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Biologia Celular CONTROLE DO CICLO CELULAR → Todos os organismos vivos são produtos de repetidos ciclos de crescimento e divisão celular. Existe uma doutrina celular que sabe-se que a única maneira de formar uma célula nova é duplicando uma célula nova (doutrina celular) - Rudolf Virchow, 1858. → A célula tem que duplicar o seu material genético e algumas organelas, além de aumentar os seus conteúdos macromoleculares do citoplasma para poder se dividir. ● O ciclo celular varia muito de célula para célula; ● Embora dependendo do tipo celular o tempo gasto nas fases do ciclo sejam bem diferentes, as etapas que eles têm que passar nos ciclos são bem similares e os mecanismos utilizados pelas céls. eucariontes para regular esse ciclo celular são bem parecidos ● O ciclo celular é formado basicamente pela interfase e pela mitose. Interfase: G1, S e G2 Mitose: Divisão do material genéticos e citoplasmático. → Pontos de checagem; a célula checa se o ambiente interno e externos estão favoráveis (acontece em G1 e G2); são mecanismos de segurança da célula. Em G1 - ambiente propício para entrar no ciclo celular. G2 - Evitar que possíveis erros no material genético sejam transmitidos. → Ponto de Start / início : Se a célula passa por esse ponto ela está irreversivelmente comprometida com o ciclo celular. Ela vai checar em G1 se as condições do ambiente estão favoráveis e se sim, estiverem favoráveis, ela passa por esse ponto de start e não pode mais voltar. → Algumas células ao não encontrar um ambiente externo/interno favorável retiram-se do ciclo celular e entra em uma fase denominada G0 - fase de quiescência celular até ter estímulo suficiente - ambiente favorável que possa assegurar a sobrevivência das células filhas - para poder retornar a esse ciclo. Células nervosas e musculares estriadas : G0 irreversível. ● Fase S: Síntese de DNA - duplicação dos cromossomos ● Fase M: Divisão celular. Mitose - divisão nuclear. Citocinese - divisão citoplasmática. → Céls. embrionárias não respeitam o ciclo como o representado. Durante o início do desenvolvimento embrionário ou os blastóporos que vão sofrer divisões chamadas de clivagens, onde os períodos de G1 e G2 são drasticamente reduzidos; as células não têm período de crescimento e recuperação citoplasmática que acontece nos períodos de interfase → O resultado dessas divisões são céls. progressivamente menores. ● SISTEMA DE CONTROLE DO CICLO CELULAR: Rede de proteínas reguladoras que coordena eventos do ciclo celular. Atuam como ‘‘interruptores’’ que desencadeiam eventos de maneira completa e irreversível. → PONTOS DE VERIFICAÇÃO: 1. Final de G1 (preparo p duplicação dos cromossomos) -> Start ou início 2. Passagem de G2/M: Eventos mitóticos (condensação cromossômica) 3. Metáfase → Anáfase (durante a fase M): A cél. verifica se todos os cromossomos estão ligados apropriadamente ao fuso mitótico. Esses pontos de verificação são tão importantes pois evitam o início de cada etapa da divisão celular até que a etapa anterior da qual dependem tenham sido completada e o erros que ocorreram durante o processo tenham sido corrigidos. Céls. cancerosas nao vao ter devido a rapidez da multiplicação. Kellyane Zambom Biologia Celular ● COMPONENTES CENTRAIS DO SISTEMA DE CONTROLE DO CICLO CELULAR : - São duas classes principais de moléculas que controlam o ciclo. I. CDKs (Cinase dependente da Ciclina): Possuem atv. cinase (adiciona Pi) em ptn’s alvo específicas somente quando ligadas a ciclinas → Complexo Cdk-Ciclina. Esse complexo controla as passagens do ciclo celular. O nível de Cdk’s dentro da célula não muda, o que muda são os níveis de ciclina. Existem cíclinas específicas para cada fase do ciclo. Desse modo, Cdk-Ciclinas regulam a atv. de ptn’s alvo (por meio da fosforilação) envolvidas na entrada do ciclo celular, na replicação de DNA e na mitose. - Não basta a ciclina estar ligada com a Cdk para ter atividade. Após a união do complexo, proteínas cinases vão fosforilação essa Cdk em doi sítios específicos, um inibidor e um ativador. Adicionam dois fosfatos no sítio inibidor e um fosfato no sítio ativador da Cdk (mesmo assim esse complexo continua inativo). Para que esse complexo Ciclina-Cdk tornar-se ativo precisa que uma fosfatase remova o fosfato do sítio inibidor da Cdk (de modo que o do sítio ativador permaneça). II. CKI - Inibidores de Cdks (inibem o complexo todo). Podem interromper o ciclo nos pontos de verificação. - Uma outra forma de inibir o complexo ciclina - Cdk ativo é através da ubiquitinação/ubiquitilação da ciclina. Ubiquitinação de ciclinas marcam a proteína para degradação nos proteossomas (citosol). Uma vez degradada, o processo por ela ativado não pode mais acontecer. Ciclinas estão presentes somente durante o estágio do ciclo celular o qual induzem. FASE G1 : G1 - ciclinas; ativam Cdks em G1; ativam E2Fs (fatores de transcrição); montagem de complexos pré-replicativos. Em resposta a sinais extracelulares (nutrientes/presença de mitógenos - substância que induz à mitose). → O mitógeno estimula essa célula a desencadear uma sinalização intracelular que culmina com a produção de G1 - ciclina que se liga a Cdk e ativa o complexo → fosforila a ptn Rb. Tal ptn ao ser inativada libera o fator de transcrição que ela estava inativando, de modo que ele vai a promover a transcrição de genes que codificam ciclinas G1/S e ciclinas S. → Durante a fase G1 há também a montagem de complexos pré-replicativos nas regiões de origem de replicação (complexo proteico que se associa ao complexo de reconhecimento de origem - OCR); duplicação de DNA tem início nas regiões de complexos pré-replicativos. Kellyane Zambom Biologia Celular →Caso ocorra dano muito grave no DNA detectado durante G1 : ativação de proteínas cinases que fosforilam p53, estabilizando-a e ativando-a - p53 estável e ativa: Capaz de se ligar à região reguladora do gene p21 → transcrição do gene p21 e tradução do mRNA para gerar a proteína p21 (que é uma CKI) → CKI traduzida inativa o complexo G1/S-Cdk ⇒ ciclo celular não progride para START - na ausência de dano ao DNA, p53 é degradada nos proteossomos - caso NÃO ocorra dano em DNA: célula passa do ponto de checagem → Altas [ ] ou [ ] adequadas de ciclinas G1 / S associadas a suas Cdks garantem com que a célula passe pelo start ou início. → Estando sem danos de DNA / passado pelo ponto de checagem, o complexo G1/S - Cdk inicia a duplicação do centrossomo (muito importante que estejam duplicados, pois é o centro de organização microtubular pro crescimento dos microtúbulos na maioria das células eucariontes). FASE S: Replicação do DNA A ciclina S - Cdk fosforila algumas ptn do complexo de reconhecimento do complexo pré-replicativo que foi montado em G1 sob estímulo de G1 - Cdk. Na fase S, a S- Cdk desmonta esse complexo pré-replicativo para que a origem de replicação fique acessivel parar as ptn que vão realizar a replicação do DNA. O complexo pré-replicativo é desmontado e não se forma novamente até a próxima fase G1. - É importante que a ciclina S - Cdk impeça / iniba a formação de novos complexos pré-replicativospara que não haja uma nova montagem/ que o material genético não seja replicado mais de uma vez na mesma origem de replicação. → Ao final da fase S, cada cromossomo replicado consiste de um par de cromátides-irmãs unidas. - A união das cromátides irmãs é feita pela região do centrômero. Todavia, para garantir que elas permaneçam unidas há a ativação de um complexo proteico denominado coesinas : Formam estruturas semelhantes a anéis, que circundam as cromátides irmãs, mantendo-as unidas. - Céls. que não apresentam coesinas separam os cromossomos aleatoriamente, de modo a não distribuir corretamente a quantidade de material genético entre as células filhas. FASE M: Para cél. entrar nessa fase é necessário ter a presença da ciclina M que vai se ligar na sua Cdk estimulando a entrada da célula na mitose. O aumento da M - Cdk acontece na verificação G2/M (o segundo ponto de verificação). Verifica-se se o material genético foi totalmente e corretamente duplicado, se tiveram erros/foram corrigidos; se a resposta for que há erros / o material não foi totalmente replicado, vai ter o desencadeamento intracelular de sinalizações que vão culminar com a produção de CKI’s → inibem a progressão do ciclo. Todavia, se estiver tudo ‘‘ok’’, a ciclina M começa a ser produzida e célula vai passar da fase G2 para fase M. → M - Cdk // M ciclinas → Estimulam a entrada na mitose no ponto de verificação G2/M → Existe uma fosfatase específica para ativar o complexo Ciclina M - Cdk → essa fosfatase ativadora é chamada de cdc - 25, é uma classe de fosfatases ativadoras. Essa ptn é ativada somente na fase G2/M. Não se sabe exatamente qual mecanismo que leva a ativação dessa fosfatase no final da duplicação do material genético - de G2 p/ M. ● Ativação súbita das M - CDKs - Montagem do fuso mitótico - Desintegração do envelope nuclear - Ligação dos microtúbulos do fuso com cromátides-irmãs - Desencadeia condensação cromossômica → O complexo M - Cdk tem uma atv. denominada de ‘‘retroalimentação ativa’’ → A moléc. M -Cdk além de fazer todos os eventos relacionados com a mitose ela estimula de volta a fosfatase Cdc25 → M - Cdk ativa Kellyane Zambom Biologia Celular fosforila a fosfatase Cdc25 inativa, tornando-a ativa que posteriormente ativa mais M - Cdk. → Dessa forma, o aumento súbito de M-Cdk desencadeia uma série de eventos: - Prófase: Cromossomos replicados se condensam; início da formação do fuso mitótico fora do núcleo - Na fase M há também a condensação cromossômica → Pq os cromossomos são condensados tão fortemente na fase M ? Isso ocorre pois a M Ciclina - Cdk vai estimular (fosforilar) a montagem de complexos de proteínas chamadas condensinas(início da fase M ) → elas se associam as moléculas de DNA estimulando a condensação do DNA. São complexos proteicos que formam estruturas também semelhantes a aneis que reúnem cada cromátide irmã individualmente condensando elas. Assim, as COESINAS que se formam na fase S, mantém as cromátides irmãs unidas, já as CONDENSINAS faz com que cada uma das cromátides irmãs se condense individualmente. - Antes da metáfase ocorre ainda a desestruturação do envoltório nuclear e a ligação das fibras do fuso aos cromossomos (pró-metáfase → Também estimulada pela M-Cdk). Como ocorre essa desestruturação? A M-Cdk vai estimular a fosforilação das laminas nucleares (A-C e B), uma vez fosforiladas elas se desestruturam/desorganizam e o envoltório nuclear perde a sua resistência e estruturação. Cabe relembrar que a desestruturação do envoltório nuclear permite a interação entre cromossomos e microtúbulos do fuso. - Na metáfase, ainda estimulados ainda pela M -Cdk, os cromossomos ficam alinhados na placa metafásica (encontram-se extremamente condensados nesse momento). - Anáfase → Divisão das cromátides-irmãs para pólos opostos da célula (relembrando, na fase S formaram-se coesinas : mantiveram as cromátides unidas → Nesse momento, essas coesinas precisam ser desestruturadas/desestabilizadas para permitir a separação das cromátides-irmãs, possibilitando que a anáfase ocorra. → Complexo promotor da anáfase/ciclossomo - APC/C : A transição entre metáfase e anáfase não é desencadeada por fosforilação de ptn’s e sim por DESTRUIÇÃO de ptn’s. APC/C é uma ubiquitina ligase → Degradação proteolítica por proteossomas. Nesse sentido, APC/C causa a degradação de SECURINAS (está inibindo a separase), liberando uma protease chamada SEPARASE → Cliva coesina, iniciando o processo de separação das cromátides-irmãs. → Quando todos os cinetócoros estão fixados aos microtúbulos do fuso mitótico existe um desencadeamento intracelular que estimula uma ptn chamada Cdc20 que liga o APC/C e o ativa, uma vez tendo esse complexo APC/C ativo degrada a securina libera a separase e a anáfase pode acontecer. → Caso os cromossomos não estejam ligados ao fuso, há um bloqueio na ativação de APC/C, a Cdc20 não é ativada e essa cascata de ativação não acontece. → O que vai acontecer com a presença dessa ubiquitina ligase (APC/C)? Além de ligar ubiquitina na securina e liberar a separasse ela liga ubiquitina em todas as ciclinas presentes no citoplasma, sendo principalmente a ciclina M → Uma vez a ciclina M degradada no proteossomo o Cdk vai ficar inativo e assim os eventos mitóticos são desfeitos. Acontece a desfosforilação de condensinas, laminas nucleares, nucleoporinas… Tudo isso encaminha a célula para a telófase. - Telófase → Reconstituição do envoltório nuclear, pois o APC/C ubiquitinou a ciclina M que estava mantendo a célula em divisão na metáfase. A saída da fase M acontece devido a ativação do complexo APC/C; APC/C mantém-se ativo durante o G1 enquanto a célula não receber estímulo para se dividir novamente, portanto, a célula não entra em divisão se tiver [APC/C] adequadas. Entretanto, quando a célula está em G1 e recebe estímulos de mitógenos, há promoção de ciclinas G1 em quantidades elevadas, de modo que tais ciclinas acabam por inibir o APC/C permitindo, assim, que todo o ciclo aconteça. Kellyane Zambom Biologia Celular - Ao final da fase M ocorre a citocinese: Separação citoplasmática; céls. voltam a intérfase. Distribuição de aproximadamente metade do conteúdo citoplasmático da célula-mãe e exatamente a metade do conteúdo genético. Anel contrátil de actina e miosina → Sinalização das fibras do fuso p/ se organizarem corretamente. Kellyane Zambom
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