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apostila de literatura

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Prévia do material em texto

SE ENCANTANDO COM DIFERENTES GÊNEROS 
 Cleidiana de Jesus Almeida Sousa
 Lúcia Maria dos Santos Sousa
PIRAPEMAS-MA
2020
CLEIDIANA DE JESUS ALMEIDA SOUSA
LÚCIA MARIA DOS SANTOS SOUSA
SE ENCANTANDO COM DIFERENTES GÊNEROS
Trabalho apresentado à disciplina Literatura Infanto – Juvenil do curso de pedagogia da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, como requisito para obtenção de nota.
Prof. Jeanne Ferreira
PIRAPEMAS-MA
2020
APRESENTAÇÃO
Atualmente as escolas e professores tem o desafio de comprometer-se com a formação do educando, visando à sua participação em práticas letradas, afim de torná-lo sujeito crítico que saiba lidar, de modo autônomo com suas emoções e com seus conhecimentos prévios em consonância aos novos conhecimentos intelectuais adquiridos.
Partindo desse pressuposto é considerável que a literatura passa a ser uma ferramenta dinamizadora, útil e eficaz para as didáticas educacionais. Para tanto, a presente apostila foi elaborada com a seleção de textos de diferentes gêneros como: conto, poema e fábula; apresentando suas respectivas leituras e interpretações, contém atividades destinadas aos alunos do 5º ano do ensino fundamental o trabalho com obras selecionadas, objetiva exercitar na criança e no adolescente habilidades de ler e expressar ideias através da arte das palavras contidas nos textos literários.
 Cleidiana de Jesus 
 Lúcia Sousa
OBRAS LITERÁRIAS TRABALHADAS:
· O menino que descobriu as palavras.
· A porta.
· O homem e a galinha.
· O leão e o rato.
· A menina que detestava livros.
Entendo os gêneros textuais apresentados:
· Poema - obra literária em verso, pertencente ao gênero da poesia.
· Conto - é uma narrativa curta, com poucas personagens e um único conflito, que se resolve em pouco tempo.
· Fábula - é um tipo de história curta, cujos personagens são quase sempre animais. E que nos transmite uma lição de moral.
 “O menino que descobriu as palavras”, é um poema interessante para o leitor como ser ativo, proporcionando-lhe perceber que o mundo das palavras está em toda parte, e cada uma tem seu significado, essas são informações essenciais para que o educando torne-se sujeito reflexivo diante das atitudes e fatos decorrentes em sua vida. 
 
:
 O menino que descobriu as palavras
Cineas Santos e Gabriel Arcanjo
 Era uma vez, um menino
Que, ainda bem pequenino,
Descobriu, todo contente,
Que palavra é que nem gente:
Umas são festas e alegria,
Como palhaço e folia;
Outras são sempre tristeza,
Como doença e pobreza.
Percebeu o menininho
Que a palavra carinho
Até as plantas entendem,
Todos os seres compreendem,
Não se conteve e gritou:
"Carinho é filho do Amor!"
O menino descobriu,
Ficou feliz e sorriu,
Que algumas são brilho, luz,
Como a palavra Jesus;
Outras são dura verdade,
Como tempo, dor, saudade;
Palavras, pura beleza,
Como homem e natureza.
Palavras, só emoção,
Como poesia e canção.
Descobriu que a mais querida
É sempre a palavra Vida.
O menino, então, dormiu
E uma palavra o cobriu,
Lençol que não é de pano,
Feito de paz e de sono.
Em consonância com o texto responda as questões abaixo:
1- Você concorda com o menino que algumas palavras são festa e alegria e outras são sempre tristezas? Por quê?
2- Você descobriu alguma palavra nova hoje? Qual foi?
3- Marque um x na frase que está de acordo com o texto:
( ) O menino descobriu que as palavras é que nem gente.
( ) O menino ficou triste quando descobriu as palavras.
4- De acordo com o texto, qual a representatividade dos significados das palavras para a compreensão de mundo?
5- Quais as emoções sentidas por você, ao relacionar os significados das palavras com o seu cotidiano?
O objetivo do conto “O homem e a galinha é: Estabelecer comparações a partir do papel apresentados pelas personagens em consonância com a realidade do aluno, indicando assim, seu desenvolvimento e habilidades básicas como leitor de textos literários.
 O HOMEM E A GALINHA - RUTH ROCHA 
Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha como as outras.
Um dia a galinha botou um ovo de ouro. O homem ficou contente. Chamou a mulher:
      – Olha o ovo que a galinha botou.
A mulher ficou contente:
      – Vamos ficar ricos!
      E a mulher começou a tratar bem da galinha. Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão de ló, dava até sorvete. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
      – Para que esse luxo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão de ló… Muito menos tomar sorvete!
Vai que a mulher falou:
      – É, mas esta é diferente! Ela bota ovos de ouro!
O marido não quis conversa:
      – Acaba com isso mulher. Galinha come é farelo.
Aí a mulher disse – E se ela não botar mais ovos de ouro?
      – Bota sim – o marido respondeu.
A mulher todos os dias dava farelo à galinha. E a galinha botava um 
ovo de ouro. Vai que o marido disse:
      – Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão! A galinha pode muito bem comer milho.
      – E se ela não botar mais ovos de ouro?
      – Bota sim – o marido respondeu.
Aí a mulher começou a dar milho pra galinha. E todos os dias a 
galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
      – Pra que esse luxo de dar milho pra galinha? Ela que procure o de-comer no quintal!
      – E se ela não botar mais ovos de ouro? – a mulher perguntou.
      – Bota sim – o marido falou.
E a mulher soltou a galinha no quintal. Ela catava sozinha a comida dela. Todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Uma dia a galinha encontrou o portão aberto. Foi embora e não voltou mais.
Dizem, eu não sei, que ela agora está numa boa casa onde tratam dela a pão de ló.
                                                                                       Ruth Rocha
Compreendendo o texto:
1- O que você acha do tratamento do homem para com a galinha?
2-Você considera correto o tratamento que a mulher queria dar a galinha?
3- Se você encontrasse uma galinha como a do texto, trataria dela como a mulher fez por quê?
4- Se a galinha fosse como as outras e só pusesse ovos comuns a mulher trataria dela tão bem? Por quê?
5- Você considera correto o que a mulher fez: cuidar bem da galinha apenas interessada nos ovos de ouro? Por quê?
6- O que o texto nos conta? Esta história pode acontecer no nosso cotidiano? Justifique.
O poema “A porta”, dispõe ativar os conhecimentos prévios dos alunos, possibilitando as manifestações de ideias e experiências expostas no mesmo.
A PORTA
 
Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.
Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de supetão
Pra passar o capitão.
Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa...
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.
Eu sou muito inteligente
Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo nesse mundo
Só vivo aberta no céu!
Vinícius de Moraes
Estudo do texto:
1- Releia o trecho abaixo:
“Sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta”
No texto, a porta é considerado como uma coisa viva por que:
a.( ) é feita de madeira.
b.( ) fecha tudo no mundo.
c.( ) está sempre se abrindo para passar tudo no mundo.
d.( ) fecha a frente da casa.
2- Explique a frase “Madeira, matéria morta.”
3- Leia novamenteo trecho abaixo:
“Eu abro devagarinho
 Pra passar o menininho”
 A porta abre-se devagarinho para passar o menininho por que:
a.( ) quer que ele passe rápido.
 b.( ) tem cuidado com ele que é pequeno.
 c.( ) quer que ele passe de supetão.
 d..( ) quer que ele passe sempre por ela.
4- Faça uma relação com nomes de objetos que você conhece que são feitos de madeira.
5- No trecho abaixo:
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
A palavra em negrito significa que a porta abre-se com:
a. ( ) prazer
b. ( ) medo
6- Você conhece os nomes de algumas madeiras úteis para fabricação de móveis e objetos? Quais?
O gênero textual fábula pretende despertar a fantasia, produzindo entretenimento, transmitindo valores culturais, sociais e morais.
O Leão e o Rato
 
Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele, o Leão acordou, pôs –lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para engolir.
- Perdoa-me! – gritou o ratinho – perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim?
O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir.
Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao rei, amarraram-no a uma arvore e partiram à procura de um meio para o transportarem.
Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam.
E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos animais.
Jean de La Fontaine.
Conforme o texto responda:
1- Quem são as personagens da história?
2- A fábula recebeu esse título porque:
 ( ) Indica que o Leão é o rei dos animais. 
 ( ) Indica quem são os personagens principais.
 ( ) Indica que o Leão e o Rato são os personagens secundários.
3- A atitude do Leão para salvar o Rato demonstra:
 ( ) Inveja do Gato.
 ( ) Piedade pelo Rato.
 ( ) Desprezo pelo Rato
 ( ) Egoísmo por ser mais forte.
4- O sentimento do Rato em relação a atitude do Leão indica:
 ( ) Astúcia ( ) Vaidade ( ) Gratidão ( ) Liberdade
5- O Leão foi aprisionado por causa:
 ( ) Da sua distração.
 ( ) Do desejo de vingança do Gato.
 ( ) Do seu desconhecimento do ambiente.
7- O ensinamento coerente com os fatos dessa fábula é:
 ( ) O orgulho leva à morte. 
 ( ) É melhor confiar desconfiar
 ( ) Quando a sorte muda, os fortes necessitam dos fracos.
 ( ) Aos poderosos, tudo se desculpa; aos miseráveis, nada se perdoa.
Objetiva-se que o discente possa argumentar de modo coerente às informações recebidas por meio do conto “A menina que detestava livros”.
A menina que detestava livros
 
Era uma vez uma menina chamada Mina. Se, num livro, procurassem o significado do seu nome, descobririam que significa «peixe» em antigo sânscrito. Mas Mina não sabia, porque nunca procurava o significado de nada em lado nenhum. Mina detestava ler e detestava livros.
— Estão sempre no meio do caminho — dizia ela. E era verdade, porque em sua casa havia livros por todo o lado. Não apenas nas prateleiras e nas mesinhas-de-cabeceira, onde normalmente há livros, mas em todos os lugares onde geralmente não há livros.
Havia livros dentro de cristaleiras, de cómodas e de roupeiros, em guarda-fatos e em armários e dentro de arcas. Havia livros em cima do sofá e livros nas escadas, livros a abarrotar dentro da lareira e empilhados em cima de cadeiras.
E o pior de tudo era que os pais de Mina estavam sempre a trazer MAIS livros para casa. Passavam a vida a comprar livros, a trazer livros da biblioteca e a encomendar livros através de catálogo. Liam ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar. Mas quando perguntavam à Mina se ela queria ler, ela fazia uma birra e gritava: Eu detesto livros! E quando em voz alta tentavam ler-lhe uma história, ela tapava os ouvidos com as mãos e gritava ainda mais alto — EU DETESTO LIVROS!
Havia provavelmente um só ser no mundo que, ainda mais do que Mina, detestava livros. Era o seu gato, Max. Há muito tempo, quando ele era ainda gatinho, caiu-lhe um atlas em cima da cauda. Ficou com a cauda dobrada como um limpa-cachimbos. Desde então, procurava sempre ficar em cima dos livros em vez de ficar debaixo deles.
Uma manhã, depois ter tirado todos os livros do lavatório para lavar os dentes, Mina foi à cozinha preparar o pequeno-almoço para si e para o Max. Primeiro, subiu para cima de uma pilha de volumes de uma enciclopédia, para conseguir chegar aos cereais. Depois, abriu o frigorífico e afastou um monte de revistas para retirar o leite. Deitou um pouco de leite para si e um pouco para o Max.
— Max! — chamou ela. — O pequeno-almoço está pronto!
Mas o Max não aparecia. Tentou novamente
— Max! — chamou ela. — O pequeno-almoço está pronto! — E ele continuava sem aparecer.
— Onde poderá ele estar? — pensou a Mina. Procurou na banheira e atrás do secador da roupa. Procurou debaixo das escadas e em cima do relógio. Encontrou mais livros, mas não encontrou o Max.
Subitamente, ouviu um grande — Miaaaaaaauu! Correu para a sala de jantar, e lá estava ele, no cimo da pilha de livros mais alta da casa, sem conseguir descer. Esta pilha era formada por todos os livros que os pais estavam sempre a comprar-lhe e que ela sempre se recusava a ler. No fundo da pilha estavam grandes livros ilustrados, como novos, do tempo em que Mina era bebé. No meio, havia livros com o alfabeto e canções de embalar. Em cima, mesmo ao nível do tecto, havia contos de fadas e histórias de aventuras. Os livros estavam todos cobertos de pó.
— Não te preocupes, Max — gritou-lhe Mina.
— Eu vou salvar-te! — E começou a trepar pela pilha de livros acima. De início, foi fácil, porque os livros ilustrados tinham capas duras, e era como se estivesse a subir umas escadas. Mas quando Mina chegou aos livros de capa mole, falhou-lhe o pé num livro de poemas, perdeu o equilíbrio e começou a escorregar.
CATRAPUM! Os livros foram pelos ares. Caíram por todos os lados, as lombadas abriram-se pela primeira vez, e as páginas separaram-se. À medida que os livros iam caindo, iam acontecendo coisas estranhas. Pessoas e animais começaram a cair das páginas e a rebolar pelo chão. Caíam uns em cima dos outros, espalhando os livros e fazendo tombar as cadeiras.
Havia príncipes e princesas, fadas e rãs. E, depois, um lobo e três porquinhos e um troll traquinas em cima de um tronco. O Humpty Dumpty foi pelos ares e depois partiu-se ao meio, por detrás da Mãe-Pata e de uma girafa roxa. Havia elefantes, imperadores, avestruzes e duendes, e uma variedade de macacos, todos emaranhados uns nos outros.
Mas acima de tudo havia coelhos, por todos os lados. Coelhos selvagens, coelhinhos brancos e coelhos de chapéu.
Mina sentou-se no meio daquilo tudo, demasiado surpreendida para se mexer. — Eu pensava que os livros estavam cheios de palavras, não de coelhos! — 
disse ela, quando caíram mais seis coelhos aos trambolhões de um livro ao seu lado.
Agora, ela já não reconhecia a sala de jantar. O elefante estava equilibrado, em cima de uma mesa de café, a fazer malabarismos com os pratos do melhor serviço. Os macacos tinham arrancado as cortinas e feito delas capas. E os coelhos mordiscavam as pernas da mesa.
— Parem! — gritou Mina. — Voltem para os vossos livros! — Mas havia tantos latidos e grunhidos e passos pesados, que ninguém a ouviu falar. Mina pegou no coelho que estava mais perto dela e tentou metê-lo dentro de um livro de cozinha, mas ele assustou-se tanto, que se contorceu, escapou-se-lhe das mãos e fugiu. Ela abriu outro livro, de onde saíram quatro patos a voar. Voltou a fechá-lo. — Isto não vai resultar — disse Mina. — Não sei a que livro pertence cada um deles. — Pensou por um minuto. — Já sei — disse ela. — Vou perguntar a todos onde pertencem.
Começou por uma criatura estranha que não reconhecia de todo. — Quem és tu? — perguntouela. — A é de Aardvark! — disse o animal, zangado, e afastou-se à procura do livro do Alfabeto.
Ela encontrou um lobo a chorar debaixo da mesa da sala de jantar e perguntou-lhe onde é que ele pertencia. — Não me recordo se sou do Capuchinho Vermelho ou dos Três Porquinhos! — disse ele a chorar e assoou-se à toalha da mesa. Mas Mina não podia ajudá-lo, porque nunca lera nenhuma das histórias.
Então teve outra ideia. Agarrou no livro que estava mais perto de si e começou a ler em voz alta. — Era uma vez — começou Mina. — Numa terra muito, muito distante…
Devagar, os animais pararam de saltar e de uivar e de falar depressa e de conversar. Aproximaram-se dela para ver o que ia acontecer. Passado pouco tempo, estavam todos sentados em círculo à sua volta, a ouvi-la ler.
Quando Mina chegou ao cimo da segunda página, os porcos que estavam no círculo levantaram-se de um pulo. — Somos nós! — gritaram eles — E a nossa página! Esse é o nosso livro! — Saltaram do círculo, pularam para o colo de Mina e desapareceram dentro dele. Mina fechou-o, antes que eles pudessem pular outra vez cá para fora.
Pegou noutro livro de histórias. Um a um, começou a ler todos os seus livros. E, um a um, os animais encontraram o livro a que pertenciam.
Por fim, ficou na sala apenas um coelhinho vestido com um casaquinho azul. Mina agarrou no livro devagar. Era A História de Pedro Coelho (The Tale of Peter Rabbit, em inglês), — Talvez eu possa ficar com este coelho para mim — pensou ela. Estava a começar a sentir-se sozinha, agora que todos se tinham ido embora.
Mas o coelho ficou à frente de Mina, apoiando-se ora numa pata, ora noutra, nervoso, mexendo o nariz peludo. Estava ansioso por regressar a casa. Então, com um grande suspiro, Mina abriu o último livro. O coelho saltou lá para dentro, abanou a cauda e desapareceu.
A casa ficou em silêncio. O Max estava sentado em cima de uns livros, a lavar a cara. Mina suspirou: — Nunca mais vou voltar a ver aqueles coelhos! — disse ela.
Em seguida reparou que os livros ainda ali estavam, à sua volta. Começou a sorrir.
Quando os pais chegaram a casa nessa tarde, custou-lhes a acreditar no que estavam a ver. Não era por as cortinas terem desaparecido e por os pratos estarem partidos, e as pernas da mesa, roídas. Mas sim porque ali mesmo, no meio da sala, estava Mina. E estava a ler um livro.
Lisboa Terramar.
Refletindo sobre o texto:
1- Por que a menina odiava os livros?
2- O que aconteceu na casa da menina para que os personagens saíssem dos livros?
3- Qual foi o 1º livro que fez com que a menina conseguisse devolver cada um dos personagens para a sua história?
 ( ) O lobo e os 7 cabritinhos.
 ( ) Os 3 ursos e cachinhos dourados.
 ( ) Os 3 porquinhos.
4- Quando os pais voltaram pra casa, ficaram assustados. Por quê?
5- Você se considera igual a menina do começo da história? Explique.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Internet:
- A MENINA QUE DETESTAVA LIVROS.
 Texto obtido em contadoresdestórias.wordpress.com 
Categoria: Conto. 
Data de Acesso: 02/11/2020 às 20h:30m
- A PORTA / VINICIUS DE MORAES
Texto obtido em: www.viniciusdemoraes.com.br 
Categoria: Poema.
 Data de Acesso: 03/11/2020 às 19h:10m
- FÁBULA: O LEÃO E O RATO
Texto obtido em: www.pensador.com 
Categoria: Fábula.
Data de Acesso: 04/11/2020 às 14h.
- O HOMEM E A GALINHA.
Texto obtido em: armazemdetexto.blogspot.com 
Categoria: Conto.
Data de Acesso: 04/11/2020 ás 22h:40m
- O MENINO QUE DESCOBRIU AS PALAVRAS.
Texto obtido em: www.saraiva.com.br 
Categoria: Poema.
Data de Acesso: 03/11/2020 ás 17h

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