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PORTFOLIO Desabamento de prédio ocupado irregularmente após ciclone bomba

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SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SEGURANÇA PUBLICA 
4° SEMESTRE 
 
XXXXXXXXXXXXXXXXX 
 
 
 
 
 
 
“Desabamento de prédio ocupado irregularmente após ciclone “bomba” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xxxxxxxxxxxx 
2020 
 
 
 
 
XXXXXXXXXXXXX 
 
 
 
 
 
 
DESABAMENTO DE PRÉDIO OCUPADO 
IRREGULARMENTE APÓS CICLONE “BOMBA 
 
Trabalho apresentado em requisito a produção textual 
em grupo referente ao 4° semestre, Portfólio para as 
disciplina de: Negociação e Gestão de Conflitos de 
Segurança; Gestão de Risco e Desastres em Defesa 
Civil; Consultoria em Segurança; Direito, proteção e 
inclusão social; Tecnologias Aplicadas ao Sistema de 
Segurança. 
 
 Professores: 
 Luisa Maria Sarabia Cavenaghi 
 Maurilio Cristiano Batista Bergamo 
 Jaqueline dos Santos Ferrarezi 
 Patrícia Graziela Gonçalves 
 Eduardo Faria Nogueira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xxxxxxxxxxx 
2020 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4 
2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................................... 5 
2.1 NEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE CONFLITOS DE SEGURANÇA ............................. 5 
2.2 GESTÃO DE RISCO E DESASTRAS EM DEFESA CIVIL ........................................ 7 
2.3 CONSULTORIA EM SEGURANÇA ........................................................................... 111 
2.4 DIREITO, PROTEÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL ....................................................... 122 
2.5 TECNOLOGIAS APLICADAS AO SISTEMA DE SEGURANÇA .......................... 133 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 155 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 166 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A produção textual Interdisciplinar individual proposta é direcionada a um 
caso hipotético que parte de uma notícia do desabamento do Edifício Cauã, 
localizado no Município de São Bento, que provocou intensas discussões acerca do 
problema de moradias no país, partindo desse pressuposto será sugerido algumas 
considerações na tentativa de solucionar problemas oriundos da problemática já 
mencionada. 
O dia a dia do profissional de segurança pública tende a ser ativo uma vez 
que as mais variadas situações surgem rotineiramente, para isso torna-se 
necessário que o profissional esteja sempre muito bem qualificado, por conta 
inúmeras situações que impetram riscos bem como precisam de negociações, as 
quais, habitualmente surgem para abrandar conflitos entre direitos o que não é 
comum em outras situações diversas da segurança pública. Para isso, consultorias 
em segurança pública são importantes, pois, presume-se que o profissional 
responsável possui conhecimento especializado. 
Portanto, a presente atividade tem como objetivo geral utilizar o conhecimento 
adquirido das disciplinas deste 4° semestre e busca agregar conhecimentos aos 
estudantes quanto à sua formação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 PASSO 1: NEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE CONFLITOS DE SEGURANÇA 
 
No primeiro momento utilizaremos da metodologia de negociação de 
Harvard1, cujas etapas serão descritas a seguir: 
2.1.1 Preparação 
O ponto inicial é se preparar de maneira prévia a negociação, para isso, é 
necessário que se busque os assuntos principais e, após isso, levantar o máximo de 
informação relevante possível. É necessário também que sejam elaborados planos 
para cada assunto em separado de forma a dar autonomia a cada assunto na 
negociação. Uma negociação envolve no mínimo dois lados assim, é imprescindível, 
também que aprenda tudo em relação ao outro negociante, vale ressaltar que a 
atenção deve existir de formar a separar fatos de suposições. 
Os primeiros darão consistência à negociação, os segundos não, logo após, 
analisa todas as alternativas, nas quais deverá escolher a melhor. É sugerido que se 
tenha várias “saídas” ou opções para a situação, especialmente, opções que 
possam ser levadas em consideração pela outra parte como, por exemplo, maior 
visibilidade a pontos em comuns do conflito. 
2.1.2. Criação 
Uma das etapas muito importante na negociação sob várias expectativas. 
Primeiro, por que esse é um momento propício à criação de um ambiente favorável, 
desde que o principal interessado forneça confiança, cortesia e harmonia à parte 
oposta. Diante a situação haverá o primeiro contato entre os polos da negociação, 
desta forma, a atenção deve ser redobrada, uma vez que a primeira impressão 
sugere a ser decisiva na escolha e, independente de primeiro contato, sempre 
haverá alguns cuidados a serem tomados como, por exemplo, ser direto quando ao 
 
1 FERREIRA, Mario Luis Tavares. Negociação: como funciona o Método de Harvard. Disponível em < 
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/negociacao-o-metodo-de-harvard/28822/ > acessado 
em agosto de 2020. 
6 
 
 
objeto da negociação. A civilidade pode ser arma para a quebra de determinadas 
barreiras. 
 
2.1.3. Negociação 
 
Na negociação, é importante, manter sempre a calma. Deverá buscar 
interesses mútuos, pois do contrário, não seria negociação, mas sim imposição. O 
negociador deve usar táticas ao seu dispor para manter sua posição. Deve-se, 
sempre estar pronto para às informações oferecidas pela outra parte, para que 
assim haja uma revisão eficaz da proposta. 
Deve-se ter em sua linha de raciocínio a projeção de novas rotas, para o caso 
de alguma rota principal ser inibida, assim é necessário deixar margem de espaço 
para manobra negocial e, por fim, como regra básica, não deve haver por parte do 
negociador, o ato de se envaidecer em caso de negociação de sucesso, em atenção 
aos negociadores envolvidos, bem como por questões éticas. 
 
2.1.4. Fechamento 
No fechamento, a idéia é de estruturar o acordo de maneira que preencha as 
lacunas existentes para ambas as partes. Nessa fase, não se pode colocar o 
negociador contra a parede, por isso, a fase de preparação é essencial para 
subsidiar essa fase. É importante, também, que não se aceite contraproposta ou que 
se faça uma contraproposta sem antes fazer uma pausa para revê-la, pois, alguma 
informação pode ter passada despercebida. 
Em relação as ambiguidades, os negociadores devem checá-las e resolve-
las. Observa-se que se houve eficiência na negociação, seu fechamento será 
natural. Prévio a esse momento deverá haver um retrospecto dos ganhos já 
contabilizados, das perdas etc. Não se deve intimidar com ofertas finais, pois 
sempre haverá diversas. Pode-se ainda, oferecer uma vantagem adicional 
condicionada ao fechamento. Ficar atento aos sinais de que a outra parte não 
7 
 
 
pode/consegue ceder além do já cedido. Concluído o acordo, deve-se sela-lo o 
quanto antes, considerando que, com o tempo, as situações e satisfações podem 
mudar, dificultando ainda mais a negociação. 
 
2.1.5. Reconstrução 
 
O mero fechamento da negociação não basta, pois deve-se investir na 
reputação. Negociar e não cumprir, ainda que parcialmente, o acordado, trará 
prejuízos a imagem do negociador, e o prejudicará em outras situações futuras. o 
investimento no relacionamento e na reputação minimizará os riscos de má 
implementação do acordo e facilitará negociações futuras. 
No que se refere ao caso do Edifício Cauã, a negociação quanto ao objeto se 
tipifica como integrativa, pois deverá haver uma somatória de interesses. Quanto a 
concorrência, podemos classificar como cooperativa, pois deverá haver ganhos e 
perdas de ambos os lados, diferenteda adversarial em que quando um ganha o 
outro necessariamente perde. Quanto a comunicação, será de maneira direta, pois 
ocorrerá sem a necessidade um terceiro interventor, mas o próprio Estado por meio 
das forças de segurança. Quanto a reciprocidade a referida negociação é do tipo 
ganha-ganha, pois haverá democracia e integração nas escolhas, compreensão 
das partes quanto as suas limitações e, consequentemente ambas as partes 
ganharão, ainda que para isso exista algumas renúncias. 
 
 
2.2 PASSO 2 – GESTÃO DE RISCO E DESASTRES EM DEFESA CIVIL 
 
A previsão legal para a criação do COMDEC está na lei que Institui a Política 
Nacional de Proteção e Defesa Civil – PNPDEC2 (lei nº 12.608, de 10 de abril de 
 
2 BRASIL. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Disponível em <M 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm > acessado em agosto de 2020. 
8 
 
 
2012) suplementada pela portaria nº 912-a, de 29 de maio de 20083 do ministro de 
estado da integração nacional. 
A lei supracitada informa, dentre outras atribuições, as atribuições próprias 
dos municípios, transcritas na íntegra a seguir: 
Art. 8o Compete aos Municípios: 
 I - executar a PNPDEC em âmbito local; 
 II - coordenar as ações do SINPDEC no âmbito local, em articulação com a União e os Estados; 
 III - incorporar as ações de proteção e defesa civil no planejamento municipal; 
 IV - identificar e mapear as áreas de risco de desastres; 
 V - promover a fiscalização das áreas de risco de desastre e vedar novas ocupações nessas áreas; 
 VI - declarar situação de emergência e estado de calamidade pública; 
 VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e 
a evacuação da população das áreas de alto risco ou das edificações vulneráveis; 
VIII - organizar e administrar abrigos provisórios para assistência à população em situação de 
desastre, em condições adequadas de higiene e segurança; 
 IX - manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos, bem 
como sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as ações emergenciais em circunstâncias de 
desastres; 
X - mobilizar e capacitar os radioamadores para atuação na ocorrência de desastre; 
XI - realizar regularmente exercícios simulados, conforme Plano de Contingência de Proteção e 
Defesa Civil; 
XII - promover a coleta, a distribuição e o controle de suprimentos em situações de desastre; 
XIII - proceder à avaliação de danos e prejuízos das áreas atingidas por desastres; 
XIV - manter a União e o Estado informados sobre a ocorrência de desastres e as atividades de 
proteção civil no Município; 
 XV - estimular a participação de entidades privadas, associações de voluntários, clubes de serviços, 
organizações não governamentais e associações de classe e comunitárias nas ações do SINPDEC e 
promover o treinamento de associações de voluntários para atuação conjunta com as comunidades 
apoiadas; e 
 XVI - prover solução de moradia temporária às famílias atingidas por desastres. 
 
3 BRASIL. 912-a/2008. Disponível em < http://www.mi.gov.br/defesacivil/legislacoes > acessado em agosto de 
2020. 
9 
 
 
Ademais, a portaria citada anteriormente, garante aos municípios, aporte 
financeiro advindo da União, desde que se habilitem para tanto, bem como possuem 
COMDEC, senão vejamos: 
Art. 1º- Os municípios, para se habilitarem à transferência de recursos federais destinados às ações 
de defesa civil, deverão comprovar a existência e o funcionamento do Órgão Municipal de Defesa 
Civil – COMDEC ou correspondente. 
A seguir, seguem algumas sugestões, de departamentos que devam conter 
no COMDEC do município: 
Médio e Grande Porte 
 Área de Minimização de Desastres 
- Setor de Prevenção de Desastres 
- Setor de Preparação de Emergências e Desastre 
 Área Operacional 
- Setor de Resposta e reabilitação aos desastres 
- Setor de Reconstrução 
 Centro de Operação ( com plantão 24horas, para municípios de grande porte) 
Pequeno Porte 
- Coordenador ou Secretário Executivo 
- Um técnico que irá acompanhar as atribuições de cadastramento e revisão 
dos recursos. 
- Um setor técnico operativo que desenvolverá as atividades de minimização 
de desastres e emergências. 
De forma sucinta, conforme Pascoal Junior (2018)4 para a criação de um 
COMDEC no âmbito de um município, deve-se seguir os seguintes passos: 
 
4 PASCOAL JUNIOR, José Maria. Gestão de risco e desastres em Defesa Civil. Londrina: Editora e Distribuidora 
Educacional S.A., 2018 
10 
 
 
 1. O prefeito municipal deve enviar Mensagem à Câmara Municipal para 
encaminhar o Projeto de Lei de criação da COMPDEC 
2. na sequência, após elaboração, remete-se o Projeto de Lei de criação da 
COMPDEC 
3. após aprovação, o projeto converte-se em lei. Nesse contexto, novo ato 
deve ser exarado do poder executivo, sendo que dessa vez é um Decreto de 
Regulamentação da Lei que cria a COMPDEC. 
4. após regulamentado, devem haver processos seletivos/concursos, para 
selecionar os integradores, o quais serão nomeados via portaria. 
5. Nova portaria, dessa vez, nomeando os membros do COMPDEC. 
De forma resumida, ainda conforme Pascoal Junior (2018) o referido órgão 
compõe o COMPDEC, os seguintes integrantes: 
Coordenador geral: maior responsável pelo órgão, uma vez que tem função 
de comissionada de “chefe” de todo o órgão. É, comumente, de livre nomeação e 
exoneração do chefe do poder executivo. 
Coordenador de Proteção e Defesa Civil: Coordena as atividades dos Agentes de 
Proteção e Defesa Civil nas atividades preventivas e de urgência; implanta e 
mantem atualizado o cadastro de recursos humanos, materiais e equipamentos a 
serem convocados e utilizados em situações de anormalidades. 
Apoio administrativo: são as secretarias, comumente compostas auxiliares 
administrativas, que lidam com a parte burocrática, confecção de documentos, 
armazenamento de dados, etc. 
Setor técnico: compostos por técnicos de várias especialidades e são responsáveis 
por, dentre outros, implantar banco de dados e elaborar mapas sobre ameaças, 
vulnerabilidades e riscos de desastres; desenvolver programas de treinamento, 
inclusive voluntário, bem como desenvolver e promover campanhas educativas 
quantos aos riscos geridos. 
Setor operacional: composto por quem efetivamente executa o controle e a 
distribuição de suprimentos necessários em situações de desastre. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
2.3 PASSO 3 - CONSULTORIA EM SEGURANÇA 
 
Com base no que foi analisado, percebe-se que há dois principais problemas 
a serem resolvidos pelo poder público. 1 lidar com pessoas em situação de rua de 
modo a possibilitar que estes tenham “um teto”. 2 provar a ausência de 
responsabilidade quanto ao desabamento. 
O primeiro problema é necessário resolver pois pessoas em situação de rua 
criam risco para a população e para elas próprias. Isto porque, ausente condições 
de vida, o morador de rua esta sujeita à pratica de crimes, dentre eles a invasão de 
propriedade estatal, por exemplo. Nesse contexto, é válido programas sociais de 
desenvolvimento de moradias e de emprego. 
No tocante ao segundo, se comprovada responsabilidade estatal, é 
plenamente possível perdas vultuosas de dinheiro público com o pagamento de 
indenizações. 
Na administração pública, há o que se chama de Responsabilidade civil 
objetiva, de modo que a administração responde pelos fatos em que haja nexo de 
causalidade entre uma conduta ou omissão por parte da administração pública e o 
efeito danoso existente entre o fato ocorrido e as consequências dele resultantes (DI 
PIETRO, 2019)5. 
A responsabilidade objetiva difere a subjetiva, que é regra no direito privado, 
pois nessa última, é necessária comprovar dolo ouculpa na conduta danosa (DI 
PIETRO, 2019). Assim, como a responsabilidade é objetiva, o Estado responde 
pelos danos ocasionados a terceiros, usuários ou não do serviço, pelas condutas 
danosas, licitas ou ilícitas, de seus funcionários no exercício de suas funções ou a 
pretexto de exercê-las, independente de dolo ou culpa, desde que exista nexo 
causal entre o dano ocasionado e a ação omissiva ou comissiva do agente, na forma 
do código civil de 2002 (LEI N 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002). 
 Houve conduta omissiva no momento que o Estado não se dispôs a 
promover a desocupação do prédio, mesmo sabendo que a ocupação do bem 
público dominical era irregular e que haveria risco de desabamento em 
consequência da precariedade das estruturas, devidamente comprovada, sendo 
este o nexo causal principal entre o evento danoso e a atividade do Estado. 
 
5 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 32ª ed. Rio de Janeiro, Editora FORENSE: 2019. 
12 
 
 
No Brasil, há adesão a teoria do risco administrativo, admitindo apenas duas 
excludentes de responsabilidades que são: Caso de culpa exclusiva da vítima ou 
caso fortuito e força maior6, com exceção nesse último caso, quando há 
previsibilidade. 
No caso, em tela, no entanto, podemos ver que há excludente de 
responsabilidade do Estado, uma vez que a precariedade das estruturas se deu logo 
após um “ciclone bomba” o que pode ser considerado força maior. 
 
 
2.4 PASSO 4 – DIREITO, PROTEÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL 
 
A pessoa idosa tem tido especial tratamento contemporaneamente. O 
Estatuto do Idoso, instituído pela Lei Nº 10.741/20037 é importante ferramenta de tal 
tratamento. 
Segundo o seu art. 1o, afirma que ele é destinado a regular os direitos 
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Conforme art. 3º do mesmo diploma legal, 
 É obrigação da família, da comunidade, da 
sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com 
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao 
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e 
à convivência familiar e comunitária (BRASIL, Art. 3o, Lei Nº 
10.741/2003). 
 
No caso estudado, por outro lado, percebe-se a clara desídia de um dos 
próprios responsáveis pelo zelo do idoso, que é neto Marcos, o qual era responsável 
por maus tratos físicos e emocionais ao idoso, além de destituir-lhe de sua 
aposentadoria. 
Pode-se inclusive afirmar que esse neto incorreu no consentimento de crime 
disposto no art. 102 do Estatuto do Idoso, segundo o qual, é crime 
 
 
6 JUS BRASIL. Causas excludentes da responsabilidade civil. Disponível em. < 
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/247386/causas-excludentes-da-responsabilidade-civil > acesso em agosto 
de 2020. 
7 BRASIL, Lei Nº 10.741/2003 (estatuto do Idoso). Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm> acesso em agosto de 2020. 
13 
 
 
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, 
pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes 
aplicação diversa da de sua finalidade: Pena – reclusão de 1 
(um) a 4 (quatro) anos e multa. 
 
O Estado, para resguardar a integridade física e psíquica desse idoso, pode 
aplicar-lhe uma medida protetiva, consoante sugestões dispostas no art. 45 do 
diploma estudado. 
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas 
no art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a 
requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as 
seguintes medidas: 
 I – Encaminhamento à família ou curador, 
mediante termo de responsabilidade; 
 II – orientação, apoio e acompanhamento 
temporários; 
 III – requisição para tratamento de sua saúde, 
em regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar; 
 IV – Inclusão em programa oficial ou comunitário 
de auxílio, orientação e tratamento a usuários dependentes 
de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de 
sua convivência que lhe cause perturbação; 
 V – Abrigo em entidade; 
 VI – Abrigo temporário. 
 
O Ministério público, por sua vez, tem importante papel no ato de proteção ao 
idoso. Isto porque, conforme a Constituição de 19888, cabe ao MP “(...) a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis” (Art. 127). Além disso, ainda é sua função, dentre outras, “zelar pelo 
efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos 
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias à sua 
garantia” (Art. 129). 
 
2.5 PASSO 5 – TECNOLOGIAS APLICADAS AO SISTEMA DE SEGURANÇA 
 
Com o rápido desenvolvimento tecnológico, fazendo com que as informações 
circulem com uma rapidez exorbitante, o profissional da segurança pública torna-se 
ainda mais necessário como encargo de propiciar a utilização responsável e 
eficiente dessas tecnologias, em prol do bem comum (SÊMOLA, 2014)9. 
 
8 _________. CFRB de 1988. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm > acessado em agosto de 2020. 
9 SÊMOLA, M. Gestão de segurança da informação: uma visão executiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 
14 
 
 
Nesse contexto podemos afirmar que a segurança pública em si, deve 
acompanhar esse avanço tecnológico. 
Tal sistematização fornecida pelo profissional da segurança pública poderá 
garantir movimentação saudável das informações, pois permite a sintetização e 
consequente percepção das informações verdadeiras ou não, bem como adequá-las 
ao nível de relevância que de fato tem (BRASILIANO, 2003)10. 
Por essa esteira, contextualizando ao caso estudado, pode-se utilizar 
sistemas de vigilância via câmeras, com fito em verificar, por exemplo, a invasão de 
bens públicos. Outro exemplo é a utilização de drones para verificar localizações de 
difícil acesso (o interior de um prédio interditado e cujas entradas estão bloqueadas, 
por exemplo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 BRASILIANO, A. C. R.; BLANCO, L. Manual de Planejamento Tático e Técnico de Segurança Empresarial. São 
Paulo: Sicurezza, 2003 
15 
 
 
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conclui-se quanto ao processo de negociação, este se mostrou de grande 
valia, em especial se executado por pessoa com capacidade para executa-la. Uma 
negociação, devido a sua complexibilidade de fases e peculiaridades, se executada 
por quem não tem competência para tal, pode ocasionar grandes danos, em 
especial quando se tratar de situações críticas, tais como as vislumbradas no caso 
em questão. 
Em se tratando de gestão de risco, consultoria em segurança e direito e 
proteção à pessoa idosa, percebeu-se que o conhecimento legislacional se mostra 
bastante pertinente e indispensável quando da prática das atribuições que 
competem ao profissional da segurança pública. 
 É notório, também, que o uso de tecnologia pode trazer grandes benefícios 
às mais variadas áreas, assim, sendo utilizada em prol de diversos aspectos de 
negociações, em destaque o de preparação, desta forma, é inconcebível que não se 
utilize a tecnologia como forma de auxiliar a segurança pública a coibir situações 
que se oponham a ela. 
Cabe destacar a importância da figura do gestor/empreendedor no papel já 
mencionado, devendo este rejeitar os sentimentos de fraquezas e desmotivações, 
tomando para si o seu papel, com iniciativa, flexibilidade e adaptabilidade. 
Por fim, deve saber utilizar de todos os métodos disponíveis como forma de 
solidificação de seus conhecimentos em busca do alcance das situações que gerir. 
16 
 
 
REFERÊNCIASBRASIL. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Disponível em <M 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm > 
acessado em agosto de 2020. 
 
_______. 912-a/2008. Disponível em < http://www.mi.gov.br/defesacivil/legislacoes 
> acessado em agosto de 2020. 
 
__________, Lei Nº 10.741/2003 (estatuto do Idoso). Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm> acesso em agosto de 
2020. 
 
_________. CFRB de 1988. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm > 
acessado em agosto de 2020. 
 
BRASILIANO, A. C. R.; BLANCO, L. Manual de Planejamento Tático e Técnico de 
Segurança Empresarial. São Paulo: Sicurezza, 2003 
 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 32ª ed. Rio de Janeiro, 
Editora FORENSE: 2019. 
 
FERREIRA, Mario Luis Tavares. Negociação: como funciona o Método de Harvard. 
Disponível em < http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/negociacao-o-
metodo-de-harvard/28822/ > acessado em agosto de 2020. 
 
JUS BRASIL. Causas excludentes da responsabilidade civil. Disponível em. < 
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/247386/causas-excludentes-da-responsabilidade-
civil > acesso em agosto de 2020. 
 
PASCOAL JUNIOR, José Maria. Gestão de risco e desastres em Defesa Civil. 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018 
 
SÊMOLA, M. Gestão de segurança da informação: uma visão executiva. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2014.

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