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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA NÚCLEO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO NUPETRO Profo DSc. José Bezerra de Almeida Neto São Cristóvão – SE Setembro - 2022 O fraturamento hidráulico consiste em abrir fraturas e mantê-las abertas nas zonas de interesse para aumentar a produtividade ou injetividade dos poços. Porque fraturar? • Aumentar a produtividade do poço ; • Ultrapassar o dano à formação. Após um fraturamento com sucesso, qualquer dano de poço é eliminado; • Modifica radicalmente o perfil de fluxo para o poço; • Gerar novo skin (pseudo) e novo índice de produtividade. Definições • FRACPACK ou frac-and-pack é uma técnica de contenção de areia da formação que reduz as perdas de carga no pacote de cerâmica pela transposição da região danificada através da criação de uma fratura curta e grossa, geralmente com a coluna de gravel já instalada. • A ferramenta dedicada para FRACPACK de uma companhia de serviços geralmente equivalente a uma ferramenta de gravel-pack e é desenhada para suportar as pressões e a erosão que caracterizam o bombeio do agente de sustentação (propante) nas altas vazões e concentrações. Definições • Testes de Calibração são pequenos bombeios, antes de um fraturamento hidráulico ou de um FRACPACK , realizados para se obter informações complementares da formação que será fraturada. Geralmente é composto de um step rate test e de um Minifrac. • Minifrac é o bombeio de uma determinada quantidade do fluido de fraturamento, geralmente gel reticulado, para se criar uma fratura e, após cessar o bombeio, observar o declínio de pressão. A análise do Minifrac fornece a pressão de fechamento da fratura (Pc), a eficiência do fluido de fraturamento e o seu coeficiente de filtrado (cw). Definições • Registro de Superfície é o conjunto de dados – tempo, vazão de bombeio, pressão de superfície, pressão de anular e concentração de propante – fornecido pela companhia de serviço em um arquivo eletrônico. • Registro de pressão de fundo é o registro da pressão de fundo (BHP) retirado de um sensor de pressão geralmente instalado na extremidade da coluna de trabalho ou através da transmissão da pressão de fundo pelo anular do poço e choke line. • Sincronização é a criação de um arquivo onde a pressão de fundo está sincronizada com a vazão de bombeio do registro de superfície. Regras Complementares • Controle da desagregação de areia; • Redução da migração de finos e produção de asfalteno; • Redução do cone de água; • Melhorar a comunicação entre o reservatório e o poço. Regimes de Fluxo na Fratura Fratura Vertical – Poço vertical Fluxo Linear Fluxo Bilinear Fluxo Linear na Formação Fluxo Elíptico ou de Transição Fluxo Pseudo-radial Regras para Fraturamento Permeabilidade Gás Óleo Baixa k< 0,5 mD K< 5 mD Moderada 0,5<k<5 mD 5<k<50 mD Alta K> 5 mD K> 50 mD Regras para Fraturamento Para reservatórios de alta permeabilidade, fraturas de grande abertura são essenciais para se obter produtividades adequadas. Nos últimos anos, uma técnica denominada “tip screenout” (TSO) tem sido empregada, o que permite bloquear deliberadamente o crescimento lateral da fratura, inflando sua abertura e aumentando, dessa forma, sua produtividade. Regras para Fraturamento Para um mesmo volume de propante injetado em uma formação, um poço alcançará sua maior produtividade / injetividade quando sua condutividade adimensional se situar em torno da unidade. Uma condutividade adimensional de fratura unitária (ou mais precisamente de 1,6) é o ponto físico ótimo para tratamentos que não envolvem quantidades muito elevadas de propante. Regras para Fraturamento Valores superiores de condutividade adimensional de fratura resultarão em comprimentos de fratura inferiores ao ótimo, restringindo desnecessariamente o fluxo do reservatório para a fratura. Valores de condutividade adimensional de fratura inferiores à unidade significam aberturas de fratura menores que a ótima e, consequentemente, restrição ao fluxo dentro da fratura. Seleção do Agente de Sustentação (permeabilidade afetada pela pressão) 6 8 10 15 20 0 5 10 15 20 25 Areia Areia Resinada Cerâmica – Resist. Intermed Bauxita – Resist. Intermed. Bauxita – Alta Resistência Tensão de Confinamento (kpsi) Seguro Perda considerável da permeabilidade do pacote Como a tensão de fechamento é o principal parâmetro na seleção do agente de sustentação (propante) mais adequado a um dado trabalho, a figura abaixo mostra um guia para seleção baseado nele. Seleção do Agente de Sustentação Condutividade da Fratura e do Propante O principal trabalho do propante é sustentar a fratura formada a partir do processo de formação da fratura e fornecer boa condutividade pois os fluidos migrarem para o poço. Existem alguns parâmetros para estabelecer as seleções de propante. São eles: • Resistência do propante; • Forma do propante (resistência e esfericidade); • Tipo do propante; • Granulometria do propante; • Transporte do propante; • Densidade do propante. O estresse do fechamento da fratura afeta a condutividade efetiva da mesma, pois o estresse torna o propante compacto. Diâmetro da partícula (pol) Diâmetro da partícula (mm) API mesh size Maior Menor Maior Menor 6/12 0,1320 0,0661 3,36 1,68 8/16 0,0937 0,0469 2,38 1,19 12/20 0,0661 0,0331 1,68 0,841 16/30 0,0469 0,0232 1,19 0,595 20/40 0,0331 0,0165 0,841 0,420 30/50 0,0232 0,0117 0,595 0,297 40/70 0,0165 0,0083 0,420 0,210 70/140 0,0083 0,0041 0,210 0,104 Especificação API para Areias Permeabilidade de Laboratório de Propantes Selecionados a 6000 psi (Altamente otimista, água c/ KCl) Agente de Sustentação Permeability (mD) 20/40 Ottawa Areia 150,000 12/20 Texas Brown 200,000 20/40 ISP, Cerâmica 310,000 20/40 HS, Bauxita 370,000 Brady 12/20 Ottawa 20/40 Oglebay 30/50 Ceramic 3 20/40 Ceramic 2 20/40 Ceramic 1 20/40 16/20 20/40 Agentes de Sustentação Resinados 16/20 Tipos de Fluidos de Fraturamento Fluidos de Fraturamento Aditivos de Fluidos de Fraturamento Quebradores Seleção de Propante Os agentes usados para manter a fratura aberta depois que a pressão usada na geração da fratura é descarregada são denominados agentes de sustentação ou propantes. Sua resistência é um parâmetro de crucial importância neste processo. O propante deve ser resistente o suficiente para suportar a tensão de fechamento, senão a condutividade do material esmagado será consideravelmente menor que o valor projetado (tanto a abertura quanto a permeabilidade do material decresce). Outros fatores considerados no processo de seleção são tamanho, forma e composição. Seleção de Propante Há duas categorias básicas de propante: as areias naturais e as cerâmicas e bauxitas manufaturadas. As areias são usadas em aplicações que requerem menores tensões (até aproximadamente 2000 m, preferencialmente menos que isto). Os propantes manufaturados são usados em situações de altas tensões, geralmente em formações mais profundas que 2500 m. Entre estes valores, o fator que define o agente é a magnitude da tensão de fechamento. Seleção de Propante As três formas de aumentar a condutividade da fratura são: (1) Aumentar a concentração de propante para gerar uma fratura mais larga; (2) Usar propantes de maior diâmetro para produzir fraturas mais permeáveis; (3) Modificar o tipo de propante para ganhar mais resistência. Seleção de Propante As figuras abaixo ilustram os três métodos de aumento de condutividade pela escolha do agente de sustentação (propante): Figura A - Condutividade da fratura para várias concentrações areais de propante. Seleção de Propante Figura B - Condutividade da fratura para várias classes de mesh. Seleção de Propante Figura C - Condutividade da fratura para várias classes de propante. O teste de tensão de microfraturamento (microfrac) determina a magnitude da mínimatensão principal in situ da formação. O teste geralmente é realizado bombeando fluido pressurizado em uma pequena e isolada zona (1 a 5 m) a baixas vazões (1 a 25 gal/min). A mínima tensão principal in situ pode ser determinada do declínio de pressão registrado após o final do bombeio ou no aumento da tensão no início do ciclo de injeção. A pressão de fechamento da fratura e a pressão de reabertura da fratura são boas aproximações para a mínima tensão principal in situ. Microfraturamento O teste mais importante efetuado na locação antes do tratamento principal é conhecido como minifrac, ou teste de calibração de fratura. O minifrac é, na realidade, um teste de bombeio e fechamento com volumes de fluido na casa dos milhares de galões. A informação obtida em um minifrac compreende a pressão de fechamento (pc), a pressão líquida (pnet), e condições de entrada (canhoneios e vizinhanças do poço). O declínio da curva de pressão é usado para se obter o coeficiente de filtração para uma dada geometria de fratura. A figura seguinte ilustra os pontos importantes de uma curva de resposta típica registrada durante as atividades de calibração. Minifrac Minifrac Figura D – Pontos importantes de uma curva de pressão de resposta: 1) quebra da formação; 2) propagação; 3) fechamento instantâneo; 4) pressão de fechamento do declínio; 5) reabertura; 6) pressão de fechamento do flowback; 7) pressão assintótica de reservatório; 8) pressão de fechamento de “rebound” Minifrac O projeto do minifrac deve se basear no projeto inicial de tratamento. O objetivo projetado para o minifrac é que ele seja o mais representativo possível do tratamento principal. Para ser alcançado, deve criar geometria representativa à pretendida pelo tratamento, e obter uma pressão de fechamento observável na curva de declínio de pressão. O minifrac mais representativo seria aquele com vazão e volume iguais ao do tratamento, mas isso geralmente não é uma solução prática. Vários critérios conflitantes de projeto devem ser balanceados, como o volume do minifrac, a geometria da fratura criada, o dano à formação, um tempo razoável de fechamento, e o custo de materiais e de pessoal. Minifrac O fechamento da fratura é tipicamente selecionado do exame de diversas curvas diferentes resultantes do processamento da curva de declínio de pressão, integrado, se disponível, ao conhecimento existente da área, como a partir de testes de microfrac. Uma complicação adicional é que os efeitos de temperatura e compressibilidade podem causar variações na pressão. Contudo, com a ajuda de um programa de análise, uma curva de declínio com temperatura corrigida pode ser gerada, e todas as demais interpretações dos diferentes tipos de plots permanecem válidas (Soliman, 1986). O conceito original da análise do declínio de pressão se baseia na observação que durante o processo de fechamento a taxa de declínio da pressão contém informações úteis sobre a intensidade do processo de filtração (Nolte, 1979; Soliman & Daneshy, 1991) em contraposição ao período de bombeio, quando a pressão é afetada por muitos outros fatores. Dimensionamento - FH No projeto unificado de fraturamento, onde tanto as formações de baixa quanto as de alta permeabilidade são consideradas, a melhor variável simples para caracterizar o tamanho da fratura criada é o volume de propante colocado no horizonte produtor (zona). Obviamente, o volume total de propante colocado na zona produtora é sempre menor que o volume bombeado. Na prática, dimensionar um tratamento equivale a quantificar o volume de propante bombeado. Ao dimensionar um tratamento, o engenheiro deve levar em conta que um aumento de volume de propante programado por uma certa quantidade x não leva, necessariamente, a um aumento da mesma quantidade de propante na zona produtora. A relação entre estes dois volumes de propante – o colocado na zona produtora pelo total bombeado – será chamada eficiência volumétrica do propante. Dimensionamento - FH O fator mais crítico na determinação da eficiência volumétrica do propante é a relação entre a altura de fratura criada e a espessura permeável da formação. O crescimento exagerado da altura da fratura limita a eficiência volumétrica do propante, e isso geralmente deve ser evitado. A possibilidade de interceptar um contacto de água próximo é outra importante razão para evitar um excessivo crescimento de altura. Existe um tamanho ótimo de tratamento, o ponto no qual o VPL de lucro incremental, confrontado com os custos de tratamento, atinge um máximo. O tamanho ótimo pode ser determinado caso esteja disponível algum método para prever o aumento máximo possível de produtividade para uma certa quantidade de propante. Dimensionamento - FH O projeto unificado de fraturamento hidráulico usa extensivamente este fato, dado que o máximo aumento de produtividade já está determinado pelo volume de propante na zona. Muitos detalhes operacionais podem ser incorporados na análise pela básica decisão do tamanho do tratamento, possibilitando um processo de projeto simples e robusto. Portanto, emprega-se o conceito de volume de propante na zona permeável como uma variável chave de decisão na fase de dimensionamento do procedimento de projeto unificado de fraturamento. Para usá-lo corretamente, a quantidade de propante indicado e a eficiência volumétrica do propante devem ser determinados. Dimensionamento - FH A utilidade do fraturamento de alta permeabilidade extrapola os óbvios benefícios resultantes da restauração da produtividade pela transposição do dano e alcança o controle de areia (sand control). Contudo, no HPF isso não se refere apenas à retenção mecânica de partículas, mas também ao controle da “desconsolidação”. Cada vez mais, a estabilidade de poço, poços horizontais e fraturamentos hidráulico devem ser encarados numa abordagem holística. Estratégias pró-ativas de completação de poços são críticas à estabilidade de poços e controle de areia para reduzir o drawdown de pressão e obtenção de taxas economicamente atrativas. Análise de Tratamento A pressão de fraturamento é geralmente a única informação direta da evolução da fratura durante o tratamento. Assim, a interpretação desta pressão e as decisões subsequentes (dependentes do resultado da interpretação) são algumas das principais responsabilidades do engenheiro de fraturamento. Um gráfico log-log da pressão de tratamento de fundo contra o tempo sugerido por Nolte & Smith (1981) é usado para este propósito. Análise de Tratamento Primeiramente, a ocorrência dos principais eventos (mudanças na vazão de injeção, qualidade do fluido, concentração de propante) deve ser indicada como na figura abaixo. Figura E - Tipos de resposta da pressão de tratamento em ordem de crescente perigo de embuchamento, Plot Nolte-Smith (Conway et al., 1985). BHTP = Pw+Ph-Ppf Análise de Tratamento A utilidade do fraturamento de alta permeabilidade extrapola os óbvios benefícios resultantes da restauração da produtividade pela transposição do dano e alcança o controle de areia (sand control). Contudo, no HPF isso não se refere apenas à retenção mecânica de partículas, mas também ao controle da “desconsolidação”. Cada vez mais, a estabilidade de poço, poços horizontais e fraturamentos hidráulico devem ser encarados numa abordagem holística. Estratégias pró-ativas de completação de poços são críticas à estabilidade de poços e controle de areia para reduzir o drawdown de pressão e obtenção de taxas economicamente atrativas. O reconhecimento de reservatórios candidatos para uma correta configuração de poço é o elemento-chave. Passos necessários na seleção de candidatos incluem engenharia de reservatório adequada, caracterização da formação, cálculos de estabilidade de poço e a combinação de previsões de produção com potencial produção de areia. Estimulação 1 lb/gal concentrada até 9 lb/gal 9 lb/gal 3 a 9 lb/gal Decantação do Propante 6 a 9lb/gal 2 a 9 lb/gal Fraturamento Hidráulico - Estágios de Bombeio Canhoneio convencional utilizando packer seletivo • Recanhoneio em poços vertical e/ou direcional; • Intervenção thru-tubing; • Limitação de profundidade - 2286 m; • Diâmetro do FT: de 2 3/8” a 2 7/8”OD; • Revestimento: 4 ½” e 5 ½”OD; •Espaçamento de até 5,5 m; • Refraturamentos; • Acima de 10000 poços tratados nos EUA. Técnicas de Fraturamento Shale Gas Jet Max Frac • Sem limitação de profundidade e temperatura; • Utiliza FT de 1 ¾”OD ou maior; • COP de 3 ½”OD ou maior; • Não utiliza packers ou BPR’s. Técnicas de Fraturamento Hydra Jet Tool 4 – 3/16” Jets 180 Degree Phased 6” Apart, 2 each side staggered arrangement 2’ Spacing top to bottom jet 2000 to 2500 psi pressure drop across jets Jet Frac • Em revestimentos cimentados e não perfurados (4 1/2”, 5 1/2”, 7”OD); • Utiliza a compressão sobre o packer para efetuar a divergência; • Perfura através de hidrojateamento. Técnicas de Fraturamento Jet Frac • Em revestimentos cimentados e não perfurados (4 1/2”, 5 1/2”, 7”OD); • Utiliza a compressão sobre o BPR’s para efetuar a divergência; • Perfura através de hidrojateamento. Técnicas de Fraturamento 3 ½”OD Tubing 11 bpm 4 ½”OD Casing 25 bpm 5 ½”OD Casing 36 bpm 7”OD Casing 55 bpm Velocidade Máxima do FT - 20 pés/seg VAZÕES ATINGIDAS NO ANULAR UTILIZANDO FT – 1 ¾”OD Equipamentos – FH Fraturamento Ácido Num fraturamento ácido, o ácido é bombeado a uma taxa alta o suficiente para gerar a pressão necessária para fraturar a formação. O ácido reage com a face da fratura desgastando-a diferencialmente (etching). As áreas desgastadas formam canais condutivos que permitem o fluxo mesmo após o fechamento da fratura. O fraturamento ácido difere do hidráulico na reatividade do fluido de fraturamento (primeiro) e no propante colocado para a manutenção da condutividade (segundo). Como regra geral, o fraturamento ácido é usado em formações com solubilidade ao ácido clorídrico superior a 80%. Carbonatos de baixa permeabilidade (< 20 mD) são os melhores candidatos a estes tratamentos. A perda de fluido para a matriz e as fraturas naturais podem ser mais bem controladas em formações de baixa permeabilidade. Fraturamento Ácido Um fraturamento ácido convencional envolve o bombeio de um sistema ácido após o fraturamento. Ele pode ser precedido por um volume não-ácido (preflush) e geralmente é complementado por um volume deste tipo (overflush). A técnica de acidificação de fratura fechada - closed-fracture acidizing (CFA) – melhora a condutividade da fratura. Ela é usada em conjunto com uma fratura existente na formação. Esta pode ser natural, criada previamente ou induzida hidraulicamente antes do tratamento CFA. Este tratamento consiste do bombeio de ácido a baixas vazões abaixo da pressão de fratura num poço fraturado. Fraturamento Ácido O ácido flui preferencialmente pelas áreas de maior condutividade (fraturas) a baixas vazões para se obter maiores tempos de contacto, resultando em maior capacidade de fluxo. Em poços com tensão de fechamento superior a 5000 psi recomenda-se o uso de propantes. O desgaste diferencial causado pelo fraturamento ácido pode não suportar tensões tão altas. Conforme a depleção aumenta, uma pressão de fechamento adicional é aplicada e as regiões desgastadas tendem a ser esmagadas ou a colapsar, impondo séria restrição ao fluxo nas imediações do poço. Um estágio de propante ao final do fraturamento ácido permite o empacotamento da fratura nesta região crítica garantindo sua condutividade mesmo com o aumento das tensões na formação. Estimulação Matricial A estimulação de matriz pode remover o dano em uma região localizada ao redor do poço, e, em alguns casos, pode mesmo criar uma rede de alta permeabilidade para ultrapassar o dano. As acidificações – o mais comum dos tratamentos de estimulação de matriz – são geralmente classificadas pelo tipo de rocha (arenito ou carbonato) e pelo tipo de ácido. Qualquer tratamento ácido, a despeito do tipo de formação ou ácido, é realizado através dos canais de fluxo naturalmente existentes na rocha. A injeção de ácido na formação é feita de forma que as pressões atingidas durante o tratamento não excedam a pressão de fratura da formação. Estimulação Matricial A acidificação é geralmente muito atrativa economicamente, porque os relativamente pequenos volumes envolvidos podem melhorar consideravelmente o desempenho do poço. A melhoria potencial é, entretanto, geralmente limitada quando comparada ao fraturamento hidráulico. Além disso, os riscos associados a este tipo de tratamento não devem ser desprezados. A acidificação de matriz envolve complexos fenômenos químicos e de transporte que, embora efetivo na remoção de um tipo de dano, pode criar outro. A colocação do ácido e a remoção do dano em formações laminadas onde alguns canhoneios penetram camadas altamente permeáveis é uma operação especialmente problemática. Reservatórios Carbonáticos A acidificação de carbonatos é basicamente a reação do ácido clorídrico com o carbonato de cálcio (calcita) ou carbonato de cálcio e magnésio (dolomita) que compõe a rocha reservatório resultando em água (H2O), dióxido de carbono (CO2), e sal de cálcio ou magnésio. Enquanto o carbonato é dissolvido, cavidades (wormholes) são formadas na formação (Nierode and Kruk, 1973). Estas cavidades são canais altamente condutivos abertos radialmente de forma estocástica a partir do ponto de injeção. As cavidades se formam porque o meio poroso não é homogêneo. Conforme a permeabilidade aumenta pelo alargamento dos poros e gargantas, o fluxo para o poço aumenta. Reservatórios Carbonáticos O comprimento, direção e número de wormholes gerados pelo tratamento dependem da reatividade da formação e da taxa que o ácido filtra pela matriz. Esses canais podem ter de poucos centímetros a vários metros, dependendo das características da rocha. A eficiência da estimulação é determinada pela estrutura dos wormholes. Depois de formados, todo o fluxo virtualmente ocorre através deles. Os tratamentos de acidificação de matriz em reservatórios carbonáticos geralmente usam concentração de 15% de ácido clorídrico, embora as concentrações de 7,5 a 28% do peso possam ser usadas. Aditivos como polímeros ou surfactantes podem ajudar no aumento do comprimento efetivo dos wormholes gerados. Reservatórios Carbonáticos Ácidos orgânicos, como o acético e o fórmico, também podem ser usados se alta corrosão, metais especiais, longos tempos de contacto e precipitados de óleo são problemas sérios. Volumes de ácido para acidificação variam de 15 a 200 gal/ft de intervalo carbonático. Reservatórios Areníticos A acidificação de matriz em arenitos remove o dano ao redor do poço causado pela perfuração, completação, migração de finos ou inchamento de argila. Pequenas concentrações de ácido HCl-HF reagem em 1 a 6”, além do poço dissolvendo materiais dentro da matriz da rocha. A reação do ácido HF com areias dissolve pequena quantidade de rocha. A reação de HF com alumino-silicatos produz também uma reação terciária. Reservatórios Areníticos Durante a reação primária, o HF dissolve alumino-silicatos (M-Al-Si-O) formando uma mistura de complexos fluorados de silício e alumínio. Qualquer outro íon metálico associado à argila é também liberado em solução. Os compostos fluorados gerados na reação primária continuam a reagir com os alumino-silicatos, consumindo o restante do ácido, o que pode resultar numa potencial precipitação. FIM
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