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Colocando em perspectiva

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20/11/2020 Colocando em perspectiva
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Colocando em perspectiva
Site: ESKADA | Cursos Abertos da UEMA
Curso: Neuropedagogia
Livro: Colocando em perspectiva
Impresso por: DERLY JEAN Aniceto
Data: sexta, 20 nov 2020, 20:26
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20/11/2020 Colocando em perspectiva
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Sumário
1. Colocando em perspectiva
20/11/2020 Colocando em perspectiva
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1. Colocando em perspectiva
Basarab Nicolescu (Físico quântico) falando de conclusão dizia que as formulações deveriam permanecer inacabadas, porque ele vê na
conclusão alguma coisa morta, alguma coisa parada, fechada e que todas as coisas pelas quais ele se apaixona ele sente sempre como algo
aberto. 
Hélène Trocmé-Fabre, nessa mesma visão, em nome do vivente introduz o conceito de “mise en perspectiva” (colocar em perspectiva), que
leva em conta o “espaço/duração”, a distância, o recuo, a posição e o observador. Porque essa visão é fiel ao vivente que é simplesmente
emergência. (HTF Comunicação pessoal 2016). 
Para a autora, todo trabalho é concebido para pôr em movimento o olhar do leitor. Logo, falar de conclusão é fechar a porta ao
questionamento. O leitor tem o controle de sua leitura e de sua interpretação. Durante sua leitura, o leitoraprendente foi conectado a vários
conceitos. O interessante para dar continuidade a esse trabalho, que é agora um trabalho compartilhado, seria que o leitoraprendente
escolhesse o conceito (ou os conceitos) que ele achou mais pertinente e trabalhasse, usando o questionamento que abre o potencial, como
no exemplo a seguir: 
O conceito neste caso é “aprender”. O que é Aprender? 
1ª pergunta: Quando você pensa na palavra APRENDER, quais as três palavras que de imediato vêm em sua mente? Em que sentido eu
coloco uma seta para religar essas palavras a APRENDER? 
Por exemplo: 
• Para mim, as três palavras que vieram em minha mente foram: atenção, afetividade, memória. 
(As setas são bidirecionais porque uma relação se enriquece da outra e vice-versa) 
2ª pergunta: Quando você vê a palavra APRENDER qual a imagem, ou imagens que vêm em sua mente? • A imagem que me veio à mente
foi uma criança olhando o horizonte. 
3ª pergunta: O que lhe ajuda a APRENDER? • Para mim, um lugar calmo, ler tranquilamente, poder compartilhar o assunto com outras
pessoas, ouvir a opinião delas etc. 
4ª pergunta: O que lhe impede de APRENDER? • Para mim, o barulho, o estresse, a correria, as exigências da lógica do imediato etc 
5ª pergunta: O que você gostaria de explorar, descobrir, compreender no que se refere a APRENDER? 
• Eu gostaria de saber como funciona dentro do nosso cérebro quando aprendemos? Por que perdemos a confiança em nossa capacidade
para aprender? 
Esse questionário com cinco perguntas foi elaborado por Hélène TrocméFabre. Ele tem como objetivo, segundo a autora, fazer um inventário
das nossas representações sobre um conceito que foi compartilhado, para mostrar a diversidade dos significados que é dado para uma
mesma palavra, permitindo assim um diálogo construtivo, sem o julgamento, verdadeiro ou falso. Ele permite sensibilizar sobre o peso das
palavras, sobre o peso das imagens, do discurso implícito, dos fatores que bloqueiam, das possibilidades que ainda-não foram
exploradas,mas que estão a nossa disposição e que permitirão abrir sobre uma exploração mais ampla. 
Ele propõe ao mundo educacional colocar em obra sua própria visão e explorar os conceitos de transação educativa, de inteligência coletiva,
de aprendizagem solidária e recíproca, de organização aprendente, ou de comunidade educacional. 
Esse questionário pode ser usado para qualquer situação. É uma alavanca que nos leva para fora de qualquer julgamento e nos permite
compreender. Porque... 
20/11/2020 Colocando em perspectiva
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Nós não podemos “não compreender” o que acontece é que compreendemos outra coisa. Logo é preciso sempre reajustar a linguagem,
levando em conta o ponto de vista de cada um. 
Resumindo: O cérebro sendo um dos elementos essenciais das pesquisas atuais, a Unidade III pertinentemente nos levou rumo a uma
neuroaprendizagem. “Como aprendemos hoje?”, “O que é a informação?” “Como utilizar as novas tecnologias?” são perguntas que deveriam
estar sempre presentes em nossa mente. 
Para os professores, os responsáveis institucionais, os pais e até mesmo os alunos, segundo Hélène Trocmé-Fabre, o ato de aprender é em
geral posicionado em uma relação única de instrução e imposição. Falamos de transmissão e de aquisição de conhecimentos. Situamos o
ato de aprender na sua relação com um informador ou uma informação como sendo exterior ao indivíduo. O conhecimento é considerado
como uma entidade existindo por si mesma e que pode ser tomado, transmitido tal qual, esperando que aquele que consideramos como
destinatário seja receptivo. O porquê da Unidade III foi justamente mostrar que a “informação” e “conhecimento”, o “saber” não existem por si
mesmos. 
O que quisemos mostrar também, é que mesmo se o ato de aprender foi confiscado pela Escola e o mundo educacional ele é antes de tudo
um ato que pertence à Vida e a Vida nos mostra diariamente que, não somente não podemos aprender sozinhos, nem compreender ou
comunicar no lugar do outro, mas também e, sobretudo, que aprender não é da competência do receber, do dar como tal …, nem uma
questão de “packaging”, ou de consumo. Aprender é um processo de criação de laços em nossa vida mental, afetiva, sensório-motor,
neurológica. Esses laços são, fundamentalmente, complexos, transitórios, adaptáveis, dinâmicos e heurísticos. 
Quanto a “como utilizar as novas tecnologias?” Este constitui um ponto crucial, o nó da história. O impacto dos avanços tecnológicos em
nossa vida cognitiva ainda não mostrou realmente sua finalidade. A face escondida parece ser bem maior do que a nossa percepção pode
captar. A finalidade dessa Unidade, sobre esse assunto, foi tentar levar o aluno/aprendente a ficar atento para atuar criticamente, porque é
somente explorando, questionando que será possível conhecer e compreender.

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