Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2 – Transistor Bipolar IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I 1 Antes de 1950 todo equipamento eletrônico utilizava válvulas; O aquecedor de uma válvula típica consumia muita energia. 2 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I O transistor projetou a indústria dos semicondutores e todas as invenções relacionadas, como os circuitos integrados, os microprocessadores, os componentes optoeletrônicos, rádios etc. e criou a indústria de computadores. 3 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I ENIAC 1946 Eletronic Numerical Interpreter and Calculator, "Na medida em que uma calculadora no ENIAC é equipada com 18 mil tubos de vácuo e pesa 30 toneladas, os computadores do futuro deverão ter apenas mil tubos de vácuo e pesar 1,5 mil toneladas". Revista Popular Mechanics, em 1949. O ENIAC tinhas as seguintes características: totalmente eletrônico 17.468 válvulas 500.000 conexões de solda 30 toneladas de peso 180 m² de área construída 5,5 m de altura 25 m de comprimento realizava uma soma em 0,2 ms realizava uma multiplicação em 5ms com números de 10 dígitos. Em 1965 o Dr. Gordon E. Moore, então presidente da Intel, apresentou um artigo prevendo que a quantidade de transistores em uma única pastilha dobraria a cada 18 meses. Em 1975 Moore revisou sua previsão para cada 2 anos. 4 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I O transistor bipolar de junção (BJT) foi inventado nos laboratórios da Bell Telephone em 1947. O BJT é formado por três regiões dopadas denominadas: EMISSOR; BASE e COLETOR 5 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Tipo de transistor 6 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Regiões do transistor NPN Regiões do transistor PNP Símbolos Correntes e tensões no transistor 7 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I BCE III A relação entre a corrente do coletor e a da base é dada pelo ganho de corrente do transistor, que em corrente contínua é representado por β ou hFE, e é definido por: B C CC I I As equações anteriores podem ser rearranjadas em diferentes formas: BCCC II )1( CCBE II Para valores elevados de β (normalmente β>100) : CCCC 1 Podendo-se considerar: CCCBE III 8 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Existem diversos modelos que podem ser adotados para representar o transistor operando na região linear, um destes modelos foi proposto por Ebers e Moll e está representado de forma simplificada na figura abaixo. Modelo Equivalente Variações no Ganho Devido às tolerâncias de fabricação, o ganho de um transistor pode variar numa faixa de até 3:1. Além disso, outros fatores como corrente do coletor e temperatura também afetam o ganho. 9 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I A junção base-emissor do transistor é similar à junção PN de um diodo. Representação Gráfica das Características do Transistor Característica Ic - VBE Efeito da temperatura sobre a característica Ic - VBE com corrente de emissor constante 10 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Representação Gráfica das Características do Transistor Circuito emissor comum Regiões de corte B BEBB B R VVI BCCC II CCCCCE RIVV Regiões de operação do transistor 11 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Reta de Carga Circuito emissor comum Reta de carga B BEBB B R VVI BCCC II CCCCCE RIVV 12 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Identificando a Saturação Circuito emissor comum A kR VVI B BEBB B 3,99100 7,010 mAII BC 96,43,9950 VkmVCE 6,291096,420 Considerando operação na RAD: Resultado impossível! O transistor não está operando na RAD. Considerando operação na SAT: VV SatCE 3,0)( mA kR VVI C CECC SatC 97,110 3,020 )( O ganho de corrente é menor quando o transistor está operando na saturação: 84,19 3,99 97,1)( )( m I I B SatC SatCC 13 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I O transistor como chave Devido à possíveis variações no ganho do transistor, é prudente garantir sua saturação projetando a corrente de base entre 2 a 10 vezes o valor da corrente calculada. Desta forma: O transistor do circuito ao lado funcionando na saturação terá uma corrente do coletor dada por: AI B 50 Antes da saturação tem-se a seguinte equação aproximada: uAm I I CC satC máxB 49100 9,4 mA kR VVI C CECC SatC 9,43 3,015 )( Ou seja, valores de levariam o transistor a funcionar na saturação, como representado na reta de carga. mAuII máxBsatB 49,0491010 E o resistor de base seria calculado por: k m RB 18,2949,0 7,015 14 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Circuitos de Polarização A fonte de alimentação da base pode ser a mesma que alimenta o coletor. 1. Polarização de Base: Ponto Q instável. B BEBB B R VVI BCCC II CCCCCE RIVV 15 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Circuitos de Polarização A fonte de alimentação da base pode ser a mesma que alimenta o coletor.2. Polarização por Realimentação do Emissor: Reduz o deslocamento do ponto Q com a variação do ganho EC CECC C RR VVI BCCC II 0 BBCCEEBE RIVRIV CC B E BECC C RR VVI De (2.1) e (2.3) em (2.2) Eq. (2.1) Eq. (2.2) Eq. (2.3) 0 B CC C CCECBE R IVRIV Eq. (2.4) Resultando em: Eq. (2.5) Exemplo: 16 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Circuitos de Polarização A fonte de alimentação da base é a mesma que alimenta o coletor. 3. Polarização por Realimentação do Coletor: É menos sensível à variação do ganho que os circuitos anteriores BCCC II 0)( CBCCECC RIIVV 0)( BEBBCBCCC VRIRIIV CCBC BECC C RR VVI / BCC IIIPara Eq. (3.1) Eq. (3.2) Eq. (3.3) e de (3.3) em (3.2) Eq. (3.4) Exemplo: 17 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Circuitos de Polarização A fonte de alimentação da base é a mesma que alimenta o coletor. 4. Polarização por Divisor de Tensão: É pouco sensível à variação do ganho Circuito equivalente: 21 21 RR RR RTH CCTH VRR RV 21 2 0 EEBETHBTH RIVRIV CC E B II CCTHE BETH E RR VVI / Eq. (4.1) Eq. (4.2) Eq. (4.3) Eq. (4.4) Eq. (4.5) 18 IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I Circuitos de Polarização 4. Polarização por Divisor de Tensão: Divisor de tensão firme: CCTHE BETH C RR VVI / CC TH E RR 100 100 ECC TH RR Exemplo: IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I19 ACIONADORES DE LED 1-Acionador de LED com polarização da base Este circuito executa a função de um bom acionador de LED, porque ele está projetado para saturação forte, na qual o ganho de corrente não importa. Se você tiver de mudar a corrente no LED desse circuito, pode alterar tanto a resistência no coletor quanto a tensão de alimentação do coletor. A resistência da base é feita 10 vezes maior que a resistência do coletor, porque desejamos uma forte saturação quando a chave for fechada. Visualize um curto entre os terminais coletor-emissor. Então, a tensão de alimentação do coletor (15 V) aparece na conexão do LED com o resistor de 1,5 kΩ. Se ignorarmos a queda de tensão do LED, a corrente no coletor será idealmente de 10 mA. Mas se admitirmos uma queda de 2 V no LED, então a tensão no resistor de 1,5 kΩ será de 13 V e a corrente no coletor será 13 V dividido por 1,5 kΩ, ou seja, 8,67 mA. IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I20 2-Acionador de LED com polarização de emissor ACIONADORES DE LED O circuito de polarização do emissor opera na região ativa quando a chave é fechada. Para mudar a corrente no LED, você deve variar a tensão de alimentação da base ou a resistência do emissor. Por exemplo, se você variara tensão de alimentação da base, a corrente no LED variará numa proporção direta. Na Figura a corrente do emissor é zero, o que significa que ele está no corte. Quando a chave fecha, o transistor vai para a região ativa. Idealmente, a tensão no emissor é de 15 V. Isso implica que obtemos uma corrente de emissor de 10 mA. Dessa vez, a queda de tensão no LED não tem efeito. Não importa se o exato valor da queda de tensão no LED é de 1,8, 2 ou 2,5 V. Isso é uma vantagem sobre o projeto da polarização da base. A corrente no LED independe da queda de tensão no LED. Uma outra vantagem é que o circuito não necessita de um resistor no coletor. IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I21 OS TRANSISTORES PNP As três regiões do transistor PNP e seu símbolo. Símbolo esquemático do transistor PNP com indicação das correntes. Na Figura são mostradas as três correntes do transistor no sentido da circulação de corrente convencional. Como antes, essas correntes relacionam-se como segue: Resumidamente, aqui está o que ocorre com os níveis atômicos. O emissor injeta lacunas na base. A maior parte dessas lacunas circula para o coletor. Por essa razão, a corrente no coletor é quase igual à corrente no emissor. A corrente na base é muito menos que essas duas correntes. Como antes, o ganho de corrente do transistor é igual à corrente no coletor dividida pela corrente na base. Como no caso dos transistores npn, o ganho de corrente varia enormemente com a corrente do coletor, temperatura e substituição do transistor. IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I22 FONTE DE ALIMENTAÇÃO NEGATIVA Se você tiver um circuito com transistores npn, pode usar sempre o mesmo circuito com uma fonte de alimentação negativa e transistores pnp. Por exemplo, o circuito mostra uma polarização por divisor de tensão com um transistor pnp e uma fonte de alimentação de –10 V. O transistor 2N3906 é o complemento do 2N3904. Isso significa que suas características têm valores absolutos iguais aos do 2N3904, mas todas as correntes e polaridades das tensões são invertidas. O circuito é similar ao circuito com transistor npn mostrado no exemplo do circuito de polarização por divisor de tensão. IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I23 FONTE DE ALIMENTAÇÃO POSITIVA 21 2 RR RVccVth As fontes de alimentação positivas são muito mais usadas do que as fontes de alimentação negativas. Por isso, você verá sempre os transistores pnp desenhados como invertidos, conforme mostrado na Figura. Você não precisa de nenhuma outra equação nesse caso. Se você aplicar a lei de Ohm e as ideias básicas discutidas anteriormente, poderá analisar esse circuito rápida e facilmente. IFSC - Engenharia de Telecomunicações - Eletrônica I24 CONFIGURAÇÃO DARLINGTON Configuração Darlington A corrente de base do primeiro transistor aparece ・ vezes maior no seu emissor. Devido ao emissor do primeiro transistor estar conectado à base do segundo transistor, a corrente aparecerá ・ vezes maior no emissor do segundo transistor. Esta configuração composta por dois transistores e resistores de polarização equivale a um transistor simples tendo o ganho total igual a: Esta configuração pode ser empregada dentro do encapsulamento de um único transistor. O que ocorre geralmente nos transistores de potência com altos ganhos.
Compartilhar