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1 Introdução à Ciência e Tecnologia dos Materiais Falhas – Capítulo 8 Cursos de Graduação em Engenharia de Produção, Mecânica , Civil e Elétrica Internet ATENÇÃO O CONTEÚDO AUDIOVISUAL DESTA AULA É EXCLUSIVO PARA FINS ACADÊMICOS, ESTANDO PROTEGIDO PELAS LEIS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL. PROIBIDA A SUA CESSÃO OU OUTRA FORMA DE UTILIZAÇÃO NÃO AUTORIZADA 2 Por que estudar? O projeto de uma estrutura ou componente exige que o engenheiro minimize a possibilidade de ocorrer uma falha. Isto exige o conhecimento das diferentes modalidades de falha (fratura, fadiga e fluência) e dos princípios apropriados de projeto que podem ser empregados para prevenir estas falhas durante o serviço. Uma das hipóteses para a causa do naufrágio do navio Titanic, que colidiu com um iceberg durante sua viagem inaugural entre a Europa e os Estados Unidos em 1912, seria a fragilidade do seu aço nas águas frias do atlântico norte. 3 Introdução A falha é quase sempre um evento indesejável por diversos motivos: vidas humanas colocadas em risco, perdas econômicas e interferência com a disponibilidade de produtos e serviços. Causas usuais: seleção e processamento não apropriados e projeto inadequado do componente ou sua má utilização. É responsabilidade do engenheiro antecipar e planejar, considerando possíveis falhas e, no caso de uma falha ocorrer, avaliar a causa e tomar as providências apropriadas contra futuros incidentes. Fratura 4 Fundamentos da fratura Fratura simples: separação de um corpo em duas ou mais partes em resposta à aplicação de uma tensão de natureza estática (constante ou que varia lentamente com o tempo) e em temperaturas baixas em relação à temperatura absoluta de fusão do material. Natureza da tensão aplicada: tração, compressão, cisalhamento ou torção. Classificação da fratura em dúctil ou frágil: baseada na habilidade de um material se deformar plasticamente. Fundamentos da fratura Dúctil Frágil Deformação T e n s ã o 5 Fundamentos da fratura Perfis de fratura em tração: (a) Fratura altamente dúctil, onde a amostra tem estricção até um único ponto; (b) Fratura moderadamente dúctil após alguma estricção e (c) Fratura frágil sem qualquer deformação plástica. Ex.: Metais extremamente macios a temperatura ambiente (Au, Pb) Situação mais comum para metais dúcteis Fundamentos da fratura Qualquer processo de fratura envolve duas etapas: formação e propagação de trincas. OO modomodo dada fraturafratura éé altamentealtamente dependentedependente dodo mecanismomecanismo dede propagaçãopropagação dada trincatrinca. A fratura dúctil é quase sempre preferível por 2 motivos: 1 – A presença de deformação plástica dá um alerta de que a fratura é iminente, permitindo a tomada de medidas preventivas; 2 – É necessária mais energia para induzir a fratura dúctil, uma vez que os materiais dúcteis são, em geral, mais tenazes. 6 Comportamento Geral Os polímeros, por sua vez, podem exibir ambos os tipos de fratura. Material Metálico (comportamento dúctil) Material Cerâmico (comportamento frágil) Fratura dúctil É caracterizada por uma extensa deformação plástica na vizinhança de uma trinca que está avançando. Trincas estáveis: resistem ao crescimento adicional, a menos que exista aumento na tensão aplicada. O processo prossegue de maneira lenta, a medida que o comprimento da trinca aumenta. Normalmente, a superfície da fratura revela uma deformação generalizada apreciável. 7 Fratura dúctil Em geral, o processo de fratura ocorre em vários estágios: (a) Empescoçamento; (b) Surgimento de pequenas cavidades no interior da seção transversal; (c) Coalescimento dos vazios com continuação da deformação, formando uma trinca elíptica; (d) Propagação da trinca na direção paralela ao seu eixo principal (pelo coalescimento de microvazios); (e) A fratura ocorre pela rápida propagação da trinca ao redor do pescoço, por cisalhamento. Fratura dúctil Início da fratura na região central do corpo de prova. Fonte: Prof. Marcos Pereira 8 Formação e coalescimento de microcavidades durante a deformação. Fonte: Prof. Marcos Pereira Fratura dúctil Fratura dúctil = fratura taça e cone A região central interior da superfície possui aparência irregular e fibrosa. Microfratografias de corpos de prova de aço AISI 321 obtidas após ensaios de corrosão sob tensão. Fonte:SCHVARTZMAN, M.M.A.M.; MATIAS, Adalberto and CRUZ, J.R.B.. Avaliação da corrosão sob tensão em aço inoxidável AISI 321 em ambiente de reator nuclear. Matéria (Rio J.) [online]. 2010, vol.15, n.1, pp. 40-49. ISSN 1517-7076. 9 Fratura frágil Ocorre sem qualquer deformação apreciável. As trincas se propagam de maneira extremamente rápida, acompanhadas por pouquíssima ou nenhuma deformação plástica, gerando situações catastróficas. Trincas instáveis: Uma vez iniciada, a propagação da trinca irá continuar espontaneamente sem o aumento da tensão aplicada. A direção do movimento da trinca é aproximadamente perpendicular à direção da tensão aplicada e produz uma superfície relativamente plana. Fratura frágil Aparência da fratura: granular e brilhosa. Ensaio de tração: fratura frágil. Fonte: Laboratórios TORK. 10 Transição dúctil-frágil A temperatura influencia muito a resistência de alguns materiais, fazendo com que materiais normalmente dúcteis fraturem de maneira frágil. Ensaio de impacto: uma de suas principais funções é determinar se um material apresenta ou não uma transição dúctil frágil. Utiliza condições para representar situações severas em relação à possibilidade de ocorrer a fratura: 1 – Baixa temperatura de deformação; 2 – Taxa de deformação elevada; 3 – Estado triaxial de tensão (introduzido pela presença do entalhe). 11 Corpo de prova Martelo Posição Inicial Escala Final do balanço Bigorna Ponteiro (a) Corpo de prova utilizado nos ensaios de impacto. (b) Desenho esquemático de um equipamento utilizado para ensaios de impacto. O martelo é liberado de uma altura (h) e atinge o corpo de prova. A energia consumida na fratura é refletida na diferença entre h e a altura do balanço (h’). Transição dúctil-frágil A transição dúctil- frágil está relacionada à dependência da absorção de energia de impacto medida em relação à temperatura. 12 Transição dúctil-frágil Para muitas ligas existe uma faixa de temperaturas ao longo da qual ocorre esta transição. Isto dificulta a determinação de uma temperatura única de transição. Talvez a temperatura de transição mais conservadora seja aquela para a qual a superfície de fratura se torna 100% fibrosa. As estruturas construídas a partir de ligas que exibem este comportamento devem ser usadas somente em temperaturas acima da temperatura de transição, a fim de evitar falhas frágeis e catastróficas. Transição dúctil-frágil Metais de baixa resistência (CFC e HC) Aços de baixa resistência (CCC) E n e rg ia d e I m p a c to Temperatura Materiais de alta resistência 13 Ruptura de uma ponte metálica no Canadá, ocorrida em 1951. A estrutura rompeu de forma frágil numa noite de inverno (-30ºC), num momento em que a ponte não estava sequer submetida a uma grande solicitação. Transição dúctil-frágil Transição dúctil-frágil Um navio-tanque que fraturou de maneira frágil pela propagação de uma trinca ao redor do seu casco. 14 “No dia 28 de janeiro de 1986, durante sua fase de decolagem, a nave explodiu e matou sete tripulantes, em apenas 73 segundos após seu lançamento. A desintegração começou quando um equipamento do lado direito do foguete falhou em pleno ar. O defeito permitiu que o gás quente de dentro do motor alcançasse a parte externa e invadisse um anexo de ferragens e do tanque de combustível externo. Isso levou à separação do anexo do lado direito e a uma falha estrutural no tanque externo. Rapidamente, forças aerodinâmicas destruíram a nave.” http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2014/01/encontradas-fotos-ineditas-do-acidente-do-onibus-espacial-challenger.htmlÔnibus espacial Challenger Fadiga 15 Fadiga É uma forma de falha que ocorre em estruturas sujeitas à tensões dinâmicas e oscilantes (tensões cíclicas), após um tempo considerável de serviço. Ex: pontes, aeronaves, bombas, hélices, navios e componentes de máquinas. A falha por fadiga ocorre para um nível de tensão substancialmente inferior ao LRT ou limite de escoamento para uma carga estática. A fadiga representa 90% de todas as falhas dos metais. Polímeros e cerâmicos (com exceção dos vidros) também estão sujeitos a este tipo de falha. Falha catastrófica e traiçoeira: Mesmo nos metais normalmente dúcteis, a falha por fadiga é de natureza frágil, ou seja, existe pouca ou nenhuma deformação plástica generalizada antes da falha. Acidente ocorrido na Áustria em 1875 e provocado por fadiga nas rodas da locomotiva. (Fonte: Prof. Marcos Pereira) 16 Fadiga em Fuselagem: após 89.000 ciclos de decolagem/pouso: pressurização/despressurização Fadiga: tipos de tensões cíclicas CICLO DE TENSÕES ALTERNADAS CICLO DE TENSÕES REPETIDAS VARIAÇÃO ALEATÓRIA Tensão média: Amplitude da tensão: 17 Fadiga: tipos de tensões cíclicas Exemplo de caso onde a tensão varia aleatoriamente com o tempo: asas de um avião. O ensaio de fadiga Objetivo: É utilizado para determinar limites de tensão e tempo de uso de componentes ou peças. Aplicações: é extensamente utilizado na indústria automobilística e, em particular, na indústria aeronáutica, existindo desde ensaios em pequenos componentes até estruturas completas, como asas. Método da tensão constante: consiste em submeter o corpo de prova padronizado a um ciclo de tensões, com tensão máxima relativamente grande (≈2/3 do LRT estático ou ¾ da σesc), contando-se o número de ciclos até a falha. O mesmo é feito com outros corpos de prova, empregando-se valores de tensão máxima progressivamente menores, até níveis em que não ocorra mais a fratura para ciclos acima do especificado. 18 O ensaio de fadiga Tensão pode ser de qualquer natureza: tração-compressão, torção (carga rotativa), flexão (dobramento). Resultado: curva σ x N, onde os dados de tensão (σa, σmáx ou σmín) são plotados em função do logaritmo do número de ciclos (N) até a falha, para cada um dos corpos de prova de um mesmo material (com condições idênticas de tratamento térmico, acabamento superficial e dimensional). O ensaio de fadiga Corpos de prova rompidos após os ensaios de fadiga. Fonte: Bruno Allison Araújo, Antonio Almeida Silva, Marconi Andrade Farias. ANÁLISE DE RESULTADOS EXPERIMENTAIS DE ENSAIOS EM CORPOS DE PROVA DE FADIGA EM MATERIAIS PARA DUTOS API 5L X60. 4º PDPETRO, Campinas, SP. 21-24 de Outubro de 2007. 19 A curva σ-N Dois tipos de comportamento possíveis; ↑tensão ↓número de ciclos suportado antes da falha; Ciclos até a falha (N) Limite de resistência à fadiga A m p li tu d e d a te n s ã o ( σ ) A m p li tu d e d a te n s ã o ( σ ) Ciclos até a falha (N) σ1 Resistência à fadiga em N1 ciclos Vida em fadiga para a tensão σ1 1 2 A curva σ-N: Comportamento 1 Limite de resistência à fadiga: nível de tensão limite abaixo do qual a falha por fadiga não irá ocorrer. Materiais que exibem este comportamento: algumas ligas ferrosas e ligas de titânio. Para muitos aços, o limite de resistência à fadiga varia entre 35% e 60% do LRT. 20 A curva σ-N: Comportamento 2 A curva não exibe limite de resistência a fadiga, ou seja, a curva continua sua tendência decrescente para maiores valores de N. Maioria das ligas não ferrosas exibe este comportamento: ligas de alumínio, cobre e magnésio, por exemplo. Resistência à fadiga: nível de tensão no qual a falha irá ocorrer para algum número de ciclos específico. Vida em fadiga: número de ciclos necessário para causar a falha sob um nível de tensão específico. Iniciação e propagação de trincas O processo de falha por fadiga é caracterizado por três etapas distintas: 1 – Iniciação da trinca: ocorre em algum ponto de baixa resistência local ou de alta concentração de tensão, quase sempre na superfície do componente. Exemplos: cantos vivos, riscos e trincas superficiais, degraus de escorregamento, fios de rosca, defeitos (inclusões, contornos de grão, porosidade acentuada, pontos de corrosão), etc. 2 – Propagação da trinca (fenômeno lento): a trinca avança conforme o número de ciclos aumenta, como consequência de uma deformação plástica localizada, resultante da concentração de tensão. 3 – Falha catastrófica (fenômeno rápido): ocorre rapidamente após a trinca ter atingido um tamanho crítico. 21 Iniciação e propagação de trincas Iniciação e propagação de trincas Aspecto macroscópico da falha por fadiga. Região de propagação estável (lenta) da trinca Região de falha rápida (propagação instável da trinca) 22 Fatores que alteram a vida em fadiga 1 - Tensão média O aumento do nível médio de tensão diminui a vida em fadiga. Fatores que alteram a vida em fadiga 2 - Efeitos da superfície Em muitas situações comuns de aplicação de carga, a maioria das trincas que levam à falha por fadiga tem origem na superfície, que é, em geral, o local do componente ou da estrutura submetido à tensão máxima. Sendo assim, a vida em fadiga é sensível às condições e configurações da superfície do componente. 23 Fatores que alteram a vida em fadiga 2 - Efeitos da superfície Podemos dividir os fatores que afetam a superfície de um corpo de prova em três categorias: Rugosidade da superfície Variações na resistência à fadiga na superfície (tratamentos superficiais) Variações na tensão residual na superfície Fatores que alteram a vida em fadiga a) Variáveis de projeto: o projeto deve evitar (quando possível) descontinuidades geométricas (riscos, furos, sulcos, fios de rosca) ou introduzir modificações para eliminar mudanças bruscas no contorno (cantos vivos), onde a concentração de tensão é severa. Adoçamento Demonstração de como o projeto pode reduzir a concentração de tensão. (a) Projeto ruim: canto vivo. (b) Projeto bom: o tempo de vida em fadiga é melhorado pelo adoçamento. 24 Fatores que alteram a vida em fadiga b) Tratamentos de superfície Polimento: melhora o acabamento da peça, eliminando pequenos riscos e sulcos resultantes da usinagem. Aumenta significativamente a vida em fadiga. Superfícies mal acabadas funcionam como microentalhes. Endurecimento superficial: aumenta a dureza superficial e a vida em fadiga das ligas de aço, através de tratamentos termoquímicos. Ex: carbonetação ou nitretação: aumentam a dureza superficial e induzem tensões compressivas na superfície. Fatores que alteram a vida em fadiga Imposição de tensões residuais compressivas em uma fina camada da superfície externa, por meio de deformação plástica localizada, a fim de compensar parcialmente as tensões trativas de origem externa e evitar a formação de trincas. Ex: Jateamento (shot peening). Utiliza projéteis duros com diâmetro entre 0,1 e 1 mm com alta velocidade contra a superfície a ser tratada. Induz tensão compressiva a uma profundidade entre ¼- ½ do diâmetro do projétil. Aço jateado Aço normal 25 Fatores que alteram a vida em fadiga c) Fadiga térmica: induzida por temperaturas elevadas, pela flutuação das tensões térmicas. Estas tensões são originadas pelas impossibilidades de expansão ou contração dos componentes estruturais, em função da variação da temperatura.Tensões mecânicas externas não precisam estar necessariamente atuando. Magnitude da tensão resultante de uma mudança de T: σ= E.α.∆T d) Fadiga associada à corrosão: ruptura que ocorre pela ação simultânea de tensões mecânicas cíclicas e ataque químico. Fluência 26 Fluência É definida como a deformação plástica (permanente) e dependente do tempo e da temperatura dos materiais quando eles são submetidos a cargas estáticas. É indesejável e diminui o tempo de vida útil de uma peça. Todos os tipos de materiais estão sujeitos a este tipo de falha. Para os metais, a fluência se torna importante apenas para temperaturas acima de 0,4 Tf (temperatura absoluta de fusão). O ensaio de fluência Consiste em submeter o corpo de prova a uma carga constante (tensão estática), mantendo também uma temperatura constante. O objetivo é avaliar o comportamento sob essas condições. Para os materiais metálicos é aplicada uma carga de tração uniaxial constante ao longo do tempo. O corpo de prova possui as mesmas dimensões daquele utilizado no ensaio de tração. Para materiais frágeis, os ensaios de compressão uniaxiais oferecem melhores resultados. Nesse caso, os corpos de prova consistem em cilindros ou paralelepípedos, com razões diâmetro-comprimento entre 2 e 4, aproximadamente. 27 O ensaio de fluência Aplicações: materiais empregados em instalações de refinarias petroquímicas, usinas nucleares, indústria aeroespacial, tubulações, turbinas, etc. O ensaio de fluência não constitui um ensaio de rotina, devido ao grande tempo necessário para a sua realização. Por esse motivo, foram desenvolvidas técnicas de extrapolação dos resultados para longos períodos e ensaios alternativos em condições severas. O ensaio de fluência O tempo de aplicação da carga é principalmente em função da esperada vida útil do componente que será fabricado com o material ensaiado. 28 Comportamento geral da fluência Resultado do ensaio: Curva εxt Comportamento típico da fluência sob carga constante em metais. 1- Fluência primária: a taxa de fluência decresce continuamente com o tempo (inclinação diminui), devido ao encruamento. 2- Fluência secundária (fluência em regime estacionário): taxa de fluência constante, devido ao equilíbrio entre os fenômenos de encruamento e recuperação. 3- Fluência terciária: aceleração na taxa de fluência. A ruptura ocorre como resultado de alterações microestruturais (separação de contorno de grão, formação de trincas e vazios no material). Essencialmente elástica ∆ε/∆t = Taxa mínima de fluência Comportamento geral da fluência Principais etapas do processo de fratura a temperaturas elevadas: formação de microcavidades nos contornos de grão (principalmente em pontos triplos), aumento das microcavidades e formação de microtrincas, coalescimento das microtrincas e a consequente formação de uma macrotrinca. Micrografias por MEV de uma tubulação de vapor superaquecido que sofreu fluência. (ABNT/SAE 1018) 29 Classificação dos ensaios de fluência Ensaio de fluência (convencional): utiliza de artifícios para estimar a vida útil do material. Adequado no projeto de componentes para aplicações de longa duração (várias décadas). O parâmetro predominante é a taxa mínima de fluência. Ex.: peças para reatores nucleares. Ensaio de ruptura por fluência: segue até a ruptura do corpo de prova. Aplicado em situações onde os componentes tem vida relativamente mais curta. O parâmetro predominante é o tempo de ruptura. Ex.: lâminas de turbinas para motores a jato. Influência da tensão e da temperatura ↑tensão ou ↑temperatura: - ↑deformação instantânea; - ↑ taxa de fluência em regime estacionário; - ↓tempo de vida até a ruptura. D e fo rm a ç ã o p o r fl u ê n c ia Tempo Abaixo de 0,4Tf: após a deformação inicial, a deformação é independente do tempo. Influência da tensão (σ) e da temperatura (T) sobre o comportamento da fluência. 30 Fatores que alteram a vida em fluência Temperatura de fusão: em geral, quanto maior a temperatura de fusão, maior o módulo de elasticidade e melhor resistência à fluência. Tamanho do grão: grãos menores permitem maior escorregamento dos contornos, o que resulta em maiores taxas de fluência. Desta forma, quanto maior o tamanho do grão melhor será a resistência à fluência. Fatores que alteram a vida em fluência Influência do tamanho de grão cristalino na fluência de uma liga Zn-22%Al (%massa). Temperatura do ensaio: 220ºC. 31 Referências Callister Jr, W.D. (2008) Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 7a ed. Rio de Janeiro. LTC Editora. 705 p. Van Vlack, Lawrence H. Princípios de ciência dos materiais. Tradução de Luiz Paulo Camargo Ferrão. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. 427p. Askeland, D. R.; Fulay, P. P.; Wright, W. J. (2011) The science and engineering of materials. 6ª ed. USA: Cengage Learning. 949 p.
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