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FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES CCE0194 AULA 12 BLOCO DE COROAMENTO CURSO: ENGENHARIA CIVIL DOCENTE: LEILA FERREIRA FIGUEIREDO BLOCOS NBR 6118:2014 (ITEM 22.7) � CONCEITO: Blocos são estruturas de volume usadas para transmitir às estacas e aos tubulões as cargas de fundação, podendo ser considerados rígidos ou flexíveis por critério análogo ao definido para sapatas. BLOCOS NBR 6118:2014 (ITEM 22.7) � Os blocos sobre estacas podem ser para 1, 2, 3... e teoricamente para n estacas, dependendo principalmente da capacidade da estaca e das características do solo. � Blocos sobre uma ou duas estacas são mais comuns em construções de pequeno porte, como residências térreas e de dois pavimentos (sobrado), galpões, etc., onde a carga vertical proveniente do pilar é geralmente de baixa intensidade. � Nos edifícios de vários pavimentos (cargas podem ser altas ou muito altas), a quantidade de estacas é geralmente superior a duas. BLOCOS NBR 6118:14 (ITEM 22.7.2) COMPORTAMENTO ESTRUTURAL 22.7.2.1 Bloco rígido O comportamento estrutural se caracteriza por: a) trabalho à flexão nas duas direções, mas com trações essencialmente concentradas nas linhas sobre as estacas (reticulado definido pelo eixo das estacas, com faixas de largura igual a 1,2 vez seu diâmetro); b) forças transmitidas do pilar para as estacas essencialmente por bielas de compressão, de forma e dimensões complexas; c) trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não apresentando ruínas por tração diagonal, e sim por compressão das bielas, analogamente às sapatas. 22.7.2.2 Bloco flexível Para esse tipo de bloco deve ser realizada uma análise mais completa, desde a distribuição dos esforços nas estacas, dos tirantes de tração, até a necessidade da verificação da punção. BLOCOS NBR 6118:14 (ITEM 22.7.3) CÁLCULO � “Para cálculo e dimensionamento dos blocos, são aceitos modelos tridimensionais lineares ou não lineares e modelos biela-tirante tridimensionais.” E que na “região de contato entre o pilar e o bloco, os efeitos de fendilhamento devem ser considerados, conforme requerido em 21.2, permitindo-se a adoção de um modelo de bielas e tirantes para a determinação das armaduras. No modelo de bielas e tirantes, a biela é a representação do concreto comprimido e o tirante das armaduras tracionadas. � E sempre que houver forças horizontais significativas ou forte assimetria, o modelo deve contemplar a interação solo-estrutura.” � No Brasil, os modelos de cálculo mais utilizados para o dimensionamento dos blocos sobre estacas são o “Método das Bielas” (Blévot, de 1967), o método do CEB-70 e nos últimos anos modelos tridimensionais de bielas e tirantes. Os métodos, das Bielas e do CEB-70, devem ser aplicados apenas nos blocos rígidos. No caso de blocos flexíveis, são aplicados métodos clássicos aplicáveis às vigas ou às lajes. BLOCOS MÉTODO DAS BIELAS � O Método das Bielas admite como modelo resistente, no interior do bloco, uma “treliça espacial”, para blocos sobre várias estacas, ou plana, para blocos sobre duas estacas. As forças atuantes nas barras comprimidas da treliça são resistidas pelo concreto e as forças atuantes nas barras tracionadas são resistidas pelas barras de aço (armadura). A principal incógnita é determinar as dimensões das bielas comprimidas, resolvida com as propostas de Blévot (1967). BLOCOS MÉTODO DAS BIELAS � O Método das Bielas é recomendado quando: a) o carregamento é quase centrado, comum em edifícios. O método pode ser empregado para carregamento não centrado, admitindo-se que todas as estacas estão com a maior carga, o que tende a tornar o dimensionamento antieconômico; b) todas as estacas devem estar igualmente espaçadas do centro do pilar. � O Método das Bielas é o método simplificado mais empregado, porque: a) tem amplo suporte experimental (116 ensaios de Blévot, entre outros); b) ampla tradição no Brasil e Europa; c) modelo de treliça é intuitivo. BLOCO SOBRE UMA ESTACA � No caso de pilares com dimensões próximas à dimensão da estaca, o bloco atua como em um elemento de transferência de carga, necessário por razões construtivas, para a locação correta dos pilares, chumbadores, correção de pequenas excentricidades da estaca, uniformização da carga sobre a estaca, etc. � São colocados estribos horizontais fechados para o esforço de fendilhamento e estribos verticais construtivos. BLOCO SOBRE UMA ESTACA BLOCO SOBRE UMA ESTACA � Para simplificar: adotar para os estribos verticais, nas duas direções do bloco, áreas iguais à armadura principal As (estribos horizontais). � Para edifícios de pavimentos (carga sobre o bloco alta), a dimensão A do bloco pode ser tomada como: A = φe + 2 x 10 cm, ou 15 cm ao invés de 10 cm, dependendo da carga vertical, diâmetro e capacidade da estaca, etc. Sendo a estaca circular o bloco resulta quadrado em planta, com B = A. � Para construções de pequeno porte (cargas baixas sobre o bloco): A = φe + 2 x 5 cm. BLOCO SOBRE UMA ESTACA � Exemplo: pilarete de sobrado, φe = 20 cm, resulta o bloco 30 x 30 cm de dimensões em planta. � Obs.: o pilarete sobre o bloco deve ter dimensão máxima ≤ 25 cm. Para pilaretes com dimensões maiores, deve-se aumentar as dimensões do bloco. � A altura d do bloco pode ser estimada entre φe e 1,2 φe. � Para o exemplo resulta: 1,2 φe = 1,2 . 20 = 24 cm h = 24 + 5 = 29 cm, podendo adotar h = 30 cm. BLOCO SOBRE DUAS ESTACAS BLOCO SOBRE DUAS ESTACAS � As bielas comprimidas de concreto não apresentam risco de ruptura por punção, desde que 40°≤ α ≤ 55°, onde α pode ser calculado por: � Para o intervalo 40°≤ α ≤ 55°, temos o intervalo de d: BLOCOS 22.7.4.1.4 Armadura de arranque dos pilares (NBR 6118:14) � O bloco deve ter altura suficiente para permitir a ancoragem da armadura de arranque dos pilares. Nessa ancoragem pode- se considerar o efeito favorável da compressão transversal às barras decorrente da flexão do bloco (ver Seção 9). � a armadura longitudinal vertical do pilar ficará ancorada dentro do bloco se: BLOCOS VERIFICAÇÃO DAS BIELAS � A seção ou área das bielas (Ab) varia ao longo da altura do bloco e, por isso, são verificadas as seções junto ao pilar e junto às estacas. BLOCOS VERIFICAÇÃO DAS BIELAS BLOCOS VERIFICAÇÃO DAS BIELAS BLOCOS ARMADURA PRINCIPAL � A força medida na armadura principal foi 15 % superior à indicada pelo cálculo teórico, considera-se Rs acrescida de 15 %: BLOCOS - ARMADURA COMPLEMENTAR (SUPERIOR E DE PELE) 22.7.4.1.5 Armadura lateral e superior (NBR 6118:14) � Em blocos com duas ou mais estacas em uma única linha, é obrigatória a colocação de armaduras laterais e superior. � Em blocos de fundação de grandes volumes, é conveniente a análise da necessidade de armaduras complementares. � A armadura superior pode ser tomada como uma pequena parcela da armadura principal: BLOCOS - ANCORAGEM DA ARMADURA PRINCIPAL E COMPRIMENTO DO BLOCO 22.7.4.1.1 Armadura de flexão (NBR 6118:14) � A armadura de flexão deve ser disposta essencialmente (mais de 85 %) nas faixas definidas pelas estacas, considerando o equilíbrio com as respectivas bielas. � As barras devem se estender de face a face do bloco e terminar em gancho nas duas extremidades. � Deve ser garantida a ancoragem das armaduras de cada uma dessas faixas, sobre as estacas, medida a partir das faces internas das estacas. Pode ser considerado o efeito favorável da compressão transversal às barras, decorrente da compressão das bielas (ver Seção 9). BLOCOS - ANCORAGEM DA ARMADURA PRINCIPAL E COMPRIMENTO DO BLOCO � A ancoragem da armadura positiva do bloco deve ter no mínimo o comprimento de ancoragem básico (lb), iniciada a partir da face interna da estaca próxima à extremidade do bloco. � O gancho vertical pode ser considerado de modo a possibilitar a redução do comprimento de ancoragem, bem como o acréscimo de armadura em relação à calculada. Portanto, conforme o comprimento de ancoragem necessário: BLOCOS - ANCORAGEM DA ARMADURA PRINCIPAL E COMPRIMENTO DO BLOCO � A distânciada face externa da estaca à borda extrema do bloco deve ser suficiente para garantir a ancoragem da armadura, de modo que o comprimento do bloco sobre duas estacas pode ser estimado como: BLOCOS - ANCORAGEM DA ARMADURA PRINCIPAL E COMPRIMENTO DO BLOCO � Detalhamento das armaduras: BLOCO SOBRE TRÊS ESTACAS � O pilar é suposto de seção quadrada, com centro coincidente com o centro geométrico do bloco. O esquema de forças é analisado segundo uma das medianas do triângulo formado. Para pilares retangulares (ap . bp) pode-se adotar o pilar de seção quadrada equivalente: BLOCO SOBRE TRÊS ESTACAS ALTURA ÚTIL BLOCO SOBRE TRÊS ESTACAS VERIFICAÇÃO DAS BIELAS segurança BLOCO SOBRE TRÊS ESTACAS ARMADURA PRINCIPAL BLOCO RESUMO (a), mostra-se o bloco em corte, (b), o bloco em planta (c), um esquema simplificado das forças dividindo o bloco, em corte, no seu eixo de simetria, onde Rest é a reação na estaca; C é a força de compressão na biela; T é a força de tração na armadura principal; P/2 é o carregamento do pilar; e θ é o ângulo da biela. BLOCO RESUMO (a), mostra-se o bloco em corte, (b), o bloco em planta (c), um esquema simplificado das forças dividindo o bloco, em corte, no seu eixo de simetria, onde Rest é a reação na estaca; C é a força de compressão na biela; T é a força de tração na armadura principal; P/2 é o carregamento do pilar; e θ é o ângulo da biela. BLOCO RESUMO BLOCO RESUMO ARMAÇÃO � A armadura de pele é obrigatória para peças de concreto com altura maior do que 60 cm. Sua função é diminuir o efeito de fissuração da superfície do elemento concretado. Essa armadura é colocada ao longo das faces do bloco. A área total de aço dessa armadura deve ser superior, em cada uma das faces, a: Asl > 0,10% b ⋅ h � Onde h é a altura do bloco e b é o comprimento da face considerada. � Recomenda-se que o espaçamento entre as barras não seja superior a 20 cm. ARMAÇÃO � A armadura de suspensão faz com que a carga aplicada sobre o bloco seja transferida para as bielas comprimidas. Caso não seja aplicada a armadura de suspensão, formam-se bielas secundárias no elemento, fazendo com que surjam tensões no intervalo entre as estacas. Isso pode levar à fissuração e à perda da capacidade resistente do bloco. � A armadura de suspensão é obrigatória quando a distância entre duas estacas é superior a três vezes o diâmetro das estacas e a área da sua seção transversal é dada por: BLOCO RESUMO BLOCO EXERCÍCIO � Dimensione um bloco de coroamento rígido para duas estacas de diâmetro 30 cm moldadas in loco, que recebe um pilar de dimensões 40 x 20 descarregando uma carga de projeto de 100 kN (desconsidere o peso próprio do bloco – a armadura do pilar requer um comprimento de ancoragem de 40 cm). Considere um concreto com fck 20 MPa, um cobrimento de 5 cm e aço para as armaduras CA50. FIM OBRIGADA
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