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Pelotas, 31 de agosto de 2020 
 
OS DESAFIOS DO FRATURAMENTO HIDRÁULICO QUANTO AOS IMPACTOS 
NEGATIVOS AO MEIO AMBIENTE 
Faruk Sami Abdel Aziz Yousef Bakri¹ 
 
Resumo: O faturamento hidráulico é uma técnica de estimulação utilizada desde os anos 40 
para conseguir ter acesso mais facilitado a reservatórios pouco permo-porosos. Ela consiste em 
injetar um fluido pressurizado na formação em volta do poço a fim de criar fraturas para o 
hidrocarboneto fluir para dentro do poço. Em tese é algo inovador e com altíssimo potencial 
para a indústria, sendo uma solução para problemas de produção e perdas de energia dos 
reservatórios, mas na prática vem a ser um grande impacto ambiental, causando diversas 
discussões acerca da continuidade do seu uso. Nesse artigo serão apresentados alguns desses 
problemas e quais as medidas que são tomadas para evitar injustiças ambientais a partir de um 
estudo caso especifico para o assunto. 
Palavras-chave: faturamento hidráulico, impacto ambiental, fraturas. 
 
INTRODUÇÃO 
Nos últimos 40 anos a indústria do petróleo apresentou ao mundo uma nova técnica de 
exploração do subsolo, conhecida como fracking ou fraturamento hidráulico. Esta técnica busca 
alcançar o gás de folhelho que se encontra armazenado no interior da rocha e que não pode ser 
extraído pela técnica de perfuração convencional (LIMA, 2013, p. 170). 
No entanto, apesar das vantagens econômicas que esta exploração traz, ainda existe muita 
insegurança por alguns segmentos da sociedade, uma vez que a exploração não-convencional 
comporta diversos riscos de danos incertos, apresentando diversas implicações sociais para 
determinados grupos da sociedade. Assim, para realizar uma breve análise sobre os possíveis 
impactos ambientais e sociais decorrentes do fracking, é necessário ampliar a discussão sobre 
o tema, e ressaltar a importância da participação da sociedade nas decisões de permissão de 
utilização deste método nas proximidades das cidades onde residem, com a finalidade de 
garantir a justiça ambiental, principalmente para as minorias e os grupos mais vulneráveis 
(PEREIRA, 2017). 
O objetivo desse artigo é trazer, a partir de uma narrativa com estudos acerca dos impactos 
negativos, que o “fracking” causa riscos a sociedade mesmo que seja um método bastante 
necessário a se utilizar na indústria. Muito provavelmente algumas soluções venham a ser 
debatidas mais adiante e conforme as tecnologias avançam, mas é evidente que essa mostra-se 
uma área bastante conservadora e com poucas perspectivas de mudança no cenário atual, visto 
 Pelotas, 31 de agosto de 2020 
que esses debates são muito recentes e trazem à tona uma realidade pouco vista aos olhos da 
indústria e sociedade. 
Por mais que esse seja um assunto pouco técnico, é algo que se acredita vir a ser uma potencial 
ferramenta futuramente na indústria, e pauta de muitas discussões. Aquelas empresas ou países 
que conseguirem fazer o fraturamento causando menos danos a sociedade e meio ambiente 
serão melhor vistos e por consequência garantirão mais contratos e bem-estar a população, pois 
o mundo vem cada vez mais exigindo por ferramentas sustentáveis e de impacto positivo, e 
para que se tenha uma boa estrutura econômica é sempre bom que estejam alinhados o trabalho 
com alto rendimento a sustentabilidade. 
 
ESTUDO DE CASO 
O estudo de caso trazido vai demonstrar basicamente quais são os maiores impactos causados 
pelo “fracking” no Brasil e Estados Unidos, e como eles interferem negativamente na vida das 
pessoas e do meio ambiente, além de qual está mais preparado através de suas normas com 
relação aos impactos causados pelo fraturamento hidráulico. 
Por ser um método invasivo e que exige grandes quantidades de água, areia e compostos 
químicos, assim como todo o manuseio das máquinas requeridas para o processo, esse, através 
de suas diversas fases para realizar o fraturamento pode vir a causar esses danos, principalmente 
na perfuração, mas que por envolver todas as etapas de produção, acaba tendo interferência da 
completação também. 
 
 
Figura 1 - Imagem representando uma campanha contra o Fraturamento Hidráulico 
Fonte: Master Ambiental 
 Pelotas, 31 de agosto de 2020 
Dito isso, é possível afirmar que durante o fraturamento hidráulico um terço de tudo que está 
dentro do poço vem à tona, incluindo a água utilizada, os solventes utilizados e os resíduos da 
extração. Isso traz riscos de contaminação dos lençóis freáticos, risco que já era comum na 
metodologia das perfurações tradicionais. Eventuais vazamentos dos gases, sobretudo o 
metano, poluente e contribuinte para o efeito estufa vem a ser um risco adicional, além dos 
impactos nas sociedades mais vulneráveis. 
O estudo mostra que os principais impactos causados são no solo, água e ar... No primeiro, os 
impactos são as alterações de paisagem, oxidação dos solos causada pelos produtos químicos 
utilizados no fraturamento, corte e remoção de vegetações, além da construção de dutos para o 
transporte de gás, já que esses passam por zonas urbanas e rurais de moradia. Ainda falando de 
impactos no solo, pode-se citar a geração de sismos induzidos, que estão relacionados a alta 
pressão nos fluidos gerado pelo fraturamento. 
Já com relação aos recursos hídricos, esses podem ser impactados pela contaminação da água 
que retorna após o fracking, chamada de drawback, impactos sobre habitats e ecossistemas 
aquáticos, através do cascalho contaminado, além dos produtos químicos envolvidos em 
mistura com a água, enquanto que no ar esse impacto pode ser através da construção do poço, 
com impacto direto na qualidade do ar da região na qual foi feita, vazamento e emissão de CO2 
e outros gases, o maior uso de motores a diesel e máquinas diversas para perfuração dos poços, 
com consequente aumento de emissões, e a liberação de poeira decorrente de atividades de 
terraplanagem, manuseio de materiais, movimentação da terra e preparação das bases dos 
poços, além das emissões de gases de efeito estufa que afeta diretamente as comunidades do 
entorno da operação. 
Pode ser visto a partir dessas colocações que o “fracking” tem impacto direto no meio ambiente, 
seja ele pela água, afetando os ecossistemas, seja pelo ar, impactando na qualidade de vida do 
planeta e da população, e por isso leis ambientais foram impostas nesses países visando essa 
diminuição, alguns com maior rigidez, outros com menos. 
No caso do fracking, são as populações que vivem em regiões próximas aos poços perfurados 
pelo método não-convencional as mais atingidas. Essas populações locais estão mais propensas 
a sofrerem os impactos ambientais diretos decorrentes da perfuração dos poços, uma vez que 
esses impactos causados pelo fracking têm natureza incerta e dimensões muitas vezes 
imprevisíveis (PEREIRA, 2017). 
 Pelotas, 31 de agosto de 2020 
Fazendo um comparativo do Brasil e Estados Unidos quanto as suas normas e punições com 
relação ao fraturamento hidráulico, podemos frisar que aqui em nosso país ainda não se há uma 
norma federativa bem clara quanto ao assunto, mesmo que hajam punições aos infratores, 
enquanto que a regulamentação nos Estados Unidos é realizada de maneira federativa, ou seja, 
cada estado tem a sua maneira de lidar com quais serão as medidas impostas com relação ao 
fraturamento hidráulico, fato é que ainda é muito pouco, visto que os EUA são um dos países 
que mais utiliza esses métodos, e ainda há uma certa proteção a indústria com relação a essas 
práticas, o que faz com que diminua-se o interesse pelo avanço em tecnologias que minimizem 
os impactos causados pelo “fracking”. 
Um pontopositivo no Brasil é que, apesar de não haver uma norma federativa com relação ao 
“fracking”, muitos estados responsáveis pelas sanções de leis de meio ambiente próprias 
mostram-se desfavoráveis a maneira com que é praticada a operação no país e impedem que 
muitos desses procedimentos ocorram em suas regiões. 
 
CONCLUSÃO 
Por mais contraditória que seja, a prática do fracking faz com que a economia de muitos países 
seja elevada pelo potencial produtivo causado pela estimulação a reservatórios que já não 
produzem por si só e necessitam de uma estimulação secundária. Com isso vem os problemas, 
que citados ao longo do artigo mostram que o fracking é um potencial prejudicial a comunidade 
como um todo, não só ao meio ambiente, como as pessoas, e por isso já foi proibido em diversos 
países, e no Brasil, mesmo não possuindo uma lei sancionada quanto a isso, alguns estados, 
como o Paraná, se mobilizam para evitar essa prática tão vital para a indústria. 
Conclui-se a partir desse artigo e de tudo que foi colocado que por mais crucial que seja o 
fraturamento hidráulico na indústria e para novas descobertas dentro do setor, esse precisa ser 
melhor visto aos olhos de quem regulamenta a mesma no mundo, respectivos países e estados, 
já que seus efeitos negativos estão aí, comprovados e com números, trazendo a toda os 
malefícios causados a longo prazo, o mesmo também já tomou proporções políticas, chegando 
a grandes líderes mundiais, a até ao Papa, com campanhas contra o fracking. 
O maior desafio hoje e para o futuro é de que o fracking continue sendo uma ferramenta a 
continuar auxiliando e potencializando a indústria, porém com cada vez mais menos impactos 
ao ambiente, visto que cada vez mais os sistemas tendem a ficar rígidos, e as multas causadas 
 Pelotas, 31 de agosto de 2020 
por essa atividade acabarão não sendo compensatórias com a produção, ou seja, é necessário 
que a indústria se abra mais para esse assunto e soluções futuras, ou poderá ser tarde demais. 
 
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
COMITÊ TEMÁTICO DE MEIO AMBIENTE. Aproveitamento de hidrocarbonetos em 
reservatórios não convencionais no Brasil: Programa de Mobilização da Indústria 
Nacional de Petróleo e Gás Natural. Brasília: PROMINP/CTMA - Projeto MA 09, 2016. 
Acesso em: 31 ago. 2020. 
 
LIMA, Arnoldo Santos de. Eco-Governamentalidade e governança de recursos energéticos: 
prática e o discurso na ação coletiva gaúchos de biodiesel e dos folhelhos texanos de Ford. 
2016. 442 f. Tese (Doutorado) - Curso de Desenvolvimento Sustentável, Centro de 
Desenvolvimento Sustentável. Universidade de Brasília. Brasília: 2016. Acesso em: 31 ago. 
2020. 
 
PEREIRA, A. P. M. R.; LIMA, P. G. A técnica do fracking no contexto da justiça ambiental. 
II Congresso de Direito a Cidade e Justiça Ambiental. Londrina, PR, jul. 2017. Acesso em: 31 
ago. 2020.

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