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Trabalho de Psicologia Jurídica Av1

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Universidade Estácio de Sá
Curso de Direito
Diogo Fernandes Delgado
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO NO ENFRENTAMENTODA VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE
Campus: Nortshoppig
Turno: Noite
Matrícula: 202001610243
Diogo Fernandes Delgado
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE
Trabalho apresentado à Universidade Estadual Estácio de Sá – UNESA, como requisito nota da Av1.
_____________________________________________________
Diogo Fernandes Delgado
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Stella Luiza Moura Aranha Carneiro, Mestre
Professora - UNESA
1 - Introdução
Será apresentada uma breve passagem sobre a importância da Psicologia no Brasil, explicando como se deu a junção ao Direito, expondo de forma sucinta o surgimento da Psicologia Forense, onde no Brasil foi denominada como Psicologia Jurídica e com foco maior na atuação do psicólogo jurídico no enfrentamento da violência contra a criança e o adolescente, mostrando todas as formas de violência baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente. Dentro dessas violências será mostrada como é o enfrentamento do psicólogo jurídico junto aos tribunais. 
O importante trabalho que é feito e elaborado dentro das redes de proteção, mostrando um projeto feito dentro de uma Comarca e a importante atuação dos psicólogos jurídicos nessa organização.
O entendimento sobre Alienação Parental e como os profissionais atuam no combate numa das maiores causas que até hoje continuam causando debates intensos. 
As formas como os órgãos não governamentais atuaram e tiveram apoio do Governo Federal para implementação do disque 100.
A importante Lei da Escuta e como que com ela os psicólogos jurídicos passaram a ter mais presenças nos tribunais nos casos de violências sexuais.
2. CBO – Classificação Brasileira de Ocupações
É uma norma de classificação numerativa e descritiva de atividades econômicas e profissionais determinada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA), para o uso de órgãos governamentais.
Suas principais versões são a CBO de 94 e a de 2002 sendo está última a que está em vigor. Estiveram envolvidos no processo desenvolvimento pesquisadores da UNICAMP, UFMG e FIPE/USP e profissionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial-Senai. A legislação que aprova a CBO é a portaria nº 397 de 09 de outubro de 2002. O que se deve ter em mente é que a CBO não regulamenta uma profissão, ela apenas tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins classificatórios juntos aos registros administrativos e domiciliares, já a regulamentação do profissional é realizado por meio da lei.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, além da importância da CBO para os trabalhadores e categorias profissionais, a classificação da CBO serve como documento de referência para: Relação Anual de Informações Sociais – RAIS; Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED; Seguro Desemprego; Preenchimento carteira de trabalho; Qualificação profissional; Aprendizagem; Intermediação de mão de obra; Imigração; Fiscalização do trabalho; Ministério da saúde; Imposto de Renda; Previdência social – CNIS e IBGE.
Com isto, em 17 de outubro de 1992, o Conselho Federal de Psicologia apresentou ao Ministério do Trabalho e Emprego sua contribuição para integrar o CBO
2.1 - Atribuições Profissionais do Psicólogo no Brasil
Procede ao estudo e análise dos processos intrapessoais e das relações interpessoais, possibilitando a compreensão do comportamento humano individual e do grupo, no âmbito das instituições de várias naturezas, onde quer que se sejam estas relações. Aplica conhecimento teórico e técnico da psicologia, como o objetivo de identificar e intervir nos fatores determinantes das ações e dos sujeitos, em sua história pessoal, familiar e social, vinculando-as também a condições políticas, históricas e culturais.
O psicólogo, dentro de suas especificidades, atua no âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação com o objetivo de promover em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano. Contribui para produção de conhecimento científico da psicologia através da observação, descrição e análise dos processos de desenvolvimento, inteligência, aprendizagem, personalidade e outros aspectos do comportamento humano, analisa a influência de fatores hereditários, ambientais e psicossociais sobre os sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e nas suas relações sociais para orientar-se no psicodiagnóstico e atendimento psicológico; promove a saúde mental na prevenção e no tratamento dos distúrbios psíquicos, atuando para favorecer um amplo desenvolvimento psicossocial; elabora e aplica técnicas de exame psicológico, utilizando seus conhecimentos e práticas metodológicas específicas para conhecimento das condições de conhecimento da personalidade dos processos intrapsíquicos e das relações interpessoais efetuando ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a necessidade. Participa da elaboração, adaptação e construção de instrumentos e técnicas psicológicas através de pesquisa, nas instituições acadêmicas, associações profissionais e outras entidades científicamente reconhecidas. Realiza divulgação e troca de experiências nos eventos da profissão e comunidade científica e, à população em geral, difunde as possibilidades de utilização de seus recursos. Trabalhadores desse grupo estudam a estrutura psíquica e os mecanismos de comportamento dos seres humanos. Desempenham tarefas relacionadas a problemas de pessoal, como processos de recrutamento, seleção, orientação profissional e outros similares. Fazendo com que se tornem aptos a lidar com casos de famílias, crianças e adolescentes, sistemas penitenciários, dentre outros.
3 - Psicologia Jurídica
Segundo Mira y Lopez (2000), a psicologia jurídica é a Psicologia aplicada ao melhor exercício do Direito. Trata-se portanto, de um ramo da Psicologia que pretende auxiliar o direito, tendo em vista o objeto de estudo em comum, que é o homem, em sua complexidade e seus conflitos, 
A psicologia jurídica também pode se referir aos procedimentos que acontecem nos tribunais, que auxiliam em decisões judiciais, em assuntos de cunho jurídico ou do Direito. A Psicologia Forense se aplica de forma exclusiva ao poder judiciário, o papel do psicólogo forense é de auxiliar no sistema legal. Desse modo, o termo Psicologia Jurídica é o mais utilizado no Brasil, visto que engloba maiores possibilidades teóricas e técnicas a serem desenvolvidas no âmbito jurídico. 
Sabe-se que a psicologia precisa encontrar seu próprio caminho no modelo jurídico, já que a impulsão é proveniente de um compromisso com o ser humano que é, por excelência, de outra ordem. O seu objetivo de investigação científica deve estar claro e, sobretudo atuar no desenvolvimento de uma prática ética baseada no respeito ao indivíduo. A primeira inter-relação entre a Psicologia e o direito se deu a partir do interesse em avaliar a fidedignidade dos testemunhos através dos instrumentos de análise psicológica, dando ênfase no diagnóstico patológico. Esses estudos contribuíram para o desenvolvimento da Psicologia Experimental no século XIX, que estudava a memória, percepção e sensação, despertando o interesse por parte da justiça.
No Final do século XIX difundiu-se o interesse pela perícia psiquiátrica, que fora inicialmente direcionada a investigação da responsabilidade penal de adultos que era realizada através da solicitação da avaliação psicológica e testes psicométricos com intuito de elaborar um psicodiagnóstico para o caso proposto, pois estes forneciam dados concretos a justiça. 
Os primeiros trabalhos de psicólogos em organização de justiça no Brasil remetem às décadas de 1970 e 1980, periodicamente pela saturação do mercado de Psicologia Clínica e pela busca de novos campos de atuação profissional. (Pereira&Pereira Neto, 2003).
O conselho Federalde psicologia instituiu a Psicologia Jurídica como especialidade da Ciência da Psicologia em dezembro de 2000, buscando responder as demandas trazidas pelas organizações da justiça em seus diversos âmbitos: infância e juventude, família e sucessões, cível e criminal, incluindo organizações que integram os poderes Judiciário, Executivo e Ministério Publico.
3.1 - Atividade dos Psicólogos Jurídicos
A psicologia, como dito antes tem como objetivo de pesquisa, dito de forma ampla, o ser humano, assim como ocorre em outras áreas das ciências humanas. Entretanto, ela trata do ser humano em suas expressões subjetivas, analisando seu comportamento e suas interações sociais. Sabemos que as pessoas não são previsíveis na sua maneira de agir, sentir ou pensar, embora, em algumas situações, seja possível entender um dado tipo de reação que se manifesta num determinado comportamento.
Um exemplo desta realidade foi a criação do Manicômio Judiciário em 1921, no Rio de Janeiro, por iniciativa e esforço de Heitor Carrilho, médico psiquiatra, cuja posição teórica fixava o crime sob enfoque da determinação individual e não social. Assim, alinhado com a posição do Direito Positivo, propunha uma psicologização ou individualização do ato criminoso. Segundo Antunes(2001,p57).
Carrilho contribuiu também no exame e no relatório que fundamentaram o primeiro caso de inimputabilidade de um criminoso, Febrônio Índio do Brasil por ter sido considerado “louco”. Da aproximação entre essas duas ciências (Psicologia e Direito) surgiu o que se denominou de “Psicologia do Testemunho” cujo o objetivo era verificar, através do estudo experimental dos processos psicológicos, a fidedignidade do relato do sujeito envolvido num processo jurídico. Com isso, as atividades dos psicólogos jurídicos, foram se tornando cada vez mais importantes em diversas áreas do Direito, fazendo com que estes profissionais pudessem atuar nas áreas de; separação e divórcio, guarda, interdição, vulnerabilidade social, violência, execução penal, medidas socioeducativas, alienação parental, utilização de recursos institucionais e comunitários e trabalho em equipes nos tribunais de justiça, defensorias públicas e sistema.
O Conselho Federal de Psicologia reconhece a Psicologia Jurídica incluindo a função na Resolução CEF no 013/2007. Fazendo com que se torne atribuição do Psicólogo Jurídico: Auxílio jurídico, onde irá atuar na orientação dos dados psicológicos para auxiliar juristas e indivíduos que necessitem desse tipo de informação, fornecendo subsídios ao processo judicial e contribuindo para a formulação, revisão e interpretação das leis; Avaliação psicológica, avaliando condições emocionais e psicológicas de crianças e adolescentes, adultos em conexão com processos jurídicos, seja por deficiência mental e insanidade, posse e guarda de crianças, no sistema prisional analisando pedidos de benefícios, pedidos de semiaberto e livramento condicional; Perícia Judicial, atuando nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, família e da criança e do adolescente. Elaborando laudos, pareceres e perícias. Orienta no sistema prisional elaborando tarefas educativas e profissionais, auxilia a administração penal na formulação de políticas penais e no treinamento do pessoal; Vara de Família, através de diagnósticos e usando terapêuticas próprias, tanto na orientação psicológica a casais antes da entrada nupcial, como em audiências de conciliação, crianças que necessitam preservação de sua saúde mental; Participação em Audiências, auxiliando leigos com os aspectos técnicos em psicologia a fazer a leitura pericial psicológico; Pesquisas Socioeducativas, construindo ou adaptando instrumentos de investigação psicológica, atua em programas de prevenção à violência para entender as necessidades de crianças e adolescentes em situação de risco, abandonadas ou infratores; Elaboração de Petições, quando houver necessidade de solicitar alguma providência ou quando houver necessidade de comunicar-se com o juiz durante execução de perícias para serem juntadas aos processos, será ele que irá elaborar esse documento. 
3.2 - Ramos do Direito que o Psicólogo Jurídico Trabalha 
Direito Civil – no direito da família, nos casos de separação e divórcio, regulamentação de visitas e disputa de guarda. No direito da criança e do adolescente nos casos de adoção, destituição do poder familiar, com adolescentes autores de atos infracionais e onde haja dano psíquico e/ou interdição.
Direito Penal – atuando no Sistema Penitenciário e em Instituições Psiquiátricas Forenses.
Direito do Trabalho – avaliando o nexo entre as condições de trabalho e a repercussão na saúde mental do indivíduo.
Vitimologia – avaliando o comportamento e a personalidade da vítima, traçando o perfil e compreendendo as reações das vítimas perante a infração penal e auxiliando nas medidas protetivas. 
Psicologia do Testemunho – avaliando a veracidade dos depoimentos de testemunhas e suspeitos, identificando o fenômeno das falsas memórias. 
Importante deixar claro que há uma diferença na atuação do psicólogo enquanto atua como Analista Judiciário. Nos Tribunais de Justiça, o psicólogo desenvolve um trabalho de psicologia jurídica propriamente dita e atua levando em consideração os aspectos psicológicos dos fatos jurídicos. Porém nos TRT, TRE e TRF, o psicólogo atua na área Organizacional, com a saúde do servidor. 
4 - Tipos de Violência Contra Crianças e Adolescentes
As sociedades têm submetido crianças e adolescentes a inúmeros tipos de violências, sendo de cunho doméstico uma das mais comuns. Trata-se de uma violência de diferentes classes sociais. Segundo Azevedo(1990), a violência doméstica contra crianças e adolescentes “é uma violência interpessoal e intersubjetiva, é um abuso do poder disciplinar e coercitivo dos pais ou responsáveis, é um processo que pode se prolongar por meses e até anos, é um processo de completa objetivação da vítima, reduzindo-a à condição de objeto e maus tratos, é uma forma de violação dos direitos essenciais da criança e do adolescente enquanto pessoas e, portanto, uma negação de valores humanos fundamentais como a vida, a liberdade, a segurança”.
A violência doméstica configura-se como;
 Violência Física- tendo o uso da força física no relacionamento com a criança ou adolescente por parte de seus pais ou por quem exerce autoridade no âmbito familiar, tendo como exemplo a simples palmada no “bumbum”, até agressões mais graves.
 Violência Sexual- para Azevedo e Guerra (1988) ‘todo ato ou jogo sexual, relação hétero ou homossexual, entre um ou mais adultos e uma criança ou adolescente, tendo por finalidade estimular sexualmente esta criança ou adolescente, ou utilizá-los para obter uma estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa”. Segundo esses autores, nessas ocorrências em que há sempre um prazer direto ou indireto do adulto conseguido pela coerção ou sedução, a criança será sempre a vítima e nunca a ré. 
Violência Psicológica- também chamada de “Tortura Psicológica”, evidencia-se como a interferência negativa do adulto sobre a criança, e sua competência social, conformando um padrão de comportamento destrutivo. Tendo seis características mais estudadas; rejeitar, isolar, aterrorizar, ignorar, criar expectativas e corromper. (CLAVES, 1992; GARBARINO cols.;1988; Ruiz 1990).
Negligência- foto da família se omitir em prover as necessidades físicas e emocionais da criança e do adolescente, quando o responsável falha na alimentação, no vestir de forma adequada. Pode-se apresentar como moderada ou severa. O abandono parcial ou temporário, também é considerado negligência.
Outros abusos cometidos com a criança e o adolescente são; Abuso financeiro e econômico/Violência patrimonial, Adoção ilegal/Adoção a brasileira, Aliciamento sexual on-line, Bullying, Cyberbullying, Discriminação, Exposição de nudez sem consentimento (SEXTING), Pornografia infantil, Trabalho infantil, Tráfico de crianças e adolescentes e Violência Institucional. 
4 - Rede de Proteção Socialà Criança e ao Adolescente 
Em 1979, a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, após examinar a proposta da Polônia, criou um Grupo de Trabalho para, a partir dela, produzir um texto definitivo. Em 1989, o Grupo de Trabalho apresentou a redação definitiva do Projeto de Convenção a ONU. Em 20de novembro desse mesmo ano, a Assembleia Geral aprovou por unanimidade o texto da Convenção Internacional dos Direitos da Criança.
No Brasil o artigo 227 da Constituição, adicionado ao que estabelece o artigo 86 do ECA, configura o que se denomina Rede de Proteção Social à Criança e ao Adolescente. Podendo se ter como definição, uma articulação de pessoas, organizações e instituições com o objetivo de compartilhar causas e projetos de modo igualitário, democrático e solidário.
As redes de proteção dispõem de equipes atuando nas áreas de notificação, diagnóstico, intervenção, formação, pesquisa e prevenção. Devendo alcançar para a sociedade razoabilidade, fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, não revitimização. Devendo proporcionar o conhecimento, o mapeamento, o fortalecimento do Sistema de Garantias e Deveres, integração, atenção e proteção integral, construção e implementação de instrumentos comuns e produção de materiais informativos.
Tendo isso como base, a Comarca do Rio de Janeiro (Comarca da Capital), disponibiliza do Projeto Apadrinhamento Afetivo – Afeto que Afeta, onde tem como proposta sensibilizar a sociedade para o abandono de crianças e adolescentes que se encontram privados de uma relação afetiva junto à sua família, atravessando sua infância no interior das instituições de acolhimento. A importância da avaliação psicológica junto a Comarca citada para com o projeto é de suma importância, visto que a colocação da criança ou adolescente num lar substituto de forma fixa é irrevogável, a intervenção psicológica tem por fim específico, averiguar as condições sociais e psicológicas dos requerentes e dar assistência ao judiciário e aos demais envolvidos no processo.
5 - Alienação Parental 
 Objeto de muitas discussões nos dias atuais, vez que os casos que chegam às Varas de Família são recorrentes e demandam de muita cautela, pois na grande maioria das vezes, nem sempre são de cunho jurídico, tratam antes de questões emocionais ou psicológicas.
Richard GARDNER foi quem criou o termo “Síndrome da Alienação Parental’ dizendo que “é um distúrbio infantil, que surge principalmente, em contextos de disputas pela posse e guarda de filhos, manifestando-se por meio de uma campanha de difamação que a criança realiza contra um dos genitores, sem que haja justificativa para isso”. Conclui dizendo que, ”à conduta do filho diz respeito ao quanto ele já foi afetado pela manipulação do alienador, enquanto a alienação parental, tão somente, diria respeito à conduta do genitor que promulga o processo de afastamento”.
O site alienacaoparental.com.br, conceitua como: “...situação em que mãe ou pai de uma criança a treina para romper laços afetivos com o outro conjugue, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor”. 
Com isso, o Direito torna-se necessário nesse cenário, para tentar resolver conflitos internos sem que haja prejuízo para os envolvidos e/ou na proteção dos mais afetados, que no caso da Alienação Parental são as crianças e adolescentes. 
A lei da Alienação Parental (Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010) é antes de tudo uma forma de se fazer cumprir o que está no ECA, tendo o artigo 2º como as formas de Alienação Parental.
As medidas tomadas pelos juízes, podem variar podendo ser advertência ao alienador, ampliação da convivência familiar em favor do alienado, multa, acompanhamento psicológico e biopsicossocial, alteração de guarda e suspensão de autoridade parental.
Com o intuito de ajudar o judiciário com o parecer de cada caso, o psicólogo jurídico, pode ser chamado para melhor avaliação. Após entrevistas extremamente técnicas, exame de documentos, histórico de relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca da eventual acusação do genitor, o judiciário poderá, portanto, tomar a melhor decisão. 
Tendo como uma das consequências mais notórias na síndrome de Alienação Parental a criança assumir os pensamentos do alienador, passando também a assumir uma postura caluniosa no qual gera um afastamento do genitor alienado, logo, sendo considerado um abuso psicológico, causando alterações na área afetiva, alterações na área interpessoal e alteração na área da sexualidade. O psicólogo jurídico na ação de tentar sempre tratar dos direitos das crianças e adolescentes com seu conhecimento técnico, teórico e judiciário irá buscar a melhor forma para família.
Cada vez mais nos dias atuais, a Guarda Compartilhada é o melhor remédio no combate à Alienação Parental. 
VARGAS e CASAGRANDE (2015) defendem a guarda compartilhada como eficaz para o combate da Alienação Parental, mas para que isso ocorra, os genitores precisam obedecer alguns quesitos de condições e responsabilidades, como por exemplo, a confiança e o respeito no outro genitor, onde ambos direcionem o seu comportamento no filho e não em seus interesses particulares, para que possa passar ao menor, a confiança de que tudo ficará bem. 
Essa modalidade tem ideia de evitar que um dos genitores desmoralize o outro e impeçam a convivência com os filhos ou incitem o ódio.
6 - Disque 100 
Criada em 1997 por organizações não governamentais, passou a ser responsabilidade do Governo Federal em 2003, teve como objetivo a violência sexual contra à criança e o adolescente, recebendo e acolhendo as denúncias, procurando interromper a situação de violação dos Direitos Humanos, atuando em três níveis: ouve, orienta e registra a denúncia; encaminha a denúncia para a rede de proteção e responsabilização; monitora as providências adotadas para informar a pessoa denunciante sobre o que ocorreu com a denúncia.
7 - Lei da Escuta Protegida
A Lei nº 13.431/2017, que passou a vigorar em 5 de abril de 2018 (Lei da Escuta Protegida), estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, sendo fundamental que profissionais especializados, como por exemplo, a assistente social e o psicólogo jurídico estejam aptos a proceder com a escuta especializada e o depoimento especial. Conforme recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a escuta especializada e depoimento especial, poderão ocorrer em oitivas judiciais ou extrajudiciais, e os profissionais capacitados deverão ser nomeados pelos juízes competentes, desde que estejam devidamente registrados no Conselho Regional de Serviço Social e inscritos nas Varas de Infância e Juventude.
7.1- Atuação do Psicólogo Jurídico no Depoimento sem Dano nos Tribunais
Tendo como motivo propulsor a proteção da vítima, evitando a reinquirição e que a mesma relembre excessivamente o sofrimento do abuso ocorrido, além de trata-la como um ser em desenvolvimento, que necessita de comunicação através de linguagem diferenciada, de acolhimento e de um espaço especial, separado da sala de julgamento, evitando o contato direto com o acusado, sendo um dos papéis do psicólogo jurídico é ser o pilar, o chão, uma base, permitindo que a mesma possa falar de seus sofrimentos sem ser julgada ou sentir-se exposta, acolhendo, estabelecendo o rapport e uma relação de confiança, ouvindo-a em casos de necessidade de tratamento psicoterapêutico. Outro ponto que vale ressaltar é a dificuldade da revelação por parte das crianças, visto que muitas vezes, apenas ela e o agressor estavam presentes na hora do ato, com isso, podendo oscilar entre negação e afirmação.
A criança e o adolescente, vítima de violência tem por consequência comum, o transtorno do estresse pós-traumático, de humor, de ansiedade, alimentares, déficit de atenção, enurese, dificuldade de relacionar-se com o mundo que a cerca e de desenvolver sentimentos em relaçãoa outras pessoas.
Sendo assim, quando o depoimento é tomado por profissional habilitado, o ambiente se torna mais acolhedor e oferece a vítima mais segurança e confiança ao depor.
8 – Conclusão
Com base em todas essas pesquisas e no trabalho elaborado, se torna fácil compreender que o enfrentamento do psicólogo jurídico na violência contra a criança e o adolescente é de suma importância, haja visto que, a sociedade está longe de reduzir tais violências apresentadas e como visto com o globalização, estão surgindo novos crimes contra a criança e o adolescente, fazendo com que o psicólogo jurídico tenha que atuar cada vez mais na linha de frente lidando com os transtornos emocionais cada vez mais aparentes na sociedade. Portanto, fica claro a importância do ECA na atuação da Psicologia Jurídica, junto ao entendimento dos Juízes de Direito.
 
Referências
http://portaldoaluno.webaula.com.br/portalsava/aluno/view/home/default.asp
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-2174.html
file:///C:/Users/adm/Downloads/3741-10738-1-PB%20(1).pdf
file:///C:/Users/adm/Downloads/3741-10738-1-PB%20(1).pdf
http://periodicos.unesc.net/psi/article/view/5552
https://www.gesuas.com.br/blog/lei-da-escuta-protegida/
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-3.html
https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-juridica/alienacao-parental-um-olhar-da-psicologia-juridica-e-o-direito
https://direitofamiliar.jusbrasil.com.br/artigos/404018042/o-que-e-alienacao-parental
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1723/1/2008_IvaniaGhestiGalvao.pdf
https://interfacepsijusbr.wordpress.com/2013/09/04/5-perguntas-sobre-adocao-entrevista-com-silvana-de-monte-moreira/
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/9552/9552_4.PDF
http://www.tjrj.jus.br/noticias/noticia/-/visualizar-conteudo/5111210/6642216
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1590.html
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1570.html
http://infanciaejuventude.tjrj.jus.br/informacoes/apadrinhamento/docs/projeto-apadrinhamento-afetivo.pdf
http://infanciaejuventude.tjrj.jus.br/informacoes/apadrinhamento/1vara-capital/apafetivo-informacoes.html
http://infanciaejuventude.tjrj.jus.br/informacoes/relacao-varas.html
http://infanciaejuventude.tjrj.jus.br/informacoes/protecao-ameaca-morte.html#
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/fev_2014/NRE/redes_protecao_social.pdf
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/psicologia/importancia-avaliacao-psicologica-processo-adocao-criancas-adolecentes.htm
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0220violencia.pdf
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-2148.html
https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-juridica/atuacao-do-psicologo-no-campo-juridico

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