditivo: 
-Os axônios que fazem parte do Nervo Vestíbulococlear 
realizam sinapses com neurônios nos núcleos cocleares 
dorsais e ventrais no bulbo no mesmo lado. Alguns 
desses axônios passam por um cruzamento no bulbo e 
ascendem pelo lemnisco lateral até o colículo inferior, 
enquanto outros passam previamente no núcleo olivar 
superior até atingirem o lemnisco lateral e colículo 
inferior. A partir do colículo inferior, o impulso é 
transmitido para o corpo geniculado medial presente no 
Tálamo- porção do Diencéfalo – e, por fim, atingem a 
área auditiva primária do córtex cerebral localizado no 
lobo temporal. 
 
OBS: Diferentemente dos demais mecanorreceptores do 
organismo, os mecanorreceptores da fisiologia sensorial 
auditiva-células ciliadas- despolarizam com a entrada de 
íons potássio em seu citosol. Após a curvatura dos 
Estereocílios, há a abertura dos canais de Potássio, 
permitindo a entrada desses íons nas células ciliadas- 
Movimentação de íons K+ da Endolinfa. A partir dessa 
ação, os canais de cálcio voltagem dependente na base 
dessas células são abertos, provocando a exocitose de 
vesículas que contêm neurotransmissores- Glutamato-, o 
qual se apresenta como excitatório, causando potenciais 
de ação nos neurônios do Gânglio espiral, que 
transmitem a informação codificada sobre o som pelo 
ramo coclear do Nervo Vestíbulococlear até o Encéfalo. 
 
 
Olfação: 
 Assim como o paladar, o olfato também é um sentido 
químico. 
 Transdução de sinal: 
-O primeiro passo envolvido na sensibilidade olfatória 
ocorre nos neurônios sensoriais que compõem o Epitélio 
Olfatório (células tronco se dividem para formar mais 
neurônios). Os neurônios olfatórios, que são células 
nervosas bipolares, apresentam um único dendrito 
(Cílios se projetam daí), que se estende do corpo celular 
para a superfície do epitélio. Assim como, do lado oposto 
da célula, parte um axônio em direção ao Bulbo 
Olfatório, localizado na parte inferior do lobo frontal  
Formam o Nervo Olfatório (I). 
Sendo assim, as moléculas odoríferas devem se dissolver 
e penetrar no muco para que possa se ligar a uma 
proteína receptora olfatória no cílio olfatório. 
 
-A ligação de uma substância química odorífera a um 
receptor no cílio olfatório acoplado à Proteína G leva à 
liberação de subunidades dessa proteína. A subunidade 
alfa estimula a Adenililciclase, causando um aumento na 
concentração de AMPc, o qual é responsável pela 
abertura de canais de sódio, despolarizando a célula, 
além de induzir efeitos na modulação da expressão 
gênica. Se o potencial receptor graduado resultante for 
suficiente, ele dispara um potencial de ação que percorre 
o axônio do neurônio sensorial até o Bulbo Olfatório. 
 
 Trajeto da informação de odor até o córtex: 
-Os nervos Olfatórios terminam no Encéfalo nos Bulbos 
Olfatórios, que estão localizados abaixo dos Lobos 
Frontais. 
-Nos Bulbos Olfatórios, os terminais axônicos dos 
receptores olfatórios formam sinapses com os dendritos 
e corpos celulares dos neurônios do Bulbo Olfatório. 
-Os axônios do Bulbo formam o Trato Olfatório, o qual 
apresenta alguns neurônios que se projetam para a Área 
Olfatória Primária do Córtex Cerebral (memória evocada 
pelo cheiro) e outros que se projetam para o Sistema 
Límbico e Hipotálamo. 
 
OBS: Vias ascendentes do Bulbo Olfatório também levam 
à amígdala e ao Hipocampo, partes do Sistema Límbico 
envolvidas na emoção e na memória. 
 
Tato: 
 SENSIBILIDADE SOMÁTICA Surge a partir do estímulo 
de receptores sensitivos localizados na pele. São 
distribuídos de maneira desigual (densidade). 
 
Funções da pele: 
-Proteção contra a perda de água e atrito 
-Captação de informações sobre o ambiente e envio para 
o sistema nervoso central 
-Termorregulação e excreção de várias substâncias 
-Proteção contra raios ultravioletas 
-Produção de Vitamina D3 (Colecalciferol) 
 
 
FISIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO 
 A sensibilidade tátil é uma das modalidades da 
sensibilidade somática. 
 
SENSIBILIDADE TÁTIL: 
 É mediada por mecanorreceptores que se dividem em 
duas classes funcionais: Mecanorreceptores de 
adaptação rápida e de adaptação lenta. 
 Os de adaptação rápida respondem apenas ao início de 
uma estimulação e frequentemente também ao seu 
término, mas não respondem a uma estimulação 
contínua. Já os de adaptação lenta podem responder 
continuamente a uma estimulação persistente. 
 Os dois principais tipos de mecanorreceptores na 
superfície da pele são os Corpúsculos de Meissner e de 
Merkel, exemplos, respectivamente, de receptores de 
adaptação rápida e lenta. O tecido subcutâneo, por sua 
vez, também contém dois tipos de mecanorreceptores: O 
Corpúsculo de Pacini, um receptor de adaptação rápida, 
e o Corpúsculo de Ruffini, de adaptação lenta. Esses 
quatro tipos de receptores são inervados por axônios de 
neurônios localizados nos gânglios das raízes dorsais. 
(TRANSDUÇÃO: Prolongamento ascendenteNúcleos 
grácil e cuneiformeTálamoCórtex somestésico 
primário) 
 
RECEPTORES TÁTEIS E FIBRAS NERVOSAS: 
 Corpúsculo de Meissner Movimento dos objetos sobre 
a superfície da pele e vibração de baixa frequência. Fibras 
nervosas mielinizadas Aβ (velocidade de condução: 30-
70m/s) 
 Receptores dos pelos Deslocamento de objetos pela 
superfície do corpo. Fibras nervosas mielinizadas Aβ 
(velocidade de condução: 30-70m/s) 
 Corpúsculos de Pacini Movimento rápido dos tecidos. 
Fibras nervosas mielinizadas Aβ (velocidade de 
condução: 30-70m/s) 
 Corpúsculo de Ruffini Estados contínuos de 
deformação a pele e dos tecidos mais profundos. Avalia 
o grau de rotação da articulação. Fibras nervosas 
mielinizadas Aβ (velocidade de condução: 30-70m/s) 
 Terminação Nervosa Livre: 
-Fibras nervosas mielinizadas Aδ (velocidade de 
condução: 5-30 m/s) 
-Fibras nervosas mielinizadas do tipo C (velocidade de 
condução: 2 m/s) 
 
OBS: 
Sinais sensoriais críticos Fibras de condução rápida 
Sinais sensoriais grosseiros Fibras de condução lenta 
 
Dor: 
 ‘’A dor constitui um mecanismo de demarcação de 
limites para o organismo, e de aviso sobre a ocorrência 
de estímulos lesivos provenientes do meio externo, ou do 
próprio organismo’’. 
 NOCICEPÇÃO Transmissão e reconhecimento de 
impulsos em resposta a um estímulo nocivo. DOR 
Forma como a sensação é experimentada. 
 Os nociceptores, os receptores de dor, são terminações 
nervosas livres encontradas em todos os tecidos do 
corpo, exceto no encéfalo. A irritação ou a lesão tecidual 
liberam substânciasquímicas como prostaglandinas, 
cininas e íons K+ que estimulam esses receptores. 
 
OBS: A dor pode persistir mesmo após a remoção do 
estímulo doloroso porque as substâncias químicas 
permanecem e esses receptores apresentam pouca 
adaptação. 
 
 Existem dois tipos de dor: 
 
DOR RÁPIDA: 
-Inicia-se ~0,1 s após o estímulo doloroso ser aplicado 
-É conhecida como dor súbita, dor aguda, dor em 
agulhada e dor elétrica 
-Não é sentida em tecidos mais profundos 
-É sentida na pele a partir de estímulos dolorosos 
mecânicos ou térmicos 
-Pequenas fibras Aδ (mielinizadas) 
-Velocidade entre 6 e 30 m/s 
 
DOR LENTA: 
-Inicia-se ~1 s após o estímulo doloroso ser aplicado, 
aumentando lentamente após muitos segundos, ou até 
minutos. 
-É conhecida como dor lenta em queimação, dor surda, 
dor pulsante, dor nauseante e dor crônica 
-Está associada à destruição do tecido 
-É sentida tanto na pele, quanto em tecidos ou órgãos 
profundos 
-Estímulos químicos (eventualmente, mecânicos ou 
térmicos persistentes) 
-Fibras do tipo C (não mielinizadas) 
-Velocidade entre 0,5 e 2 m/s 
FISIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO 
 A despolarização dos nociceptores favorece a secreção 
de prostaglandinas e neuropeptídeos com ação 
vasodilatadora local, que acentuam a vermelhidão e o 
edema, prolongando a dor (Reação inflamatória 
neurogênica). 
 A reação inflamatória neurogênica acompanha a reação 
inflamatória primária causada pelo primeiro estímulo 
lesivo sobre o tecido. 
 HIPERALGESIA Estímulos da área lesada, que 
normalmente causariam apenas dor branda, geram uma 
resposta exagerada. 
 ALODINIA Estímulos habitualmente inócuos, como o 
toque, provocam dor. 
 Em muitos casos de dor visceral, a dor é sentida na pele 
sobrejacente ao órgão estimulado ou imediatamente 
abaixo ou ainda em uma área superficial distante do 
órgão estimulado DOR REFERIDA. Em geral, o órgão 
visceral envolvido e a área na qual a dor é referida são 
inervados pelo mesmo segmento da Medula Espinhal. 
 
EX: A dor referida do infarto do miocárdio é uma das mais 
conhecidas. A dor é sentida no tórax e no braço 
esquerdo, mas a lesão que provoca a dor fica no coração. 
A explicação está na convergência das fibras nociceptivas 
da pele e do coração sobre os mesmos neurônios 
secundários da medula. 
 
 LEI DA PROJEÇÃO “Qualquer que seja o segmento de 
uma via sensorial específica estimulada ao longo do seu 
trajeto até o córtex, a sensação consciente produzida é 
referida à localização do receptor.” 
“Quando a área receptora cortical dos impulsos 
provenientes da mão esquerda é estimulada, o paciente 
relata uma sensação na mão esquerda, mas não na 
cabeça.” 
 DOR E SENSAÇÕES PROPRIOCEPTIVAS EM MEMBROS 
AMPUTADOS (MEMBRO FANTASMA) “As 
extremidades dos nervos seccionados por ocasião da 
amputação costumam formar emaranhados nervosos 
(neuromas). Essas estruturas podem disparar 
espontaneamente, ou quando é aplicada pressão sobre 
elas. Os impulsos gerados envolvem as fibras nervosas 
que antes provinham dos órgãos sensoriais do membro 
amputado e as sensações evocadas são projetadas para 
a região onde os receptores costumavam ficar’’- Dor 
neuropática. 
 
 
SISTEMA DE ANALGESIA ENDÓGENA: 
-Mecanismos Analgésicos Endógenos: Sistema de 
regiões neurais conectadas às vias aferentes 
nociceptivas, e que modulam, ou bloqueiam 
completamente, a passagem das informações da dor em 
sua trajetória em direção ao córtex cerebral. 
-Teoria da Comporta da Dor: A passagem da dor pelos 
estágios sinápticos intermediários seria controlada por 
“comportas” -sinapses inibitórias - que se abririam em 
determinadas condições, mas poderiam ser fechadas em 
outras. 
“As “comportas” da dor parecem ser constituídas por 
interneurônios inibitórios da medula, ativados por 
estimulação tátil concomitante à entrada de informação 
nociceptiva. A ação desses interneurônios resulta em 
bloqueio parcial ou completo da passagem dessa 
informação nociceptiva para os neurônios de segunda 
ordem, que a conduziriam aos níveis superiores do SNC.” 
-Vias Descendentes Moduladoras da Dor: Córtex 
Somestésico e Hipotálamo Substância cinza ou Grísea 
Periaquedutal (região mesenceffálica em torno do 
aqueduto cerebral) (Via encefalina)Núcleos 
Bulbares(Via encefalina)Corno Dorsal da Medula (Via 
serotonina) Neurônios locais da Medula (Via 
encefalina) Inibição pré-sinaptica e pós-sináptica das 
fibras de dor aferentes dos tipos Aδ e C nas sinapses nos 
cornos dorsais. 
 
Visão: 
 A visão é o processo pelo qual a luz refletida pelos objetos 
em nosso meio externo é traduzida em uma imagem 
mental. 
 Esse processo pode ser dividido em 3 etapas: 
1-A luz entra no olho e a lente (cristalino) a focaliza na 
retina. 
2-Os fotorreceptores da retina transduzem a energia 
luminosa em um sinal elétrico. 
3-As vias neurais da retina para o cérebro processam os 
sinais elétricos em imagens visuais. 
 
ESTRUTURA DO OLHO: 
-Camada externa (fibrosa): 
*Córnea (transparente) + Epitélio (conjuntiva) 
*Esclera (branco do olho) 
 
 
FISIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO 
-Camada média (vascular): 
*Íris: Parte pigmentada do olho; Controla a entrada de 
luz pela Pupila; Fibras musculares lisas radiais (gânglio 
cervical superior) e circulares (gânglio ciliar). 
*Coróide: Rica em vasos sanguíneos Nutrição das 
camadas mais externas da Retina. 
 
-Camada interna (Retina- Presença de fotorreceptores): 
*Deriva do Diencéfalo (Neural) 
*Cobre toda a região posterior do globo ocular, com 
exceção do disco óptico (ponto cego anatômico- 
ausência de fotorreceptores) 
 
OBS: Humor Aquoso e Humor Vítreo são importantes 
para a manutenção da forma globular do olho, assim 
como sua pressão interna. 
Humor AquosoProduzido pelo Corpo ciliar 
(revestimento de células epiteliais), lançado na câmara 
posterior (entre o cristalino e íris), passando pela pupila, 
invadindo a câmara anterior, sendo drenado pelo Canal 
de Schlemm (Seu estrangulamento pode causar 
Glaucoma). Nutre o cristalino e córnea. 
Humor VítreoGel composto por fluido extracelular; 
Contém ácido hialurônico e colágeno; Não se renova com 
tanta facilidade. 
 
ACOMODAÇÃO DO CRISTALINO PARA VISÃO DE PERTO: 
-Acomodação O processo pelo qual o olho ajusta a 
forma da lente para manter os objetos em foco. 
-Como pode mudar a sua forma? 
A resposta está no Músculo ciliar, um anel de músculo 
liso que circunda a lente e está ligado a ela por 
ligamentos inelásticos, chamados de zônulas ciliares. Se 
os ligamentos não exercem tensão na lente, ela assume 
sua forma esférica natural, porém, se tensionam a lente, 
ela se torna mais plana e assume a forma necessária para 
a visão necessária. Essa tensão é controlada pelo 
Músculo ciliarEm estado contraído, ele libera a tensão 
nos ligamentos, fazendo a lente ficar encurvada. 
( Disparo dos nervos parassimpáticos para o músculo 
ciliar (Acetilcolina) Contração do músculo 
ciliarRelaxamento das fibras 
zonularesRelaxamento do cristalino (tensão sobre ele 
é diminuída) de modo que ele se torne mais 
esféricoObjetos próximos são colocados em foco) 
 
 
OBS: A Íris é composta por dois anéis de Músculo Liso que 
são controlados por nervos autônomos. 
-A estimulação das fibras parassimpáticas do 
N.Oculomotor contrai a pupila devido à contração das 
fibras do esfíncter muscular, que formam o círculo ao 
redor da pupila. 
-A estimulação das fibras simpáticas dilata a pupila em 
contração das fibras musculares radialmente dispostas. 
 
 FIBRAS CIRCULARESCONTRAÇÃO 
 FIBRAS RADIAIS DILATAÇÃO 
 
FOTOTRANSDUÇÃO: 
-Energia luminosa Energia elétrica 
-Há cincotipos de neurônios nas camadas da retina (Três 
camadas celulares e duas sinápticas): Fotorreceptores, 
células bipolares, células ganglionares, células amácrinas 
e células horizontais. 
-A informação sensorial sobre a luz passa dos 
fotorreceptores para os neurônios bipolares e,então, 
para a camada de células ganglionares, as quais seus 
axônios formam o N.Óptico. 
-Há dois tipos de fotorreceptores (ÚLTIMA CAMADA): 
Cones (visão colorida; muita luz; Acuidade visual) e 
Bastonetes (funcionam na presença de pouca luz). Os 
bastonetes possuem um tipo de pigmento visual, a 
Rodopsina. Já os Cones apresentam pigmentos 
(excitados a partir de diferentes comprimentos de onda 
da luz) relacionados a Rodopsina. 
 
OBS: As protuberâncias e reentrâncias do Epitélio 
pigmentado evitam a dispersão da luz transversalmente 
entre os fotorreceptores. 
 
-A Rodopsina é composta por duas moléculas: A Opsina 
e o Retinal (porção que absorve a luz). 
Absorção de luz pela rodopsina → nível de energia da 
rodopsina → alterações químicas resultam na 
isomerização do 11-cis-retinal para todo-trans-retinal, na 
liberação da ligação com a escotopsina (branqueamento 
do pigmento visual) e na conversão do retinal em retinol, 
o qual será capturado pelo Epitélio pigmentar. 
 
Absorção de luz → fotoisomerização da rodopsina → 
ativação da transducina (ptn G) → (+) monofosfato cíclico 
de guanosina fosfodiesterase → GMPc no citoplasma 
dos bastonetes →fechamento dos canais de sódio 
controlados pelo GMPc → hiperpolarização da 
membrana → redução da liberação de transmissor 
excitatório (glutamato). 
FISIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO 
O glutamato liberado pelos fotorreceptores para os 
neurônios bipolares inicia o processamento do sinal. Se o 
glutamato é inibitório ou excitatório, irá depender do 
tipo de receptor presente nessas células. Essas células 
fazem sinapse com as células ganglionares Nervo 
Óptico. 
 
“O fotorreceptor é a única célula sensorial encontrada 
despolarizada na fase de repouso (no escuro) e 
hiperpolarizada em resposta a um estímulo adequado.” 
 
OBS: “Para regenerar a rodopsina, o todo-trans retinal é 
transportado para a camada de células pigmentadas da 
retina para ser reduzido a retinol, isomerizado e 
novamente esterificado a 11-cis-retinal.” “O 11-cis-
retinal é transportado de volta à camada fotorreceptora, 
captado pelos segmentos externos e recombinado com a 
opsina para regenerar a rodopsina.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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