Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aparelho Locomotor O aparelho locomotor é formado por 3 sistemas básicos: ● Esquelético ● Articular ● Muscular Sistema Esquelético Sistema formado pelos ossos do organismo. Os humanos apresentam um endoesqueleto (interno), apresentando, quando bebê, 270 ossos e, na idade adulta, geralmente, 206 ossos (fusão de ossos). Funções ● Proporcionar um arcabouço de esqueleto rígido ○ Conformação do corpo ○ Sustentação do órgãos e tecidos ○ Proteção ● Armazenamento e homeostase de minerais (Ca++, Na+, K+, CO3--, HPO3-) ● Hematopoiese ● Armazenamento de energia (gordura dentro dos ossos longos) ● Locomoção (sistema de alavancas para os músculos) Tipos de esqueleto ● Esqueleto articulado: com todas as peças unidas; essa união pode ser natural (por ligamento e cartilagens), artificial (peças metálicas) e misto. ● Esqueleto desarticulado: com ossos isolados inteiramente um dos outros. Divisão do esqueleto O esqueleto pode ser dividida em 2 porções: ● Esqueleto axial: forma o eixo do corpo, composto pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco. ● Esqueleto apendicular: está apensa ao esqueleto axial. Membros superiores + escápula e membros inferiores OBS! A união entre essas duas porções se faz por meio dos cíngulos, ex: escápula e clavícula, bem como o osso sacro e o quadril. Tipos de ossos ● Osso longo: comprimento supera diâmetro e largura (ex: úmero - são hematopoéticos); o osso longo apresenta 2 extremidades (epífises) e um corpo (diáfise), este apresenta em seu interior uma cavidade, o canal medular (aloja medula óssea). ● Osso chato ou plano (ex: esterno e ossos do crânio): apresenta comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura ● Osso curto: dimensões semelhantes e pequenas (trapezóide da mão) Outra forma de se classificar certos ossos são: ● Osso irregular: dimensões não apresentam regularidade (ex: vértebra) ● Osso sesamóide: desenvolvem-se na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações (ex: patela) ● Osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades de volume variável contendo ar (ex: seio frontal) Composição do tecido ósseo O osso apresenta grande [ ] de carbonato de cálcio e fosfato de cálcio (correspondem 60-70% da massa e 20% do volume - conferem rigidez e resistência), magnésio, sódio e fluoreto, bem como colágeno (20% do volume - dá elasticidade ao osso) e água (25%). Ademais, o osso é uma especialização de TC, com substância interna celular rígida separando células ósseas (osteoblastos e osteócitos) Existe um grande fluxo de água em alta pressão que circula pelo osso, levando nutrientes e retirando produtos metabólicos das células ósseas vivas dentro da matriz mineralizada. Além disso, o osso apresenta grande vascularização e inervação na sua região interna, permitindo um rápido processo de regeneração. OBS! A quantidade de cada substância que compõe os ossos varia com idade, sexo e estilo de vida. Tipos de substância óssea O tecido ósseo é dividido micro e macroscopicamente em substância óssea compacta e esponjosa. ● Substância compacta: as lâminas apresentam-se fortemente unidas umas às outras pelas suas faces, sem que haja espaço livre interposto; trata-se uma parte densa e rígida; apresenta canalículos e conjunto de canais (de Volkmann são transversais e de Havers são longitudinais), por onde passa veias e artérias. Essa substância forma o osso cortical/compacto (baixa porosidade, maior [ ] de fosfatos e carbonatos - rigidez) ● Substância esponjosa: as lâminas ósseas são irregulares em forma e tamanho, de maneira a deixarem espaços/lacunas entre si, as quais são preenchidas por medula óssea. Essa substância forma o osso trabecular/esponjoso (alta porosidade e com uma estrutura de colmeia com barras mineralizadas verticais e horizontais, chamadas de trabéculas) O osso cortical é mais rígido, de modo a suportar maiores forças, mas menos deformação relativa, do que o osso trabecular. Tanto o osso cortical quanto o trabecular são anisotrópicos; ou seja, exibem graus de força e rigidez que variam em resposta às forças aplicadas de diferentes direções no osso. Por exemplo, a força suportada no osso em um sentido longitudinal é muito maior que em um sentido transversal. OBS! Os ossos longos não são cilindros perfeitos, eles apresentam, na região posterior, um afunilamento, que é a extremidade de dissipação de impactos e forças mecânicas os quais são submetidos. Periósteo O periósteo é um TC denso fibroso que envolve externamente o osso. O periósteo apresenta 2 folhetos, um superficial e outro profundo(contato direto com o osso); essa camada profunda é chamada de osteogênica pelo fato de suas células, osteoblastos, se transformarem em células ósseas, as quais são incorporadas à superfície do osso (espessamento e/ou regeneração). Dessa forma, o osso cresce no diâmetro por aposição (adição de osso neoformado sobre as superfícies) O periósteo é muito enervado (dor) e apresenta diversos vasos linfáticos e artérias. Além do mais, os ligamentos e tendões se inserem na membrana externa do periósteo. Endósteo É a região interna do osso, semelhante ao periósteo, mais delgado e não são distinguíveis camadas; apresenta ramificações de vasos. Crescimento e desenvolvimento ósseo O crescimento do osso é dividido em 2 partes: ● Longitudinal: ocorre nas epífises (nas lâminas epifisiais), que são discos cartilaginosos encontrados próximo às extremidades dos ossos longos; o lado central de cada epífise produz continuamente novas células ósseas que incorporam ao osso. Durante ou logo após a adolescência, a lâmina desaparece e o osso se funde, encerrando o crescimento longitudinal ● em Diâmetro: o crescimento em diâmetro já foi explicado (feito pela camada interna do periósteo). Ao mesmo tempo em que mais tecido ósseo é depositado na parte externa da circunferência, mais tecido é reabsorvido da cavidade interna, a fim de manter que as forças de flexão e de tração permaneçam constantes nos ossos. Essas mudanças no tamanho e no formato do osso são trabalho de células especializadas chamadas de osteoblastos e de osteoclastos. Medula óssea A medula óssea é o um tecido mole e esponjoso encontrada no interior dos ossos longos, situada no canal medular; ela é dividida em 2 tipos: ● Vermelha: faz a hematopoese e é encontrada nos ossos adultos (quadris, longos crânio e outros) ● Amarela: encontrada nas grandes cavidades dos ossos longos, constituída de células adiposas e algumas sanguíneas Desenvolvimento ósseo adulto Com o envelhecimento, há perda de colágeno e aumento da fragilidade óssea (ossos de crianças são mais flexíveis). Os minerais ósseos se acumulam ao longo da infância e adolescência, até uma parte da vida adulta (33 a 40 anos - mulheres; 19 a 33 anos - homens); após isso, há decréscimo da densidade e resistência óssea. O osso trabecular é particularmente afetado, com a progressiva desconexão e desintegração das trabéculas, comprometendo a integridade da estrutura óssea e diminuindo seriamente sua resistência. O osso cortical perde a sua grande densidade. Todavia, nas mulheresesse processo de decréscimo ósseo é muito mais acentuado, que ocorre principalmente após a menopausa (deficiência de estrógeno). OBS! O estrogênio aumenta a reabsorção óssea Biomecânica óssea As principais forças feitas nos ossos são: compressão, tensão e cisalhamento(torção). O osso é forte em resistir a compressão, médio para a tensão e fraco para resistir o cisalhamento. OBS! Lembrar do conceito de osso anisotrópico Resposta óssea ao estresse Outras mudanças ósseas (modelagens e remodelagens) que não estão relacionadas ao crescimento do osso podem ocorrer. De acordo com a lei de Wolff, as densidades e, em menor extensão, os formatos e os tamanhos dos ossos de um determinado ser humano são uma função da intensidade e da direção das forças mecânicas que agem sobre os ossos. Isto é, o osso se remodela de acordo com as pressão, dinamicidade e forças que são a ele empreendidas. Os adultos ganham ou perdem massa óssea de acordo com a lei de Wolff. Essa remodelagem pode ocorrer seja na conservação, na perda líquida de massa óssea, modelamento do osso e etc; esse é um processo feito pelos osteócitos, que são sensíveis às mudanças no fluxo de fluido intersticial dos poros, que é resultado da força sobre o osso (atividades de alto impacto são melhores para estimular a formação óssea). Essas células estimulam os osteoblastos (formam matriz óssea) ou osteoclastos (reabsorvem o ossos), de acordo com o fluxo de fluido intersticial. Alguns exemplos de modelagens ósseas são a hipertrofia e atrofia. A primeira é caracterizado pelo ganho de massa óssea (resposta ao estímulo mecânico e físico criado, que desloca com maior pressão os fluidos intersticiais do osso). Já a atrofia óssea é a perda de massa óssea (resposta a diminuição do estresse mecânico), nesse processo quantidade de cálcio contida no osso diminui, assim como o peso e a resistência do osso, que geralmente ocorre em idosos, sedentários e astronautas; a doença clínica caracterizada pela grande atrofia óssea é a osteoporose (atividades diárias podem causar dor e fraturas). Além do mais, as trabéculas presentes na região interna dos ossos longos também estão sujeitas à mudanças conformacionais; elas se moldam de acordo com as “Trajetórias de Estresse (ou Linhas de Tensão)” que o osso apresenta - são curvas representando a orientação dos mínimos e máximos estresses mecânicos no material. OBS! Modelagem óssea é o termo dado para a formação de um osso novo que não é precedido pela reabsorção, e é o processo pelo qual os ossos imaturos crescem. OBS! A lei de Wolff indica que a força óssea aumenta e diminui conformes as forças funcionais sobre o osso aumentam e diminuem. OBS! O endósteo, que reveste a cavidade interna dos ossos longos, é composto por células ósseas (osteócitos), por osteoblastos especializados que sintetizam o osso, e por osteoclastos multinucleados responsáveis pela reabsorção óssea. Efeitos das cargas O osso ao sofrer a ação de uma carga, tem uma região elástica, que é uma região de quantidade de carga a qual permite que o osso se mantenha íntegro sem nenhuma lesão (as trabéculas ósseas permitem a elasticidade do osso, já que é rica em colágeno). Após isso, o osso tem um ponto de cedência (limite elástico), a qual o osso começa a sofrer uma deformação plástica (ainda sem ocorrer lesão); todavia, se essa carga aumentar mais, chega-se a um ponto de falência, no qual o osso sofre uma fratura. Lesões ósseas comuns A natureza de uma fratura depende da direção, magnitude, taxa de carga e duração do estímulo mecânico aplicado, bem como da saúde e da maturidade do osso no momento da lesão. As fraturas podem ser simples (extremidades do osso permanecem dentro dos tecidos ósseos circundantes) ou composta (1 ou + pontas ósseas se projetam da pele). Quando a taxa de sobrecarga é rápida, é mais provável que a fratura seja cominutiva, contendo múltiplos fragmentos. Fraturas por avulsão são causadas por forças de tração em que um tendão ou ligamento arranca uma pequena lâmina de tecido ósseo do restante do osso; movimento explosivos podem causar tais fraturas. Cargas de flexão e de torção excessivas podem produzir fraturas espirais nos ossos longos. A aplicação de forças em direções opostas em um osso longo, cria um momento flexor (torque), que pode causar flexão e fratura do osso. Fraturas por estresse (ou por fadiga) são resultado de forças de baixa magnitude aplicadas de modo repetido, que cria uma reação de estresse, a qual pode causar microlesões, que, se não for deixado tempo para a reparação (osteoclastos e osteoblastos), vão se acmulando, causando uma fratura completa. Lesões epifisiais As lesões epifisiais incluem lesões na lâmina epifisial cartilaginosa, na cartilagem articular e na apófise (locais de fixação dos tendões nos ossos). Tanto o estímulo agudo quanto o repetitivo podem prejudicar a lâmina de crescimento, resultando potencialmente em fechamento precoce da junção epifisial e cessação de crescimento ósseo. A osteocondrose é um tipo de lesão epifisial, que envolve a interrupção do suprimento sanguíneo a uma epífise, com necrose tecidual associada e deformação potencial da epífise. Essa condição resulta de crescimento anormal, lesão traumática ou uso excessivo da epífise ainda em desenvolvimento. Sistema articular Articulação Articulação é a conexão existente entre quaisquer partes rígidas do esqueleto, quer sejam ossos, que sejam cartilagens. As funções das articulações são: ● Facilitar o crescimento ● Transmissão de força nos ossos ● Movimento corpóreo ou transferência de peso Classificação das articulações As articulações podem ser divididas estruturalmente em fibrosas, cartilagíneas e sinoviais de acordo com a natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam. Articulações fibrosas O tecido que interpõe entre as peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso; sua maioria apresentam-se no crânio; não possuem cavidade articular. Tem mobilidade reduzida, mas dá certa elasticidade ao crânio. Há 3 tipos de articulações fibrosas: ● Sindesmoses: grande quantidade de TC que pode formar lig. ou membrana interósseos. Ex: sindesmose radioulnar no braço e ligamento tibiofibular nas porções distais da perna, essas estruturas estabilizam esses conjuntos de 2 ossos e dissipam forças mecânicas. ● Suturas: apresentam menos TC do que as sindesmoses e são encontradas principalmente entre ossos do crânio. As suturas podem ser de 4 tipos: ○ plana: união linear retilínea (ex: articulação entre ossos nasais) ○ escamosa: união em bisel (ex: entre parietal e o temporal) ○ serrátil (ou serreada): união em linha denteada (ex: entre os ossos parietais) ○ esquindilese: é a articulação que se verifica entre uma superfície e forma de crista de um osso, a qual se aloja em uma superfície em forma de fenda de um outro osso ● Gonfoses: é um tipo de tecido que conecta o dente dentro do tecido alveolar, chamado de ligamento periodontal No crânio do feto e do recém-nascido a quantidade de TC fibroso interposto é muito maior, oque cria uma separação entre os ossos do crânio e uma maior mobilidade (redução do volume da cabeça fetal durante o parto - cavalgamento do ossos). Em determinados pontos a quantidade de TC fibroso é maior ainda, são os fontículos (moleiras). Em idade avançada ocorre ossificação do tecido interposto aos ossos do crânio, processo chamado de sinostose, que diminui a elasticidade da abóbada craniana. Articulações cartilagíneas Essas articulações ocorrem pela interposição de uma camada de cartilagem hialina + fibras colágenas; não apresenta cavidade sinovial. Elas têm mobilidade reduzida e são de dois tipos: ● Sincondroses (ou primária): articulações que permitem com que haja calcificação. Ex: disco epifisário dos ossos longos, cartilagens costais e cartilagem temporo-occipital. ● Sínfise (secundária): articulações revestidas por finas camadas de cartilagem hialina que recobrem as superfícies articulares dos ossos. Ex: sínfise púbica, que fica nas porções púbicas dos ossos do quadril e articulações que se fazem entre as vértebras, formada por discos de fibrocartilagem que envolvem o núcleo pulposo (gelatinoso); essas 2 articulações têm função de absorver as forças mecânicas, melhorar o encaixe e distribuir cargas. OBS! A hérnia de disco é o extravasamento do núcleo pulposo, que pinça uma raiz espinal ou a medula Articulações sinoviais As estruturas das articulações sinoviais são a cartilagem articular, a cápsula fibrosa, a membrana sinovial, o líquido sinovial, os meniscos, discos e corpos adiposos intra-articulares, os ligamentos, a bolsa sinovial e bainhas sinoviais. LÍQUIDO SINOVIAL O elemento que se interpõe aos ossos é a o líquido sinovial (ou sinóvia). Esse líquido faz a nutrição dos componentes internos da articulação, dissipa força mecânica, deslizamento das peças ósseas e, por sua alta pressão, faz a estabilidade articular. Dentro da articulação sinovial apresenta-se uma cavidade articular, que é o espaço onde se encontra a sinóvia (lubrificante natural, permitindo deslizamento com mínimo de atrito e desgaste). CÁPSULA ARTICULAR A cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial (prendendo-se aos ossos que se articulam), ela apresenta duas camadas: ● Membrana fibrosa: mais externa; resistente e pode estar reforçada por ligamentos capsulares, extracapsulares ou ligamento intra-articulares(joelho); esses ligamentos mantêm a união entre os ossos e impedem os movimentos em planos indesejáveis (limitar os movimentos) ● Membrana sinovial: mais interna; muito vascularizada e inervada; produz o líquido sinovial, formado por mudanças no plasma sanguíneo feito pelas células M e F (o aumento da vascularização - pela musculatura - dessa membrana favorece a produção de sinóvia). CARTILAGEM ARTICULAR As cartilagens articulares (ou superfícies articulares) são aquelas que entram em contato com uma articulação sinovial, essa superfície é revestida por cartilagem hialina (porção do osso não invadida pela ossificação), o que as faz ficarem com a extremidade lisas, polidas e de cor esbranquiçada; elas também são avascularizadas (pouca recuperação) e não são inervadas (sem dor). A perda da integridade de cartilagem forma os osteófitos (bicos de papagaio). MENISCOS, LIGAMENTO E DISCOS INTRA-ARTICULARES Em muitas articulações sinoviais, interpostas às superfícies articulares encontram-se formações fibrocartilagíneas, chamados de discos ou meniscos intra-articulares; essas estruturas apresentam funções: ● melhor adaptar as superfícies que se articulam ● receber pressões (amortecedores) Os meniscos são de forma de meia lua, encontrados nos joelhos; já os discos intra-articulares são encontrados nas articulações esternoclavicular e temporomandibular. São utilizados para prevenir o desgaste das cartilagens articulares. Já os ligamentos são tecidos fibrosos que fazem a estabilização da articulação sinovial (explicado na cápsula articular) BOLSAS E BAINHAS SINOVIAIS Trata-se de uma membrana conjuntiva que delimita uma cavidade com sinóvia fechada por todos os lados, a função consiste em facilitar o deslizamento dos órgãos aos quais está anexada. Existem bolsas serosas subcutâneas e bolsas serosas anexas aos tendões e aos ligamentos. Bursite é a inflamação dessas bolsas. GRAUS DE LIBERDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS ● Não axiais: o articulação não se mexe em nenhum plano (não existe articulação sinovial assim) ● Monoaxial: articulação se mexe em um eixo do organismo; ex: flexão/extensão do cotovelo, eixo que corta o plano sagital ● Biaxial: articulação se mexe em dois eixos do organismo; ex: articulação do punho (os eixos cortam o plano sagital e coronário) ● Triaxial: movimentação nos 3 eixos do organismo; ex: articulação do ombro. CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS ● Planas: superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo o deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. Pequenos deslizamentos entre vários ossos articulados permitem apreciável variedade e amplitude de movimento ● Gínglimo: “dobradiça”; fazem o movimento de flexão/extensão. ● Trocóide: as superfícies articulares são segmentos de cilindro; permitem rotação e seu eixo de movimento é único (vertical); Ex: movimento de pronação e supinação do antebraço e movimento de rotação entre áxis e atlas. ● Elipsóidea: caracteriza-se pelas superfícies articulares discordantes, ou seja, uma côncava e outra convexa, com raios de curvatura desiguais; permitem flexão, extensão, abdução e adução. Ex: articulação temporomandibular. ● Selar: a superfícies articular de uma peça esquelética apresenta o formato de sela, onde se encaixa a 2º peça côncava ● Esferóide: as superfícies articulares são segmentos de esferas e se encaixam em receptáculos ocos; permite o movimento em torno de 3 eixos (triaxial). ARTICULAÇÕES SINOVIAIS SIMPLES E COMPOSTA ● Simples: apenas 2 ossos entram em contato numa juntura; ex: ombro ● Composta: 3 ou + ossos participam da articulação; ex: cotovelo ● Complexa: cavidade articular está parcialmente ou totalmente dividida por um menisco ou disco; ex joelho. VASOS E NERVOS As artérias que alcançam as epífises dos ossos fornecem suprimento sanguíneo a cada articulação; a membrana sinovial é altamente vascularizada pelas artérias articulares, bem como apresenta vasos linfáticos. Os nervos articulares contêm fibras sensitivas e autônoma, sendo as 1º, proprioceptivas e terminações para a sensibilidade dolorosa. OBS! As cartilagens articulares são avasculares e não possuem inervação (difícil regeneração). As articulações também podem ser dividir funcionalmente em: ● Sinartrose: cartilagens que não tem movimento; coincide com as cartilagens fibrosas ● Anfiartroses: cartilagens que tem mobilidade parcial; coincide com as articulações cartilagíneas ● Diartroses: cartilagens que promovem movimento; coincide com as articulações sinoviais Movimentação do organismo Os eixos de movimentação são outro critério para a subdivisão das articulações sinoviais, podendo não possuir eixo, possuir um, dois ou três eixos (ântero-posterior,lateral e longitudinal). Para os movimentos realizados, há uma regra, segundo a qual diz que a direção do eixo de movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão. Os movimentos ativos de uma articulação sinovial executados são de alguns tipos: ● Movimentos de deslizamento: superfícies que entram em contato são planas ou ligeiramente curvas. ● Movimentos angulares ○ Flexão e extensão: diminuição ou aumento do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele que permanece fixo; Ex: rosca direta e flexão plantar do pé. ○ Adução e abdução: eixo de movimento é ântero-posterior. Ex: levantar e abaixar o braço (elevação lateral) ○ Rotação: o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal (vertical); Ex: rotação medial e lateral (aquecimento do manguito) ○ Circundução: movimento combinatório que inclui adução, extensão, abdução e a flexão ○ Supinação e Pronação ○ Elevação e Depressão; ex mandíbula ○ Protrusão e retrusão da mandíbula ○ Eversão (borda medial) e inversão (borda lateral) do pé ○ Dorsiflexão e flexão plantar ○ Oposição (aproximação dos dedos) Sistema Muscular As células musculares especializam-se para a contração e o relaxamento. Sua propriedades são: irritabilidade, condutividade, extensibilidade e elasticidade. Essas células são alongadas e fusiformes, sendo chamadas de fibras; conjunto de fibras é um feixe; o conjunto de feixes forma o músculo. Cada fibra muscular é envolto por um TC delgado, denominado endomísio; outrossim, o TC que envolve várias fibras em fascículos, é chamado de perimísio; por fim, a bainha conjuntiva que envolve grupos de fascículos, formando o músculo, é o epimísio. Esses tecidos vão compor o tendão. Músculo Quanto maior o número de fibras, mais forte o músculo; quanto maior o comprimento da fibra, maior a capacidade de contração. Os músculos são fixados nas extremidades; logo, eles movimentam as estruturas do corpo pelo encurtamento de distâncias das 2 extremidades (contração). Os músculos são considerados os elementos ativos do movimento, os ossos e as articulações são os elementos passivos do movimento. Assim, a função dos músculos é: ● Produção de movimento ● União das peças ósseas ● Manutenção da postura do esqueleto ● Armazenamento e movimentação (linfa e sangue) de substâncias dentro do corpo ● Produção de calor Cada músculo está acoplado ao seu nervo motor, que transmite impulsos nervosos às células musculares pela placa motora, determinando a contração dos miócitos. Os músculos são divididos em 3 tipos de acordo com o seu mecanismo de contração: ● Músculos estriados esqueléticos (700 m.): são voluntários; apresentam estriações transversais e longitudinais; musculatura esquelética; inervados pelo SNC ● Músculos estriados cardíacos: são involuntários; apresentam estrias longitudinais e transversais; músculos do coração; acoplado ao SNA e hormônios. ● Músculos lisos: são involuntários; apresenta apenas estrias longitudinais; músculos viscerais; associados ao SNA e hormônios Propriedades do sistema muscular ● Excitabilidade elétrica (estímulo) ● Contratilidade (isométrica e isotônica) ● Extensibilidade (estender) ● Elasticidade (retornar à posição anterior) Componentes anatômicos da musculatura esquelética A porção média desses músculos é chamado de ventre muscular, onde predomina as fibras musculares (parte ativa do músculo). Quando as extremidades são cilindroides ou em forma de fita é chamado de tendões; quando as extremidades são laminares, são as aponeuroses. Os tendões e as aponeuroses são esbranquiçadas e brilhantes, muito resistente e quase inextensíveis, formados por TC denso (formados a partir do endomísio, perimísio e epimísio). Esses compostos fixam o músculo a outros componentes, como o esqueleto, cartilagem, cápsulas articulares, derme, tendão de outro músculo e etc. As funções dos tendões são: ● Conectar o músculo a outro componente (geralmente é o osso) ● Manter o equilíbrio estático e dinâmico do corpo, através da transmissão da atividade muscular aos ossos e articulações ● Estimular a formação e manutenção da massa óssea OBS! No indivíduo em repouso, o músculo sempre apresentará certo tônus (contração reflexa). Fáscia muscular É uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve o músculo por completo, é dividida em superficial e a profunda( que é a mesma coisa que o epimísio); a fáscia pode ajudar a prender o músculo ao esqueleto pelos septos intermusculares, que são prolongamento que se fixam aos ossos. As fáscias são mais espessas em músculos mais potentes. A função dessa fáscia é de manter os músculos dentro de uma bainha elástica durante a contração, permitir o fácil deslizamento dos músculos entre si (lubrificação) e de formar um isolante elétrico para os impulsos nervosos. Mecânica da contração O encurtamento do ventre muscular pelas fibras musculares (redução do seu comprimento em até ½ ou ⅔ do original) movimenta um segmento do corpo, já que o movimento das fibras transmite a força para os tendões, os quais estão ligados aos ossos. Assim, o trabalho (T) realizado pelo músculo depende da potência (F), relacionada ao nº de fibras, do músculo e da amplitude de contração (E); T = F x E . O aumento prolongado do trabalho do músculo causa hipertrofia (nunca hiperplasia). Os ossos também funcionam como alavancas de braço para os músculos. As alavancas são compostas por 3 elementos: resistência ( R), ponto de apoio (F - fulcro) e a potência (P). O músculo funciona como a P e, geralmente, as articulações como F. As alavancas são de 3 tipos: ● Gênero I (ou interfixa): R | F | P ● Gênero II (ou inter-resistente): F | R | P ● Gênero III (ou interpotente): R | P | F ; mais comum no organismo No caso da musculatura lisa e cardíaca, a produção do trabalho é ocasionada pela contração da musculatura, que reduz o volume ou diâmetro do órgão, expelindo ou impulsionando o seu conteúdo. Origem e inserção Origem (ou ponto fixo ou cabeça) é a extremidade do músculo presa à peça óssea que não se desloca; já inserção (ou ponto móvel) é a extremidade muscular ligada a peça óssea que se desloca. Classificação dos músculos QUANTO A FORMA DO MÚSCULO E ARRANJO DAS FIBRAS ● Disposição paralela das fibras: pode ser encontrado tanto em m. longos (comprimento maior que largura) ou largos (comprimento igual largura). Os m. longos pode ter formato fusiforme, cilíndricos ou cônicos; já os largos podem ser quadrangulares ou romboides. ● Disposição oblíqua das fibras: fibras são oblíquas em relação aos tendões, chamados de músculos peniformes (formato de pena); se os feixes se conectarem com apenas um tendão, são unipenados, se conectarem-se com 2, são bipenados (es: m. reto da coxa). ● Disposição circular das fibras: músculos circulares que rodeiam orifícios e canais (ex: músculos orbiculares e deltóide) QUANTO À ORIGEM Se o músculo apresenta mais de uma cabeça de origem eles podem ser divididos em: ● Bíceps: apresentam 2 cabeças de origem ● Tríceps: apresentam 3 cabeças ● Quadríceps: apresentam 4 cabeças QUANTO À INSERÇÃO Se os músculos apresentammais de uma inserção muscular, eles podem ser divididos em: ● Bicaudados: ligados à dois tendões ● Policaudados: ligados à 3 ou + (ex: m. longo extensor dos dedos do pé) QUANTO AO VENTRE MUSCULAR Alguns músculos apresentam + de um ventre, com tendões intermediários entre eles: ● Digástricos: apresentam 2 ventres separados ● Poligástricos: apresentam 3 ou + ventres (ex: m. do abdômen) QUANTO À AÇÃO ● Flexor ou extensor ● Adutor ou Abdutor ● Rotador medial ou rotador lateral ● Pronador ou supinador… Classificação funcional dos músculos ou Tipos de funções musculares São os agentes principais na execução do movimento; ● Agonista: quando é o agente principal de uma ação. ● Antagonista: se opõe ao trabalho de um agonista, seja para regular a rapidez ou a potência do movimento. ● Sinergista: elimina algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista; ou seja, atua de forma secundária no movimento. ● Fixadores: segmentos do corpo para permitir um apoio básico nos movimentos executados por outros músculos (estabilização). Vasos e nervos dos músculos e Trofismo Muscular Os músculos têm a atividade modulada pelos nervos, se não houver estímulos nervosos o músculo atrofia, condição que pode ser causada por secção no nervo, imobilização prolongada (Síndrome do Imobilismo) ou redução de suprimento sanguíneo. O músculo é inervados por um ou mais nervos que contêm fibras motoras, sensitivas, simpáticas e parassimpáticas. A unidade motora é constituída pelo neurônio + fibras musculares inervadas por ele. As artérias dividem-se através dos músculos em ramos cada vez menos calibrosos, formando um extenso leito capilar; a drenagem do sangue corre por veias que seguem o tipo de distribuição arterial. A contração muscular é essencial para impulsionar o sangue e a linfa para as veias e vasos linfáticos. Tipos de contração muscular ● Isotônica: gera força + movimento; ○ concêntrica (m. encurta) ○ excêntrica (m. alonga) ● Isométrica: gera força mas sem movimento (estático); é o movimento que mais estimula os músculos profundos. ● Isocinética: a tensão desenvolvida pelo músculo ao encurtar-se com velocidade (cinética) constante (iso) é máxima em todos os ângulos articulares durante toda a amplitude de movimento. Tipos de fibras musculares esqueléticas ● Brancas (Tipo I): fibras de alta potência, utilização de fermentação para a produção de energia; pouco vascularizadas; fisiculturistas ● Vermelhas (Tipo II): fibras de resistência; alto nº de mitocôndrias para produção de energia (aeróbicas); maratonistas
Compartilhar