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MINICURSO DE ATUALIDADES Amazônia (aula 6) Prof. Walter Soares Economia 03: Soja e gado AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso A NOVA FRONTEIRA AGRÍCOLA NA AMAZÔNIA A Fronteira agrícola Amazônica é uma área de ocupação e expansão de atividades ligadas à agropecuária na Amazônia legal brasileira. A fronteira abrange áreas do norte, nordeste e centro- oeste brasileiro. No meio acadêmico pode ser conhecida como Arco do Desflorestamento, em função da intensa atividade predatória existente na fronteira. (observe os mapas a seguir) AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso Embora sua característica fortemente econômica, a fronteira influenciou os mais diversos fatores sociais, demográficos, políticos e até mesmo culturais. A ocupação da fronteira agrícola amazônica começou historicamente com a abertura da rodovia Belém-Brasília. Esta foi a primeira via rodoviária de ocupação da região. Ao lado da rodovia pequenos agricultores foram paulatinamente se assentando e ocupando porções de terra. Aos poucos os primeiros núcleos urbanos foram surgindo, dando os contornos da atual ocupação. Os marcos históricos maiores da ocupação da fronteira agrícola Amazônica se deram com a instalação das demais rodovias na década de 1970: a Transamazônica, Cuiabá-Santarém e Cuiabá-Porto Velho. Neste período iniciou-se um intenso processo de migração de sulistas e nordestinos para a região amazônica. Em pouco tempo as áreas adjacentes destas rodovias estavam ocupadas e com sua cobertura vegetal seriamente ameaçada. Amazônia - A nova fronteira agrícola - Soja - A pecuária no Pará – Gado bovino e bubalino O AVANÇO DA SOJA A expansão do cultivo da soja no Brasil em direção à Amazônia tem gerado discussões e polêmicas entre pesquisadores, militantes de ONGs e políticos. Muitas vezes este debate vem desprovido de uma compreensão profunda e consistente do significado da expansão da produção de soja no Brasil e no cone sul da América. O comportamento do mercado mundial é fundamental para que se compreenda, simultaneamente, o crescimento das demandas internas e externas desta commodity em um mercado mundializado. Uma análise demonstra que há um crescimento maior das exportações de soja do Brasil em relação ao crescimento do consumo no mercado interno. Este processo está relacionado à relativa estagnação da produção norte-americana e o crescimento do consumo pela China e pela União Européia. Outro ponto importante a considerar, é a construção de uma nova geografia da soja no território brasileiro. A expansão da soja em direção ao ecossistema do cerrado na região Centro Oeste, no Nordeste do país e também no ecossistema da floresta equatorial na Amazônia Legal, gerou uma nova logística de transportes e a implantação de unidades de empresas multinacionais de comercialização e industrialização de grãos, que alterou profundamente o desenho geográfico da agricultura brasileira. Novas rotas, novas estratégias de transportes compõe a infra-estrutura que articula sistemas modais articulados de hidrovias, ferrovias, rodovias e portos. O crescimento do desmatamento na região conhecida como Arco do Desmatamento, nas duas últimas décadas, está direta ou indiretamente relacionado com esta expansão, embora, esteja relacionado principalmente, à expansão da pecuária e à grilagem das terras públicas na fronteira amazônica, a soja é um dos vilões para a perda de cobertura vegetal na área. (observe os mapa a seguir sobre a expansão da soja no Brasil) Avanço da soja no Brasil 1977-2002 AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso Mapa da soja em 2014 AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso Produção de soja na Amazônia Legal (milhões de toneladas- 2018) • Mato grosso - 32 • Tocantins - 3,6 • Maranhão - 3,1 • Pará - 1,8 • Rondônia - 1,1 • Roraima - 0,137 • AM/AC/AP - 0,063 AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso Principais produtores de soja em 2018 AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso Principais exportadores mundiais de soja AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso Avanço da soja na Amazônia • Atividade Moderna • Grande propriedade - Latifúndios • Mecanização - maquinário • Correção de solos (calagem) • Adubação de solos • Uso intenso de pesticidas e defensivos agrícolas AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso Resultados •Crescimento econômico •Aumento das exportações • Impactos ambientais: desmatamento, poluição, etc. Uma solitária castanheira testemunha o avanço da soja sobre a floresta AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso A pecuária no Pará - Gado bovino - Gado bubalino A PECUÁRIA AMAZÔNICA E PARAENSE Até a década de 1970, a criação de gado bovino na Amazônia – leiteiro e de corte – para consumo regional desenvolveu-se em poucas áreas de pastagens naturais, formadas pelos cerrados e campos. Porém, a partir desse período, começaram a se instalar na região poderosas empresas agropecuárias, que substituíram grandes trechos de floresta por pastos cultivados. A pecuária dessas novas áreas é extensiva e destinada ao corte. O gado é criado solto nos pastos. A atividade apresentou grande crescimento, passando de pouco mais de 1,7 milhão de cabeças de gado em 1970 para aproximadamente 37 milhões em 1995 e 85 milhões em 2016. (observe o mapa a seguir) Modelo de criação • Produção extensiva (dominante) • Focos de modernização com pecuária intensiva e semi-intensiva • Pecuária de corte (maior parte) • Pecuária leiteira PECUÁRIA EXTENSIVA Nas últimas décadas a pecuária da Amazônia teve um grande incremento, atraídos principalmente pelo baixo custo da terra a região viu a produção pecuária explodir, atualmente o Estado do Pará, é possuidor do 5º maior rebanho bovino do País, com mais de 20 milhões de cabeças em 2018 e em crescimento acelerado, o que representa aproximadamente 10 % do rebanho nacional, curiosamente São Felix do Xingu com mais de 2 milhões de cabeças abriga o maior rebanho municipal do Brasil, o que equivale a aproximadamente 1% do total nacional, a criação de gado é principalmente extensiva e de corte baseada em pastagens cultivadas e até considerada de boa produtividade, principalmente nas Regiões Sul e Sudeste do estado. AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso A pecuária responde por 2/3 do desmatamento na Amazônia. AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso Gado Bubalino No rebanho da Região, destaca-se também a criação de búfalos. Introduzida nos campos inundados da ilha de Marajó no início do século, recentemente passou a ocupar outras áreas do estado do Pará e Amapá. O rebanho de búfalos da Região Norte representa mais de 60% do total nacional, o rebanho Paraense em 2017 era de 514.308 búfalos o maior do Brasil, no Amapá, segundo maior produtor, o gado bubalino responde por 85% da pecuária, com um rebanho de 270 mil cabeças. AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso AtuaGeo - Prof. Walter - Minicurso AtuaGeo - Prof. Walter – Minicurso (91) 98195-7510
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