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EM_LIVRO REVISIONAL_VOL 02_SOCIOLOGIA PROFESSOR

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Livro de Revisão 2
Sociologia
Oldimar Pontes Cardoso
©Editora Positivo Ltda., 2017 
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) 
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
C268 Cardoso, Oldimar Pontes.
 Sociologia : livro de revisão / Oldimar Pontes Cardoso. – 
Curitiba : Positivo, 2017.
 v. 2 : il.
 ISBN 978-85-467-1707-1 (aluno)
 ISBN 978-85-467-1696-8 (professor)
 1. Ensino médio. 2. Sociologia – Estudo e ensino. I. Título.
CDD 373.33
Livro do ProfessorLivro do Professor
Ensino Médio
 • Alfred Louis Kroeber (1876-1960), antropólogo estadunidense, preocupou-se em analisar a diferença entre o orgâ-
nico e o cultural. Para Kroeber, a cultura se define por si mesma, ou seja, não depende de fatores biológicos ou 
naturais. 
 – Teoria do Ponto Crítico – a evolução biológica humana teria propiciado, em seu estágio último, a produção de 
cultura, por meio das habilidades de abstração, comunicação, aprendizado, etc.
 • Leslie White (1900-1975), antropólogo estadunidense, afirmava que a cultura surgiu no momento em que o ser 
humano se tornou capaz de produzir símbolos, sendo a linguagem o principal deles. A cultura é a capacidade de 
criar, definir e atribuir significados a coisas e acontecimentos. 
 • Claude Lévi-Strauss (1908-2009), antropólogo francês, analisou que a 
criação de regras (de organização de parentesco, por exemplo) permitiu o 
surgimento do pensamento simbólico (a linguagem, a religião, as formas 
de classificar o mundo, etc.). 
 • Clifford Geertz (1926-2006), antropólogo estadunidense, acreditava que 
a cultura é formada por “teias de significados” criadas pelas sociedades. 
1. Faces da cultura 
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Diz respeito à pluralidade de formas de vida. Cada uma 
dessas formas deve ser compreendida, entendida e 
valorizada de acordo com suas especificidades.
Não é algo natural nem imutável, mas uma dimensão 
proveniente de uma série de experiências humanas e da 
sua interação com a natureza e a sociedade.
A cultura dos indivíduos e dos grupos interage com o 
meio em que estão inseridos. 
A cultura, como forma de atuar e forma de pensar, 
orienta, mas não determina, as opções dos indivíduos e 
dos grupos. Portanto, as culturas humanas não são fixas; 
são dinâmicas e se transformam com o tempo e com a 
interação com outras culturas.
 Cultura erudita versus cultura popular: a cultura erudita é produzida 
pelos grupos econômicos e politicamente dominantes da 
sociedade. A cultura popular é produzida pelo povo, podendo ser 
apropriada pelos grupos dominantes. Na foto à esquerda, cena da 
ópera Manon Lescaut, do compositor Giacomo Puccini; à direita, 
registro do Festival Parintins de 2015.
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Ruth 
Benedict 
(1887-1948): 
cultura como 
lentes que 
utilizamos 
para ler o 
mundo.
Etnocentrismo: estranhamento diante 
de culturas distintas, atitude que pode 
desencadear atos preconceituosos e até 
mesmo hostis em relação a outras culturas. 
Relativismo cultural: atitude antropológica em 
que um indivíduo ou um grupo “relativiza”, ou 
seja, questiona os próprios valores culturais, 
para entender e compreender os valores 
culturais de outro indivíduo ou grupo. 
beleza denominado pé de lótus, que pode ser observado na tradição 
chinesa. Para que os pés não cresçam muito (entre 7 cm e 10 cm de 
comprimento apenas), as mulheres os enfaixam desde muito jovens. 
Nessa imagem, veem-se mulheres chinesas do grupo Bound Feet 
Women Dancing Team (em tradução livre, Grupo de Dança Mulheres 
dos Pés Atados), Província de Yunnan, China, 2007.
 Geertz, em seu livro A interpretação das culturas (1973), 
apresentou a noção interpretativa da cultura por meio 
das “teias de significados”. 
 Conforme a visão 
etnocêntrica e 
universalista de 
cultura da antropóloga 
estadunidense Ruth 
Benedict (1887-1948), 
cada cultura tem 
“padrões” próprios, ou 
seja, singularidades 
e particularidades 
próprias. Um exemplo 
é o antigo padrão de 
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2 Livro de Revisão 2
Sociologia
1. (UEM – PR) Acerca das teorias modernas sobre o con-
junto de fenômenos produzidos por coletivos humanos e 
associados à noção antropológica de “cultura”, é correto 
afirmar que:
01) Trata-se de um tipo de expressão humana que 
indica claramente a superioridade de uma popula-
ção em relação a outras, dado que existem culturas 
civilizadas e culturas primitivas.
X 02) As culturas humanas podem ser consideradas 
padrões de comportamento, passados de geração 
a geração, associados à tecnologia e ao modo de 
produção, às organizações social, religiosa, política 
e econômica de uma dada população.
X 04) A cultura humana é produto da elaboração criativa 
da mente humana sobre o mundo que nos cerca.
X 08) A cultura permite a adaptação de um determinado 
grupo humano ao meio no qual se insere.
X 16) A cultura corresponde a um conjunto de mecanis-
mos, regras, planos, instruções e outros elementos 
dessa categoria que orientam nosso comportamento.
 Somatório: 30 (02 + 04 + 08 + 16)
2. (UEM – PR)
Eles recusam-se a matar as vacas e comer sua 
carne porque, para eles, a vaca é um símbolo re-
ligioso da vida. Calendários de parede por toda a 
Índia rural exibem lindas mulheres com corpos de 
vacas brancas e gordas, com leite jorrando de suas 
tetas. As vacas podem andar pelas ruas, defecar 
nas calçadas, parar para ruminar em cruzamentos 
engarrafados ou em trilhos de trem, fazendo com 
que o trânsito pare completamente. 
BRYM, R. et al. Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São 
Paulo: Thomson Learning, 2006. p. 84. 
 A partir do texto acima e das discussões antropológicas 
sobre o etnocentrismo, o relativismo e a diversidade cul-
tural, é correto afirmar que:
01) A superproteção das vacas na Índia a partir do pres-
suposto de que se trata de um animal sagrado é 
claramente um sinal do atraso dessa cultura em 
relação às culturas ocidentais. 
02) O respeito a outras culturas é viável desde que isso 
não atrapalhe o desenvolvimento mundial. Nesse 
caso, os interesses ocidental, capitalista, devem 
prevalecer sobre as práticas culturais locais. 
X 04) A sacralidade das vacas na Índia está relacionada a 
um complexo e coerente sistema cultural e, por isso, 
merece ser respeitada como qualquer outra expres-
são coletiva, e reconhecida como legítima. 
X 08) O relativismo é a atitude metodológica que o pes-
quisador deve assumir quando pretende desenvolver 
um trabalho coerente com as premissas da antropo-
logia contemporânea. 
X 16) O etnocentrismo é a atitude diante de culturas dis-
tintas que implica o julgamento das mesmas a partir 
dos valores culturais do observador. Isso acarreta 
uma impossibilidade de compreensão e a distorção 
dos valores culturais observados.
 Somatório: 28 (04 + 08 + 16)
3. (UEM – PR) Considerando as concepções antropológicas 
de cultura, é correto afirmar que:
X 01) a cultura, por meio dos processos de socialização 
e de produção de sentidos para o mundo social e 
natural, condiciona a visão de mundo dos seres 
humanos a ponto de fazê-los acreditar que o seu 
modo de vida é o único “bom”, “adequado”, “belo” 
ou “correto”. A antropologia chama esse fenômeno 
de Etnocentrismo. 
X 02) as diferenças de sexo e de idade, bem como de 
especialização em relação a habilidades e à realiza-
ção de tarefas, levam os membros de uma mesma 
cultura a vivenciá-la diferentemente. 
X 04) a cultura pode interferir no funcionamento da fisio-
logia dos organismos humanos e pode até influen-
ciar a morte ou a sobrevivência dos membros de um 
determinado sistema cultural. 
08) há, no presente, culturas humanas que podem ser 
consideradas pré-lógicas porque seus membrosnão 
conseguem alcançar o desenvolvimento pleno de 
suas capacidades artísticas e intelectuais, tal como 
é verificado nas grandes civilizações. 
X 16) as culturas humanas são dinâmicas. Por isso, trans-
formam-se a partir de si mesmas, da passagem do 
tempo e do contato com outras culturas.
 Somatório: 23 (01 + 02 + 04 + 16)
3
4. (UEM – PR) Assinale o que for correto sobre as culturas 
erudita e popular. 
X 01) Cultura popular pode ser definida como sinônimo de 
cultura do povo, ou seja, uma prática própria de gru-
pos subalternos da sociedade.
X 02) Os produtores da cultura erudita fazem parte de uma 
elite política, econômica e cultural. Ela é transmitida, 
legitimada e confirmada por diversas instituições 
sociais. 
04) Os produtores das culturas erudita e popular gozam 
de prestígio semelhante na sociedade.
08) Os fatos folclóricos reproduzem a cultura dos cír-
culos eruditos e das instituições que se dedicam à 
renovação e à conservação dos patrimônios cientí-
fico e artístico.
16) As expressões “cultura popular” e “cultura erudita” 
designam dois conjuntos coerentes e internamente 
homogêneos, no que se refere às suas práticas. 
 Somatório: 03 (01 + 02)
2. Diversidade cultural 
Corresponde à visão pluralista de cultura, ou seja, a singularidade de cada cultura deve ser respeitada pelos respec-
tivos Estados nacionais com os quais essas culturas dialogam.
Diversidade 
cultural 
brasileira 
Identidade nacional: elementos incorporados 
à nação, da qual se tornam símbolos nacionais 
(história, heróis nacionais, bandeira, hino nacional).
Identidades regionais: diferentes formas de 
identidades locais que resistiram à tentativa de 
homogeneização.
 • Alteridade: reconhecimento do outro, daquele 
que é diferente. 
 • Multiculturalismo: valorização das identidades 
culturais distintas e diversas.
Conflitos étnico-raciais no Brasil 
Racismo é a crença na inferioridade de um grupo ou de uma cultura com base em supostas explicações biológicas. 
Trata-se de um processo de estigmatização, que classifica hierarquicamente os hábitos e/ou as formas de pensar de um 
grupo. 
Questão afro-brasileira 
Oracy Nogueira (1917-1996)
 • Fez um estudo comparativo do preconceito no Brasil e nos Estados Unidos.
 • Propôs a noção de preconceito de origem (Estados Unidos) e de preconceito de marca (Brasil). Bastaria “uma 
gota de sangue negro” para que a pessoa fosse classificada como negra. 
Gilberto Freyre (1900-1987)
 • Afirmava poder existir uma convivência pacífica e harmônica entre etnias em virtude da miscigenação. 
Racismo dissimulado no Brasil 
Com a Constituição Federal de 1988, a sociedade brasileira passou a rediscutir com mais ênfase a questão do precon-
ceito racial. Gradualmente, a visão da chamada democracia racial começou a ser questionada. Lideranças de movimentos 
sociais e do movimento negro chamaram a atenção para o fato de que a democracia racial é um mito, pois, na verdade, 
dissimula o racismo. 
4 Livro de Revisão 2
Sociologia
Movimento negro e políticas 
afirmativas 
Direitos indígenas 
Um elemento-chave desses direitos é o reconheci-
mento das terras que, historicamente, os diversos grupos 
indígenas habitaram. Desde o início dos anos 2000, ocorre-
ram avanços significativos no reconhecimento dos direitos 
territoriais indígenas coletivos. 
Culturas urbanas 
 • Multiplicidade de identidades culturais urbanas. 
 • Destaque para a análise das culturas juvenis. O 
sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), no 
texto “A juventude é só uma palavra”, publicado em 
seu livro Questões de Sociologia, definiu juventude 
como uma categoria que representa distintas posi-
ções de níveis sociais e que é marcada por várias 
assimetrias: dimensão ética (valores compartilha-
dos) e dimensão estética (estilos de se vestir). 
1. (ENEM)
No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os fo-
liões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca 
em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o 
entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a popula-
ção desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, 
inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para 
assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir 
perfeitamente com os desfiles. 
PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, 
M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).
 Ticunas, Amaturá, Amazonas, 2011 
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 Em junho de 2010, o Senado brasileiro aprovou o Estatuto da 
Igualdade Racial. A aprovação desse Estatuto é resultado de uma 
série de ações do movimento negro e de políticas de inclusão social 
iniciadas entre o fim de 1990 e o ano 2000. Imagem de capoeiristas 
na praia da Piedade, em Salvador. 
Questão indígena 
 • Existem mais de 200 etnias indígenas no Brasil.
 • Os povos indígenas ocupam as cinco regiões brasileiras 
e concentram-se, em maior número, na Região Norte.
 As tribos urbanas, também chamadas de subculturas ou 
subsociedades, são um fenômeno característico das grandes cidades 
e refletem a cultura juvenil. São formadas por microgrupos, cujo 
objetivo é estabelecer redes de amigos com base em interesses 
comuns. Esses grupos têm pensamentos, hábitos e maneiras de se 
vestir semelhantes (punks, góticos, emos, etc.). A expressão “tribo 
urbana” foi criada pelo sociólogo francês Michel Maffesoli. Na imagem, 
grupo de cosplayers no Los Angeles Convention Center, 2016.
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 Manifestações culturais como o carnaval também têm 
sua própria história, sendo constantemente reinventadas 
ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, 
descrita no texto, mostra que o carnaval representava 
um momento em que as:
a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da 
celebração. 
b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realiza-
ção da festa fora dos clubes. 
c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das 
autoridades públicas. 
X d) tradições populares se transformavam em matéria de 
disputas sociais. 
e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por 
repudiarem tradições estrangeiras.
2. (UEM – PR) Leia o texto a seguir e assinale o que for 
correto sobre o tema da diversidade étnica. 
Na verdade, raça, no Brasil jamais foi um termo 
neutro; ao contrário, associou-se com frequência 
a uma imagem particular do país. Muitas vezes, 
na vertente mais negativa de finais do século XIX, 
a mestiçagem existente no país parecia atestar a 
falência da nação [...]. 
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo 
contrário: cor e raça na intimidade. In: NOVAIS, Fernando; 
SCHWARCZ, Lilia Moritz (Orgs.). História da Vida Privada no Brasil. 
Contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1998. p. 177. 
X 01) Vigorou no Brasil do século XIX uma visão elitista 
que privilegiava a cor branca e via na mistura de 
raças a causa de seu atraso. 
02) Os termos raça e etnia se equivalem. Ambos fazem 
referência à composição de grupos de pessoas com 
características fisiológicas e biológicas comuns. 
X 04) Os estudos centrados na noção de raça classificam 
a humanidade por meio da seleção natural e da 
organização genética. 
08) Por ser o Brasil o país com o maior número de negros 
e afrodescendentes depois do continente africano, 
não é pertinente discutir no Brasil o racismo. 
16) Nas décadas seguintes à abolição da escravatura, 
a integraçãodos negros à sociedade brasileira foi 
marcada pela adoção de mecanismos de inclusão 
que resultaram, recentemente, na implantação das 
chamadas políticas de ação afirmativa.
 Somatório: 05 (01 + 04)
3. (UNISC)
Em um contexto nacional em que o desenvolvi-
mento econômico é institucionalmente defendido 
como a solução para todos os males sociais, se faz 
necessário refletir sobre a forma como os indígenas 
são representados nos meios de mídia de massa 
na atualidade. A evidente emergência de discursos 
anti-indigenistas nestes meios tem consequência 
direta na vida destas coletividades, na forma como 
são tratadas cotidianamente pelas populações não 
índias, com as quais, inevitavelmente, convivem 
e compartilham espaços. Assim como nos séculos 
passados, não são poucos os episódios de perse-
guição a minorias autóctones e quilombolas no 
Brasil do século XXI. Há uma recorrência de ma-
nifestações anti-indigenistas, estas não se dão de 
forma regular, estável, mas oscilam, surgem entre 
extremos situados entre o esquecimento/apaga-
mento e o revisionismo/memória de uma constru-
ção de nação que destina um lugar aos indígenas 
apenas e tão somente no seu passado. 
(PRADELLA, L. G.; ELTZ, D. Mídia de massa e anti-indigenismo no 
sul do Brasil do século XXI. In: RIO GRANDE DO SUL. Coletivos 
guaranis no Rio Grande do Sul. Assembleia Legislativa do Rio Grande 
do Sul/Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, 2010. p. 50.)
 I. O texto defende o fenômeno da aculturação para re-
solução e integração dos povos indígenas na socieda-
de nacional. 
 II. Segundo os autores, os meios de comunicação de 
massa são responsáveis pela fiscalização de políticas 
indigenistas, representando todos os pontos de vista 
em seus discursos midiáticos.
 III. Conforme o texto, a mídia, de forma recorrente, nega a 
atualidade dos direitos indígenas na nação brasileira. 
 IV. Para os autores, discursos anti-indigenistas baseiam-
-se na defesa do valor histórico das populações 
indígenas.
 Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I está correta.
X b) Somente a afirmativa III está correta. 
c) Somente as afirmativas I e IV estão corretas. 
d) Somente as afirmativas III e IV estão corretas. 
e) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
4. (UEM – PR) Os sociólogos consideram que o Carnaval 
é uma das mais importantes manifestações da cultura 
popular brasileira. Assinale o que for correto sobre a 
abordagem sociológica dessa festa popular. 
6 Livro de Revisão 2
Sociologia
01) A expressiva participação das camadas populares 
em festas como o Carnaval indica como, no Brasil, 
as desigualdades socioeconômicas não impedem o 
acesso das classes trabalhadoras às mais diversas 
manifestações culturais. 
X 02) Festas populares, como o Carnaval, possibilitam o 
encontro dos grupos, das classes sociais e das dife-
rentes etnias. 
X 04) A festa carnavalesca permite que papéis sociais sejam 
invertidos; contudo, essa inversão da vida diária não 
se sustenta para além do período carnavalesco. 
X 08) Por meio do Carnaval, a Sociologia consegue revelar 
as estruturas de uma sociedade altamente hierar-
quizada e marcada por definições de papéis que 
dificultam a mobilidade dos indivíduos. 
X 16) O Carnaval brasileiro foi apropriado pela indústria 
cultural e se tornou um espetáculo que movimenta 
milhões de reais para o setor do turismo, gerando 
empregos.
 Somatório: 30 (02 + 04 + 08 + 16)
5. (UEM – PR)
 A análise das culturas juvenis tem ocupado um espaço 
significativo na agenda dos estudos culturais contempo-
râneos. Sobre esse tema, assinale o que for correto: 
X 01) Do ponto de vista sociológico, as juventudes moder-
nas vivenciam processos heterogêneos de transição 
para a vida adulta que marcam diferentes formas de 
ser jovem. 
X 02) As culturas juvenis podem ser entendidas pelo pen-
samento sociológico como um conjunto de experiên-
cias expressas coletivamente mediante a construção 
de estilos de vida distintivos. 
04) Do ponto de vista sociológico, a noção de juventude 
é utilizada para descrever uma fase da vida na qual 
as pessoas ainda não estão preparadas para partici-
par da vida pública de uma sociedade. 
X 08) Na Sociologia contemporânea, a noção de juventude 
é marcada por várias assimetrias (geracionais, de 
classe, gênero, etnia, localidade etc.) que compõem 
uma multiplicidade de formas de sociabilidade. 
X 16) Do ponto de vista sociológico, a noção de juventude 
representa um marcador identitário que se constitui 
em relação às experiências vividas por outros grupos 
geracionais.
 Somatório: 27 (01 + 02 + 08 + 16)
6. (UEM – PR)
“Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), os 
Nambikquara são famosos na história da etnolo-
gia brasileira por terem sido contatados ‘oficial-
mente’ pelo Marechal Rondon e por terem sido 
estudados por Claude Lévi-Strauss. Atualmente, 
vivem em pequenas aldeias, nas altas cabeceiras 
dos rios Juruena, Guaporé e (antigamente) do 
Madeira. E, no último censo realizado pela Fun-
dação Nacional do Índio (Funai), em 2002, os 
Nambikquara somavam cerca de 1.331 indiví-
duos. Ainda conforme o ISA, no passado ocupa-
ram uma extensa região e se caracterizaram pela 
mobilidade espacial, mas atualmente habitam 
tanto o Cerrado quanto a Floresta Amazônica e as 
áreas de transição entre esses dois ecossistemas. 
Dotados de uma cultura material aparentemen-
te simples e de uma cosmologia e um universo 
cultural extremamente complexos, a cultura dos 
Nambikquara resiste, ao mesmo tempo em que se 
abre ao mundo.”
PANCETTI, Alessandra; ASSAD, Leonor. Os desafios de (d)escrever 
povos. Revista Eletrônica Comciência, nº 114, dez. 2009. Disponível 
em: <www.comciencia.br/comciemcia/handler.php?section=8&edição
=52&id=657>. Acesso em: 28 set. 2010.
 Considerando o texto acima e o tema diversidade étnica, 
assinale o que for correto.
01) Quanto mais desenvolvida a cultura material de um 
povo, mais complexa é sua organização simbólica.
02) A defesa do isolamento territorial e político é hoje 
uma das principais estratégias de preservação da 
cultura Nambikquara.
04) No Brasil, a efetivação dos direitos indígenas se deu 
por meio de processos pacíficos de demarcação de 
suas terras e de preservação de suas atividades 
produtivas.
08) No século XX, foram completamente sanados os 
altos índices de mortalidade indígena decorrentes 
de doenças epidêmicas, em razão do contato com 
pequisadores, missionários e viajantes.
X 16) Nas últimas décadas, o critério da autoidentifica-
ção étnica vem sendo o mais aceito pelos estu-
diosos da temática indígena, isto é, um grupo de 
pessoas pode ser considerado indígena se assim 
se denominar ou for denominado pela população 
que o cerca. 
7
3. A formação da globalização econômica
A Grande Guerra ou Primeira Guerra Mundial ocorreu entre 
os anos de 1914 e 1918. Ela foi levada a cabo por governantes 
que acreditavam que o conflito duraria apenas seis meses e 
acabaria com todos os problemas diplomáticos existentes na 
Europa, levando o continente a um longo período de paz. Entre-
tanto, a guerra não resolveu os problemas e causou outros que 
levaram à eclosão da Segunda Guerra Mundial. 
 Na fotografia, soldados da 4ª. divisão 
de campo australiana em solo francês.
• 1957 – Tratado de Roma: estabelecimento do Mercado Comum Europeu.
• 1970 – Criação de um Parlamento europeu.
• Capital: Bruxelas.
• Zona do Euro – implementada em 1999.
• As fronteiras da Europa desapareceriam?
• Haveria a formação de um grande Estado Nacional?
• Ocorreria a integração sem a dissolução dos Estados Nacionais?
• Efeitos da crise econômica iniciada em 2008.
• 2017 – Brexit.
• 2017 – Referendo pela autonomia da Catalunha.
• Grande número de refugiados que chegam à União Europeia. 
Fundação: 
1992
Questionamentos 
após a fundação
Origem
Fatos que 
colocam em risco 
a União Europeia
União 
Europeia
INTEGRAÇÃO: aumento
1. das relações entre os países; 
2. da circulação de dinheiro, 
mercadorias, serviços e pessoas.INTERDEPENDÊNCIA: a realidade po-
lítica, econômica e social de um país 
afeta a todos os demais em maior ou 
menor grau. 
HURLEY, Frank. Chateau Wood, Yprès. 1917. 
1 fotografia, p&b. Memorial de Guerra 
Australiano, Canberra. ©W
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8 Livro de Revisão 2
Sociologia
Enquanto na Europa, após o fim do conflito, o clima era de desolação e de crescimento dos partidos políticos 
extremistas, nos Estados Unidos reinava a euforia econômica. Como os Estados Unidos não sofreram ataques em seu 
território e produziram em larga escala para suprir os mercados europeus, o clima era de otimismo. 
Com o objetivo de evitar, ao fim da Segunda Guerra Mundial, a mesma conjuntura vivida pelo mundo ocidental 
após 1918, em 1944 foram estabelecidos os Acordos de Bretton Woods. Esses acordos determinaram a liberação 
gradual do comércio internacional e o estabelecimento de regras para a circulação internacional de dinheiro. A 
adoção do dólar como moeda universal e a liderança política e econômica dos Estados Unidos foram, a partir 
de então, o estopim para o processo de 
globalização econômica. Entre as decisões 
dos Acordos de Bretton Woods devem ser 
ressaltadas as criações do Banco Internacional 
para a Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), 
do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do 
Acordo Geral das Tarifas e Comércio (Gatt).
Estados Unidos: crise econômica de 1970
Medidas implantadas pelo presidente Richard Nixon para conter a crise:
 • Desvalorização do dólar;
 • Desvinculação do dólar ao ouro;
 • Taxação de 10% sobre o valor dos produtos estrangeiros. 
iderança política e econômica dos Estados Unidos foram, a partir 
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Após os Acordos de Bretton Woods, Estados 
Unidos e União Soviética lutaram pela 
supremacia mundial; o dólar substituiu 
o ouro como parâmetro para a cotação 
das moedas e das mercadorias.
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1. (ENEM)
O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo, 
entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o único que é importante –, 
pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das massas, 
isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego.
CROUZET, M. Os Estados perante a crise. ln: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1977 (adaptado).
 Tendo como referência os condicionantes históricos do entreguerras, as medidas governamentais descritas objetivavam
a) flexibilizar as regras do mercado financeiro.
b) fortalecer o sistema de tributação regressiva.
c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia.
d) racionalizar os custos da automação industrial mediante 
negociação sindical.
X e) recompor os mecanismos de acumulação econômica 
por meio da intervenção estatal.
Estados Unidos: crise econômica – 2008
Empréstimos 
sem garantia 
para o 
mercado 
imobiliário
Manipulação 
dos dados 
econômicos
Altos 
salários para 
banqueiros e 
especuladores 
financeiros
Crise 
econômica+ + + =
Desregulamentação 
do mercado 
financeiro
9
2. (UESC – BA)
Um sonho seduziu a Europa: o da nação euro-
peia. Os homens instruídos tomaram consciência 
de tudo o que os aproximava, humanismo antigo, 
cristianismo ou fundo de ideias que este legara 
e que impregnou todo o pensamento da época, 
mesmo o mais hostil, individualismo do Renas-
cimento, espírito científico moderno, formas de 
arte, vida em sociedade, técnicas, e constataram 
então a existência de uma entidade chamada Euro-
pa. Voltaire descreve-a da seguinte forma: ”... uma 
espécie de grande república dividida entre vários 
Estados, uns monárquicos, outros mistos, uns aris-
tocráticos, outros populares; todos, porém, corres-
pondem uns aos outros, todos possuem o mesmo 
fundo religioso e os mesmos princípios de direito 
público e de política, desconhecidos nas restantes 
partes do mundo...”. 
(MOUSNIER, 1995, p. 253).
 A análise do texto e os conhecimentos sobre a União 
Europeia, criada em 1992, permitem afirmar:
a) A União Europeia é uma aspiração antiga, que se ori-
gina no Império Romano, quando, então, se baseava 
em princípios de cooperação, convivência pacífica e 
respeito às fronteiras estabelecidas.
X b) O ideal de “nação europeia”, descrito por Voltaire, 
fundamentava-se em princípios de ordem política e 
cultural, enquanto a União atual inclui, além destes, 
questões econômicas, estratégicas e de fronteiras.
c) A União Europeia do século XX defende princípios de 
aceitação de todas as etnias, o que resulta no fácil 
acesso do imigrante ao seu território.
d) A “nação europeia”, pensada no século XVIII, era 
essencialmente pacifista, contrária à conquista e à 
dominação de territórios ultramarinos.
e) O acordo interno denominado de “Espaço Schengen” 
objetiva disciplinar e limitar a circulação de cidadãos 
dos países-membros da União, pelo território da União 
Europeia.
3. (ENEM)
Até o fim de 2007, quase 2 milhões de pessoas 
perderam suas casas e outros 4 milhões corriam o 
risco de ser despejadas. Os valores das casas des-
pencaram em quase todos os EUA e muitas famí-
lias acabaram devendo mais por suas casas do que 
o próprio valor do imóvel. Isso desencadeou uma 
espiral de execuções hipotecárias que diminuiu 
ainda mais os valores das casas. Em Cleveland, 
foi como se um “Katrina financeiro” atingisse a ci-
dade. Casas abandonadas, com tábuas em janelas 
e portas, dominaram a paisagem nos bairros po-
bres, principalmente negros. Na Califórnia, tam-
bém se enfileiravam casas abandonadas. 
HARVEY, D. O enigma do capital. São Paulo: Boitempo, 2011.
 Inicialmente restrita, a crise descrita no texto atingiu pro-
porções globais, devido ao(à)
a) superprodução de bens de consumo.
b) colapso industrial de países asiáticos.
X c) interdependência do sistema econômico.
d) isolamento político dos países desenvolvidos.
e) austeridade fiscal dos países em desenvolvimento.
4. (UNIT – SE) 
 Leia atentamente o texto.
Quando a economia transnacional estabeleceu 
seu domínio sobre o mundo, solapou uma gran-
de instituição, até 1945 praticamente universal: o 
Estado-nação territorial, pois um Estado assim já 
não poderia controlar mais que uma parte cada 
vez menor de seus assuntos. Organizações cujo 
campo de ação era efetivamente limitado pelas 
fronteiras de seu território, como sindicatos, par-
lamentos e sistemas públicos de rádio e televisão 
nacionais, saíram, portanto, perdendo, enquanto 
organizações não limitadas desse jeito, como em-
presas transnacionais, o mercado de moeda inter-
nacional e os meios de comunicação da era do 
satélite, saíram ganhando.
Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1995.
 O autor faz uma análise histórica das últimas décadas do 
século XX, mostrando um cenário de grandes mudanças 
políticas e econômicas. Coerente com a análise do texto, 
é possível afirmar que, nesse novo cenário,
a) o fortalecimento do Estado-nação foi acompanhado 
pela retomada de uma nova onda nacionalista 
que levou ao processo de restrições nas fronteiras 
econômicas.
X b) o Estado foi solapado mais ainda pela tendência de 
desmontar atividades até então exercidas, em prin-
cípio, por órgãos públicos, deixando-as entregues ao 
mercado.
c) o desaparecimento das superpotências também foi 
um fator fundamental para o surgimento do Estado 
do bem-estar social, criado para proteger os direitos 
trabalhistas.
d) o Estado intervencionista foi revitalizado como órgão 
propulsor do desenvolvimento econômico e do con-
trole das ações das empresas multinacionais e 
transnacionais.
e) a economia mundial sofreu um colapso porque os 
Estados nacionais passaram a elevar os tributos com 
o objetivo de ampliar as políticas sociais de saúde e de 
educação.
10 Livro de Revisão 2
Sociologia
4. Características da globalização econômica
As novas tecnologias de informação e comunicação tornaram a circulaçãode capitais financeiros muito rápida. Observe 
no esquema a seguir algumas características da economia global na atualidade.
Em setembro de 2011, eclodiu em Nova 
Iorque o movimento Occupy Wall Street (Ocupe 
Wall Street). O centro financeiro de Nova 
Iorque foi ocupado por milhares de pessoas 
que protestavam contra a desregulamentação 
financeira e os seus efeitos sociais nocivos. 
Na Espanha, em Portugal, na Grécia e na 
cidade de São Paulo foram realizados protestos 
similares ao ocorrido em Nova Iorque.
 Jovem carrega um cartaz com o slogan do movimento 
“Nós somos os 99%”, numa referência ao fato de que 
99% da população não usufrui dos benefícios da 
desregulamentação financeira. 26 set. 2011.
Economia global contemporânea
Economia 
global
Desregulamentação 
financeira 
Internacionalização 
do capital sob a 
hegemonia do 
capital financeiro
Facilidade de 
circulação dos 
fluxos de capitais
Grandes 
corporações 
transnacionais
Intensidade das 
trocas comerciais
A globalização econômica possui al-
gumas características principais, que 
são o resultado das transformações 
econômicas em curso no mundo desde 
1945. São elas:
• Amplas possibilidades de lucratividade e de circulação dos fluxos financeiros 
internacionais.
• Força política e econômica das grandes corporações transnacionais no cenário 
atual.
• Opção pela liberalização ou pelo protecionismo no comércio internacional.
• Formação dos blocos econômicos.
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1. (UFS – SE)
 A globalização apresenta diferentes aspectos. Ela é um 
conjunto de fenômenos complexos que se intensificaram 
a partir da segunda metade do século XX. Analise as afir-
mações sobre o processo de globalização.
X a) A globalização uniformizou hábitos de consumo ali-
mentar, gostos musicais e vestuário; em contrapartida, 
fez surgir sentimentos nacionalistas e movimentos 
antiglobalização em várias partes do mundo.
b) A ampliação das telecomunicações promovida pela glo-
balização permitiu que um maior número de pessoas em 
todo o mundo passasse a receber informações instantâ-
neas, diminuindo as diferenças socioeconômicas entre 
os países do mundo.
c) A globalização financeira permitiu a rápida circulação 
de capitais entre as grandes praças financeiras do 
mundo; da mesma forma criou paraísos fiscais, cujo 
objetivo é concentrar grandes somas de recursos desti-
nados a financiar o desenvolvimento das áreas pobres.
X d) Sob o aspecto comercial, a globalização tem ampliado 
as trocas entre países e possibilitado a muitos países 
pobres participar do comércio mundial, principalmente 
como fornecedores de matérias-primas agrícolas ou 
minerais.
e) Devido aos avanços informacionais desenvolvidos 
pela globalização, tem sido possível controlar ou 
mesmo reduzir os efeitos das crises econômicas que 
ficam restritas a um ou dois países e não se expan-
dem pelo mundo.
2. (UERJ) 
No admirável mundo novo das oportunidades 
fugazes e das seguranças frágeis, a sabedoria po-
pular foi rápida em perceber os novos requisi-
tos. Em 1994, um cartaz espalhado pelas ruas de 
Berlim ridicularizava a lealdade a estruturas que 
não eram mais capazes de conter as realidades do 
mundo: “Seu Cristo é judeu. Seu carro é japonês. 
Sua pizza é italiana. Sua democracia, grega. Seu 
café, brasileiro. Seu feriado, turco. Seus algaris-
mos, arábicos. Suas letras, latinas. Só o seu vizi-
nho é estrangeiro”.
Zygmunt Bauman. Adaptado de Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
 A alteração de valores culturais em diversas sociedades 
é um dos efeitos da globalização da economia.
 O cartaz citado no texto ironiza uma referência cultural 
que pode ser associada ao conceito de:
a) localismo
X b) nacionalismo
c) regionalismo
d) eurocentrismo
Globalização 
e cultura
Risco do 
desaparecimento da 
diversidade cultural?
Cria movimentos de 
resistência à assimilação 
de traços culturais 
externos?
Promove a hibridização 
cultural?
Reforça as identidades 
culturais?
12 Livro de Revisão 2
Sociologia
5. Violência e criminalidade 
Violência urbana 
A expressão que melhor descreve a função do 
Estado moderno nas sociedades contemporâneas é 
“monopólio do uso legítimo da força e da violência”. 
Essa expressão foi formulada pelo sociólogo alemão 
Max Weber (1864-1920). O Estado moderno centraliza 
a autoridade e a coerção em determinado território. 
Tal monopólio pressupõe um processo de legitimação. 
O sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990), 
seguindo as trilhas de Weber, argumentava que o 
Estado moderno, por meio do monopólio do uso 
legítimo da violência, pode promover a pacificação 
na sociedade, ou seja, pode coagir as pessoas a obe-
decer à autoridade estatal e reconhecer nela o centro 
de poder. Com isso, tal sociedade tende a causar uma 
espécie de “autocoação” entre seus cidadãos.
 O aparato policial estatal detém o poder e o monopólio da força, 
bem como executa essa função. O monopólio e o uso da força pelo 
Estado são congruentes com o tipo de administração racional-legal 
que caracteriza o Estado moderno. 
Na imagem, observa-se o Pelotão de Polícia de Choque contendo 
manifestação contra o aumento nas tarifas do transporte público, 
na Avenida Paulista, em São Paulo, no início de 2015. 
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3. (EMESCAM – ES) 
 Já se tornou rotina a leitura de notícias sobre a travessia, 
em barcos toscos e frágeis de africanos que tentam ven-
cer o Mediterrâneo e chegar às terras europeias. Os que 
sobrevivem, em geral, são presos e obrigados a fazer o 
caminho de volta. A Europa não quer mais imigrantes.
 Sobre o conteúdo do texto, é correto afirmar que:
X a) A globalização neoliberal promove a livre circulação 
de capitais e mercadorias, mas fecha as fronteiras 
para a força de trabalho.
b) As propostas de civilização europeias destinadas aos 
imigrantes, em vigor durante o Século XX, estão sendo 
abolidas em frente às crises econômicas.
c) O ciclo migratório africano e mundial está em fase 
de esgotamento, pois a automação crescente das ati-
vidades econômicas não prevê mão de obra pouco 
qualificada.
d) Os acordos econômicos e diplomáticos entre os paí-
ses de emigração e os de imigração têm sido postos 
em prática para diminuir a movimentação, principal-
mente de homens jovens.
e) Os países europeus, em processos de transição demo-
gráfica e em plena fase de 3ª. Revolução Industrial, já 
não admitem a entrada de imigrantes em seus territórios.
4. A respeito dos efeitos da globalização para a cultura, 
analise as afirmativas a seguir.
 I. As culturas de determinados povos ou países foram 
impactadas com novos costumes e hábitos que foram 
assimilados, especialmente pelos mais jovens.
 II. Como forma de evitar o desaparecimento de culturas 
pela “importação de hábitos e costumes”, surgiram 
movimentos de resistência ao novo para a preserva-
ção da identidade cultural.
 III. Na atualidade não são observadas culturas que sofre-
ram alterações causadas pela globalização. 
 De acordo com a análise, assinale a alternativa correta.
a) Todas as afirmativas são verdadeiras.
b) Todas as afirmativas são falsas.
X c) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
d) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
e) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
13
A Sociologia tem se dedicado a explicar o que motiva a 
violência urbana. Alguns fatores exercem influência direta 
na vida dos indivíduos, como a pobreza, o racismo, o nível 
de criminalidade e a insegurança. A violência urbana está 
relacionada ao enfraquecimento de um Estado que não 
consegue assegurar uma condição de vida digna a seus 
cidadãos. Isso é sentido mais intensamente pelas camadas 
pobres e marginalizadas da população, que se encontram 
desamparadas quanto às suas necessidades básicas. 
Segregação socioespacial 
 Nessa paisagem urbana, edifícios contrastam com a vista do Morro 
do Papagaio, em Belo Horizonte, Minas Gerais
A  segregação socioespacial é a marginalização ou 
periferização,em virtude de fatores econômicos, culturais, 
históricos e até raciais, de determinados grupos sociais nas 
cidades. No Brasil, a formação de favelas, habitações em 
áreas irregulares, cortiços, entre outros, são alguns exem-
plos de segregação urbana. Essa é a representação ou a 
reprodução espacial e geográfica da segregação social e 
está quase sempre relacionada às desigualdades sociais, já 
que a população mais pobre tende a residir em áreas afas-
tadas e menos acessíveis aos grandes centros econômicos. 
Esses espaços segregados têm uma infraestrutura precá-
ria como característica marcante (faltam pavimentação, 
saneamento básico, espaços de lazer, postos de saúde ou 
hospitais, etc.).
Segundo a antropóloga brasileira Teresa Pires do Rio 
Caldeira, as referências cotidianas ao mundo do crime e 
mesmo a determinados crimes veiculam preconceitos e 
naturalizam a percepção de certos grupos sociais como 
perigosos. Nesse sentido, algumas pessoas, em virtude do 
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próprio estereótipo, são consideradas perigosas, potencial-
mente nocivas. A caracterização de certos grupos de pes-
soas como potencialmente perigosos constitui um tipo de 
violência simbólica. 
Enclaves fortificados 
A antropóloga Teresa Pires do Rio Caldeira, em seu livro 
Cidade de muros (2010), analisa que o universo do crime 
condiciona o tipo de reação que um setor da sociedade 
vem adotando: segurança privada para garantir o isola-
mento, encarceramento e distanciamento dos conside-
rados perigosos. Alguns grupos sociais, por se sentirem 
ameaçados, constroem enclaves fortificados. 
Enclaves fortificados referem-se aos espaços privados, 
fechados, monitorados, destinados à residência, ao tra-
balho, lazer e consumo. São os shopping centers, os con-
juntos empresariais ou os condomínios residenciais. No 
entanto, Caldeira ressalta que o uso da segurança privada 
e dos enclaves fortificados representa uma ameaça às 
democracias, pois estrutura a vida cotidiana de maneira 
a excluir a presença de serviços e autoridades públicas, 
deslegitimando-os.
Criminalidade e corrupção 
A corrupção é geralmente definida como “enriqueci-
mento ilícito no âmbito da função pública”, ou seja, carac-
teriza-se pelo uso indevido de recursos públicos para fins 
privados. As práticas de corrupção são consideradas crimes. 
Por ocorrerem longe do olhar do público, as práticas 
de corrupção geralmente são classificadas como “crimes 
invisíveis”. Diferentemente do que ocorre com os “crimes 
de rua”, a corrupção quase não é denunciada, pois ambos 
os lados envolvidos nessa prática podem ser considerados 
criminosos. Por isso, fala-se de crime de “corrupção ativa” e 
de “corrupção passiva”.
A medição da corrupção pode se dar por meio das 
percepções sociais em relação à corrupção (por parte da 
sociedade ou de determinado grupo social). O Índice de 
Percepção da Corrupção (IPC), fornecido pela ONG Trans-
parência Internacional, também é um importante recurso 
de medição da incidência de práticas corruptas em vários 
países. 
14 Livro de Revisão 2
Sociologia
1. Conforme se desenvolveu a partir do século XIX, o Estado moderno criou uma série de instituições sociais para manter a 
ordem, a paz e, não obstante, a legitimidade dos grupos dominantes. Entre essas instituições, uma das mais expressivas 
é a polícia. Se o uso legítimo da força está garantido ao Estado, são os membros dessa instituição que exercem tal força. 
Muitas vezes, isso ocorre de maneira desigual e injusta. A respeito disso, assinale a afirmativa correta.
a) São os membros do grupo dominante os que mais sofrem com as atitudes equivocadas da polícia.
b) Ao executarem uma tarefa na sociedade, os policiais exercem, invariavelmente, o uso ultrajante da força, sendo sem-
pre bastante agressivos.
X c) Aos membros dos grupos menos favorecidos, recai o uso da força de maneira mais clara e, muitas vezes, injusta.
d) O Estado não deveria dispor de qualquer instituição que fizesse uso da força, haja vista os indivíduos, componentes da 
sociedade, serem, eles mesmos, capazes de se vigiar e de evitar cometer crimes.
2. (UEM – PR) Os sucessivos casos de corrupção denunciados pela mídia brasileira vêm despertando a atenção da socie-
dade para as atuais relações entre o público e o privado na política nacional. Sobre a contribuição da sociologia para a 
análise desse tema, assinale o que for correto. 
X 01) O termo “clientelismo” pode ser utilizado para descrever ações de favorecimento por meio das quais os grupos de 
interesse se relacionam entre si e negociam privilégios com os diferentes setores da sociedade em troca de apoios 
diversos. 
X 02) O “patrimonialismo” pode ser considerado como uma característica histórica do Estado brasileiro, pois se refere 
a uma forma de exercício do poder político por meio da qual os dirigentes personalizam a administração estatal e 
realizam um uso privado dos cargos e recursos públicos. 
X 04) Roberto DaMatta apresenta a ideia de “jeitinho” para descrever um tipo de conduta social utilizado para facilitar a 
realização de determinadas ações que deveriam ser impessoais; por isso, ele se refere ao jeitinho como uma prática 
personalista e desigual. 
X 08) Alguns entraves ao exercício da cidadania no Brasil podem ser atribuídos à tradição conservadora e autoritária do 
Estado que, historicamente, conservou para si o poder decisório e reduziu a esfera pública, dificultando a participação 
civil na vida política da sociedade. 
16) A corrupção é um fenômeno específico da sociedade brasileira, na qual o histórico desinteresse pela política nacional 
e a incapacidade da população em utilizar os recursos estatais produziram um ambiente favorável aos desvios de 
verbas públicas.
 Somatório: 15 (01 + 02 + 04 + 08)
3. (UEL – PR)
O desenvolvimento da civilização e de seus modos de produção fez aumentar o poder bélico entre os 
homens, generalizando no planeta a atitude de permanente violência. No mundo contemporâneo, a for-
mação dos Estados nacionais fez dos exércitos instituições de defesa de fronteiras e fator estratégico de 
permanente disputa entre nações. Nos armamentos militares se concentra o grande potencial de destruição 
da humanidade. Cada Estado, em nome da autodefesa e dos interesses do cidadão comum, desenvolve 
mecanismos de controle cada vez mais potentes e ostensivos. O uso da força pelo Estado transforma-se em 
recurso cotidianamente utilizado no combate à violência e à criminalidade. 
Adaptado de: COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997. p. 283-285.
 Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a concepção sociológica weberiana sobre o uso da força pelo Estado 
contemporâneo. 
15
a) A força militar contemporânea, por seu poder de persuasão e atributos personalísticos, é um agente exemplar do tipo 
de dominação carismática. 
b) Na sociedade contemporânea, o poder compartilhado entre cidadãos e Estado, para o uso da força, define a domina-
ção legítima do tipo racional-legal. 
c) O Estado contemporâneo caracteriza-se pela fragmentação do poder de força, conforme o tipo ideal de dominação 
carismática, a exemplo do patriarca. 
X d) O Estado contemporâneo define-se pelo direito de monopólio do uso da força, baseado na dominação legítima do tipo 
racional-legal. 
e) O tipo ideal de dominação tradicional é exercido com base na legitimidade e na legalidade do poder de uso democrá-
tico da força pelo Estado contemporâneo.
4. (UEL – PR) Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) As políticas repressivas contra o crime organizado são suficientes para erradicar a violência e a insegurança nas 
cidades.
b) As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens em situação de pobreza têm sido revertidas com a eficácia 
do sistema prisional. 
X c) As desigualdades e assimetrias nas relações sociais, a discriminação e o racismo são fatores que acentuam a violência 
no Brasil. 
d) A violência urbanacontemporânea é resultado dos choques entre diferentes civilizações que se manifestam nas 
metrópoles brasileiras. 
e) O rigor punitivo das agências oficiais no combate à criminalidade impede o surgimento de justiceiros e milícias.
5. (UEM – PR)
Nos últimos anos, a periferia tornou-se algo importante. Pouco a pouco a palavra foi adquirindo novos 
sentidos e hoje é moeda corrente em conversas de políticos, programas de partidos, nos planos de governo, 
em discursos de militante de base e, como não poderia deixar de ser, nas análises dos cientistas sociais. De 
tão usada, transformou-se em uma espécie de moda. E como talvez aconteça com toda moda, a difusão 
acabou por lhe retirar conteúdo: “periferia” quer dizer muita coisa e, ao mesmo tempo, não serve para ex-
plicar quase nada. A palavra é usada para designar os limites, as franjas da cidade, talvez em substituição 
a expressões mais antigas, como “subúrbio”. Mas sua referência não é apenas geográfica: além de indicar 
distância, aponta para aquilo que é precário, carente, desprivilegiado em termos de serviços públicos e in-
fraestrutura urbana. Seguramente, a “periferia” não é o primeiro tipo de espaço urbano deficiente que exis-
tiu em nossas metrópoles, e não foi simplesmente o fato de existir enquanto tal que chamou a atenção de 
todos. Se ficou tão conhecida, foi provavelmente porque, desde meados da década de 70, seus moradores, 
armados de faixas e cartazes e reunidos em grupos, aprenderam o caminho da Prefeitura e de como exigir 
da administração pública aquilo a que tinham direito: ônibus, água, luz, posto policial, etc., etc. 
(CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. A política dos outros: o cotidiano dos moradores da periferia e o que pensam do poder e dos poderosos. São Paulo: 
Brasiliense, 1984. p. 7.) 
 Considerando o texto acima e a temática das desigualdades sociais, assinale o que for correto sobre a periferia.
01) É um lugar que, nos últimos anos, ganhou importância, se tornou conhecido e, na medida em que teve seus proble-
mas resolvidos, deixou de ser objeto de políticas públicas. 
X 02) É foco da atenção de políticos interessados em fazer campanha eleitoral. 
04) Em um tempo passado, os moradores das regiões centrais da cidade também eram chamados de suburbanos. 
X 08) É um marco para a definição dos limites das cidades. 
16) É um espaço no qual se percebe uma fartura de serviços públicos.
 Somatório: 10 (02 + 08)
16 Livro de Revisão 2
Sociologia
6. Criminalidade e poder disciplinar 
Crime, desvio e controle social 
Desvio designa um comportamento individual ou coletivo que se choca com uma norma social estabelecida. No 
entanto, as normas mudam de acordo com o meio e a época.
Em 1963, Howard Becker, em seu livro Outsiders, formalizou a teoria da “etiquetagem” a respeito de desvios de com-
portamento. Becker explicou que os grupos sociais dominantes produzem normas e punem aqueles que as transgridem. 
Tal processo de etiquetagem cria os delinquentes, estigmatizando-os. 
O antropólogo canadense Erving Goffman foi um pioneiro em discutir o conceito de estigma segundo uma perspec-
tiva social. Para Goffman, estigma é uma relação entre atributo e estereótipo e sua origem está ligada à construção social 
dos significados por meio da interação. A sociedade institui como as pessoas devem ser, convertendo isso em algo natu-
ral, normal. Logo, um “estranho” em meio a essa naturalidade não passa despercebido, pois lhe são conferidos atributos 
que o tornam diferente. Para Goffman, um estigma é a atribuição de um caráter negativo a um comportamento, a uma 
característica física, a uma marca corporal, etc. 
Sociedade disciplinar: vigiar e punir 
O filósofo Michel Foucault (1926-1984) realizou um estudo sobre as variações históricas dos processos primitivos 
(técnicas do poder disciplinador). Foucault identificou que há cerca de duzentos anos a punição aos criminosos tinha por 
base o suplício, ou seja, o castigo físico.
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ROBERT-FRANÇOIS Damiens executado em Paris, em 28 de março de 1757. 1757. 1 gravura em 
água-forte. Biblioteca Nacional da França, Coleção Michel Hennin.
No fim do século XVIII, o filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham concebeu a ideia de pan-óptico, criando um projeto 
de prisão circular em que um observador central poderia ver todos os locais onde estivessem os presos. Para isso, Bentham 
estudou “racionalmente” o sistema penitenciário. 
Segundo Foucault, aquele período da história marcou o início do processo de disseminação sistemática de disposi-
tivos disciplinares, a exemplo do pan-óptico. Para Foucault, o conceito de pan-óptico se estendeu das prisões a outras 
instalações, como escolas e indústrias, e, assim, converteu-se em técnica de controle.
17
1. (UEM – PR) Leia a citação a seguir e assinale o que for correto sobre o tema das desigualdades sociais.
Favela no Brasil, poblacione no Chile, villa miseria na Argentina, cantegril no Uruguai, rancho na Venezue-
la, banlieue na França, gueto nos Estados Unidos: as sociedades da América Latina, Europa e dos Estados 
Unidos dispõem todas de um termo específico para denominar essas comunidades estigmatizadas, situadas 
na base do sistema hierárquico de regiões que compõem uma metrópole, nas quais os párias urbanos re-
sidem e onde os problemas sociais se congregam e infeccionam, atraindo a atenção desigual e desmedida-
mente negativa da mídia, dos políticos e dos dirigentes do Estado.
WACQUANT, Loïc. Os condenados da cidade. Rio de Janeiro: Revan; FASE, 2001. p. 7.
01) É uma escolha dos “párias” da América Latina, da Europa e dos Estados Unidos viverem em comunidades 
estigmatizadas. 
X 02) As desigualdades sociais que emergem em comunidades pobres ao redor do mundo são fruto do processo histórico 
de produção e reprodução das diferenças sociais. 
04) As desigualdades sociais são fabricadas, exclusivamente, pelas relações econômicas que, no capitalismo, dividem 
os indivíduos em classes sociais antagônicas. 
X 08) As áreas urbanas acima citadas pelo autor são consideradas regiões-problema, territórios de privação e de abandono 
que devem ser temidos e evitados. 
X 16) Há um processo de fabricação e reafirmação do estigma das áreas urbanas, onde residem os pobres, alimentado 
pela mídia, por políticos e pelos dirigentes do Estado.
 Somatório: 26 (02 + 08 + 16)
2. (UEM – PR) Leia o texto a seguir: 
Cada vez mais evidente, a pobreza é estigmatizada, quer pelo caráter de denúncia da falência da socie-
dade e do Estado em relação às suas funções junto à população, quer pelo contraste com a abundância de 
produtos, quer pelo perigo iminente de convulsão social que para ela aponta. A violência e a agressividade 
aumentam, criando um clima de guerra civil nas grandes cidades, onde os índices de criminalidade são 
alarmantes. Ao medo e à insegurança, gerados na população, associa-se o preconceito e uma atitude de 
discriminação contra as camadas pobres da população, as favelas e os centros das cidades.
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 2005. p. 256-257. 
 Considerando o texto acima e os processos de exclusão social no Brasil, é correto afirmar que:
X 01) A estigmatização estabelece distinções sociais entre grupos considerados dignos e outros associados com noções 
de vergonha, desvio e criminalidade. 
02) A população pobre é a principal responsável pelo crescimento da criminalidade nos centros urbanos, aliando-se a 
organizações ilegais e exaltando a “cultura da pobreza” em produções culturais como o rap ou o hip hop. 
X 04) O apelo ao consumo, feito pelas campanhas publicitárias veiculadas nos meios de comunicação de massa, evidencia 
o contraste entre uma sociedade construída nas propagandas e a situação de carência e de exclusão de grande parte 
da população. 
08) A principal causa da pobreza, sobretudo nos centros urbanos, é a carência psicológica, ou seja, o sentimento de 
autodesvalorizaçãodas populações pobres em relação às ricas. 
16) É possível identificar, no perfil biológico da população de uma determinada cidade, as justificativas para as condições 
precárias de sobrevivência de certos grupos sociais.
 Somatório: 05 (01 + 04)
18 Livro de Revisão 2
Sociologia
7. Capitalismo e relações de trabalho 
O trabalho no sistema 
capitalista 
A passagem do trabalho dos campos para as fábricas 
– com a Revolução Industrial – fez surgir nas manufaturas 
e nas minas uma nova categoria social: o proletariado. O 
trabalho no capitalismo registrou um aumento do número 
de operários até a década de 1970. Em geral, os operários 
se concentravam no setor têxtil ou automotivo. A partir de 
1970, assistiu-se ao declínio relativo do mundo industrial. 
Atualmente, o setor terciário é predominante (trabalho em 
escritórios, administrações, hospitais, escolas e comércio). 
Característica verificada no decorrer da história do tra-
balho no sistema capitalista:
 • Declínio do trabalho físico e aumento do trabalho 
tecnizado – o surgimento da mecanização mudou 
a natureza do trabalho. Os tratores e as ceifadoras-
-debulhadoras apareceram no campo ao mesmo 
tempo que as máquinas-ferramentas se generali-
zaram nas fábricas. Depois, surgiram as máquinas-
-ferramentas de controle numérico e, a seguir, as 
cadeias robotizadas. Nos escritórios, as máquinas de 
escrever foram substituídas pelos computadores.
Modelos produtivos 
 Cena do filme Tempos modernos, no qual se representam os efeitos 
nocivos do trabalho repetitivo em uma linha de produção sobre o 
trabalhador
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Em 1911, o engenheiro estadunidense Frederick W. 
Taylor publicou Os princípios da administração científica, 
ou seja, os princípios que fundamentariam o taylorismo. 
Eles consistiam em uma maior divisão do trabalho e uma 
intensificação do fracionamento das etapas do processo 
produtivo, de modo que o trabalhador desenvolvesse tare-
fas especializadas e repetitivas, com mais controle sobre o 
tempo gasto (uso do cronômetro).
Henry Ford (1863-1947), o criador da indústria auto-
mobilística Ford, foi o primeiro a colocar em prática as 
ideias de Taylor. Ford inovou o processo de produção de 
carros e, assim, criou o fordismo. Os traços básicos desse 
modelo são: 
 • produção em massa ou em série por meio de uma 
linha de montagem e de obtenção de produtos 
homogêneos;
 • trabalho parcelado e fragmentação das funções – 
separação entre concepção e execução no processo 
de trabalho;
 • unidades fabris concentradas, ou seja, grandes 
fábricas que produziam quase todas as peças;
 • operário-massa, ou seja, o trabalhador coletivo fabril 
(grande concentração de trabalhadores).
O taylorismo e o fordismo aumentaram a exploração da 
força de trabalho ao reduzir os “poros” da jornada de tra-
balho (momentos “ociosos”); alavancaram o desemprego, 
pois as tarefas simplificadas passaram a exigir menos tra-
balhadores para sua execução; aprofundaram a separação 
entre trabalho de direção e de execução, fragmentando o 
coletivo dos trabalhadores, que passaram a ser classificados 
em níveis de especialização.
Nos anos 1970, ocorreu uma crise estrutural do sistema 
capitalista e também a crise do modelo fordista. Foi quando 
surgiu o toyotismo nas fábricas de automóveis da Toyota, no 
Japão. O toyotismo tem um discurso voltado à valorização do 
trabalho em equipe, da qualidade no e do trabalho, da mul-
tifuncionalidade, da flexibilização e da qualificação do traba-
lhador. O trabalho é horizontalizado, baseado na redução da 
produção da montadora e na implantação da terceirização 
do trabalho (processo pelo qual uma empresa contrata outra 
para prestar determinado serviço). 
19
São características do modelo toyotista: 
 • Autocontrole dos trabalhadores – no modelo toyo-
tista, não há acompanhamento direto da chefia no 
processo produtivo. Isso diminui os custos com con-
tratação e responsabiliza os próprios trabalhadores 
pelo processo produtivo.
 • Flexibilização do aparato produtivo – o operário 
deve ser multifuncional, ou seja, realizar várias tare-
fas e operar várias máquinas (em média cinco na 
Toyota). 
 • Maior uso de tecnologia e diminuição das contra-
tações – contratação de trabalhadores temporários 
ou subcontratação. 
Direitos trabalhistas: uma 
construção histórica 
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A construção histórica dos direitos trabalhistas está 
estritamente ligada ao movimento sindical. O sindicalismo 
nasceu com a Revolução Industrial e se desenvolveu pri-
meiramente na Inglaterra. A partir de 1824, a ação dos sin-
dicatos passou a ser legal, sob a condição de se limitarem 
apenas às questões salariais e às condições de trabalho. Na 
Inglaterra e em outros países (Alemanha, França, Estados 
Unidos), o movimento operário lutava pelo próprio reco-
nhecimento e contra a ideologia liberal dominante. 
O movimento sindical se construiu como um ator cole-
tivo contra a concepção liberal, a qual estabelece o con-
trato de trabalho como uma relação puramente individual. 
Ao denunciar a relação de poder mascarada pela aparente 
reciprocidade de direitos e deveres do contrato de traba-
lho, o sindicato promoveu a ação reivindicativa de forma 
coletiva. Em geral, os sindicatos se preocupam com as 
melhorias das condições de trabalho. Entre as reivindica-
ções fundamentais, estão o direito à greve, a melhoria dos 
salários e a duração da jornada de trabalho. 
Com o aumento da ação do movimento sindical e socia-
lista, os países europeus passaram a impulsionar a criação 
de uma legislação social para os trabalhadores. Em 1881, o 
chanceler alemão Otto von Bismarck obrigou as empresas 
a subscrever apólices de seguros contra acidentes de traba-
lho, incapacidade, velhice e doenças e reconheceu os sin-
dicatos. Essa iniciativa abriu um precedente para a criação 
da responsabilidade social de Estado, que foi seguida por 
muitos países durante o século XX.
A luta mundial pelos direitos sociais se estendeu pelo 
mundo. Na América, a Constituição do México, promul-
gada em 1917, foi a primeira a prever a limitação da jornada 
de trabalho para oito horas, a regulamentação do trabalho 
da mulher e do menor de idade, férias remuneradas e pro-
teção do direito da maternidade. Logo depois, a partir de 
1919, as Constituições dos países europeus consagraram 
esses mesmos direitos.
Findada a Grande Guerra, o Tratado de Versalhes, que 
garantiu a criação da Organização Internacional do Traba-
lho (OIT), impeliu a formação de um Direito do Trabalho 
mundial. APSITIS, Aleksandrs. 1º. de maio. 1919. 1 cartaz, color.
20 Livro de Revisão 2
Sociologia
Direitos trabalhistas no Brasil 
 Trabalhadores nas ruas de São Paulo durante a Greve Geral de 
1917, no cortejo fúnebre em protesto pela morte do sapateiro José 
Martinez durante a repressão policial à greve 
A primeira fase da imigração no Brasil (1870-1904) 
introduziu ideias anarquistas e socialistas no país. Nesse 
momento, começou a se formar a classe operária brasileira. 
Somente a partir de 1930 ocorreu a consolidação dos 
direitos trabalhistas brasileiros. Ao assumir o governo, 
Vargas criou o Ministério do Trabalho. A Constituição 
Federal de 1934 consagrou direitos como salário mínimo, 
férias e descanso semanal remunerado. Em 1935, uma 
nova lei criou a estabilidade no emprego, estipulando uma 
indenização aos assalariados demitidos sem justa causa. 
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Em maio de 1943, todas as leis trabalhistas foram sis-
tematizadas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
Essas leis abrangem três questões fundamentais: os direitos 
do trabalhador, a organização sindical e a Justiça do Tra-
balho. Ainda assim, outros direitos foram posteriormente 
instituídos: proibição do trabalho a menores de 14 anos, 
assistência aos desempregados, instituição do seguro para 
acidentes de trabalho, assistência à maternidade, à infância 
e à adolescência.Em 1946, assistiu-se ao surgimento da Confederação 
Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). Nos anos de 1950, 
houve o aumento da ação sindical e da mobilização no 
campo. Em 1962, o então presidente João Goulart legalizou 
os sindicatos rurais e, em 1964, foi promulgado o Estatuto 
do Trabalhador Rural. 
O ressurgimento do movimento sindical ocorreu em 
1978 com as greves no ABC Paulista. O movimento visava à 
construção e reconstrução de entidades de massa, ao sur-
gimento de novos partidos e à legalização de agremiações 
consideradas ilegais pelo regime militar. O movimento sin-
dical, que passou a ser conhecido como novo sindicalismo, 
encontrou o seu ápice nas mobilizações de 1984, com a 
campanha Diretas Já!. Esse movimento reivindicava o fim 
da ditadura e o estabelecimento de eleições diretas para 
presidente. 
1. (UFU – MG) Levando em consideração as relações do sis-
tema de produção fordista e demais sistemas de produção e 
suas consequências, constata-se que o trabalho no sistema:
a) Taylorista baseia-se em trabalhadores multifuncio-
nais, sendo que cada posto de trabalho executa várias 
tarefas, a fim de diminuir os custos de produção. 
X b) Fordista caracteriza-se pela separação entre elabora-
ção e execução no processo de trabalho, proporcio-
nando a alienação. 
c) Fordista é repetitivo e parcelado, gerando trabalha-
dores felizes e satisfeitos por não necessitarem de 
longos processos de capacitação para o trabalho. 
d) Toyotista tem a produção vinculada à demanda, 
ocasionando flexibilização e evitando, assim, as 
demissões e a precarização, além de possibilitar a 
utilização racional da força de trabalho.
2. (UEMA/PAES – AM)
A etimologia do termo trabalho deriva do vo-
cábulo tripallium, que significa “instrumento de 
tortura”. O trabalho foi associado à ideia de casti-
go, tortura, atividade penosa. Ao longo do tempo, 
houve várias interpretações do sentido de tra-
balho. No feudalismo, o trabalhador tinha uma 
visão total do produto. Com a consolidação da 
sociedade industrial, os modelos fordista e taylo-
rista fragmentaram o processo de produção, con-
forme imagem [a seguir]. 
21
Fonte: Disponível em: <http://.www.paraconstruir.wordpress.com>. 
Acesso em: 21 ago. 2013. 
 Nesse sentido, as características do fordismo e do tay-
lorismo, no início do século XX, em novo ordenamento 
social do trabalho, são, respectivamente, 
a) Especialização da administração e solidarismo, flexi-
bilização, robótica. 
b) Automação, fragmentação e cooperação, manufatura, 
rigidez do trabalho. 
c) Mecanização, automação, precariedade do trabalho e 
estabilidade no emprego, solidarismo. 
d) Impessoalidade das normas, flexibilização do trabalho, 
robótica e controle das atividades, fluidez do trabalho. 
X e) Controle das atividades, mecanização e impessoali-
dade das normas, rigidez do trabalho, especialização 
da administração.
3. (ENEM)
Um trabalhador em tempo flexível controla o local 
do trabalho, mas não adquire maior controle sobre 
o processo em si. A essa altura, vários estudos su-
gerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes 
maior para os ausentes do escritório do que para os 
presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado 
e o poder sobre o trabalhador, mais direto. 
SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do novo 
capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 [adaptado].
 Comparada à organização do trabalho característica do 
taylorismo e do fordismo, a concepção de tempo anali-
sada no texto pressupõe que:
a) As tecnologias de informação sejam usadas para 
democratizar as relações laborais. 
b) As estruturas burocráticas sejam transferidas da 
empresa para o espaço doméstico. 
c) Os procedimentos de terceirização sejam aprimora-
dos pela qualificação profissional. 
d) As organizações sindicais sejam fortalecidas com a 
valorização da especialização funcional. 
X e) Os mecanismos de controle sejam deslocados dos 
processos para os resultados do trabalho.
4. (UEM – PR)
Dois fatores condicionam esta escravidão: a ra-
pidez e as ordens. A rapidez: para alcançá-la, é 
preciso repetir movimento atrás de movimento, 
numa cadência que, por ser mais rápida que o 
pensamento, impede o livre curso da reflexão e até 
do devaneio. Chegando-se à frente da máquina, é 
preciso matar a alma, oito horas por dia, pensa-
mentos, sentimentos, tudo [...]. As ordens: desde 
o momento em que se bate o cartão na entrada até 
aquele em que se bate o cartão na saída, elas podem 
ser dadas, a qualquer momento, de qualquer teor. 
E é preciso sempre calar e obedecer. A ordem pode 
ser difícil ou perigosa de se executar, até inexequí-
vel; ou então, dois chefes dando ordens contraditó-
rias; não faz mal: calar-se e dobrar-se [...]. Engolir 
nossos próprios acessos de enervamento e de mau 
humor; nenhuma tradução deles em palavras, nem 
em gestos, pois os gestos estão determinados, mi-
nuto a minuto, pelo trabalho. 
WEIL, Simone. Carta a Albertine Thévenon (1934-5). In: BOSI, Ecléia 
(Org.). A condição operária e outros estudos sobre a opressão. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 1979. p. 65. 
 Considerando a leitura do trecho da carta acima e a 
temática do trabalho e da produção social do mundo, 
assinale o que for correto. 
X 01) É possível identificar como fordista-taylorista a forma 
de organização do trabalho descrito pela autora. 
X 02) O trecho acima destaca que a alienação decorrente 
da divisão social do trabalho é uma das característi-
cas da produção industrial. 
04) A subjetividade do trabalhador não é afetada pela 
mecanização da produção industrial, nem pelas for-
mas de organização e gestão do trabalho. 
08) Uma das características do trabalho industrial des-
tacada pela autora é a produção de maiores vínculos 
de solidariedade e coesão social. 
X 16) As normas e as ordens da produção industrial estão 
associadas a um intenso controle das atividades dos 
trabalhadores.
 Somatório: 19 (01 + 02 + 16)
22 Livro de Revisão 2
Sociologia
8. Transformações no mundo do trabalho 
Trabalho e emprego no contexto da globalização 
A globalização pode ser entendida como uma grande integração das relações socioespaciais em escala mundial, 
instrumentalizada pela conexão entre as diferentes partes do mundo. Fundamentalmente, a globalização busca ampliar 
mercados. 
A globalização teve grande impacto no aumento do desemprego estrutural no mundo. Ao provocar o aumento da 
competitividade internacional, as empresas passaram a visar à redução dos custos de produção, de comercialização e 
de transporte. Para isso, adotaram novas tecnologias e sistemas administrativos e produtivos de custos reduzidos, dimi-
nuindo, consequentemente, as contratações de trabalhadores.
Precarização do trabalho e flexibilização dos direitos 
trabalhistas 
A globalização está relacionada à expansão do neoliberalismo no mundo. Esse fato implicou a redefinição do papel 
do Estado, que diminuiu sua interferência nas decisões, tornando-se “mínimo”. O neoliberalismo ocasionou a desregula-
mentação dos direitos trabalhistas, a privatização e a supressão das proteções sociais. Com ele, assiste-se à precarização 
do trabalho. 
O trabalho precário diz respeito ao trabalho incerto, imprevisível; os riscos empregatícios são assumidos principal-
mente pelo trabalhador, e não pelos seus empregadores ou pelo governo. Exemplos de trabalho precário incluem ativi-
dades no setor informal e empregos temporários no setor formal. Nas últimas décadas, a precarização do trabalho vem 
sendo acarretada por mudanças tecnológicas, entre elas, a computadorização, a digitalização e os avanços na tecnologia 
da informação. Em muitos países, houve também um decréscimo geral dos sindicatos e um aumento do individualismo.
1. (ENEM)
Estamos testemunhando o reverso da tendência 
histórica da assalariação do trabalho e socialização 
da produção, que foi característica predominante 
na era industrial. A nova organização social e eco-
nômica baseada nas tecnologias da informação visa 
à administração descentralizadora,ao trabalho in-
dividualizante e aos mercados personalizados. As 
novas tecnologias da informação possibilitam, ao 
mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua 
coordenação em uma rede interativa de comuni-
cação em tempo real, seja entre continentes, seja 
entre os andares de um mesmo edifício. 
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 
[adaptado]. 
 No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudan-
ças constantes nas ferramentas de comunicação que 
afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera 
do trabalho, tais mudanças têm provocado:
a) O aprofundamento dos vínculos dos operários com 
as linhas de montagem sob influência dos modelos 
orientais de gestão. 
b) O aumento das formas de teletrabalho como solução de 
larga escala para o problema do desemprego crônico. 
X c) O avanço do trabalho flexível e da terceirização como 
respostas às demandas por inovação e com vistas à 
mobilidade dos investimentos. 
d) A autonomização crescente das máquinas e compu-
tadores em substituição ao trabalho dos especialistas 
23
técnicos e gestores. E o fortalecimento do diálogo 
entre operários, gerentes, executivos e clientes com 
a garantia de harmonização das relações de trabalho.
2. (UFPA) Como reflexos das transformações nas políticas 
de gestão e de organização do trabalho no contexto atual 
de globalização, tem-se o novo perfil de trabalhador ou 
da classe social que vive do trabalho e uma reconfigu-
ração no mercado de trabalho. Assim, podemos afirmar 
corretamente que um dos impactos da atual globalização 
e da reestruturação produtiva no mundo do trabalho, na 
virada do século XX para o século XXI, é o (a)
a) aumento do contingente de trabalhadores fabris. 
b) redução significativa dos índices de trabalho feminino 
e infantil. 
c) aumento da inclusão de jovens no mercado de 
trabalho. 
X d) aumento do número de trabalhadores no setor de 
serviços. 
e) redução do número de trabalhadores no setor infor-
mal da economia.
3. (ENEM)
NEVES. E. Engraxate. Disponível em: www.grafar.blogspot.com. 
Acesso em: 15 fev. 2013.
 Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organi-
zação do trabalho, a representação contida no cartum é 
caracterizada pelo pessimismo em relação à:
X a) Ideia de progresso. 
b) Concentração do capital. 
c) Noção de sustentabilidade. 
d) Organização dos sindicatos. 
e) Obsolescência dos equipamentos.
4. (UEM – PR) Considerando as modificações nas formas e 
estruturas do trabalho na sociedade moderna, ocidental 
capitalista, assinale o que for correto. 
01) A nova organização social do trabalho propiciou 
um quadro de pleno emprego, de estabilidade para 
as empresas e de redução generalizada da carga 
horária para trabalhadores de diversos setores da 
economia. 
X 02) A reestruturação do mercado de trabalho veio acom-
panhada de uma redução significativa dos registros 
profissionais. 
04) A produção de conhecimento e as conquistas tec-
nológicas não produziram impacto na definição dos 
novos contratos trabalhistas. 
X 08) A elevação do volume de atividades ocorreu sem 
elevação compatível de salários e benefícios. 
X 16) A qualificação profissiona, com vistas a uma atua-
lização constante, é uma das exigências feitas pelo 
novo mercado de trabalho ao trabalhador.
 Somatório: 26 (02 + 08 + 16)
5. (UEM – PR) Assinale o que for correto sobre o processo 
produtivo nas sociedades capitalistas contemporâneas:
01) Ao contrário do que estabelecia o Estado de Bem- 
-Estar Social, atualmente, as relações entre empre-
gadores e empregados são reguladas por legisla-
ções trabalhistas rígidas e extensas. 
X 02) O processo produtivo é descentralizado numa escala 
transnacional, embora o poder de decisão sobre ele 
se mantenha concentrado. 
04) O trabalho temporário diminui drasticamente, sendo 
utilizado apenas em períodos de crescimento das 
demandas de consumo. 
X 08) Ao contrário da especialização requerida pelo modelo 
fordista, nas sociedades capitalistas contemporâ-
neas, exige-se versatilidade do trabalhador, de modo 
que ele possa desempenhar distintas funções. 
16) O alto grau de automação existente nas distin-
tas fases do processo produtivo favorece o pleno 
emprego e o fortalecimento da capacidade de orga-
nização política dos trabalhadores.
 Somatório: 10 (02 + 08)
24 Livro de Revisão 2
Sociologia
Livro de Revisão 2
Ensino MédioEEEEEEEEEEEEEEEEEEnnnnnnnnnnnnnnnnnsssssssssssssssssiiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnnnnnnoooooooooooooooo MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMééééééééééééééééééddddddddddddddddddiiiiiiiiiiiiiiiiooooooooooooooooEnsino Médio
Gabaritos e comentários
2 Gabaritos e comentários – Sociologia
1. Faces da cultura 
1. A afirmativa 01 está incorreta, pois apresenta a ideia de cultura com base no etnocentrismo, teoria criticada e abando-
nada ainda na primeira metade do século XX. O etnocentrismo foi diretamente associado às práticas violentas e desu-
manas, como a supressão de uma cultura por outra. A afirmativa 02 está correta, por vincular cultura à ideia de “padrões 
de comportamento”, o que tem respaldo na teoria antropológica. Essa teoria entende como “cultura” o conjunto de ele-
mentos constituídos pelo esforço da mente humana, assim, a afirmativa 04 também associa corretamente cultura à ação 
criativa da mente humana. A afirmativa 08 está correta, visto que concebe a cultura como um meio pelo qual os sujeitos 
humanos se ajustam ao ambiente em que vivem. A afirmativa 16 está correta, pois faz referência à ideia de cultura como 
um conjunto de elementos criados pela mente humana, os quais orientam o agir dos sujeitos em sociedade. 
2. As afirmativas 01 e 02 estão incorretas; a primeira associa determinadas práticas culturais à ideia de “atraso”, ideia 
criticada e superada pela teoria antropológica; já a afirmativa 02 pressupõe a supremacia de determinada cultura sobre 
a outra, em detrimento de outras culturas. A afirmativa 04 está correta, pois associa o comportamento dos indianos em 
relação às vacas a costumes ancestrais e tradições características da cultura desse povo. A afirmativa 08 está correta, 
visto que se orientar metodologicamente pelo relativismo cultural implica o pesquisador se desprender de preconceitos 
e de ideais da própria cultura ao investigar outra. A afirmativa 16 também está correta, pois define o etnocentrismo de 
maneira adequada, sublinhando resultados políticos e sociais, isto é, a dicotomia entre uma suposta cultura superior (a 
cultura dos dominantes) e outra inferior (a cultura dos dominados).
3. A afirmativa 01 está correta, pois define adequadamente etnocentrismo. A afirmativa 02 está correta porque veicula a 
ideia de singularidade concernente à variabilidade na relação entre indivíduos e cultura. A afirmativa 04 está correta, 
pois, de fato, a cultura pode interferir no ciclo biológico dos indivíduos de certa sociedade (por exemplo, mudanças de 
hábitos de higiene que passaram a prevenir doenças contagiosas). A afirmativa 08 está incorreta, uma vez que veicula a 
ideia de existência de “grandes civilizações” que atuariam como espelho para as culturas “menos avançadas”. Essa ideia 
foi questionada e abandonada pela teoria antropológica no início do século XX. A afirmativa 16 está correta, visto que 
enfatiza o caráter dinâmico das culturas, ou seja, seu constante processo de reinvenção resultante da sua relação com 
os indivíduos.
4. A afirmativa 01 está correta, pois define adequadamente “cultura popular” ao associá-la às práticas culturais de grupos 
sociais subalternos. A afirmativa 02 está correta porque define de modo adequado “cultura erudita” como produto de uma 
elite política, econômica e cultural. A afirmativa 04 está incorreta, uma vez que a relação entre os produtores da cultura 
erudita e da cultura popular é, na verdade, desigual. A afirmativa 08 está incorreta, pois, em geral, os fatos folclóricos 
estão majoritariamente associados às práticas culturais dos grupos sociais menos favorecidos. A afirmativa 16 está 
incorreta, visto que

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