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Superdotação

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1. Superdotação/altas habilidades: alguns conceitos 
De acordo com a nova Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil,2008)
Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (p. 9).
 Gadner(1995) desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas propondo em 1983, sete inteligências (linguística,lógico-matemática,espacial,interpessoal,intrapessoal,musical e corporal-cinestésica) em 1999 o autor propôs a inteligência naturalista e uma possível nona inteligência em 2003, a existencial que ainda permanece em estudo.(Freitas,2006).Sendo assim atualmente temos oito inteligências definidas (GAMA,2006) :
· Inteligência linguística: sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras: é a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias
· Inteligência lógico-matemática: sensibilidade para padrões, ordem, e sistematizações, habilidade para explorar relações e categorias através da manipulação de objetos ou símbolos, capacidade de lidar com o raciocínio, de reconhecer e resolver problemas 
· Inteligência espacial: capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa, habilidade para manipular formas e objetos. 
· Inteligência intrapessoal: habilidade para reconhecer seus próprios sentimentos, sonhos e ideias, bem como reconhecer necessidades, desejos e inteligências próprias; 
· Inteligência interpessoal: habilidade para entender e responder adequadamente a humores, temperamentos e motivações de outras pessoas; 
· Inteligência musical: habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical, para distinguir sons e ritmos;
· Inteligência corporal-cinestésica: habilidade para utilizar a coordenação motora ampla ou fina no esporte, artes cênicas ou plásticas, controle de movimentos do corpo e manipulação de objetos com destreza 
· Inteligência naturalista: habilidade para reconhecer flora e fauna, para fazer distinções e para agir produtivamente no mundo natural.
“O desenvolvimento de cada uma, no entanto, dependerá tanto de fatores genéticos e neurobiológicos quanto de fatores motivacionais e culturais” (GAMA 2006, p35)
Essas inteligências podem ser desenvolvidas isoladas ou combinadas e manifestadas através de fatores culturais e motivacionais que afetem o indivíduo.
Segundo a teoria dos três anéis de Renzulli(1986.apud Freitas 2006) o conceito de altas habilidades/superdotação é definido:
 O comportamento superdotado consiste nos comportamentos que refletem uma interação entre três grupamentos básicos dos traços humanossendo esses grupamentos habilidades gerais ou especificas acima da média, elevados níveis de comprometimento com a tarefa e elevados níveis de criatividade. As crianças superdotadas e talentosas são aquelas que possuem ou são capazes de desenvolver estes conjuntos de traços e que os aplicam a qualquer área potencialmente valiosa do desempenho humano (p15 e 16) (grifos do autor) 
 A família é o primeiro espaço social onde a criança constrói referencias e valores. Uma estimulação familiar é de suma importância para a descoberta das altas habilidades/superdotação.
De acordo com Freeman e Guenther (2000):
Nada é mais importante, ou tem maior influencia na educação de qualquer criança, do que a família onde ela nasce e vive os primeiros anos de vida.[...]mas o conjunto de adultos que vivem e convivem com a criança no dia a dia, respondendo as suas necessidades de manutenção e crescimento, sendo eles mesmos exemplos e modelos para imitação e inspiração e provendo á criança os primeiros dados e informações necessárias para a compreensão do mundo(p153)
Não só a família, mas a escola como espaço de construção da cidadania, e um dos principais espaços de convivência social, é de extrema importância no apoio ao aluno especial. O apoio do professor se torna fundamental para alunos com altas habilidades/superdotação para que não se perca esses talentos. 
Todo esforço educacional é alicerçado na ação dos professores que trabalha diretamente com o educando, e a educação de bem dotados não é uma exceção. Embora uma ampla gama de pessoas e diferentes tipos de personalidades possam e devam contribuir para experiencias profissionais e historia de vida, trazendo conhecimentos, inspiração e sendo elas mesmas modelos de “adequação pessoal” a pessoa chave, que vai ajudar a criança e absorver essa vivencia e esse material dentro do projeto educacional maior, a interpreta-lo de forma a fazer sentido, e assistir á criança no desenvolver do processo de assimilação e integração de experiência educativa é sem dúvida, o professor (FREEMAN e GUENTHER,2000,p147)
A Sociedade/comunidade também tem sua importância onde novas referencias e valores se desenvolvem. A união entre família, escola e sociedade/comunidade é fundamental para o desenvolvimento da criança com altas habilidades/superdotação.
1.1 A criança com Altas habilidades dentro da escola.
 Segundo Pérez(2008), as escolas estão empobrecidas de recursos materiais e principalmente de criatividade. As instituições de ensino são uma das que são responsáveis pelos alunos portadores de altas habilidades/superdotação.Deste modo é a escola que :
Deve promover os valores dessa sociedade, oferecendo todas as oportunidades possíveis para o desenvolvimento integral desse ser humano, garantindo o acesso e a permanência bem sucedida a todos, de forma gratuita e tendo como centro todos os seus alunos únicos que constituem seus objetos sujeitos dialéticos em todas as suas etapas de vida. PÉREZ(2008,p.27)
Por vezes a rápido compreensão que o aluno com altas habilidades possui, gera um desconforto na relação com o professor, pois este não entende a perda de interesse de seu aluno, que é causada pela média mais avançada para a compreensão em relação ao restante da turma. No Brasil em muitas escolas segundo Pérez(2007) não está ocorrendo o acompanhamento adequado destes alunos superdotados conforme previsto no Plano Nacional de Educação Especial. 
Existem metodologias em todo mundo usadas para ajudar na inclusão de alunos com altas habilidades, são elas: a “compactação curricular’’, isso significa que os conteúdos que os alunos já dominam são comprimidos e aprofundados, deixando assim o aluno mais interessado na aula. Outro método é o dá “aceleração’’, no qual o aluno superdotado avança um ano em seu ensino. Porém ao realizar esse método pode haver um impacto no contexto emocional e social da criança, pois ao ser adiantado ele sofrerá a troca de todo os seus colegas de classe mexendo assim com o seu social e emocional.
 
 Para Perez(2007) o método mais qualificado usado no brasil é o do turno oposto, onde o aluno com altas habilidades em seu contra turno tem a assistência de um professor especializado onde se trabalho questões de seu interesse de acordo com sua vontade de aprender. Dando assim a ele um estimulo a mais quando se tem o retorno para a sala de aula. 
 1.2 Mitos sobre Altas habilidades e Superdotação.
Segundo Winner (1998), os mitos e mal-entendidos aparecem nas mais variadas áreas de estudo, mas a ênfase de seu trabalho é no tema da superdotação. A autora define brevemente um mito como uma “suposição fortemente mantida” (p. 14) e identifica nove mitos que perpassam o tema em questão. Outros autores que também citam, em seus trabalhos, os mitos e crenças envolvendo o tema das altas habilidades / superdotação são Maia-Pinto e Fleith (2002), Alencar e Fleith (2001), Extremiana (2000), Guenther e Freeman (2000). 
Será brevemente pautado aqui alguns mitos e crenças que são mais citados na literatura. Primeiramente, serão abordados cinco dos nove mitos identificados por Winner (1998). Em seguida, será analisada qual seria a concepção correta que substituiriao mito em questão. Também serão analisados alguns mitos e crenças propostos em trabalhos de outros autores.
Mito1- A pessoa com altas habilidades destaca-se em todas as áreas do currículo escolar 
O argumento que contraria esse mito é o de que a superdotação numa determinada área não implica necessariamente numa superdotação em outras áreas,pelo contrario, existem superdotados numa determinada área possui dificuldades e até distúrbios de aprendizagem em outras. 
Mito 2- Todo superdotado tem QI elevado 
Essa ideia de que toda criança superdotada possui QI elevado é descartado quando levamos em consideração a existência dos chamados idiots savantes. Winner os define como: “indivíduos frequentemente autistas, com QIs na extensão de retardadoe habilidades excepcionais em domínios específicos”.(p.16). Esses casos são específicos, porém existem também crianças extremamente superdotados nas artes e na música sem apresentarem um QI excepcional,como ressalta Winner(1998). Sabe-se que os testes de QI mede somente algumas habilidades especificamente relacionados á linguagem e aos números. 
Mito 3- A superdotação é inata ou é produto do ambiente social 
Esse mito envolve duas concepções que separadas são consideradas incompletas e equivocadas. Na primeira a superdotação é vista como inata no individuo ,ou seja, ou se nasce superdotado ou não. A segunda concepção diz que a inteligência é construída somente pelo ambiente e a influencia social. Ou seja, se a criança nasce num ambiente que lhe proporciona boas condições de estudo e estimula á habilidade então a superdotação será desenvolvida . 
A concepção mais aceita na atualidade é a de que a habilidade e o talento devem existir em algum grau no individuo,mas que só essa existência não é suficiente para que a superdotação se desenvolva. Para isso,é necessário muito esforço, treino e motivação (Greenfield e Cols.,2006; Schraw,2006). 
Halpern(2006) quando aborda sobre o desenvolvimento da inteligência afirma que não existe um fator que seja mais importante do que o outro, o biológico e o cultural se influenciam mutuamente. 
Mito 4- O individuo superdotado também é psicologicamente bem ajustado 
Essa ideia é contrariada por diversos autores que destacam o quanto essas crianças podem ser emocionalmente instáveis pelo fato de não podrem ser quem realmente são, na tentativa de se igualarem aos demais, como pontua Novaes(1979). Dentre algumas características socioemocionais dos superdotados, Alencar(2007) cita: assincronia entre distintas dimensões do desenvolvimento; perfeccionismo excessivo; hipersensibilidade e sub- rendimento. 
Mito 5- As crianças superdotadas se tornam adultos eminentes
Winner(1998) afirma que “muitas crianças superdotadas, especialmente os prodígios, malogram,,enquanto outras acabam por se dedicar a outras áreas de interesse”(p.18). Além disso, a autora acrescenta que também existem muitos adultos eminentes que não foram prodígios ou superdotados na infância, ou seja, essa ideia de que crianças superdotadas se tornam adultos eminentes é equivocada. 
Mito 6- As pessoas com altas habilidades provêm de classes socioeconômicas privilegiados 
Esse mito possui a crença equivocada que somente as crianças que nascem em famílias de classe social elevadas poderão desenvolver seus talentos. Porém diversos pesquisadores tem observado que mesmo em famílias de classe média e baixa é frequente encontrar crianças brilhantes em alguma área da inteligência (Antipoff.1992). Independente da classe social que vem a criança é de extrema importância o estimulo desses talentos para que as habilidades não se percam, e produzam resultados positivos socialmente contribuindo para a comunidade da qual fazem parte. 
Mito 7- Não se deve identificar pessoas com altas habilidades 
Rech e Freitas(2005) rebatem esse mito afirmando que é fundamental os professores saberem identificar seus alunos talentosos de forma que possam proporcionar meios de encaminhá-los para um atendimento especializado, visando o aprimoramento de suas habilidades. Se esses alunos se manterem invisíveis dentro da sala de aula não poderão receber o atendimento de suas necessidades educacionais. 
Mito 8- As pessoas com altas habilidades não precisam de atendimento educacional especial 
Esse mito se baseia na ideia que por possuir superdotação tudo é mais fácil para esse aluno fazendo-se dispensável o atendimento educacional diferenciado. Diversos pesquisadores contrariam essa ideia e afirmam que o atendimento diferencial é essencial para essas crianças,pois só assim suas habilidades e talentos não serão desperdiçados e também esse atendimento pode favorecer o lado emocional e psicológico do individuo. 
Em uma pesquisa realizada por Maia-Pinto e Fleith(2002) em escolas públicas e privadas de Brasilia. Concluiu-se que os profissionais que lidam com educação apresentam um conhecimento superficial e incompleto do aluno com altas habilidades, além de não contarem com uma orientação focada nas práticas adequadas a essas crianças. 
Os mitos que giram em torno da superdotação ainda é um dos maiores dificultadores da identificação e atendimento diferenciado para esses alunos, cabe as instituições e docentes a desmistificarem e mudarem seus conceitos em relação a superdotação.
 
 
 Bibliografia
__ Ministério da Educação. Politica Nacional de Educação.Disponivel em : http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf. Acesso em 03 de abril de 2020. 
__ Freeman,J; Guenther, Z,C. Educando os mais capazes: ideias e ações comprovadas. São Paulo. EPU,2000
__ Freitas,S.N.(org). Educação e altas habilidades/superdotação: a ousadia de rever conceitos e praticas. Santa maria. Editora da UFSM,2006.
GERMANI,L.M.B.StoBaus,C.D. A intervenção centrada na família e na escola; pratica de atendimento á criança com altas habilidades/superdotação. In: FREITAS,S.N (org). Educação e altas habilidades/superdotação: a ousadia de rever conceitos e práticas . Santa maria. Editora da UFSM,2006. 
__ GAMA,M.C.S.S Educação de superdotados: Teoria e pratica. São Paulo : EPU,2006
__PEREZ. Suzana. G. P. Barreira. Ser ou não ser, eis a questão: O processo de construção da identidade da pessoa com altas habilidades/superdotação adulta. 2008, 230 f. Tese (Doutorado em educação) Faculdade de educação da pontifícia universidade católica do Rio grande do Sul, Porto alegre.
__PEREZ. Suzana. P. Barreira. Inclusão para super dotados. Ciência hoje. Paraná, v. 41, n. 245, Jan/fev. 2007.
__Winner,E.(1998). Crianças superdotadas: mitos e realidades. Porto alegre. Artimed 
__Maia-Pinto,R.R, & Fleith,D.S(2002). Percepção de professores sobre alunos superdotados: Estudos de psicologia 19(1) 78-90
__Novaes,M.H.(1979). Desenvolvimento psicológico do superdotado. São Paulo. Atas

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