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Leonan José – T5 CONTROLE DO CICLO CELULAR – MARINA Basicamente, o ciclo celular é composto por: interfase e divisão. Interfase: G1, S e G2 Depois da G2: divisão (fase M) Divisão (M): 2 eventos: divisão nuclear e divisão do citoplasma S: síntese de DNA = duplicação nuclear = para que, na fase M, tenha material para distribuir igualmente para as 2 células Só se consegue formar uma célula nova se for a partir de uma célula pré-existente = DOUTRINA CELULAR. Todos os organismos vivos precisamos que a nossas células realizem ciclo celular. Nós somos produto de repetidos ciclos de crescimento e divisão celular. Essas células crescem e se dividem em tempos que dependem do tipo celular: Levedura (1,5 a 3h), Hepatócitos (1 ano), Epitélio intestinal (12h), fibroblasto em cultura (20h). Tecido cardíaco não se divide. G1 e G2 Monitoramento do ambiente (interno e externo) G1: checar se existem condições adequadas de ambiente. Se pobre (em nutrientes, por ex), não entra em divisão. G2: ambiente interno. Ela vem depois da fase S (fase de duplicação). Mecanismos que checam se o material foi duplicado corretamente? Os possíveis erros do DNA foram corrigidos? Se sim, ela segue a divisão S Síntese de NDA M Divisão celular Mitose – divisão nuclear Citocinese – divisão citoplasmática QUEM NÃO OBEDECE ESSE PADRÃO Células embrionárias fazem clivagem – não obedece G1 e G2, só divide material genético e divisão = resulta em células cada vez menores. PARA QUE OCORRA DE MANEIRA CORRETA Deve haver a divisão do material genético, organelas e suas macromoléculas durante a interfase (para dividir igualmente entre as 2 células) Asseguração da segregação das cromátides irmãs O produto deve ser a formação de 2 células SISTEMA DE CONTOLE DO CICLO CELULAR = ordem cronológica dos eventos, um evento não pode acontecer antes que o interior tenha terminado. Existem eventos de checagem em cada fase. Esse sistema de controle de ciclo é feito por uma rede de proteínas especificas que coordenam todos os eventos do ciclo celular. CICLO CELULAR Ainda se sabe pouco, é um assunto novo. Em 2001, o Prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina foi dado a três pesquisadores que estudaram os Mecanismos de Controle do Ciclo Celular. CONTROLADORES DO CICLO CELULAR A célula precisa receber sinais que vão ditar “para onde ela vai”. As proteínas que fazem isso são como interruptores que desencadeiam eventos de maneira completa e irreversível. Quando as proteínas estimulam para ir para S, por exemplo, é irreversível, uma vez que iniciou, não tem como voltar atrás. Se ela está em G1 e ele não quer se dividir, pode ser por 2 motivos: 1. Condições extracelulares desfavoráveis = G0. Algumas células entram em G0 esperando que esteja favorável para se dividir. Quando uma célula induz a outra a se dividir, diz-se que a célula que induziu produz MITÓGENOS = proteínas que, em contato com um uma célula, estimula ela a entrar no ciclo celular. Escassez de nutrientes + ausência de mitógenos = entra em G0 (ex: fígado) 2. Células nervosas e musculares cardíacas e esqueléticas (só se desconsiderar as células satélites) = G0 irreversível (ausência de controladores do ciclo celular) PONTOS DE VERIFICAÇÃO 1º PONTO Final de G1 (antes de entrar na fase S) Preparo para a duplicação dos cromossomos. Checagem externa. O meio é favorável? Eu tenho mitógenos? Tenho nutrientes? Passar por esse ponto – dá START / INÍCIO 2º PONTO Do G2 para o M Eventos mitóticos – alinhamento dos cromossomos Todo o DNA foi todo replicado? Todos os danos no DNA foram reparados? 3º PONTO Fase M – da metáfase para anáfase Separação das cromátides irmãs. Conclusão da mitose e citocinese Todos os cromossomos estão ligados de forma apropriada ao fuso mitótico? Leonan José – T5 - Esses pontos garantem que uma fase NÃO comece antes de outra terminar. Quando eles falham, pode-se ter o início do desenvolvimento de um câncer. As principais proteínas que regulam o ciclo celular são as CICLINAS (recebem esse nome porque são cíclicas, de acordo com o ciclo celular) e se associam a proteínas chamadas cinases dependentes de ciclinas CINASE DEPENDENTES DE CICLINAS – CDKs A quinase fosforila. Ela fosforila proteínas alvo. Assim, induz a progressão do ciclo. Ela só pode ter 100% da sua capacidade se ela tiver ligada a uma ciclina. CDK é inativa sem ciclina. Elas formam um complexo CDK-CICLINA. Tem-se ciclinas específicas para cada fase do ciclo, tenho ciclinas associadas à sua CDK que irão induzir a passagem pelo ciclo. Ao longo do ciclo celular: Níveis de ciclina – mudanças cíclicas (variam seus níveis de acordo com a fase – ciclina da fase S só na fase, por ex) Níveis de CDKs – constantes (mantem nível, não precisa degradar elas, é só degradar ciclina que a CDK perde a atividade) A CDK vai se ligar a uma ciclina, formando um complexo CDK-ciclina. Esse complexo tem alta atividade cinase e, por meio da fosforilação, vai ativar proteínas que estão ou na entrada do ciclo, ou na replicação do material, etc. Para ter um controle bem regulado, existe mais um evento para garantir que o complexo seja ativado. A ciclina se liga ao CDK. Essa CDK é fosforilada em 2 pontos: um fosfato no sítio ATIVADOR e outro no sítio INIBIDOR. Para ser ativado, precisa retirar o inibidor. A proteína que coloca o fosfato no sítio ativador é chamada de CKA (cinase ativadora de CDK). Ao mesmo tempo, vem uma proteína chamada de Wee1, que coloca um fosfato no sítio inibidor. As duas fazem papéis opostos. Enquanto tem fosfato nos dois sítios, ela não consegue agir. É preciso que uma fosfatase que remove fosfato remova o fosfato do sítio inibidor. Essa fosfatase ativadora se chama CDC25. Aí sim, o complexo fica ativo. LISTA DE PROTEÍNAS Wee1 = cinase inibitória (coloca fosfato na região inibidora) CKA = cinase ativadora (coloca fosfato na região ativadora) CDC25 = fosfatases ativadoras (remove o fosfato da região inibitória) CKI = inibitórias de CDKs A CKI (inibitória) só vai ser estimuladas quando quiser que o ciclo seja parado. É mais trabalho para garantir que tudo fique certo. Quando ela recebe fosfato no seu sítio inibidor e depois ele é retirado, aumenta a sua eficiência de fosforilação – ela aumenta em 100x sua atividade cinase. Além do mecanismo da CKI, outro método para impedir que o complexo funcione é pelo processo de: UBIQUITINAÇÃO = ocorre destruição da ciclina pelos proteossomos (presentes no núcleo). Se por acaso eu precisar que o complexo seja degradado, além de produzir cinases inibitórias, a célula pode faz ubiquitinação da ciclina – ao ganhas ubiquitina, é encaminhada para os proteossomos e lá será degradada. Se degradar ciclina, a CDK não tem atividade, ela não faz nada sozinha. Uma vez que eu degrado a ciclina, a coisa que ela estava fazendo vai ser parada e tudo que ela estava organizando vai deixar de existir. EX: se ela estivesse na mitose, ela iria sair da mitose. A ubiquitinação é muito eficiente. AS DIFERENTES FASES E OS NÍVEIS DE CICLINA S – Aumenta em G1 para que esteja alta na S M – Aumenta em G2 para estar alta em M No meio da mitose, as ciclinas são degradadas (principalmente por ubiquitinação). Elas têm que ser degradas para a célula sair do ciclo (senão ela fica dividindo para sempre). Degradar ciclina diz para a célula que ela pode parar de dividir e voltar à interfase. CICLINAS DE G1 – forma complexo com a CDK = prepara para entrar no ciclo CICLINA G1/S – passa de G1 para S. Responsáveis pelo START = 1º ponto de verificação. CICLINAS S – acionam a fase S CICLINAS M (mitóticas) – iniciam os eventos da mitose e preparativos para a divisão celular. FASE G1 G1-CICLINA se liga com a sua CDK. Ao se ligar, estimula o aparecimento do complexo G1-CDK. Quando os fatores de transcrição estão presentes na célula, vão estimular a transcrição gênica. LeonanJosé – T5 Se a célula quer e dividir, ela precisa que esses fatores estejam disponíveis porque eles vão transcrever ciclinas para elas se dividirem. Se ela não quer se dividir, ela precisa bloquear esses fatores de transcrição. Então, quando a célula está e G1, ela precisa liberar esses fatores de transcrição para G1/S. Ou seja, G1 estimula a próxima fase liberando fatores de transcrição. COMO ISSO ACONTECE? Os fatores de transcrição que codificam ciclinas são chamados de E2F, que deve estar inibido quando a célula não quer dividir. Ele fica inibido pela proteína Rb. Quando ela quer se dividir, tem-se a presença do G1- CDK, que fosforila a proteína Rb (que estava inibindo o fator de transcrição), muda a sua conformação, libera o fator de transcrição, que transcreve ciclina G1/S. RESUMINDO, para a célula começar a divisão, essa ciclina G1 se associa a sua CDK e estimula a liberação de fatores de transcrição das próximas ciclinas (que é a G1/S). O G1-CDK vai inibir a proteína que estava segurando o fator de transcrição. Quando há degradação do G1, acontece desfosforilação da Rb e ela volta a segurar os fatores de transcrição. Ciclina G1 se associa com a sua CDK e estimula seus fatores de transcrição para fazer as próximas ciclinas. G1 = fase de montagem do complexo pré- replicativo nas regiões de origem de replicação. Só vai ser duplicado o material genético que tiver esse complexo montado. É uma preparação para que a fase S aconteça de uma forma correta. As ciclinas G1-CKD vão proporcionar que esse complexo pré-replicativo seja montado na origem de replicação. Só nos pontos em que houver esse complexo montado é que poderá ocorrer replicação na fase S. Altos níveis de G1/S ciclinas – auxiliam e desencadear a progressão do início/START. Quando a célula ativa essa ciclina G1/S-CDK, a célula está comprometida a entrar no ciclo celular. PRIMEIRO PONTO DE VERIFICAÇÃO = ver se está tudo bem com o DNA. Ver se os fatores externos estão favoráveis. Suponha que haja um dano no DNA. A proteína P53 é induzida (ela protege contra o desenvolvimento de um câncer) e o dono no DNA ativa essa proteína. Ela induz a transcrição de uma CKI e a CKI inibe tudo. Se alguém tiver uma mutação no gene da P53, a célula pode ter muito dano no DNA, mas a P53 não vai conseguir reconhecer, o DNA mutante vai ser dividido, levando ao câncer. G1/S-CDK – durante as várias fosforilações dela, um dos resultados é induzir a duplicação dos centrossomos (região organizadora de microtúbulos). COMO A G1/S ESTIMULA A CÉLULA A IR PARA S? As ciclinas da fase S aumentam antes de chegar na fase S. ela se liga ao seu CDK, mas fica esperando a hora de atuar. Então, ela fica ligada a uma proteína que a inibe para ela não ter ação. Altas concentrações da ciclina G1/S faz com que a proteína que estava segurando a ciclina S seja degradada e ela é liberada. Para passar de G1/S para S, a G1/S-CDK cliva a proteína que estava inibindo a ciclina S, então a ciclina S consegue desenvolver o seu papel. FASE S A ciclina S-CDK vai fosforilar proteínas que vão levar ao recrutamento de proteínas que são necessárias na duplicação do material genético, ou seja, ela chama as proteínas para os pontos específicos onde vai começar a replicação e desmonta aquela sinalização que a ciclina G1 fez (lá no sítio de origem de replicação). Se aquele complexo não for retirado, ocorre reduplicação do material. Ou seja, o complexo pré-replicativo vai ser inibido pela ciclina S. Depois da duplicação, há 2 cromátides irmãs. Essas cromátides precisam ficar próximas (para não se enovelarem com outros). Para isso, a fase S induz a produção de COESINAS, para manter a coesão entre as cromátides irmãs. Elas envolvem as cromátides para ficarem perto. O complexo de coesina se forma sobre o DNA na fase S. Células que não se conseguem montar esse complexo podem ter problema para separa-las. FASE M M-ciclinas precisam entrar em ação. Elas vão se ligar a sua CDK, estimulando a entrada da célula na fase M. aqui, existe o 2º PONTO DE VERIFICAÇÃO, entre a passagem do G2 para M. O CKD vai se ligar a M-ciclina. A M-ciclina precisa que seu sítio inibidor seja liberado. Isso é feito pela CDC25. Aí então, ela está ativa para a célula entrar na mitose. Essa ativação pela CDC25 só acontece aqui, da fase G2 para a M. Lembrando: ela é uma fosfatase ativadora, ela retira o fosfato do sítio inibidor da CDK. Ou seja, antes da fase M, eu posso até ter ciclina-M, mas como não tenho a CDC25 ativa, ela não consegue fazer a célula entrar na fase M. A ciclina-M ativa, por fosforilação, coordena todos os eventos da mitose (montagem do fuso mitótico, desintegração do envoltório nuclear, ligação dos Leonan José – T5 microtúbulos do fuso com cromátides irmã, condensação cromossômica). A M-CDK, ao ser ativada, ativa mais fosfatase CDC25. É um feedback positivo. No caso de muito dano, cancela-se a retroalimentação positiva e a célula não entra na fase M. Todos os eventos (até a metáfase) são estimulados pela M-CDK. PRÓFASE Condensação dos cromossomos por proteínas condensinas. Forma anéis em cada cromátide e fazendo com que cada uma se condense. Início da formação do fuso mitótico do fora do núcleo. PROMETÁFASE Desestruturação do envoltório nuclear Ligação das fibras do fuso aos cromossomos M-CDK vai induzir a despolimerização dos microtúbulos da célula para liberar tubulina para fazer o fuso mitótico Fosforila constituintes do envoltório nuclear para desestrutura-lo (e as tubulinas cheguem às cromátides). Laminas A, B e C, nucleoporinas, etc. tudo é fosforilado e desestruturado. METÁFASE Cromossomos na placa metafásica ANÁFASE Divisão das cromátides-irmãs para os polos opostos É preciso que a coesina seja desestruturada para ocorrer a anáfase. Aqui, há o 3º PONTO DE VERIFICAÇÃO. A M-ciclina garante até a metáfase. Agora, é preciso que o APC aja = complexo promotor de anáfase. Ele é responsável pela passagem da metáfase para a anáfase. Ele é uma ubiquitina-ligase = marca proteínas com ubiquitina. Tudo que ele tocar, ele vai destruir, ou seja, ele faz ubiquitinação. APC vai marcar a M-ciclina com ubiquitina e ela será destruída. Tudo que ela estava segurando será desfeito = envoltório volta a se estabilizar, condensinas é desativada e o cromossomo vai se descondensar, etc. Tudo que for ciclina ele vai ubiquitina e mandar para degradação. E assim a célula sai do ciclo celular. Existe uma proteína chamada SEPARASE. Ela cliva COESINA para separar as cromátides irmãs. Até a metáfase, eu não posso ter a destruição da coesina. Essa SEPARASE fica inibida por uma proteína chamada SECURINA. Então, o APC vai ubiquitinar a SECURINA, ele libera a SEPARASE e ela vai lá e libera a COEZINA. A proteína CDC20 ativa APC. Mas ela só vai fazer isso quando todos os cinetócoros estiverem fixos aos microtúbulos do fuso. Pela falta da M-ciclina (degradada pelo APC), a célula consegue ir para a telófase. TELÓFASE Reconstituição do envoltório nuclear. Terminada a reconstituição do núcleo, o APC precisa continuar ativo para ficar ubiquitinando ciclina. Enquanto eu tiver APC alto, a célula continua em interfase. Quando houver a degradação do ACP, a fase G1 começa e todo o ciclo se reinicia. No primeiro ponto de verificação, se ela ver que vai entrar no ciclo, ela inibe o APC. CITOCINESE Separação citoplasmática. Anel contrátil na região equatorial de actina e miosina que separa a célula em duas. De alguma forma, as fibras do fuso sinalizam quando e onde o anel de contração pode ser montado. O anel de contração tem que garantir que o material genético seja exatamente dividido ao meio e mais ou menos metade do citosol. (OBS: estudar esquema do penúltimo slide)
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