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análise crítica ao primeiro capítulo do livro A Escola Austríaca de Jesus Huerta de Soto

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Sofia Tolosa Primo – 2018.1.39.012: Análise crítica ao capítulo Princípios Essenciais da Escola Austríaca.
	Esta resenha faz uma análise crítica ao primeiro capítulo do livro A Escola Austríaca de Jesus Huerta de Soto que tem como objetivo apresentar e explicar as principais características da escola austríaca de economia. Assim como, apontar sua importância para a evolução da ciência econômica. O capítulo 1 mostrou-se muito interessante por criticar a forma utilizada nas universidades do país. No Brasil, a grande maioria das obras estudadas são das escolas neoclássica ou keynesiana. Portanto, esse fato exclui a possibilidade de o aluno conhecer outras escolas e outros tipos de pensamentos. Sem ter acesso a diferentes visões econômicas, o estudante é blindado de ter uma posição crítica diante seus aprendizados, impossibilitando-o de formar uma opinião própria consolidada. Além disso, o capítulo aborda as principais características da escola austríaca, assim como suas principais divergência para com a escola neoclássica em assuntos importantes. 
Uma das principais abordagens do capítulo é sobre a teoria da ação dos austríacos frente à teoria da decisão dos neoclássicos. Para os austríacos, a economia se aproxima mais como teoria da ação do que da decisão. Os austríacos dão mais importância para o processo de decisão e não a decisão em si. Diferentemente dos neoclássicos, os austríacos criticam a ideia de utilizar os meios escassos para satisfazer as necessidades humanas. Para eles, o homem “robinsiano” é simplesmente uma ideia limitada que reage de forma passiva aos acontecimentos. Eles consideram que o homem faz muito mais do que apenas alocar meios a fins. O homem constantemente procura novos fins e meios, aprendendo com os erros e usando a imaginação para planejar o futuro. Ou seja, para os austríacos, a economia é muito mais ampla e complexa do que simplesmente uma arte de “tomar decisões”. Outro ponto importante é a visão do empresário para os austríacos: o mundo real está sempre em desequilíbrio, por isso, não é certo adotar o equilíbrio para analisar cenários diferentes. Para mim, esta afirmação é a mais importante. Na analisar um cenário, os neoclássicos adotam o mercado em equilíbrio perfeito, o que é contraditório já que na realidade essas análises não se aplicam totalmente. Isso dificulta o entendimento da teoria apresentada. Os empresários, na visão austríaca, são importantes porque criam coisas e têm ideias que não existem ainda. Sobre o processo empresarial de coordenação: toda descoordenação social dá origem a uma oportunidade de lucro. Quando é descoberta e aproveitada por um empresário ela desaparece dando origem a um processo espontâneo de coordenação. Isso pode explicar a teoria econômica como uma ciência. As leis de coordenação constituem processos sociais. Essa teoria se aplica totalmente à realidade: sempre que há uma crise ou instabilidade em um país, os empresários encontram oportunidades de se reinventar e suportar o cenário turbulento. Dessa forma, a sociedade se adapta à nova realidade, e assim, lentamente caminha para uma nova estabilidade. Os austríacos visam estudar a concorrência como rivalidade enquanto os neoclássicos estudam os modelos econômicos de equilíbrio com a concorrência perfeita (monopólio). Para os austríacos essa forma de analise não faz sentido já que o mercado nunca se encontra em equilíbrio. O modelo do big-bang social: o processo empresarial de coordenação nunca se esgota ou para, ele modifica a percepção geral ou objetiva dos agentes da sociedade pelas criações de novas informações. Isso dá lugar à novos desajustamentos. Assim, originam-se novas oportunidades de lucro empresarial que tendem a ser descobertos e coordenadas pelos empresários. Dessa forma, há um ciclo que nunca termina e sempre se expande. E, assim, a civilização sempre evolui. O problema econômico: os austríacos estudam o processo econômico de coordenação social. Os problemas aparecem quando os fins e meios são muitos e competem entre si. Para eles não faz sentido dividir o mundo entre micro e macroeconomia. Ambas divisões deveriam ser estudadas juntas, já que se completam. Essa afirmação também se mostra muito sólida, já que no mercado os micro e os macroempreendimentos apresentam muitas semelhanças e interagem entre si. 
Dessa forma, entendemos que em algumas ideias há concordância entre ambas as escolas. Porém outras ideias, na visão dos austríacos, deveriam mudar. Para os austríacos, existem outras formas de pensamentos e de chegar a conclusões mais seguras comparadas às formas de pensamento ultrapassadas dos neoclássicos. O capítulo é muito informativo e detalhado. Deixa claro as diferenças entre as escolas e do porquê os austríacos deveriam receber devida importância dentro do mundo acadêmico. Por ser uma escola que se aproxima mais da realidade, a escola austríaca explica muito bem cenários vividos no dia-a-dia e que não fazem sentido na teoria neoclássica.

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