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ARTIGO PRONTO SEG PUBLICA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA
CURSO SUPERIOR TECNOLÓGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP
JOSÉ GOMES DE OLIVEIRA
SEGURANÇA PÚBLICA FRENTE AOS DIREITOS HUMANOS E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública.
ORIENTADOR
Professor M.sc. Genésio Gregório Filho
Fortaleza - Ceará
Julho de 2017.
SEGURANÇA PÚBLICA FRENTE AOS DIREITOS HUMANOS E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
PUBLIC SECURITY AGAINST HUMAN RIGHTS AND THEIR HISTORICAL EVOLUTION
[José Gomes de Oliveira]1 Graduando em Tecnólogo em Segurança Pública pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail: oliveira14133@hotmail.com 
[Genésio Gregório Filho]2 Professor orientador Genésio Gregório Filho UNESA – Universidade Estácio de Sá. E-mail: genesio.filho@estacio.br	 
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso tem como principal objetivo uma análise do contexto histórico da segurança público e de seus profissionais, posto à frente de situações de risco que envolvam os Direitos Humanos garantidos pela Constituição Federal de 1988 quando no ato de sua promulgação. Diante das diversas controvérsias vistas no cenário social atual quando posta a opinião pública frente as corporações militares, demonstra-se a necessidade de um estudo de como nossos profissionais foram e vem sendo academicamente formados no decorrer do tempo. 
Palavras-chave: segurança pública, direitos humanos, história, jornalismo, militar.
ABSTRACT
The main objective of this present work is to analyze the historical context of public safety and its professionals, put ahead of risk situations that involve the Human Rights guaranteed by the Federal Constitution of 1988 when at the time of its promulgation. In view of the various controversies seen in the current social scenario when public opinion is put before military corporations, it is necessary to study how our professionals have been and are being academically trained over time.
Keywords: Public security, human rights, history, journalism, military.
	INTRODUÇÃO
 
Devida a fragilidade das relações entre as corporações policiais e a população, às críticas que são feitas às atividades policiais, a maneira como são feitas as abordagens e os gerenciamentos de crise. Os laços entre os dois polos desta relação estão cada vez mais duvidosos, procura-se entender a evolução da polícia, das forças táticas e das decisões que são tomadas diante de determinadas situações.
No cotidiano educacional, em verdade, pouco se aprende sobre o que aconteceu com as forças militares até a data de hoje. As aulas de história não se aprofundam sobre os acontecimentos que desencadearam a ideia de polícia que temos hoje. Quais foram os acontecimentos históricos que desencadearam as formações acadêmicas que temos hoje? Como eles influenciaram os treinamentos? 
A necessidade de uma intensificação no treinamento e na preparação dos profissionais da segurança pública, os fatores que entre as grandes transformações econômicas e sociais que vem acontecendo na sociedade. 	As mudanças que são fundamentais à atualização do treinamento e investir no aperfeiçoamento dos treinamentos policiais, a preparação tecnológica e também como agir com suas obrigações sem desrespeitar os Direitos Humanos.
O treinamento profissional nas áreas de segurança pública, por sua vez, com a viabilização dos cenários atuais, identificando a necessidade de uma formação e aperfeiçoamento na especialização das policiais federais e estaduais, buscando garantir a equidade e a modernização no ensino.
Várias críticas são feitas sobre a maneira de abordagem da polícia, tornando de extrema importância que se entenda o que acontece e como ocorre uma abordagem, quais os passos a serem seguidos durante a atuação policial. Considerando a importância de uma atividade eficaz, mesmo sabendo que jamais uma técnica é absolutamente melhor que a outra, e as necessidades policiais no momento da operação.
Analisar o risco em uma situação de grave perigo e que não se pode iludir no sentido que um grupo de homens, com diversas realidades de vida e de condições estejam preparados para toda e qualquer situação. Deve-se levar em consideração o fator “humano” inclusive de seus próprios direitos fundamentais. 
	DESENVOLVIMENTO
		Sobre a Segurança Pública
O contexto da Segurança Pública é um contexto polêmico e crucial nos debates atuais, como também, é uma das principais chaves do Estado de Direito Brasileiro. Tema amplo que é debatido por especialistas, por gestores e pelos principais interessados: o público em geral. 
A atuação da Segurança Pública está encaixada no contexto de análise sociológico, político e cultural do Brasil, sendo, então, uma discussão que ganhou crescimento em resposta ao aumento da população, das taxas de criminalidade e as novas formas de treinamento para os profissionais atuantes na área. 
A partir deste ponto, dá-se a necessidade de um estudo dos contextos históricos que abrangem a Segurança Público, inclusive analisar sua evolução e os desafios enfrentados quando no cumprimento das atividades policiais. 
As primeiras polícias foram criadas durante o Período Imperial, muito antes da independência do país, deu-se início a duas instituições policiais: a civil e a militar. Esta criação foi fundamentada em disputas políticas por poder, onde aqui, de acordo com Weber (1999, p. 219), Poder é toda oportunidade de impor sua própria vontade, no interior de uma relação social, até mesmo contra resistências, pouco importando em que repouse tal oportunidade. 
Foi então que em 1808 foi criada a Independência Geral de Polícia da Corte, que possuía a função de manter a ordem, a investigação de crimes, a captura dos entes criminosos e zelar pelo abastecimento do Rio de Janeiro, capital do Brasil à época. O cargo de superioridade chamava-se Intendente-Geral e ocupava o cargo de Desembargador, com plenos poderes não somente para prender, mas julgar e punir. 
Também foi criado no Século XIX a Guarda Real de Polícia que foi o primeiro exemplo relativo à polícia militar conhecida nos meios atuais, sendo ente subordinado ao Intendente-Geral da Polícia. Contudo, a maneira como eram tratadas as crises na época, com violência excessiva e brutalidade, a Guarda Real foi extinta com oficiais enviados ao Exército e Praças dispensados do serviço. 
Em 1889, com Proclamação da República ocorreu uma reorganização da ordem política, menos que não alterando as “hierarquias sociais” mantidas na época. Contudo, devido a abolição da escravatura, as atividades policias foram remanejadas devido as grandes mudanças da população para os centros urbanos. 
De acordo com Holloway (1997): 
Novos instrumentos e mecanismos de controle social precisaram ser desenvolvidos. Sob forte influência do direito positivo, o Código Penal foi reformado em 1890. Uma vez que a ênfase deveria recair sobre o criminoso e não sobre o ato criminal, o novo código passou a dar maior importância às práticas comuns das ditas classes perigosas como vadiagem, prostituição, embriaguez e capoeira. A ideia era permitir um melhor controle dos grupos perigosos, na medida em que seus hábitos passaram a ser considerados crime. 
	Seguimos para o fim da Primeira República, chegamos em 1930 com o início da Era Vargas, um governo marcado pela centralização no plano federativo, a polícia aqui ganha novo papel na construção e manutenção do autoritarismo do regime, que ganhou sua maior força em 1937. Suas tarefas passaram a abranger novas competências, passando também a ter como atividade o controle dos grupos políticos que fossem vistos como inimigos do Estado. 
	Foi nesta época que não somente se expandiu o Poder de Polícia, mas também a sua estrutura, aqui, o Chefe de Polícia, segundo Costa (2004, p. 95), suplantou a estrutura do Ministério da Justiça e exerceu poder direto sobre os órgãos de repressão federais e estaduais. Aqui,segue pensamento de Faoro (1997):
A repressão política empreendida por Vargas apoiava-se no tripé: polícia política, legislação penal sobre crimes políticos e Tribunal de Segurança Nacional. O controle desse aparato repressivo estava diretamente subordinado ao Presidente da República. No âmbito nacional, a vigilância política era centralizada no Distrito Federal, cuja Polícia Civil coordenava as ações policiais dos demais estados 
	Em 1964, ocorreu o Golpe Militar, que trouxe consigo uma nova Constituição Federal de 1967, que iniciou uma novidade no âmbito da Polícia Militar e por consequência da Segurança Pública: a extinção das Guardas Civis, que foram incorporadas às Polícias Militares que seriam as únicas a fazer o policiamento ostensivo sob o olhar do Exército. 
	Uma iniciativa que mudaria o perfil das Polícias brasileiras foi a criação da Inspetoria-Geral das Polícias Militares, que regulamentaria a organização policial, controlar o que era ministrado nas academias, os programas de treinamento, armamentos, manuais e os regulamentos da Polícia, manifestando-se agora, também com relação às promoções. 
	A história da Segurança Pública, agora deságua no início do Estado Democrático de Direito, com o fim da Ditadura Militar, que culminou na criação da Carta Magna de 1988, que neste âmbito, trouxe diversas inovações quando comparada aos modelos e comportamentos prévios, caracterizados aqui pelo artigo 144 da Constituição Federal vigente (BRASIL, 2017):
 	A segurança pública dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
 I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
	Deste dispositivo podemos retirar uma organização definida, que facilita o acesso, que deu entrada ao conceito de Poder de Polícia, que sofreu evoluções nos contextos históricos e, finalmente, deu início à utilização da Segurança Pública não somente como arma de repressão política e hierarquização social, mas uma nova tentativa de garantir o cumprimentos dos direitos fundamentais do indivíduo. 
Todas as evoluções da Segurança Pública e das Constituições deixaram marcas, em especial, o período da ditadura militar foi o que mais se destacou. Os movimentos sociais de defesa das minorias foi visto de maneira negativa e tentou ser suprimido, de alguma forma tentarem propagar a defesa dos que fossem ditos como bandidos, subversivos. 
Foi a partir da década de 70 que as denúncias de ataque aos direitos humanos ganharam força e tomaram o rumo de irem contra o Regime Militar instalado no País à época. Por ser uma força estatal, as polícias iam de encontro a esses movimentos, reprimindo-os e buscando a harmonia social. Aqui, como afirma Adorno, em sua obra “Insegurança versus direitos humanos: entre a lei”: 
A constituição desses movimentos foi, como se sabe, seguida de uma torrente infindável de denuncias de toda sorte, sobretudo contra a violência nas prisões, a par de outras práticas tais como visitas periódicas às instituições de contenção e repressão ao crime, intervenções constantes na imprensa e na mídia eletrônica, organização de inúmeros fóruns de debates dos mais distintos tipos - técnicos, profissionais, acadêmicos -, reunindo especialistas, pesquisadores, profissionais, formadores de opinião e público leigo em geral. 
	A partir daí podemos afirmar que com a outorga da Constituição Federal de 1988 foi um busca por medidas para a efetivação dos direitos humanos e com a constitucionalização da Segurança Pública em seu artigo 144. Contudo, tais inovações não alteraram de imediato a estrutura dos dispositivos policiais, estrutura essa que é tão marcada, inclusive nos dias atuais, por denúncias de uso excessivo da força. Com tudo isto, foi apenas 1996 com a formulação do Programa Nacional de Direitos Humanos que passa a se fazerem mais presentes os modelos de recomendações das Nações Unidos. Para Adorno (1999, p. 27): 
Primeiramente é preciso reconhecer que o Programa Nacional dos Direitos Humanos buscou, no campo da segurança pública, priorizar um tema caro e vital para os direitos humanos. Os abusos de poder cometidos por autoridades públicas no exercício de suas atribuições legais de contenção de crime e da violência.
Os primeiros parâmetros do PNDH foi alterado a partir dos dois encontros seguintes, em 2003 e 2009, que passaram a encorporar as resoluções da Conferência Nacional de Direitos Humanos. Apesar dos avanços no âmbito dos Direitos Humanos, os avanços foram mais lentos, constatados a partir de um crescimento na violência no país frente a uma baixa resolubilidade dos conflitos, o que motivou a formulação Projeto de Segurança Pública em 2000
Contudo, um caso marcou de maneira imperativa a criação do Projeto de Segurança Pública: a chacina da Candelária, onde o jovem Sandro Barbosa do Nascimento que sobreviveu à madrugada onde seis menores e dois sem-teto foram mortos pela polícia, posteriormente, ao fazer 11 reféns, e ao tentar ser detido pelo BOPE, não somente foi morto por asfixia ao ser imobilizado, como também a refém que estava em seus braços servindo de escudo, foi morta com tiro que teria sido para Sandro, mas que atingiu a vítima, que foi declarada morta.
Depois disso, após medidas dos dois presidentes que o sucederam, foi criado o Sistema Único de Segurança Pública que tentaria mudar a mentalidade dos gestores públicos para que ocorresse uma maior integração operacional entre as polícias, valorizando as ações policiais de inteligência, o gerenciamento de situações de risco, e o compartilhamento das informações entre as instituições a respeito da segurança pública e da justiça criminal. 
Em 2003 foi criada a Matriz Curricular Nacional, que tratava do ensino da segurança pública e que seria modificada em 2008, sendo então um instrumento de ensino teórico para orientação de dos profissionais da segurança pública para a mudanças no ensinos nas academias de formação. O programa tinha como máxima que: 
As Ações Formativas de Segurança Pública, planejadas com base na Matriz, têm como objetivo geral favorecer a compreensão do exercício da atividade de Segurança Pública como prática da cidadania, da participação profissional, social e política num Estado Democrático de Direito, estimulando a adoção de atitudes de justiça, cooperação, respeito à lei, promoção humana e repúdio a qualquer forma de intolerância. (BRASIL, 2008)
Ato contínuo aos debates surgiu o PRONASCI – Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania, com um ideal democrático para a proteção e defesa dos Direitos Fundamentais que possuem berço na Carta Magna de 1988. De acordo com Bobbio (1992, p.41: os Estados onde funciona regularmente um sistema de garantias dos direitos do homem é fundamental para a construção de uma sociedade democrática de direito. 
O Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania trouxe em seu seio outros programas, programas estes que envolvem a comunidade na prevenção contra a violência, a reestruturação do sistema penitenciário, a nova formulação e a valorização dos policiais militares e civis, o combate à corrupção policial e de tal maneira, é um programa que envolve todos os entes da federação. 
A partir deste programa, as polícias foram sendo modernizadas e por estar intimamente ligado ao Sistema Único de Segurança Pública, utilização de sua regulamentação e diretrizes. Importante ressaltar a este ponto que o PRONASCI não somente se destina aos profissionais da segurança pública, ele também se destinou a capacitação dos membros do Judiciário e dos Núcleos da Justiça Comunitária. 
De acordo com Observatório de Segurança Pública de São Paulo, os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, a degradação do espaço público, as dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administraçãoda justiça criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a superpopulação nos presídios, rebeliões, fugas, degradação das condições de internação de jovens em conflito com a lei, corrupção, aumento dos custos operacionais do sistema, problemas relacionados à eficiência da investigação criminal e das perícias policiais e morosidade judicial, entre tantos outros, representam desafios para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Brasil. 
Ou seja, os programas discorridos nesta parte do trabalho não somente tratam da necessidade de modernização ou de conscientização acerca dos Direitos Humanos, mas também de uma medida políticas públicas que ampliem a sensibilidade do sistema como um todo, que crie novas ideias, com interação com resultados positivos, que estimule a parceria entre os órgãos do Poder Público, consolidando assim a democracia do Brasil. 
É perigoso à sociedade brasileira que existam antagonismos entre a segurança pública e os direitos humanos, as ações governamentais devem seguir em frente com o intuito de pacificar os pensamentos com relação aos direitos humanos e fundamentais, fazendo com que as conversas que ocorrem em seio familiar ou social, possam ser debatidas com os gestores públicos e levadas em consideração como uma forma de aprimoramento dos trabalhos na área da Segurança.
Este debate deve ser frequente, pois o caminho para a execução com primazia das atividades por ambos os lados é inesgotável em ações e problemáticas, mas as bases que estão sedimentando-se com as medidas públicas de atividades estão seguindo percurso para a melhoria do funcionamento do Estado Democrático de Direito. 
A partir do momento que a Constituição Federal classifica que a segurança pública é dever do Estado por ser um interesse da coletividade, ela também afirma que é uma tarefa que deve ser exercida sob o comando do das normas do Direito Público. Não restando dúvida a tratar de que a segurança pública é um serviço público, por sua vez, um serviço público de relevância pública, com prestação exclusiva, indelegável, de competência comum entre os entes federativos. 
Os serviços da segurança pública são prestados incessantemente, sem interrupções, daqui se retira o conceito do Princípio da Continuidade. De tal maneira, o serviço público de segurança não pode sofrer paralisações para greve por nenhum Estado suportar o caos e a desordem em suas instituições, sendo então o serviço da Segurança Pública tão essencial que não admite, conforme previsão legislativa, suspensão.
A polícia deve obedecer à lei e à Carta Magna de maneira positiva, ou seja, só podendo interver com fundamentação legislativa, como há hipótese de maneira negativa, onde todos os atos devem estar em conformidade à lei ou por consequência serem considerados ilegais, captando-se aqui o princípio que é nomeado pelo Princípio da Legalidade, que é um poder-dever do administrador público. 
Os atos praticados pela Administração Pública, inclusive os profissionais da segurança pública, devem manter-se dentro dos parâmetros da moral e dos bons costumes, com justiça honestidade e equidade, da forma mais útil para o interesse público, seguindo de tal maneira o Princípio da Moralidade. Ao mesmo caminho, também devem praticar seus atos publicamente, de maneira que propicie um controle externo e implícito, aqui tendo o Princípio da Publicidade. 
Quando se trata do Princípio da Eficiência, Meirelles (1998, p. 93) a apresenta como o moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. Entendemos que a prestação do serviço não exige tão somente grandes investimentos financeiros, mas também, não se confundido com o Princípio da Economicidade. 
Entende, então, que a boa prática dos atos de segurança demanda investimentos e não estão em concordância quando a administração encontra problemas econômicos, aqui se fala de eficiência dos serviços, não sendo um componente, mas sim um serviço eficiente que é um dever imposto condicionalmente pela Emenda Constitucional nº 19 de 4 de junho de 1998. 
A polícia não precisa de provocação para agir, nomeando o Princípio da Oficiosidade. O policial deve agir mesmo que não seja solicitado a fazê-lo, destacando que este dever não está ligado a todo e qualquer servidor, e sim aos incumbidos de persecução penal, ou seja, as autoridades policiais e os membros do Ministério Público. É uma ação dentro da própria atividade penal e assim deve ser vista. 
É de saber universal que as atividades policiais são cercadas de fatores de risco, e não somente de integridade física, como também mental. É uma atividade estressante e arriscada, que em comparação só perde para os que trabalham com porta-aviões. Zaffaroni (2007, p.77) em sua obra sobre Direito Penal Brasileiro ensinou o Princípio do Risco, onde o sistema penal é altamente nocivo para a saúde física e psíquica daqueles que participam de seus segmentos. 
Diante de tantos conflitos envolvendo força policial, críticas tanto midiáticas quanto sociais, o Princípio da Proibição do Excesso, ou da Proporcionalidade, onde os atos devem ser adequados à situação do fato concreto e a necessidade que o fato exige. Trata-se aqui das ações que permeiam o uso legitimado da força, devendo que esta seja proporcional ou adequada à violência que é empregada pelo criminoso no momento do conflito. De tal forma, o uso da força acaba não sendo legitimado apenas pela legalidade e à ética, mas também à necessidade, fator imprescindível para a atuação. 
A legitimação conferida ao policial nos atributos de sua profissão é feita para um determinado fim e quando essa legitimação se distancia da finalidade para a qual é concedida, a ação não será mais legítima. Entende-se, então, que a legitimação é o processo com o qual se confere a legitimidade do ato. No Princípio do Uso Legitimado da Força, regulado pelo Código de Processo Penal: 
Art. 284: Não será permitido o seu emprego salvo se indispensável, e na medida da indispensabilidade, no caso de resistência ou tentativa de fuga do preso e concomitante a ele.
Art. 292 : se houver resistência à prisão em flagrante ou àquela determinada por autoridade competente, ainda que por parte de terceiros, o executor e seus auxiliares poderão usar dos meios necessários para defender-se ou vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto, assinado também por duas testemunhas. 
A segurança pública é parte indispensável para a investigação criminal, devendo sua participação ser regulada por lei que fundamente o Princípio da Investigação Criminal Adequada, com o qual se extrai que a investigação é um conjunto de diligências que ocorre nos termos da lei processual penal com o intuito de averiguar o crime e o que lhe couber acerca dele. Por via de consequência a investigação adequada obedece os termos dispostos no Código de Processo Penal e deve, ainda, obedecer os limites temporais impostos pelo artigo 98, I, da Constituição Federal. 
A atividade investigativa tem como principal objetivo ser instrumento do julgador do processo de um fato criminoso. Quando se fala no Princípio da Veracidade trata-se simplesmente da busca pela verdade nas provas, assim o investigante presta sua contribuição para a função jurisdicional. Júnior (2006, p. 49): 
Também colocando em relevo essa finalidade de proteção, Leone afirma que a investigação preliminar tem duas finalidades: assegurar a máxima autenticidade das provas e evitar que o imputado inocente seja submetido ao processo (debate), que, com sua publicidade, ainda que conclua favoravelmente a ele, constitui uma causa de grave descrédito, de emoção e humilhação 
Portanto, a investigação criminal tem fundamental importância por ser elo na resolução de conflitos e para o gerenciamento das crises que dele decorre. Quando se analisa o conceito da Polícia Comunitária, por exemplo, volta-se a investigaçãonão só para o processo penal mas para uma análise dos cenários, articulando a sociedade e o governo, demonstrando situações preventivas e propositivas. Aqui age o Princípio da Relevância Social e Comunitária: onde o servidor pública de segurança busca fazer uma investigação coletando informações também da natureza do delito mas buscando compreender o meio, e para reestabelecer uma sociedade abalada pelo crime. 
Por todo o exposto até este ponto, a esfera da Segurança Pública passou por dificuldade de adequação social e normativa, onde hoje, graças à medidas governamentais e aos limites impostos constitucionalmente entende-se que a polícia não somente para controle do Estado, mas também de um agente de estudo e análise que quando bem instruído e valorizado, é parte fundamental para a harmonização societária sendo de imediata correção o antagonismo entre os entes policiais e o povo.
		Técnicas Operacionais Policiais. 
A eficiência durante as operações policiais é de crucial importância para o resultado tanto na rotina das equipes quanto para as resoluções das situações de risco. Otimizar o desempenho com eficiência e eficácia, buscando excelentes resultados nos meios e nos fins. O processo educacional aplicado entende-se em ser de uma maneira simples e esquematizada. 
										As práticas desses treinamentos podem possuir diversas nomenclaturas, tais como “estratégias”, “táticas”, “métodos” ou “programas”, atos que necessitam de constante renovação com perspectivas mais modernas. O treinamento é o principal meio para uma atual sistemática e eficiente, buscando programas de qualidade para o aperfeiçoamento profissional. 
Todo procedimento policial, independente de ser em grupo, dupla ou até individual, quando são executados com a devida clareza e eficiência está objetivando fundamentalmente que o procedimento seja eficaz. Portanto, com este objetivo fundamental, pode-se entender que a abordagem é a parte principal da missão, que traz junto a si outros aspectos importantes, sendo eles o reconhecimento do terreno, uma cuidadosa observação, o planejamento e a técnica. 
As normas e procedimentos que a equipe desempenhará é dita como “Plano Operacional” e para que as normas sejam seguidas e ocorra êxito na atividade, é necessário que ocorra um treinamento específico e prepare o policial integralmente para o que possa enfrentar. Quando o procedimento é ineficaz em seu objetivo, é muito comum que o erro recaia sobre o aspecto humano, enfoque no erro tático das equipes é inevitável, indo mais além a necessidade da capacitação. 
O policial é o responsável para que o pacto social, o respeito às leis e às normas, promovendo a construção da cidadania quando age dentro dos liames legais e com o apoio popular. A atuação da polícia, segundo Bittner (2003, p. 240), ocorre sobre algo que não deveria estar acontecendo e sobre o qual alguma coisa tem de ser feita. Resumidamente a atuação policial atua na solução dos problemas sociais, quando solicitado não ficando obrigado apenas ao que é ilegal ou não. Para Greene (2002, p. 47): 
“Solicitação de serviços não relacionados a crimes mais freqüentes e importantes. Solicitações de serviços não relacionadas a crimes são as que envolvem conflito. Tais solicitações somam cerca de um quarto de todas as solicitações de serviço e dizem respeito a brigas entre cônjuges, pais e crianças, proprietários e inquilinos, entre vizinhos, ou entre fregueses e proprietários de tavernas. São situações em geral bastante carregadas emocionalmente, e solucioná-las requer perícia e controle do temperamento por parte dos policiais, exigências bem diversas daquelas requeridas para lidar com a maioria dos incidentes relacionados a crimes. Outra importante categoria de solicitações é a de emergências diversificadas. As forças policiais vão a auxílio de pessoas física ou mentalmente doentes, pessoas que são feridas em acidente domésticos ou são mordidas por animais, ou mesmo pessoas com tendência ao suicídio, ou, ainda, deficientes e idosos em várias situações difíceis, pessoas perdidas e outros semelhantes”. (Greene, 2002, p. 47). 
A abordagem policial, dependendo da situação e da pessoa, pode envolver invasão de privacidade e intimidade, com consequências emocionais que podem levar à agressividade. O preparo do policial para esse tipo de situação é essencial, mantendo o respeito à dignidade humana que estão sob sua autoridade. O trabalho policial é extramente complexo por trabalhar com os laços humanos e a interações sociais. Por muitas vezes as situações de conflito podem envolver toda uma comunidade, que terão diversas faces, sejam elas de vítimas, agressores ou espectadores. 
As situações que envolvem a atuação do policial dão origens à discussões e opiniões que podem ser positivas ou negativas para a própria organização e para o profissional que é o alvo dessa observação. As tensões pessoais que decorrem da abordagem e do que a fundamentou geram diversos tipos de conflitos entre a pessoa que é abordada e os espectadores. Inicia-se uma análise do desenvolvimento das atividades policiais. 
A fundamentação para a abordagem é alvo de diversas críticas com o questionamento sobre “o que tem cara de bandido ?” As críticas estão no que consiste essa suspeita, deduzindo ocorrer preconceitos por parte dos agentes encarregados da lei. Contudo, tal afirmação pode ser por si só preconceituosa pois o próprio Código de Processo Penal fundamenta a abordagem policial em seu artigo 244: 
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos de papéis ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. (Brasil, 1941) 
O poder discricionário do policial é fundamentado neste dispositivo, a motivação para a abordagem policial é um argumento necessário para que o ato obtenha a legalidade que lhe é necessária. As técnicas de abordagens ou até os critérios para a escolha dos locais selecionados como também das pessoas estão resguardados por este poder discricionários garantido no sistema normativo brasileiro. 
De acordo com Goldsteim (2003, p. 107) :
Mascarados por este capuz de legalidade, por necessidade, os policiais trabalham de maneira muito mais solta e informal, fazendo escolhas freqüentes e operando com ampla e vasta liberdade no cotidiano do trabalho policial. Esta é uma situação perversa para o policial, na ponta da linha, porque quando sua ação (ou omissão) resultar numa reclamação, por parte do cidadão, o julgamento dos procedimentos policiais utilizados, realizar-se-á dentro dos requisitos formais da legislação. 
Seguindo o pensamento doutrinário, Pinc (2006, p. 33) afirma que “os policiais estão autorizados a abordar pessoas que estejam se comportando de forma a despertar suspeita de que possam vir a agredir ou já ter transgredido alguma norma legal”. Por tal capacidade de discernimento em sua abordagem iniciam-se diversas discussões, exatamente pela ausência de um fator objetivo e claro que classifique a atitude que possa ser considerada suspeita. 
A Policia Militar do Estado de São Paulo criou uma espécie de definição para atitude suspeita, sendo esta:
 Todo comportamento anormal ou incompatível com o horário e o ambiente considerados, praticado por pessoa(s), com a finalidade de encobrir ação ou intenção de pratica delituosa. Alguns exemplos:
 a. Pessoa que desvia que desvia o olhar ou o seu itinerário, bruscamente quando reconhece ou avista um policial;
 b. condutor ou ocupantes de um veículo que olha(m) firmemente para frente na condição na condição de rigidez, evitando olhar para os lados, para o policial ou para a viatura, que naturalmente chamam a atenção do público em geral;
c. pessoa(s) que, ao ver(em) ou reconhecer(em) um policial ou uma viatura, iniciam um processo de fuga, como correr, desviar caminho abruptamente etc;
d. pessoa(s) parada(s) defronte a estabelecimentos comerciais, bancários, escolas,filas etc, por tempo demasiado e sem motivo aparente;
e. pessoa que mantém seu veículo parado e em funcionamento defronte a estabelecimentos bancários, demonstrando agitação, nervosismo, ansiedade etc; 
f. veículo excessivamente lotado, cujos ocupantes demonstram temeridade em seu comportamento; 
g. táxi ocupado por passageiro, contudo, apresentando luminoso aceso; 
h. uso de vestes incompatíveis com o clima, possibilitando ocultar porte ilegal de armas ou objetos ilegais. (PINC, 2006, p. 33).
Durante a abordagem policial, o profissional se aproxima da pessoa que se enquadre em situação suspeita objetivando orientar, investigar, prender. O policial entende que sua principal atividade é a de proteger as vidas e a imposição de temor não faz parte desta atividade, por via de consequência o cidadão deve acatar às ordens do policial e, quando finalizada a abordagem, se a pessoa se sentir ofendida pode procurar unidade policial superior para apresentação do caso.
Os homens que entram nas academias para a formação policial estão preparados para as horas dedicadas à corporação e não ao lazer ou às famílias, e quando o não os instrutores os preparam para as rotinas cansativas que soterrarão os momentos de suas vidas. Torna-se ainda mais importante por acabar se tornando algo mais pessoal que o profissional seja extremamente capacitado nas técnicas operacionais. 
As abordagens estão discriminadas no Código de Processo Penal em seus artigos 240 a 250, no cotidiano, trata-se de uma das atividades principais praticada pelo policial. Com o intuito de evitar resultados negativos, dominar todas as táticas de abordagem é crucial. Ressaltando que a abordagem está intimamente ligada à busca pessoal, pode-se dizer que os princípios básicos são: Observar, planejar, o número de policiais, os meios e o conhecimento do local e do momento. 
A abordagem ocorre quando o policial entende que a pessoa é suspeita de praticar algum ilícito penal. A abordagem segura, em teoria, deve contar com uma equipe de no mínimo três pessoas para cada abordado. Isto raramente acontece, contudo, exigindo uma maior atenção nos acontecimentos durante a abordagem.
Durante a abordagem, deve-se observar aspectos importantes que resguardam a segurança do policial, que os são: 
	Segurança: a garantia de se estar seguro, cercado das cautelas necessárias para eliminação do risco;
	Surpresa: o agir sem a expectativa do abordado dá à equipe maior segurança e diminui os riscos de resistência; 
	Rapidez: que visa impossibilitar uma reação por parte do abordado. 
	Ação vigorosa: o policial deve transmitir que o poder de decisão e autoridade lhe pertence, sendo a postura e a conduta itens importantes para inibir resistência; 
	Unidade de comando: durante a abordagem, somente um deve estar incubido dos comandos para não haver confusão na abordagem.
	Seguindo os principais atos para um abordagem segura, há aspectos no procedimento que devem ser levados em consideração. Durante a abordagem, deve-se ocorrer um planejamento individual onde cada policial programe mentalmente a melhor execução técnica, partindo deste ponto, criar um Plano de Ação que trará o planejamento da ação, divisão das atividades e a melhor maneira para efetivá-lo, chegando à fase executória que é o somatório das ações anteriores praticadas em consonância às técnicas adquiridas durante o tratamento. 
	Uma prática posterior a uma abordagem policial que confirma a atitude ilícita por parte do abordado, é a algemação. Após diversas mudanças com as evoluções do Processo Penal, tais quais a restrição do uso de algemas, demonstrando aqui um ponto para a defesa dos direitos humanos, à integridade física e moral, devendo o policial analisar a situação para tomar a decisão adequada à situação. 
	Deve-se analisar a periculosidade do preso, os sinais de desequilíbrio mentais causados por doença ou drogas ilícitas, o seu estado emocional, o seu porte físico, se há um número de policiais suficientes no local quando a possibilidade de fuga ou resgate. Apesar de item fundamental nos itens carregados pela figura da segurança pública, deve utilizá-las na certeza de domina as técnicas seguras de algemação para evitar tentativas de fuga, sem que cause ferimentos. 
	Dando continuidade à abordagem policial, há a condução do preso como a parte final do da operação, que ainda que o preso esteja algemado, deve-se manter todos os cuidados com a segurança tanto quando da integridade física do policial como resguardando os direitos fundamentais garantidos ao preso. Deve-se manter a segurança mesmo com o preso dentro das dependências da delegacia, utilizando no mínimo dois policiais.
	 Dentro da cela, ainda assim devem ser tomados cuidados especiais, pois o preso deve sair dela algemado com as mãos para trás. Desta feita, quando for necessário retirá-lo, deve-se pedir para que o preso aproxime-se com as mãos para trás, costas para as grades, para que ocorra a algemação e assim retire-o da cela. 
	Uma abordagem especial que deve ser analisada é o caso da interceptação de veículos suspeitos, onde ao aproximar-se do automóvel formando uma barreira, o policial deve fazê-la pela retaguarda, evitando que se coloque completamente à frente da janela ao aproveitar o ângulo em que se encontra. Analisa-se cuidadosamente o interior do veículo, fazendo com que o motorista precisa virar o rosto para trás para a devida entrega da documentação, devendo o policial não entrar na linha de tiro do oficial de seu apoio em caso de emergência. 
		Segurança Pública e Casos
Após a análise dos fatores históricos e normativos da Segurança Pública, deságua o presente trabalho na análise de casos envolvendo os profissionais em questão, trazendo para nosso estudo a posição entre a polícia em situações de crise positivas e negativas, como também a influência entre eles de coberturas midiáticas e como isto pode afetar o desempenho do servidor da segurança pública. 
Existe a necessidade ainda do estudo das situações de crise, dos causadores do evento crítico e dos métodos que são utilizados, do uso progressivo da força, das revistas, do ato de colocar as algemas, de como deve ser conduzido o preso, os modos de abordagem, em suma, as técnicas operacionais utilizadas pela polícia.
	Em 13 de outubro de 2008, ocorreu o caso de sequestro do qual a Polícia de São Paulo teve conhecimento. Eloá Pimental, de 15 anos, é mantida presa pelo ex-namorado, Lindemberg Fernandes, de 22 anos de idade. Lindemberg invadiu a residência da vítima enquanto ela e outros colegas faziam uma atividade escolar, fazendo de todos seus reféns. Neste mesmo dia, Lindemberg liberou dois dos reféns que lá se encontravam, restando no apartamento Eloá e Nayara Silva, outra adolescente de 15 anos.
	Quem atuava na resolução desta situação de crise era o GATE – Grupo de Ações Táticas Especias. Às 22h50min, o Grupo Tático conseguiu que a jovem Nayara fosse libertada no terceiro dia, contudo, para dar continuidade às negociações permitiu que a mesma retornasse ao apartamento no dia seguinte. 
	Após 100 horas de privação de liberdade, o GATE e a Tropa de Choque, decidiram por invadir o cativeiro. De acordo com a polícia, ocorreram disparos dentro do apartamento para a tomada de tal decisão. Lindemberg atirou nas duas reféns, um tiro no rosto de Nayara Silva, que apesar dos ferimentos saiu andando do local, enquanto Eloá foi retirada do local com um tiro no rosto e outro na virilha. Fernandes foi preso no local e levado à delegacia, e Eloá dada com morte cerebral no dia 18 de outubro. 
Devida a complexidade do caso, seu desenrolar e o seu final trágico, diversos setores da mídia como empresas de televisão e jornais dispararam com diversas reflexões e narrativas, que por muitas vezes resultaram em diversas entrevistas com o réu. Contudo, a atenção não foi focada apenas nas partes do caso, todas as atitudes tomadas pela polícia foram analisadas, inclusive por especialistas na área de Segurança Pública.
Questionamentos começaram a surgir, como a longa duração do sequestro, o retornoda vítima Nayara para o local de cativeiro, a decisão de invadir o local do cárcere, o socorro que foi prestado às vítimas foram falhadas destacadas tanto pela imprensa quanto por especialistas. Ressalta-se que a imprensa teve atividade não somente depois do ocorrido, como durante também, chegando a intervir nas negociações como quando algumas emissoras conseguiram comunicação telefônica com Lindember, bloqueando qualquer contato que o GATE poderia ter tido no momento. 
As coberturas jornalísticas privilegiam os crimes, de acordo com Dias, ao citar Lustosa: 
A mídia torna-se um grande negócio, que visa apenas o lucro, e a notícia passou a ser uma mera mercadoria, quanto mais sensacionalista, mais vendável. O sensacionalismo é uma forma de comunicação que apela às emoções primitivas por meio da apresentação de fatos que têm características incomuns, místicas ou sádicas, idealísticas ou monstruosas, fatos que são ao mesmo tempo desejados, temidos e repelidos. (LUSTOSA, 1996 apud DIAS, 2008, p.25) 
	A violência é cada vez mais consumida e acaba tornando-se banalizada, o aumento dos índices de violência trouxe uma onda sensacionalista nas noticias, contudo há uma nova ação midiática que vem tentando tratar os assuntos de uma maneira mais profunda nas questões envolvida. Uma outra dificuldade é a produção dos dados estatísticos que não podem tão somente serem divulgados isoladamente, e sim devendo ser rigorosamente avaliadas. 
	O que ocorreu no caso Eloá demonstra que a imprensa nacional ainda está intimamente relacionada ao sensacionalismo, mostrando ideias tendenciosamente comerciais, que tiram vantagens de situações de desespero. As emissoras à época voltaram suas programações quase inteiramente ao caso. 
	O papel da imprensa quando posta frente a Segurança Pública é essencial para o aprimoramento das políticas públicas. A maneira como a mídia se empenha para abordar determinado caso ou até mesmo um aspecto da polícia, é importante para melhorias nas relações entre os operados da segurança pública e o povo. De tal forma, os debates adequados e que trabalhem a veiculação de estudos e propostas de segurança entre políticos e órgãos públicos devem ser incentivados. 
Não se admite, nos dias atuais, uma polícia que seja considerada despreparada, em verdade, ocorre o contrário, exige-se um treinamento especializado com meios e suportes mais qualificados. As qualidades técnicas exigidas em situações de crise fazem com que os policiais passem a buscar esse aprimoramento por meio de cursos e com instituições policiais. A criação de grupos táticos específicos para atuação em ocorrências de alto risco. 
Uma situação de crise é aquela onde ocorre fato ou situação imprevisível, com ameaças à vida e que tenha complicações diretas ou indiretas à sociedade, as quais exijam uma postura organizacional diferenciada e que demonstre um resposta especial, com um planejamento específica, que tenha como principal objetivo um resultado aceitável quando posto diante de uma situação impossível e de alta complexidade. 
O gerenciamento de crises é o processo de identificar e aplicar os recursos necessários para a solução de um conflito. Um conjunto de preceitos e princípios que tornarão viável para o profissional da segurança pública ostensiva gerenciar os canais principais: os complexos sociais, econômicos, políticos, ideológicos ou psicológicos que se manifestam de maneira destrutiva durante a crise, pois cada crise tem uma característica própria que é a chave para a resolução de conflitos. 
O sucesso na resolução de uma problemática de alto risco se encontra depende da correta administração de um sistema de forças formado por partes que se relacionem entre si. Cada uma dessas partes possui seu campo de atuação e que deve ser administrado para que possa dar efetividade ao plano de ação como um todo, ou seja, não existem decisões individualizadas, cada uma é influenciada pelas necessidades do cenário em questão. 
Administrar essas situações contemple os seguintes procedimentos: contenção da crise, isolar o ponto crítico, estabilizar e organizar. A contenção da crise é a intenção de adotar medidas que o evento crie novas e maiores proporções, não permitindo o domínio de uma maior área pelos protagonistas. Ato contínuo, ao isolar o ponto crítico é delimitar esta área após não permitir que a mesma expanda e tentar impedir que a comunicação de protagonistas e reféns com pessoas de fora deste ponto delimitado.
	Uma vez isolado o ponto, o passo seguinte é estabilizar a situação de uma maneira que propicie sensação de segurança e controle no início da ocorrência, para acalmar tanto reféns quanto os protagonistas. E por fim, organizar as pessoas que irão atuar na operação, estabelecer suas obrigações e perímetros táticos, para limitar o fluxo de pessoas e onde ocorrerão as atividades a serem realizadas, mantendo uma ligação rápida entre com todos os pontos distribuídos. 
Depois de uma breve explicação sobre o que é crise e fatores básicos para o gerenciamento de situações de alto risco, há detalhes no caso Eloá narrado anteriormente que passarão a ser analisados após um estudo acurado. Inicialmente, iremos tratar do caso do atirados de elite que, apesar de ser utilizado em diversos países. 
A decisão de um gerente de crises em fazer o uso de tal alternativa tática é de grande responsabilidade e deve ser efetuada, quando todas as outras forem inadequadas e quando o cenário para tal fato seja favorável. (Gerenciamento de Crises, 2008, p.25) 
A Carta Magna do nosso país tem como bem mais precioso a vida do ser humano, possuindo proteção especial. Desde o início do caso se pode notar um esforço para a proteção da vida de todos os envolvidos, em especial porque o uso de armas de fogo é aceito em situações extremas e que outros meios se demonstrem ineficazes. Na tentativa de conseguir resultados positivos, foi-se utilizado como tática a negociação. Durante esse negociação do caso Eloá esperava-se que com o passar do desenvolvimento da situação pudesse ocorrer um resultado positivo. 
No caso da utilização do sniper, alternativa que está ligada ao tiro de alta precisão, uma das críticas do caso, a sua não utilização e a possibilidade de sua ocorrência. Apesar de diversas opiniões, o afirmativo é de que para a utilização legal do atirador de elite, é preciso se construir a legitimidade para a sua utilização para a sociedade e para a mídia, pois da mesma que a não utilização gerou repercussões negativas, a sua utilização caso vista como indevida também o seria. 
Próximo ponto a ser analisado: o retorno da amiga Nayara ao local de cativeiro, que foi um dos temas mais alvos de críticas. Em narrativa de Campos (2008, p. 58): Liso insiste e pede para que a menina se aproxime e estique um dos braços para que Eloá possa segurá-lo. Ele dá mais uma ordem. Nayara tem que segurar uma das mãos de Eloá e entrar no cativeiro. Para ludibriar a menina, Liso afirma que depositará a arma em um dos quartos para que todos saiam do local, juntos.
O retorno de Eloá ao cativeiro, mesmo que não tendo sido esta a intenção da força tática não foi uma atitude certeira. Mesmo que a utilização de terceiro durante negociações de crise possam ser bem utilizadas, mas que deve preceder de estudos de viabilidade que não tornem a colocar a vida da pessoa em risco. A pessoa incluída na situação deve ser protegida, com um limite definido. 
A invasão do local de cativeiro trouxe nova onda de análises, principalmente pela entrada de policiais no cativeiro e a “demora” de alguns minutos para salvar os reféns. O comentário inicial se refere ao fato de utilizar de explosivos dentro de um condomínio, e ainda, sem saber se existiam outros objetos bloqueando a entrada da porta, pois caso houvesse alguns objetos poderiam causar lesões e até mesmo levar a óbito. Aqui, a importância de equipamento moderno e estratégico que fosse capaz de mostrar o interior do apartamento.
Durante o sequestro de Eloá, em decorrência de atrito com a equipe policial, a energia elétrico do apartamento é interrompida,o sequestrador exige seu retorno por intermédio da refém telefonando para sua genitora. Lindemberg ignorou os contatos da policia até que seu desejo de reestabelecimento da energia elétrica fosse atendido, e assim o fez. Como já comentando, o isolamento do local é uma ação que visa evitar o contato das pessoas que participam da situação, com o exterior. 
Recomenda-se o corte de energia elétrica, linha telefônica, sistema de abastecimento de água, gás e qualquer outro meio de independência por parte dos causadores. (Gerenciamento de Crises, 2008, p.19). 
O indicado é que somente a polícia seja a fonte de comunicação com o mundo exterior, entretanto, o sequestrador acompanhava todas as informações pelos programas de televisão, grande empecilho para que as negociações policiais obtivessem êxito. Os contatos telefônicos entre a imprensa e Lindemberg além de danosos pois a parte midiática não se ateu à sua obrigação de veicular as informações, como também poderia ter sido evitada caso o isolamento fosse mantido. 
As ações da polícia no caso foram ininterruptamente monitoradas pela mídia, fato que mostra a influência desse fator durante as operações e do relacionamento da corporação com as pessoas. A tragédia do Caso Eloá mostrou que, apesar de os esforços para manter a integridade física das reféns e até mesmo, se possível, do sequestrador, a polícia ainda carece de instrumentos de tecnologia que lhe auxiliam, políticas de contenção de imprensa. 
A utilização de novas técnicas e tecnologias utilizadas pela polícia são necessários para manter os direitos fundamentais emanados na Constituição não somente aos usuários do serviço público, mas aos próprios profissionais. Os direitos humanos abrangem a todos, sem excludentes aos profissionais da segurança pública. Apesar do Caso Eloá não ter levado à óbito de policiais, em outros casos, casos cotidianos de abordagens policiais isto ocorre e por muito poderia ser evitado com um maior investimento em cursos de capacitação nas academias de ensino da Secretaria de Segurança Pública. 
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a apresentação dos principais pontos deste trabalho, entendemos contextos históricos e de basilar interesse com os quais debatemos ideias importantes sobre diversas temáticas de ponto do profissional em segurança pública. Entendemos que sua história não é como por muito se pode ouvir falar, um acontecimento da sociedade moderna teve sua própria evolução em funções e formação. 
As primeiras polícias foram instituídas no Período Imperial antes mesmo da independência do país, foram criadas por uma questão política de disputa de poder, para manter a ordem civil, a investigação dos crimes, a captura dos infratores da lei. O cargo superior de Intendente-Geral ocupava o cargo de Desembargador e por consequência não somente investigava e prendia, era responsável também pelo julgamento e punição de criminosos. 
Com a evolução da sociedade e passar do tempo, no Século XIX foi criada a Guarda Real, que o foi o primeiro exemplo bruto da polícia que temos nos dias modernos. A maneira que os acontecimentos eram tratados à época eram marcados por extrema violência, o que acabou por ser extinta. 
Com a Proclamação da República e o início da Era Federativa podemos analisar que a polícia criou um novo papel na construção e manutenção do regime. Contudo, em sua primeira fase, tratava-se do Regime autoritarista da Era Vargas, que utilizou a polícia como, suas tarefas passaram a abranger novas atividades e competências, sendo uma arma para o controle político dos grupos que fossem contra os que fossem entendidos como inimigos do Estado. 
Com o Golpe Militar as Guardas Civis foram extintas e incorporadas às Polícias Militares , a criação da Inspetoria-Geral da Polícia Militar que trataria da regulamentação da organização funcional policial, controlando o que era lecionado nas academias de polícia, quais seriam os programas de treinamento, os armamentos e os regulamentos utilizados nas corporações. Decidia, inclusive, sobre o setor de Promoções. 
Com o início do Estado Democrático de Direito, ocorreu a necessidade de uma mudança na maneira como a polícia trabalha e enxergava as situações, a evolução juntamento com o contexto histórico que a partir de então garantiria constitucionalmente direitos fundamentais e humanos que deveriam ser respeitados por ambos os lados, evitando que a polícia fosse vista apenas como uma arma de repressão dos poderes autoritários e ditatoriais das épocas passadas. 
Com a criação de novos programas de treinamentos, a formação policial possui princípios a serem obedecidos e que regem as suas atividades, que transborda nas técnicas operacionais para que o procedimento seja efetuado de maneira legal e eficaz. As normas e os procedimentos das equipes durante a operação são tidas como Plano Operacional, que tem como principal objetivo que o procedimento mantenha-se dentro da legalidade e atinja sua conclusão com êxito.
Sendo o policial a pessoa responsável por manter o pacto social que garante a harmonia no convívio da população, deve agir dentro dos parâmetros legais para a resolução dos problemas sociais. A polícia aqui não pode ser enxergada como uma arma política, mas um fator poderoso para a manutenção do aclamado Estado Democrático de Direito regido por nossa Carta Magna.
Apesar dos esforços, por muitas vezes a polícia enfrenta desafios exteriores à sua atuação, como exibição midiática e sensacionalista de situações de risco onde, independente da direção que se tome, há uma abordagem crítica. Ainda temos muito o que desenvolver tecnológica e socialmente para nossas corporações atendam às demandas legais, contudo, a cada projeto social, cada curso específico, cada novo treinamento dentro das academias seguimos ao êxito nas operações e no tratamento adequado do convívio social às diferenças. 
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