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ARTIGO DOUGLAS

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INSTITUTO ENSINAR 
DOUGLAS ALBERTO CABRAL FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITUMBIARA 
2020 
DOUGLAS ALBERTO CABRAL FERREIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado a Unidade Instituto 
Ensinar de Itumbiara-GO, como requisito 
parcial à obtenção do certificado em Gestão 
Pública, sob a orientação da Professora 
Paula Flausino da Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Itumbiara-GO 
2020 
 DOUGLAS ALBERTO CABRAL FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 TÍTULO – SEGURANÇA PUBLICA. 
 
Opinião do Professor-orientador e da banca examinadora quanto ao conteúdo do 
trabalho e sua destinação: 
 
 
1.( ) O trabalho não cumpriu os requisitos exigidos devendo o aluno ser reprovado. 
 
2.( ) O trabalho cumpriu os requisitos para aprovação do aluno. 
3.( ) O trabalho apresenta qualidades que recomendam sua colocação em 
biblioteca como base para outros trabalhos a serem desenvolvidos. 
 
 
Nota: ____________ 
 
 
______________________ 
Professor(a)-orientador(a) 
 
_____________________ 
Professor 
Banca examinadora 
 
 
_____________________ 
Professor 
Banca examinadora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus por estar sempre me amparando e 
iluminando. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço os professores do Curso de Gestão Pública do Instituto Ensinar Polo de 
Itumbiara, principalmente, pela confiança, depositada, no meu trabalho de 
dissertação, tendo em vista que foi em suas aulas, que despertei o desejo de 
realizar minha tese nesse assunto, em função da discussão de algumas questões 
relevantes e importantes que aqui são desenvolvidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
RESUMO 
 
A segurança pública é o estado de normalidade que permite o usufruto de direitos e o 
cumprimento de deveres, constituindo sua alteração ilegítima uma violação de direitos 
básicos, geralmente acompanhada de violência, que produz eventos de insegurança 
e criminalidade. É um processo, ou seja, uma sequência contínua de fatos ou 
operações que apresentam certa unidade ou que se reproduzem com certa 
regularidade, que compartilha uma visão focada em componentes preventivos, 
repressivos, judiciais, saúde e sociais. É um processo sistêmico, pela necessidade da 
integração de um conjunto de conhecimentos e ferramentas estatais que devem 
interagir a mesma visão, compromissos e objetivos. Deve ser também otimizado, pois 
dependem de decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos. Sendo 
a ordem pública um estado de serenidade, apaziguamento e tranquilidade pública, em 
consonância com as leis, os preceitos e os costumes que regulam a convivência 
em sociedade, a preservação deste direito do cidadão só será amplo se o conceito de 
segurança pública for aplicado. 
A segurança pública não pode ser tratada apenas como medidas 
de vigilância e repressiva, mas como um sistema integrado e otimizado envolvendo 
instrumento de prevenção, coação, justiça, defesa dos direitos, saúde e social. O 
processo de segurança pública se inicia pela prevenção e finda na reparação do dano, 
no tratamento das causas e na reinclusão na sociedade do autor do ilícito. 
 
Palavras-chave: Segurança Pública; Segurança Pública Brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Judici%C3%A1rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde
https://pt.wikipedia.org/wiki/Social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estatal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_p%C3%BAblica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
https://pt.wikipedia.org/wiki/Costumes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidad%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vigil%C3%A2ncia
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Repress%C3%A3o_policial&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a
7 
 
ABSTRACT 
 
Public safety is the state of normality that allows the enjoyment of rights and the 
fulfillment of duties, and its illegitimate alteration constitutes a violation of basic rights, 
usually accompanied by violence, which produces events of insecurity and criminality. 
It is a process, that is, a continuous sequence of facts or operations that have a certain 
unity or reproduce with certain regularity, which shares a vision focused on preventive, 
repressive, judicial, health and social components. It is a systemic process, due to the 
need to integrate a set of state knowledge and tools that must interact with the same 
vision, commitments and goals. It should also be optimized as they depend on quick 
decisions, remedial measures and immediate results. Since public order is a state of 
serenity, appeasement and public tranquility, in line with the laws, precepts and 
customs that govern coexistence in society, the preservation of this citizen's right will 
only be broad if the concept of public security is applied. 
Public safety cannot be treated merely as surveillance and repressive measures, but 
as an integrated and optimized system involving prevention, coercion, justice, 
advocacy, health and social instruments. The process of public safety begins with 
prevention and ends with the repair of damage, the treatment of causes and the 
reinclusion of the offender in society. 
 
 
Keywords: Public Safety; Brazilian Public Security. 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO, 9 
1 SEGURANÇA PÚBLICA, 10 
1.1 Ministério Público e Polícia Jidiciária,11 
2. RESPONSABILIDADE DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL, 12 
3. QUEM MATA E QUEM MORRE NO BRASIL, 13 
4. OS DESAFIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL E POLÍTICAS PÚBLICAS 
PARA A SUA SOLUÇÃO,14 
5. AS POLITICAS DE SEGURANÇA E SEUS IMPACTOS PARA DESTRUIR O 
CRIME,15 
6. A CRISE DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL,16 
7.CONCEITO DE SEGURANÇA PÚBLICA DOS TRATATOS E CONVENÇÕES 
INTERNACIONAIS, CONSTITUIÇÃO FEDERAL E LEGISLAÇÃO 
INFRACONSTITUCIONAL,18 
8. SEGURANÇA PÚBLICA COMO CONDIÇÃO PARA CONSOLIDAÇÃO DO 
ESTADO CONSTITUCIONAL E DEMOCRÁTICO DE DIREITO ,22 
CONCLUSÃO, 24 
BIBLIOGRAFIA, 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Segurança Pública é tema sempre palpitante no cenário político brasileiro, tema 
que gera várias indagações e questionamentos entre as pessoas, isso desde séculos 
passados. 
Efetivamente, Segurança Pública é o mecanismo estatal tendente a refrear, 
preventiva ou repressivamente as práticas criminais. 
Composta por instituições tais como a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Institutos 
Gerais de Perícias a Superintendência dos Serviços Penitenciários etc., a temática 
envolvendo a segurança pública encontra seu fundamento no sistema legal vigente e 
jamais se pode olvidar dos aspectos relativos aos Direitos Humanos, por atingirem, 
diretamente, o direito de liberdade da pessoa humana. 
Não obstante, os órgãos incumbidos de promover essa paz social entram, 
muitas vezes, em conflito, além de não angariarem dos demais poderes públicos, em 
especial o Municipal, o amparo de que necessitam para o cumprimento dos seus 
misteres. É isso o que se verá, sucintamente, a seguir, iremos ver alguns aspectos 
históricos da nossa Segurança Pública bem como, relações para com a temática dos 
Direitos Humanos. 
 A Constituição Federal de 1988 vem em seu artigo 144, trazer os órgãos que 
são competentes para a segurança nacional, bem como descreve o que vem a ser 
cada um deles e suas funções. 
 
 
 
 
 
10 
 
1. SEGURANÇA PÚBLICA 
Polícia e repressão são duas palavras que impregnam uma semântica 
consideravelmentepejorativa no Brasil após a Ditadura Militar. 
Repressão era um conceito conexo unicamente com a performance 
subterrânea dos órgãos de segurança pública, conexa com a tortura e o 
desaparecimento de opositores ao regime de governo ditatorial. 
A Polícia não se consistia, na verdade, em um órgão de conservação e de 
garantia da paz e da tranquilidade públicas. Era, na verdade, órgão de repressão, 
percebida no aspecto pejorativo. 
Desvanecida a Ditadura e acomodado o Estado Democrático de Direito, 
referida impressão ainda permanece no subconsciente coletivo. 
No que tange à repressão especificamente, é ela uma das diversas formas de 
performance da segurança pública. Em quaisquer dos casos, aspiram ao estrito 
cumprimento da lei. 
Reprimir é, deste modo, nada mais nada menos do que empregar a força 
estatal para forçar ou obrigar o implemento da lei. Embora a repressão não obre sobre 
todos, indistintamente, mas apenas sobre aqueles que extravasam os lindes traçados 
pela Lei, ela possui condão pedagógico que se aplica a todos. 
Polícia Judiciária possui o papel precípuo de apurar as infrações penais e a sua 
autoria, por meio do inquérito policial, procedimento administrativo com particularidade 
inquisitiva, o qual serve, em regra, de sustentáculo à pretensão punitiva do Estado 
estabelecida pelo Ministério Público, Senhor da ação penal pública. 
A persecução penal, ordinariamente, inicia-se por meio da investigação 
criminal, com o Estado angariando subsídios para o exercício do jus puniendi[ em 
juízo, razão pela qual, em sendo o inquérito policial peça procedimental de contumaz 
importância para o Estado, devidamente disciplinado pelo Código de Processo Penal, 
embora prescindível, longe está ele de se constituir em mera peça de informação de 
relevância reduzida para o nosso processo penal. 
 
11 
 
1.2. Ministério Público e Polícia Judiciária 
 
 
Compete à Polícia Judiciária à apuração da autoria e da materialidade dos 
ilícitos penais, exceto os militares. Ao Ministério Público, compete a defesa da ordem 
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Muito se discutiu acerca da legalidade da investigação criminal levada a efeito 
pelo Ministério Público. Todavia, recentemente, a Segunda Turma do Supremo 
Tribunal Federal decidiu que o Ministério público é um órgão que possui poderes de 
investigação. Referida decisão saiu após policiais acionados judicialmente pelo MP 
reclamarem da colheita de depoimentos e provas de crimes contra eles enviando ao 
Supremo um pedido de habeas corpus. A ministra Ellen Gracie, então, relatora do HC, 
decidiu que o MP tem a prerrogativa de colher informações que auxiliem na elucidação 
de crimes sem que a função da polícia de investigar de maneira idêntica seja retirada. 
Além disso, para a Ministra, o MP pode perfeitamente ser tanto o órgão que investiga 
como o que propõe à Justiça a ação penal. 
A decisão finalmente proferida pelo STF parecia mesmo óbvia, ainda lá nos 
primórdios em que referidas discussões acadêmicas a respeito iniciaram-se. 
Com efeito, no momento em que os próprios órgãos do Estado entram em 
embate, à revelia completa da ínsita união incorruptível e harmônica que lhes deveria 
ser característica principio lógica, o Estado entra em crise. Tratar-se-ia de uma 
problemática similar ao câncer, nome concedido a um conjunto de inúmeras doenças 
que têm em comum o crescimento desordenado, ou seja, maligno, de células que 
invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se , por meio da metástase, para 
outras regiões do corpo. Assim, tem-se que o Estado não pode transformar-se em um 
monstro teratológico que carrega em seus genes as nefastas características da 
natureza humana, tal qual foi a discórdia observada em relação ao tema da 
titularidade, exclusiva ou não, da investigação criminal. A elegância do diálogo 
pretérito entre os órgãos incumbidos de promover a pacificação social é sempre de 
bom tom, pois, conforme o dizer de Dallari, o ser "apolítico" ou é um animal ou um 
Deus. 
12 
 
Nesse diapasão, também se viu determinada problemática entre Polícia Civil e 
Polícia Militar, após o advento, no cenário jurídico pátrio, dos Juizados Especiais 
Criminais. 
 
2. RESPONSABILIDADE DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL 
 
O Art. 144 da Constituição traz que: 
A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida 
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, 
através dos seguintes órgãos: 
 Polícia federal; 
 Polícia rodoviária federal; 
 Polícia ferroviária federal; 
 Polícias civis; 
 Polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
 
Quando se fala em incolumidade, estamos falando de algo, como a vida por 
exemplo, que está sendo protegido e seguro. 
A Policia Federal, apura infrações contra a União e de repercussão interestadual e 
internacional; visa combater o tráfico de drogas; policiamento marítimo, de aeroportos 
e fronteiras; polícia judiciaria da União. 
A Polícia Rodoviária Federal, tem a função de patrulhamento ofensivo das rodovias 
federais. 
A Polícia Ferroviária Federal, tem a função de patrulhamento ofensivo das ferrovias 
federais. 
 Essas três primeiras são organizadas e mantidas pela União. 
Polícia Civil, tem a função de polícia judiciária e apuração de infrações penais. 
Exceto se cometidos por militares, pois estas, são investigadas pela Justiça Militar. 
Policia Militar, tem a função ostensiva e preservação da ordem pública. 
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_144_.asp
https://www.politize.com.br/policia-federal-qual-importancia/
https://www.politize.com.br/policia-civil/
https://www.politize.com.br/policia-militar/
13 
 
Corpo de Bombeiros, tem a função de execução de atividades da defesa civil, 
atuando também em casos de desastres naturais. 
Esses, são subordinados aos Governadores de Estado e do Distrito Federal. 
 
3. QUEM MATA E QUEM MORRE NO BRASIL 
O perfil de quem mata e morre no país é o mesmo: homens negros, com baixa 
escolaridade e renda, moradores de periferia e com idade de até 29 anos. Além disso, 
especialistas dizem que tais crimes geralmente estão relacionados ao tráfico de 
drogas e atuação de facções criminosas. 71% das vítimas de homicídio no Brasil são 
negras. 
A construção social do nosso país se correlaciona ao problema da segurança 
pública nacional, assim como o perfil dos principais atores envolvidos. No ano de 
1888 a escravidão foi abolida no Brasil, mas não foram criadas políticas públicas de 
inclusão e trabalho para a comunidade negra. 
É só reparar nos empregos que não exigem tanta qualificação e, 
consequentemente, pagam salários menores. Eles são ocupados, em sua maioria, por 
negros. Ainda existe a falha do Estado em fornecer acesso digno à moradia, escolas 
e serviços básicos e de direito dos cidadãos. Somado a isso, a criminalização dessas 
pessoas foi naturalizada, fazendo com que as periferias se tornassem o único refúgio. 
Ainda podem ser mencionados diversos recortes da violência no país, como 
os feminicídios, os assassinatos brutais contra a população LGBTI+ e as mortes 
relacionadas às polícias civis e militares. Em um ranking mundial de 83 países, o Brasil 
ocupa a quinta posição em homicídios femininos, com uma taxa de 4,8 assassinatos 
para 100 mil mulheres, das quais 65% são negras. Foram 4.606 mulheres 
assassinadas em 2016, além de 49.497 casos de estupro registrados. No que diz 
respeito à comunidade LGBTI+, ocorre um assassinato por dia relacionado 
à homofobia. Além disso, nós somos o país que mais mata transexuais no mundo. 
Em 2016, 453 policiais civis e militares brasileiros foram vítimas de homicídio 
e, no mesmo ano, 4.222 pessoas foram mortas durante ações desses órgãos policiais. 
Essa instituição brasileira é a que mais mata e morre no mundo, superando até mesmo 
paísescom índices de violência mais elevados, como Honduras, na América Central. 
 
https://www.politize.com.br/cotas-raciais-no-brasil-o-que-sao/
https://www.politize.com.br/cotas-raciais-no-brasil-o-que-sao/
https://www.politize.com.br/pcc-e-faccoes-criminosas/
https://www.politize.com.br/abolicao-da-escravatura-brasileira/
https://www.politize.com.br/politicas-publicas-o-que-sao/
https://www.politize.com.br/indice-de-negros-em-cargos-politicos-e-baixo/
https://www.politize.com.br/indice-de-negros-em-cargos-politicos-e-baixo/
https://www.politize.com.br/quiz-violencia-contra-mulher/
https://www.politize.com.br/lgbt-historia-movimento/
https://www.politize.com.br/homofobia-o-que-e/
14 
 
4.OS DESAFIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL E POLÍTICAS PARA A 
SUA SOLUÇÃO 
Como é de conhecimento de todos a segurança pública no Brasil consiste em 
um problema grave. Na teoria, pensar em segurança envolve os órgãos policiais e o 
Corpo de Bombeiros, além do Ministério da Justiça, controle de fronteiras e sistema 
carcerário, por exemplo. Na prática, e no nosso recorte de segurança pública nas ruas, 
o termo é reduzido e diretamente associado à Polícia Militar. Ligado a essa 
associação, a maioria dos brasileiros têm uma visão negativa sobre o desempenho 
desses profissionais. Os números apontam que cerca de 70% da população do país 
não confia na instituição militar e 63% não está satisfeita com a sua atuação. 
Atribuir à Polícia Militar a responsabilidade de enfrentar e diminuir a violência é 
um fardo muito pesado e, por muitas vezes, não muito efetivo. Os crimes contra a vida 
deveriam ser tratados de uma forma intersetorial. Ou seja, com a implementação de 
políticas públicas inteligentes que englobam o investimento não só em policiamento, 
mas também em esporte, lazer, educação, saúde e acesso ao trabalho, por exemplo. 
De uma forma geral, deve-se entender que tudo está conectado e, portanto, não se 
diminui a violência nas cidades sem que haja ações de melhoria na qualidade de vida 
dos principais atores que a promovem. 
A violência no Brasil atinge todas as classes sociais, logo, as políticas 
públicas e a ação do Estado devem envolver desde os bairros de elite, até as 
comunidades mais vulneráveis. 
Pensando dessa maneira, no dia 16 de maio de 2018, o Senado 
Federal aprovou o projeto de lei 19/2018 para a criação do Sistema Único de 
Segurança Pública (Susp). O Susp objetiva a integração dos órgãos nacionais de 
segurança, como as polícias, secretarias estaduais de segurança e guardas 
municipais, para que atuem de forma cooperativa e sistêmica. Além disso, o projeto 
também institui a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), 
que propõe a ação conjunta da sociedade e dos órgãos de segurança e defesa social 
da União, estados, Distrito Federal e municípios. 
Pelo fato de o Brasil ser um país continental, desigual e com inúmeras 
peculiaridades, é de extrema importância que ações sejam tomadas nas esferas 
menores, como a municipal, políticas públicas eficientes no enfrentamento da 
https://youtu.be/AaFlJYsavTA
https://youtu.be/AaFlJYsavTA
https://www.politize.com.br/5-palestras-ted-politicas-publicas/
https://www.politize.com.br/5-palestras-ted-politicas-publicas/
https://www.politize.com.br/camara-e-senado-qual-diferenca/
https://www.politize.com.br/camara-e-senado-qual-diferenca/
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/521605-CRIACAO-DO-SISTEMA-UNICO-DE-SEGURANCA-PUBLICA-E-APROVADA-EM-COMISSAO.html
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/521605-CRIACAO-DO-SISTEMA-UNICO-DE-SEGURANCA-PUBLICA-E-APROVADA-EM-COMISSAO.html
https://www.politize.com.br/seguranca-publica-no-municipio/
15 
 
violência podem ser amplamente desenvolvidas pelas cidades, no que diz respeito à 
prevenção de delitos e diminuição de situações que possibilitem a ocorrência de 
crimes. 
5. AS POLÍTICAS DE SEGURANÇA E SEUS IMPACTOS PARA DESTRUIR O 
CRIME 
 Há uma grande deficiência nas chamadas Políticas de Segurança aplicadas 
em nosso sistema e convém neste ponto, realçar que em todo o país a manutenção 
da segurança interna, deixou de ser uma atividade monopolizada pelo Estado. 
Atualmente as funções de prevenção do crime, policiamento ostensivo e 
ressocialização dos condenados estão divididas entre o Estado, a sociedade e a 
iniciativa privada. 
Entre as causas dessa deficiência estão o aumento do crime, do sentimento de 
insegurança, do sentimento de impunidade e o reconhecimento de que o Estado 
apesar de estar obrigado constitucionalmente a oferecer um serviço de segurança 
básico, não atende sequer, às mínimas necessidades específicas de segurança que 
formam a demanda exigida pelo mercado. 
Diversos acontecimentos têm-nos provado que é impossível pensar num 
quadro de estabilidade com relação à segurança pública de tal maneira que se 
protegesse por completo dos efeitos da criminalidade em sentido amplo. Porém, isso 
não significa que o Estado tenha de lavar as mãos e conformar-se com o quadro, 
devendo, portanto, tomar medidas sérias e rígidas de combate à criminalidade e à 
preservação da segurança nacional, adotando novas soluções tanto no quadro 
jurídico e institucional como no operacional que estejam à altura da sofisticação da 
criminalidade. 
Não se pode sustentar em políticas de combate à criminalidade deficitária e que 
não atingem o bem comum, em procedimentos lentos e sem eficácia, pois não 
configuram respeito aos direitos fundamentais. 
Os investimentos em segurança pública estão muitíssimo aquém do que seria 
necessário para se começar a pensar em oferecer segurança. Uma grande prova, é o 
crescimento dos gastos dos estados e municípios para combater a violência em 
contraposição aos investimentos federais que caem paulatinamente. 
16 
 
A consequência é que o número de encarcerados cresce a cada dia, de 
maneira assustadora sem que haja capacidade do sistema prisional de absorver 
esses excluídos da sociedade. 
O déficit de nosso sistema prisional é titânico e, lamentavelmente o estado não 
consegue disponibilizar novas vagas e, basta acompanhar os jornais, para que nossas 
perspectivas tornem-se, ainda mais desanimadoras. 
 Proporcionalmente, os Estados Unidos investem 70 vezes mais que o Brasil no 
combate à violência, nossos índices nos apontam como um país 88 vezes mais 
violento que a França. 
Com o surgimento do chamado Estado de Direito, o poder de polícia, 
incorporou valores sociais, podendo a ser definido como sendo a atividade 
administrativa que envolve o Estado na finalidade impor limites e educar o exercício 
dos direitos e das liberdades dos cidadãos, objetivando, em proporções capazes de 
preservar a ordem pública, o atendimento aos valores mínimos inerentes da 
convivência social, destacando-se a segurança pública, a saúde, a dignidade e outros 
valores. 
O combate à violência é parte de um contexto onde há um clamor social intenso 
tornando necessária implementação de uma série de ações governamentais voltadas 
à solução desse problema, é óbvio que a vontade política e social é o ponto de partida 
dessa luta. 
 
6. A CRISE DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL 
Haja toda uma estrutura (artigo 144, da CF), órgãos de segurança e um 
regramento jurídico com a finalidade de garantir a Segurança Pública no país, a 
população brasileira vive sob a sensação de total insegurança, pois há um verdadeiro 
caos na preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio. 
Várias dificuldades podem ser apontadas, como, por exemplo, a impunidade, a 
corrupção na Administração Pública, a morosidade da Justiça, o aumento das taxas 
de homicídio e de outros crimes violentos, a prática de crimes e abuso de autoridade 
por parte de policiais, linchamentos ovacionados nas redes sociais, a ineficiência das 
17 
 
investigações policiais, a falência do sistema carcerário nacional e as dificuldades 
relacionadas à reforma da JustiçaCriminal, do Código Penal e do Código de Processo 
Penal. 
Além disso, temos a crise nos órgãos de Segurança Pública, pois, em regra, 
não há uma remuneração condizente com o exercício da profissão, a estrutura e 
preparação são bastante precárias. Destaca-se que quem mais sofre são os Estados, 
pois estão comprometidos pela crise fiscal e pelo descontentamento dos seus 
servidores públicos. 
Infelizmente, até hoje, o Estado, em razão da atual crise política e econômica, 
não conseguiu enfrentar o tema com seriedade e discernimento. 
O único debate recente foi à ampliação das alternativas criminais e o 
questionamento sobre a atual política de superlotação do sistema prisional brasileiro, 
isso em razão das recentes rebeliões e assassinatos ocorridos em alguns presídios 
nacionais. 
Na verdade, o anúncio de falência no sistema carcerário já é ouvido de longa 
data, mas, infelizmente, no Brasil, só se legisla abaixo de pressão social ou midiática 
ou por interesses políticos de alguns. 
Pelo exposto, entende-se que é fundamental e urgente uma nova postura 
estatal sobre a Segurança Pública no país, faz-se necessária a implementação de 
políticas públicas responsáveis, também a adoção de políticas de prevenção efetivas, 
com participação de todos os entes da federação e da sociedade civil por meio das 
audiências públicas. 
Também o Estado deve preocupar-se com um maior controle no recolhimento 
de armas ilegais, com o investimento na educação e nas oportunidades de 
profissionalização das pessoas que vivem em comunidades carentes, em especial 
para os jovens e grupos sociais considerados vulneráveis. 
Quanto aos agentes de Segurança Pública, precisa-se de uma polícia bem 
treinada, capacitada e equipada para enfrentar a criminalidade organizada. Assim, 
deve-se propiciar um debate sobre a possibilidade da unificação das polícias e a 
18 
 
reestruturação do ensino policial, com a adoção de um sistema de cursos de pós-
graduação, novas técnicas de investigação, prevenção e etc. 
A crise deve ser combatida com inteligência e perspicácia dos órgãos da 
persecução criminal e não com a acomodação ou a simples retórica das autoridades 
públicas, assim, além da restruturação dos órgãos de polícia, deve-se discutir cada 
vez mais a adoção da intervenção mínima do Direito Penal para pequenos delitos, 
evitando-se, destarte, o encarceramento em massa. Também deve ser realizada uma 
revisão da atual política criminal de combate às drogas no Brasil (esta superlota os 
presídios e comanda facções criminosas). 
7. CONCEITO DE SEGURANÇA PÚBLICA DOS TRATADOS E CONVENÇÕES 
INTERNACIONAIS, CONSTITUIÇÃO FEDERAL E LEGISLAÇÃO 
INFRACONSTITUCIONAL 
 A segurança pública vem elencada em diversos tratados e convenções 
internacionais tendo em vista a importância dela na manutenção e consolidação dos 
Estados Democráticos de Direito. 
Os tratados e convenções obrigam os signatários a desempenharem as 
vontades por eles ratificadas sob pena de serem acionados na esfera judicial 
internacional, seja na Corte Internacional de Justiça ou Tribunais Regionais. 
 Não há de se olvidar antes mesmo de se firmarem tratados e convenções que 
contemplassem a segurança pública ao patamar internacional, algumas Declaração 
já se preocupam em elencar a segurança como direito do cidadão. 
Nesse diapasão a Declaração de Direitos da Virgínia, de 1776, mencionava 
em seu artigo 1º que todos os homens nascem livres e tem direitos a liberdade, a 
vida, propriedade, de procurar a felicidade e de ter segurança (RODRIGUES, 2009). 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1789, 
inspirada na Revolução Americana estabeleceu, em seus 17 (dezessete) artigos, os 
diversos direitos fundamentais do homem sob uma perspectiva universal. Aduziu em 
seu artigo 2º, que o fito da associação política é preservar os direitos imprescindíveis 
do homem, entendidos como o direito à liberdade, propriedade e à segurança. Para 
https://jus.com.br/tudo/propriedade
19 
 
garantir esses direitos é necessário de uma força pública que tenha a confiança da 
população para agir em prol da coletividade, não devendo, jamais, agir com foco em 
interesses particulares (RODRIGUES, 2009). 
Um dos documentos responsáveis pela inserção do indivíduo como sujeito de 
direitos na Ordem Internacional foi a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH). Em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217A, a 
declaração foi apresentada ao mundo, valendo apenas como recomendação. Todavia, 
é referência para todas as normas nacionais e internacionais de direitos humanos 
(RODRIGUES, 2009). 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos sintetizou os valores comuns 
de toda a humanidade, reunindo em um dispositivo três decisivos e fundamentais 
direitos. O Art. 3º aduz: “Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal (RODRIGUES, 2009, p. 139)”. 
Assim o direito a segurança vem intrinsicamente ligado a outros direitos, tendo 
em vista que a efetiva prestação da segurança proporcionará aos cidadãos o exercício 
pleno de vários direitos fundamentais, dentre eles: a vida, a liberdade e a propriedade. 
Não há de se olvidar que a Ordem Pública engloba a segurança pública, 
salubridade, tranquilidade e a dignidade da pessoa humana. Sob esse contexto, o 
artigo 29, inciso II, da Declaração dos Universal dos Direitos do Humanos, alega o 
dever de o Estado respeitar os direitos fundamentais para alcançar o bem-estar social 
e garantir a ordem pública (REPRESENTAÇÃO DA UNESCO NO BRASIL, 1998). 
Portanto, a Declaração entende que a segurança pública tem por escopo 
assegurar a efetividade dos direitos e liberdades fundamentais, oportunizando o 
exercício da cidadania e o convívio harmônico em sociedade. 
Neste ínterim, a Declaração Americana do Direitos e Deveres do Homem, de 
1948, aprovada na IX Conferência Internacional Americana da Organização dos 
Estados Americanos (OEA), prescreve no artigo 1º: “todo ser humano tem direito à 
vida, e a segurança de sua pessoa (MARCILIO, S/Data). 
https://jus.com.br/tudo/direitos-humanos
https://jus.com.br/tudo/direitos-humanos
https://jus.com.br/tudo/cidadania
20 
 
Nos artigos 16 e 28, respectivamente, contempla a segurança social como 
direito fundamental; os direitos do homem sofrem limitações quando conflitantes com 
direitos do próximo, priorizando a segurança de todos para alcançar o bem-estar geral 
e o desenvolvimento democrático (MARCILIO, S/Data). 
 Da mesma forma a Convenção Europeia dos Direitos do Homem, de 1953, 
elenca em seu artigo 5º: Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança 
(TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO HOMEM, S/ Data). 
 Vislumbra-se que a preocupação em estabelecer o direito à segurança nas 
convenções ditas alhures, tem por alicerce incutir aos estados a obrigação de 
efetivamente proporcionar segurança aos cidadãos, porquanto, verifica-se, que o 
exercício de outros direitos decorre do direito à segurança. 
Sob o mesmo ponto de vista, a Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), de 1969, entrou em vigor em 1978, 
somente ratificada pelo Brasil em 1992, alega vários dispositivos referentes à 
segurança, em especial, o artigo 7º que mensura o direito de liberdade e segurança 
(PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, S/ Data). 
Em suma, o conceito de segurança pública a nível internacional vem sendo 
compreendido sob uma perspectiva mais complexa do que em anos anteriores. Isso 
porque, a segurança pública vai além da esfera policial, incluindo problemas que tem 
impacto direto na vida das pessoas, como a violência de gangues, a criminalidade, o 
tráfico de drogas, armas e de seres humanos. (RODRIGUES, 2009) 
 Não é por acaso que o direito à vida, à liberdade e à segurança estão 
elencados em praticamente todos os Tratados e Convenções Internacionais. O 
verdadeiro significado e objetivo da segurançapública não é demonstrado apenas no 
fato de não ser roubado, agredido, violentado, mas de ser amparado quando estiver 
doente, de ser atendido e protegido pelo Estado para recompor a sua vida 
(RODRIGUES, 2009). 
Importa salientar que a Constituição Federal de 1988, destaca a relevância da 
segurança pública conferida pelo Poder Constituinte Originário ao estabelece-la como 
valor supremo da sociedade brasileira já em seu preâmbulo (SOUZA, 2008). 
https://jus.com.br/tudo/poder-constituinte
21 
 
A Constituição da República de 1988, no artigo 5º, caput, institui a segurança 
pública como status de direito fundamental assegurando aos brasileiros e estrangeiros 
o direto à vida, liberdade, igualdade, propriedade e segurança (BRASIL, 1988). 
Denota-se que a segurança também está ligada a ordem social isso porque 
ao mesmo tempo é tratada como um direito social no artigo 6º, caput, da Lei 
Fundamental de 1988. Portanto, assevera-se que a segurança é um dos objetivos do 
Estado que proporciona ao cidadão o alcance dos seus próprios objetivos (SOUZA, 
2008). 
Segundo Souza (2008), a segurança pública pode ser compreendida como 
proteção da existência do Estado Democrático de Direito, agindo na segurança 
externa e interna do país. Está efetivada pelos órgãos polícias elencados no artigo 
144 da Constituição Federal de 1988, podendo, em casos excepcionais, ser exercida 
pelas forças armadas. No tocante a segurança externa a competência é das forças 
armadas. 
Sendo assim as forças armadas podem intervir na segurança interna para 
garantia da lei e da Ordem, conforme preconiza o artigo 3º do Decreto 3.897, de 2001, 
dispõe: 
Art. 3º Na hipótese de emprego das Forças Armadas 
para a garantia da lei e da ordem, objetivando a preservação da 
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, 
porque esgotados os instrumentos a isso previstos no art. 144 
da Constituição, lhes incumbirá, sempre que se faça necessário, 
desenvolver as ações de polícia ostensiva, como as demais, de 
natureza preventiva ou repressiva, que se incluem na 
competência, constitucional e legal, das Polícias Militares, 
observados os termos e limites impostos, a estas últimas, pelo 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Consideram-se esgotados os meios 
previstos no art. 144 da Constituição, inclusive no que concerne 
às Polícias Militares, quando, em determinado momento, 
https://jus.com.br/tudo/ordem-social
22 
 
indisponíveis, inexistentes, ou insuficientes ao desempenho 
regular de sua missão constitucional (BRASIL, 2001). 
Impende mencionar que o Decreto 88.777/83 elenca de forma mais genérica, 
abordando o conceito de segurança pública como um desdobramento da Ordem 
Pública. Essa entendida como: conjunto de regras formais, que emanam do 
ordenamento jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos 
os níveis, do interesse público, estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e 
pacífica, fiscalizado pelo Poder de Polícia, e constituindo uma situação ou condição 
que conduza ao bem comum. (BRASIL, 1983). 
 Neste contexto, a segurança pública na legislação infraconstitucional pode ter 
o conceito de Garantia da Lei e da Ordem, tendo em vista a possibilidade do emprego 
das Forças Armadas, em casos de os órgãos precipuamente incumbidos de prestarem 
a segurança interna estiverem ineficientes ou inoperante, na preservação da ordem 
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. (BRASIL, 2013). 
Portanto, os órgãos policiais e as Forças Armadas são elementos essenciais 
para garantir o convívio pacífico e harmonioso das pessoas, além de garantirem a 
própria subsistência do Estado. Em síntese, a segurança pública é considerada um 
direito fundamental que assegura o exercício de todos os direitos do ordenamento 
jurídico brasileiro, efetiva o exercício da cidadania, consolida o Estado Democrático 
de Direito, correspondendo ao estado de ordem, que enseja proteção e ausência de 
perigo ao cidadão, auxiliando o cidadão a recompor a sua vida (VALENTE, 2012). 
8. SEGURANÇA PÚBLICA COMO CONDIÇÃO PARA CONSOLIDAÇÃO DO 
ESTADO CONSTITUCIONAL E DEMOCRATICO DE DIREITO 
 A segurança pública assumiu um papel fundamental no Estado Democrático 
de Direito, não devendo ser compreendida, erroneamente, como restrição de direitos 
de liberdade e garantias, mas deve ser entendida como meio de garantir o exercício 
dos demais direitos e liberdades fundamentais, possibilitando um convívio pacífico e 
harmonioso em sociedade. 
Não há de se olvidar que o Estado para efetivar a segurança pública vai 
restringir determinados direitos em benefício do bem comum. No entanto, essa 
23 
 
restrição e momentânea e indispensável ao estabelecimento da Ordem Pública, 
podendo, dentro dos limites da proporcionalidade e legalidade, valer-se do uso 
legítimo da força para desempenhar a missão constitucional de efetivar a segurança 
pública. 
 A segurança pública diante do seu papel fundamental na garantia dos direitos 
e da consolidação do Estado Constitucional Democrático de Direito vem elencada em 
diversos Tratados e Convenções internacionais, que tratam a segurança pública como 
uma condição essencial para o exercício dos direitos elencados na ordem jurídica, 
assegurando a estabilidades dos poderes constituídos e o bem comum. 
Impende mencionar que a Constituição Federal de 1988 destacou a 
importância segurança pública, nos artigos 5º, 6º e, especificadamente, no artigo 
144, como um direito fundamental que deve ser assegurado a todos, aduzindo ser um 
dever do Estado e responsabilidade de todos para resguardar o direito à vida, 
propriedade, liberdade e propriedade 
É clarividente, conforme preceitua o artigo 144 da Constituição Federal de 
1988, que a sociedade tem responsabilidade na efetivação da segurança pública. 
Assim, as políticas de segurança públicas devem ser desenvolvidas pelos poderes 
públicos e pela sociedade. 
Enfim, a segurança pública é considerado um direito fundamental que 
transcende em um convívio pacífico e harmonioso dos indivíduos em sociedade, 
englobando uma gama de outros direitos, cujo objeto é concretizar os direitos 
fundamentais, assegurando o respeito à dignidade da pessoa humana. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
CONCLUSÃO 
A Segurança Pública como vimos neste artigo, tem duas palavras que com o 
passar das décadas continuam marcantes, são elas: POLICIA E REPRESSÃO. A 
repressão, tem uma conexão direta com a ditadura. A polícia é um órgão de 
conservação e de garantia da paz e da tranquilidade pública. 
Mesmo após o fim da ditadura essa impressão da segurança pública permanece ate 
os dias de hoje. 
O Ministério Público pode participar da fixação e alterações da política de 
segurança pública do Estado, na qualidade de defensor da sociedade e dos direitos 
individuais indisponíveis, sociais, coletivos e difusos, O Ministério Público pode 
participar ampla e irrestritamente da política de segurança pública, desde a sua 
formulação, fixação e alterações até a fiscalização, acompanhamento da execução e 
exigência da sua aplicação pelos organismos estatais, administrativa ou judicialmente. 
A participação do órgão de acusação pode ser por meio de audiências públicas, 
contatos e gestões administrativas junto ao Executivo ou pela utilização do inquérito 
civil e da ação civil pública. 
O artigo 144 da Constituição Federal, fala que a Segurança Pública é direito e 
responsabilidade de todos, e um dever do Estado, é exercida para preservação da 
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes 
órgãos: Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal; Polícia 
Civil; Polícia Militar; Corpo de Bombeiro Militar, vale lembrar que em 2019 foi 
acrescentado a esse rol os Agentes Penitenciários. 
A Segurança Pública no Brasil consiste em um problema grave. Os números 
apontam que cerca de 70 % (setenta por cento)da população do país não confia nas 
instituições de segurança. 
A população brasileira vive sob a sensação de total insegurança. É importante 
ressaltar que as Forças Armadas e Órgãos Policiais são elementos essenciais para a 
Segurança Pública, e que pior seria a situação de toda a população sem os mesmos. 
25 
 
Certo é que necessita de investimentos, de melhorias, uma vez que a 
Segurança Pública é um direito fundamental que transcende em um convívio pacífico 
e harmônico entre indivíduos e sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
SAPORI, Luís Flávio. Segurança Pública no Brasil – Desafios e perspectivas. Rio de 
Janeiro: FGV, 2007. 
 
BOLZAN DE MORAIS, José Luis. As crises do Estado e da Constituição e a 
transformação espacial dos direitos humanos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 
2002. Pág. 24. 
 
BOLZAN DE MORAIS, José Luis. As crises do Estado e da Constituição e a 
transformação espacial dos direitos humanos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 
2002. Pág. 25. 
CF, art. 144, § 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, 
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a 
apuração de infrações penais, exceto as militares -. 
CF, art. 127 - O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis -. 
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO, 9ª ed. São Paulo: Ed. Rideel, 2003. 
MIRABETE, Júlio Fabrini. Processo Penal. 13º ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A. 2002.

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