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Licenciamento Ambiental

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Licenciamento Ambiental  
1. O que é o Licenciamento ambiental? E quando foi instituído?
O licenciamento ambiental é uma exigência legal a que estão sujeitos todos os empreendimentos ou atividades que empregam recursos naturais ou que possam causar algum tipo de poluição ou degradação ao meio ambiente. É um procedimento administrativo pelo qual é autorizada a localização, instalação, ampliação e operação destes empreendimentos e/ou atividades. Instituído pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, com a finalidade de promover o controle prévio à construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. Tem como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
2. De quem são os custos do Licenciamento ambiental?
Os custos são da empresa solicitante do licenciamento.
3. Quais são os documentos técnicos necessários para o desenvolvimento do processo de Licenciamento ambiental?
Os principais documentos requeridos para o licenciamento ambiental no Brasil são o EIA - Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo RIMA – Relatório de Impacto Ambiental. O EIA apresenta informações gerais sobre o empreendimento, além da descrição do mesmo, sua área de influência, o diagnóstico ambiental da área, bem como os fatores ambientais que englobam os meios físicos, bióticos e socioeconômico.
4. Quais são as competências do IBAMA para o Licenciamento ambiental?
Conforme a Resolução n° 237/97, em seu artigo 4°, cabe ao IBAMA, o órgão licenciador federal, o licenciamento de atividades de significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional. 
5. Qual a participação de órgãos estaduais e municipais envolvidos no licenciamento ambiental?
 	Ao órgão ambiental dos Estados (OEMAs) e do Distrito Federal compete o licenciamento ambiental de atividades localizadas em mais de um Município. Ao órgão ambiental dos Municípios compete o licenciamento ambiental de atividades de impacto local.
6. Quais são as atividades e empreendimentos sujeitas ao licenciamento ambiental?
- Atividades ligadas à agricultura: Florestamento, reflorestamento, caça, pesca, criação de animais, granjas. Toda e qualquer atividade que se encaixe no ramo agropecuário.
- Mineração: Qualquer atividade ou ramo ligado à mineração precisa da licença ambiental. Inclui a extração de areia e a captação de água em poços tubulares muito profundos.
- Indústrias: Metalúrgicas, indústrias de produtos químicos, ramo têxtil, madeireiras, fabricação de máquinas ou usinagem. A indústria de papel e celulose também necessita da licença para poder operar.
- Transportes: Qualquer atividade ligada ao transporte, seja de cargas ou de pessoas.
- Empreendimentos turísticos ou de lazer: Hotéis, parques, pousadas e qualquer outra atividade que esteja relacionada ao turismo ou lazer.
- Serviços em geral: Qualquer prestação de serviço precisa de licença ambiental para funcionar, desde salões de beleza até serviços de eventos. Inclui serviços de reciclagem e principalmente os serviços de saúde.
- Construção civil: Qualquer obra relacionada à construção civil, o que inclui também demolições.
- Biotecnologia: Qualquer empresa que trabalhe no ramo da biotecnologia ou pretenda se utilizar dela em suas atividades.
7.     Quais as diferenças entre licença prévia, licença de instalação e licença de operação?
Licença Prévia (LP) – Licença que deve ser solicitada na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Esta licença apenas aprova a viabilidade ambiental e estabelece as exigências técnicas (as “condicionantes”) para o desenvolvimento do projeto, mas não autoriza sua instalação.
Nesta fase, caberá ao empreendedor atender ao art. 225, §1º, IV da Constituição Federal e da Resolução 001/86 do Conama, elaborando os estudos ambientais que serão entregues ao Órgão Ambiental para análise e deferimento. 
Licença Instalação (LI) – Esta aprova os projetos. É a licença que autoriza o início da obra de implantação do projeto. É concedida depois de atendidas as condições da Licença Prévia.
Licença de Operação (LO) – Licença que autoriza o início do funcionamento do empreendimento/obra, das atividades produtivas. É concedida depois que é concedida após vistoria para verificar se todas as exigências foram atendidas.
8.     Quais os objetivos da participação pública no processo de licenciamento ambiental?
É um procedimento instituído com a finalidade de garantir que haja desenvolvimento econômico e que o meio ambiente se mantenha ecologicamente equilibrado. 
a sociedade pode atuar diretamente na defesa do meio ambiente participando na formulação e na execução de políticas ambientais, por intermédio da atuação de representantes da sociedade civil em órgãos colegiados responsáveis pela formulação de diretrizes e pelo acompanhamento da execução de políticas públicas.
9.     O que é compensação ambiental e como é calculada?
Compensação Ambiental é um mecanismo financeiro que visa a contrabalançar os impactos ambientais ocorridos ou previstos no processo de licenciamento ambiental.
o Valor da Compensação Ambiental derivada do licenciamento ambiental federal deve ser calculado pelo produto do Grau de Impacto - GI com o Valor de Referência - VR:
CA = VR x GI, onde:
CA = Valor da Compensação Ambiental;
VR = somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais;
GI = Grau de Impacto nos ecossistemas, podendo atingir valores de 0 a 0,5%.
10.  O que significa Unidades de Conservação?
As unidades de conservação (UC) são espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais, com características naturais relevantes, que têm a função de assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente.
As UC asseguram às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional e ainda propiciam às comunidades do entorno o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis. Estas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais. São legalmente criadas pelos governos federal, estaduais e municipais, após a realização de estudos técnicos dos espaços propostos e, quando necessário, consulta à população.
11.  O que é o Cadastro Técnico Federal?
O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (CTF/AIDA) é o registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.
O CTF/AIDA foi criado em 1981 como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e é normatizado pela Resolução Conama nº 1/1988 e pela Instrução Normativa Ibama nº 10/2013.
12.  Como se dá a autorização de Áreas de Preservação Permanente (APP)?
Para que um empreendimento obtenha a sua autorização para intervenção em área de preservação permanente, é necessário preparar a seguinte documentação:
- Levantamento Ambiental da área;
- Elaboração de Planos de Recuperação.
O levantamento ambiental inclui estudos obrigatórios e documentos como os laudos de fauna e de flora. Os estudos exigem profissionais experientes e tecnologiasadequadas, visando à detecção de espécies de animais e identificação de espécies vegetais.
Os planos de recuperação são igualmente obrigatórios para a obtenção da autorização para intervenção em área de preservação permanente. A sua função é a de atenuar ou compensar os impactos ambientais causados pela instalação ou atuação de um empreendimento. Exemplos das compensações mais recorrentes são os projetos de plantio de novas árvores ou de recuperação de remanescentes florestais. Normalmente, os projetos são firmados através de termos legais como o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ou, em alguns estados, o TCRA (Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental). Os termos são firmados junto ao Ministério Público ou à Agência Ambiental.

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