Buscar

Mito Hoje

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A principio devemos entender que o mito, foi e continua sendo, para alguns seres humanos a forma que nós encontramos para entender o nosso mundo. Baseada na superficialidade das informações, salvo agravante das noticias falsas comumente chamada de “fake news”, usando sempre a emoção como medida anterior a toda reflexão lógica que o pensamento filosófico proporciona. Sendo assim, características similares entre o mito de ontem e o mito de hoje são comumente utilizadas para diversos fins na coletividade.
Trazendo esta reflexão para o dia de hoje, será que os mitos são diferentes dos de antigamente? ...no continuo do pensamento, Sim... Mas também não! Sim, pois os mitos se renovam e se atualizam para que suas novas funções na coletividade tenha um melhor efeito, e não, pelo fato do método de aplicação ser sempre através dos mesmos. Por meio das crenças, temores e desejos que o individuo se permite, participando ativamente na coletividade onde o mito é implantado por um agente. Nota-se na coletividade onde o mito atua a predominância de um pensamento binário, onde na ausência de fundamento logico os danos podem ser catastróficos.
Porém o mito não tem tanto poder hoje quanto tinha antigamente, pois com o pensamento crítico racional, bem distante da superficialidade, o indivíduo é capaz de encontrar explicações mais lógicas para os acontecimentos. Sendo assim os mitos de hoje podem ser divididos em classe de atuação, para que sejam mais eficazes. São eles: mitos autênticos e mitos fabricados, neste segundo caso, e em sua grande maioria, pelos meios de comunicação de massa e pela mídia e mais comumente usados.
Atualmente persistem mais os mitos autênticos que são derivados das mesmas necessidades de propiciar o bem e afastar o mal e são exemplares, fazem parte da vida e podem ser vividos por todos os indivíduos de uma comunidade. Os exemplos mais comuns em nossa sociedade são: Ano-novo, Baile de 15 anos, Festas de feriados, entre outros.
Em contra ponto, hoje na sociedade são criados/fabricados mitos de maneira que possam ser entendidos por todos sem maiores esforços reflexivos, de uma forma proposital, pois assim não há necessidade de criticar ou questioná-los. 
Para se chegar a estes resultados, na coletividade, são utilizados alguns mecanismos na fabricação dos mitos:
Omissão da História: Este mecanismo consiste em esconder partes da história do mito, seja ele uma pessoa ou objeto. Como exemplo, podemos citar a vida de um ator ou atriz, de modo que este nos é apresentado como um ser referencial e único. Com a omissão da história, acabam também sendo eliminadas causas e consequências, como acontece frequentemente nas propagandas de bebida alcoólica, onde não são relatadas as consequências deste produto.
Identificação: É um processo que nos leva a identificação com o mito e a anulação das características não desejadas pela maior parte das pessoas, o outro lado do mito. Assim nos afastamos de pessoas portadoras das características não desejadas.
Quantificação da qualidade: Este é um mecanismo muito presente na mitificação de filmes e estrelas da música, e consiste na transformação da qualidade em quantidade. Isto é, o que importa para que um filme ou os personagens que o compõem, por exemplo, sejam mitificados é a quantidade de lucros e investimentos que gerou.
Constatação: Este mecanismo influencia na fabricação dos mitos contemporâneos, não admitindo questionamentos ou críticas. Podemos citar como exemplo as histórias em quadrinhos nas quais estão explícitas o posicionamento do bem e do mal, não há o que questionar apenas constata-se. Dentro disso também podemos citar a moda, que por sua vez é um mito consumado, os quais aceitaram sem ao menos saber o porquê de termos de seguir tais padrões.
Por que nos importarmos com mitos mesmo sabendo suas formas e intenções na coletividade? O que eles têm a ver com nossas vidas e fatalmente ficam enraizados no nosso dia a dia?
Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do em prol do pensamento reflexivo. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento, sempre projetando no futuro o mito.
As literaturas grega e latina e a educação religiosa costumavam fazer parte da educação de toda gente no Brasil. Tendo sido suprimidas, em prol de uma educação que concorde com uma sociedade industrial, uma sociedade baseada em produção, onde toda uma tradição de informação mitológica do ocidente se perdeu.
Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dando certa perspectiva naquilo que aconteciam em suas vidas. Com a perda disso, por causa dos valores práticos de nossa sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada para por no lugar.
Essas informações, provenientes de tempos antigos, têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, construíram civilizações e formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limites de nossa travessia pela vida, e se você não souber o que dizem os sinais deixados por outros ao longo do caminho, fatalmente teremos de produzi-los por conta própria.

Continue navegando