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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL
Tutela Provisória
Livro Eletrônico
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Thiago Pivotto
Tutela Provisória
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sumário
Tutela Provisória . ......................................................................................................................3
Aspectos Gerais .........................................................................................................................3
Tutela de Urgência . .................................................................................................................. 19
Tutela de Urgência Antecipada Requerida em Caráter Antecedente................................. 41
Tutela Cautelar Requerida em Caráter Antecedente ...........................................................47
Tutela de Evidência ................................................................................................................. 50
Liminar e Tutela Antecipada contra a Fazenda Pública . .....................................................57
Resumo .....................................................................................................................................64
Questões de Concurso . ...........................................................................................................70
Gabarito . ..................................................................................................................................95
Gabarito Comentado . ............................................................................................................. 96
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Thiago Pivotto
Tutela Provisória
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
TUTELA PROVISÓRIA
Nesta aula, eu e você iremos trabalhar os artigos 294 ao 311 do nosso Código de Processo 
Civil. Fique tranquilo porque sempre que o artigo for muito importante, eu irei transcrevê-lo 
para você. Sempre que tiver algum julgado importante eu também vou transcrever a ementa 
para que seu estudo fique dinâmico.
Aspectos GerAis
Antes de resolver definitivamente determinado processo, por intermédio de uma senten-
ça, é possível que, de maneira provisória, haja o deferimento de um pedido da parte correlato 
ao objeto principal da demanda, seja por questão de urgência, seja porque há uma evidência 
quanto ao direito pleiteado.
O Código categoriza a tutela provisória da seguinte maneira:
Tutela provisória
Urgência Evidência
Cautelar Antecipada
Antecedente Incidental Antecedente Incidental
O quadro acima é de importante memorização. A partir desse mapa será possível com-
preender melhor os institutos, além de ser também essa classificação cobrada nas provas.
Perceba que a possibilidade de requerimento de maneira antecedente ao processo principal 
ou incidental a ele é limitada às tutelas provisórias de urgência cautelar e antecipada. A tutela 
provisória de evidência é sempre requerida incidentalmente.
A tutela de urgência resolve uma crise de perigo do tempo e isso significa dizer que sem-
pre que uma tutela definitiva não puder esperar o transcurso do processo para ser deferida, 
caberá a possibilidade de análise da tutela de urgência.
A tutela cautelar garante o resultado útil e eficaz do processo, ao passo que a tutela ante-
cipada é satisfativa do direito da parte.
A tutela provisória de evidência, por sua vez, é fundamentada apenas na grande probabi-
lidade de o direito alegado pela parte ser legítimo e existir.
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Tutela Provisória
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
É importante que você fique atento à diferenciação terminológica entre tutelas cautelares, 
antecipadas e liminares.
Quanto à origem: a) Tutela cautelar – genérica para assegurar a utilidade do resultado final; 
b) Tutela antecipada – genérica para satisfazer faticamente o direito; c) Tutela liminar – es-
pecífica para satisfazer faticamente o direito.
No momento anterior à adoção da tutela antecipada pelo nosso sistema processual, as limi-
nares eram consideradas uma espécie de tutela de urgência, sendo a única forma prevista em 
lei para obtenção de uma tutela de urgência satisfativa. Posteriormente, o CPC trouxe a tutela 
antecipada, que é a generalização das liminares.
Admitimos – assente com expressiva parte da doutrina –, portanto, a existência da Medida Caute-
lar Satisfativa inserida sempre, no entanto, em contexto absolutamente excepcional, onde a pres-
tação da tutela cautelar, sem avançar os limites traçados para o seu exercício, retira a finalidade da 
Ação Principal ao apoderar-se, de forma transversa, de seu objeto. Entretanto, insistimos em que 
a situação propícia ao surgimento da Medida Cautelar Satisfativa é flagrantemente excepcional e, 
portanto, admissível somente em casos reduzidíssimos. Rodolfo de Camargo Mancur nos dá um 
exemplo sobre a possibilidade de ocorrência da satisfação de direito através da Medida Cautelar. 
No prazo determinado no mandado liminar expedido na ação cautelar, o industrial instala o equipa-
mento antipoluente, forrando-se, destarte, do pagamento da multa cominada liminarmente, a que 
se refere o § 2” do artigo 12. Esta também é a opinião de outros Autores, como o próprio Pontes de 
Miranda. Verbis. ‘as medidas cautelares podem, por vezes, ser propostas sem que se tenha de pro-
por alguma ação.’ Há a quebra da denominada ‘conexão instrumental’ existente entre o Processo 
Cautelar e o Principal se na Ação Cautelar a Medida Liminar deferida tomar caráter satisfativo, São 
as liminares de tipo satisfativo, por exemplo, a concedida em busca e apreensão de menores e na 
exibição de documentos. Estas, portanto, quebram o nexo de instrumentalidade entre o Processo 
Principal e o Cautelar. (Reis Friede).
Quanto ao momento: a) Tutela cautelar – genérica para assegurar a utilidade do resultado 
final; b) Tutela antecipada – genérica para satisfazer faticamente o direito; c) Tutela liminar 
– concessão de uma tutela antecipada ou de uma tutela cautelar antes da citação do deman-
dado (inaudita altera parte ou, no plural, inauditis alteribus partibus).
Sempre que a tutela provisória for requerida em caráter incidental, não haverá a necessi-
dade de pagamento de custas. Isso significa que a tutela de urgência pode ou não se submeter ao 
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pagamento de custas, a depender da modalidade de formulação do pedido, ao passo que na 
tutela provisória de evidência nunca haverá o recolhimento de custas, pois ela sempre será 
requerida de maneira incidental.
Questão 1 (CESPE/PROCURADOR MUNICIAPL/PGM-CAMPO GRANDE/MS/2019) O pedido 
de tutela provisória de urgência de caráter incidental exige que a parte que a requer realize o 
pagamento de custas processuais.
Errado.
Gabarito é claramente errado, como você acabou de aprender. Atenção a essa sistemática de 
pagamento de custas ou não em sede de tutela provisória. As provas cobram bastante isso.
A tutela provisória, uma vez deferida e enquanto estiver pendente o processo, conservará 
sua eficácia. Além disso, a qualquer tempo pode a tutela ser modificada ou mesmo revogada, 
justamente em razão da sua natureza provisória. Isso significa que não há preclusão tempo-
ral ou consumativa para o órgão jurisdicional.
Se o processo permanecer suspenso, também haverá a manutenção dos efeitos de uma tu-
tela eventualmente deferida, a não ser que haja expressa decisão judicial em sentido contrário.
O Código permite ainda que o juiz, uma vez deferida a tutela, adote as medidas que con-
siderar adequadas para a efetivação da tutela provisória. Nesse aspecto o Código nos remete 
às normas referentes ao cumprimento provisórioda sentença, no que couber. Isso significa 
que determinadas regras atinentes ao cumprimento provisório, tais como a necessidade de 
caução para levantamento de dinheiro podem ser dispensadas na tutela provisória fora das 
hipóteses de dispensa do art. 521 do CPC.
Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará 
seu convencimento de modo claro e preciso. Como toda decisão, há a necessidade de 
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expressamente fundamentá-la. Na tutela provisória não é diferente. A fundamentação das 
decisões é intimamente ligada à possibilidade de efetivar o direito à ampla defesa e ao con-
traditório, bem como ao duplo grau de jurisdição. Não é possível recorrer de uma decisão se 
não houver de modo claro as razões pelas quais a decisão foi tomada.
DICA!
Um importante julgado do STJ pode ajudar você nas provas 
escritas e também pode ser cobrado na fase objetiva. Siste-
matizei-o para você. Acompanhe:
Teoria da verossimilhança preponderante – Överviktsprincip 
(na Suécia) ou Überwiegensprinzip (na Alemanha). No julga-
mento: a) De tutelas cautelares ou antecipatórias – Convicção 
de verossimilhança (ou de probabilidade); b) De tutelas finais 
de mérito: b.1) Se houver a desincumbência do ônus da prova 
– Convicção de verdade; b.2) Se não houver a desincumbência 
do ônus da prova – Aplicação subsidiária do ônus da prova 
enquanto regra de julgamento; b.3) Quando houver impossibi-
lidades fáticas associadas à produção da prova – teoria da ve-
rossimilhança preponderante (julgamento do mérito da ação 
mediante convicção de verossimilhança). Para tanto: b.3.1) 
Necessário se faz reduzir as exigências de prova comumente 
reclamadas para a formação da convicção; b.3.2) A decisão 
deve estar amparada em elementos de prova constantes dos 
autos (ainda que indiciários), obedecendo, assim, às garantias 
do contraditório e da ampla defesa e, consectariamente, ga-
rantindo-se segurança jurídica às partes em disputa.
Mesmo sem perícia, a Fiat é condenada a indenizar vítima de 
acidente com Uno. “O exame pericial das rodas de liga leve do 
automóvel não foi realizado porque não houve instauração de 
inquérito policial e porque, após a propositura da ação, o veí-
culo não foi localizado.” (Notícias do STJ de 03/12/2013).
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Julgado: STJ. REsp 1.320.295 - RS. RECURSO ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. 
ÔNUS DA PROVA. TEORIA DA VEROSSIMILHANÇA PREPONDERANTE. COMPATIBILI-
DADE, NA HIPÓTESE ESPECÍFICA DOS AUTOS, COM O ORDENAMENTO PROCESSUAL 
VIGENTE. CONVICÇÃO DO JULGADOR. LIVRE APRECIAÇÃO DA PROVA. PERSUAÇÃO 
RACIONAL. ARTIGOS ANALISADOS: 212, IV, DO CC; 126, 131, 273, 333, 436 E 461 DO CPC. 
1. Ação de reparação por danos materiais e compensação por danos morais ajuizada 
em 22⁄7⁄1999. Recurso especial concluso ao Gabinete em 7⁄10⁄2011. 2. Controvérsia 
que se cinge a definir se o julgamento do mérito da presente demanda, mediante aplica-
ção da teoria da verossimilhança preponderante, violou a regra de distribuição do ônus 
da prova. 3. De acordo com o disposto no art. 333 do CPC, ao autor incumbe provar os 
fatos constitutivos de seu direito; ao réu, os fatos impeditivos, modificativos ou extinti-
vos do direito do autor. 4. O ônus da prova, enquanto regra de julgamento – segundo a 
qual a decisão deve ser contrária à pretensão da parte que detinha o encargo de provar 
determinado fato e não o fez –, é norma de aplicação subsidiária que deve ser invocada 
somente na hipótese de o julgador constatar a impossibilidade de formação de seu con-
vencimento a partir dos elementos constante dos autos. 5. Em situações excepcionais, 
em que o julgador, atento às peculiaridades da hipótese, necessita reduzir as exigên-
cias probatórias comumente reclamadas para formação de sua convicção em virtude 
de impossibilidades fáticas associadas à produção da prova, é viável o julgamento do 
mérito da ação mediante convicção de verossimilhança. 6. A teoria da verossimilhança 
preponderante, desenvolvida pelo direito comparado e que propaga a ideia de que a parte 
que ostentar posição mais verossímil em relação à outra deve ser beneficiada pelo resul-
tado do julgamento, é compatível com o ordenamento jurídico-processual brasileiro, 
desde que invocada para servir de lastro à superação do estado de dúvida do julgador. 
É imprescindível, todavia, que a decisão esteja amparada em elementos de prova cons-
tantes dos autos (ainda que indiciários). Em contrapartida, permanecendo a incerteza 
do juiz, deve-se decidir com base na regra do ônus da prova. 7. O juiz deve formar seu 
convencimento a partir dos elementos trazidos a juízo, mas constitui prerrogativa sua 
apreciar livremente a prova produzida. 8. No particular, infere-se da leitura do acórdão 
recorrido que os fatos alegados no curso da fase de instrução foram examinados pelo 
Tribunal de origem e que a prova produzida foi devidamente valorada, de modo que a 
formação da convicção dos julgadores fundou-se nas circunstâncias fáticas reveladas pelo 
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substrato probatório que integra os autos. 9. Negado provimento ao recurso especial. 
(Rel. Min. Nancy Andrighi, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2013).
“26. Em decorrência desse peculiar contexto fático-probatório, o acórdão atacado invo-
cou a aplicação da teoria da verossimilhança preponderante, construída por doutrina de 
direito comparado, sobretudo na Suécia e na Alemanha, onde é denominada, respectiva-
mente, por Överviktsprincip e Überwiegensprinzip. 27. De acordo com o estudo de MARI-
NONI e ARENHART, essa teoria propaga a tese de que, em contraponto à regra do ônus 
da prova, bastaria um grau mínimo de probabilidade da existência do direito alegado 
para amparar uma decisão favorável. Ou, nas palavras dos autores, “se a posição de 
uma das partes é mais verossímil do que a da outra, ainda que minimamente, isso seria 
suficiente para lhe dar razão” (MARINONI, Luiz Guilherme, e ARENHART, Sérgio Cruz. 
Prova. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p. 87). 28. O ponto central a ser 
aqui analisado é a compatibilidade dessa teoria com o ordenamento jurídico brasileiro, 
e a proposta de solução que se apresenta é a seguinte: caso sua aplicação pelo juiz cul-
mine na superação de seu estado de dúvida, revela-se equivalente ao já analisado julga-
mento com base em convicção de verossimilhança, cabível nas hipóteses excepcionais 
anteriormente explicitadas e decorrentes de impossibilidades fáticas associadas à pro-
dução da prova (hipótese dos autos). Nessa situação, portanto, não há incompatibili-
dade entre a teoria da verossimilhança preponderante e as regras processuais vigentes. 
“ (ITA do REsp 1.320.295 – RS).
Situação bastante comum na prática é ter uma demanda em que houve deferimento da 
tutela provisória e, na sentença, nada se diz sobre a tutela. Sempre que a sentença for omis-
sa, é preciso diferenciar as situações: a) na sentença de procedência, entende-se que houve 
a manutenção tácita da tutela deferida; b) na sentença de improcedência, entende-se que 
houve a revogação tácita da tutela deferida. Nada impede que o juiz julgue improcedente o 
pedido do autor na sentença e mantenha a tutela provisória deferida, mas nesse caso deverá 
se manifestar expressamente nesse sentido.
DICA!
Vamos aprofundar um pouco o tema e tratar sobre a questão 
da sentença antecedente à decisão de Tribunal em recurso 
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contra decisão interlocutória da instância inferior concessiva 
de tutela antecipada ou de liminar.
Sobre o tema, há duas teorias:
• da cognição, segundo o qual o conhecimento exauriente da sentença absorve a cogni-
ção sumária da interlocutória, havendo perda de objeto do agravo;
• da hierarquia, que pressupõe a prevalência da decisão de segundo grau sobre a singu-
lar, quando então o julgamento do agravo se impõe.
Posicionamento atual: A análise é casuística, mas, como regra, aplica-se a teoria da cog-
nição exauriente (haverá perda de objeto em se tratando de decisão interlocutória que aprecia 
antecipação de tutela).
Julgado: STJ. EAREsp 488.188/SP. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO PROFERIDA EM ANTECIPA-
ÇÃO DE TUTELA INCIDENTAL. SUPERVENIENTE PROLAÇÃO DE SENTENÇA DE MÉRITO. 
PERDA DE OBJETO. 1. Há dois critérios para solucionar o impasse relativo à ocorrên-
cia de esvaziamento do conteúdo do recurso de agravo de instrumento, em virtude da 
superveniência da sentença de mérito, quais sejam: a) o da cognição, segundo o qual 
o conhecimento exauriente da sentença absorve a cognição sumária da interlocutória, 
havendo perda de objeto do agravo; e b) o da hierarquia, que pressupõe a prevalência 
da decisão de segundo grau sobre a singular, quando então o julgamento do agravo se 
impõe. 2. Contudo, o juízo acerca do destino conferido ao agravo após a prolatação da 
sentença não pode ser engendrado a partir da escolha isolada e simplista de um dos 
referidos critérios, fazendo-se mister o cotejo com a situação fática e processual dos 
autos, haja vista que a pluralidade de conteúdos, que pode assumir a decisão impug-
nada, além de ensejar consequências processuais e materiais diversas, pode apresen-
tar prejudicialidade em relação ao exame do mérito. 3. A pedra angular que põe termo à 
questão é a averiguação da realidade fática e o momento processual em que se encon-
tra o feito, de modo a sempre perquirir acerca de eventual e remanescente interesse e 
utilidade no julgamento do recurso. 4. Ademais, na específica hipótese de deferimento 
ou indeferimento da antecipação de tutela, a prolatação de sentença meritória implica 
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a perda de objeto do agravo de instrumento por ausência superveniente de interesse 
recursal, uma vez que: a) a sentença de procedência do pedido ― que substitui a decisão 
deferitória da tutela de urgência ― torna-se plenamente eficaz ante o recebimento da 
apelação tão somente no efeito devolutivo, permitindo desde logo a execução provisória 
do julgado (art. 520, VII, do Código de Processo Civil); b) a sentença de improcedência do 
pedido tem o condão de revogar a decisão concessiva da antecipação, ante a existência 
de evidente antinomia entre elas. 5. Embargos de divergência não providos. (Rel. Minis-
tro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 07/10/2015, DJe 19/11/2015).
O STJ, antigamente, bifurcava o assunto: a) A teoria da hierarquia se o julgamento na ins-
tância inferior for pela procedência. Nesse caso, o recurso tem prosseguimento normal; b) A 
teoria da cognição se o julgamento na instância inferior for pela improcedência. Nesse caso, 
o recurso perde o objeto.
Julgado: STJ. EREsp 765.105/TO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO QUE CONCEDE TUTELA ANTECI-
PADA. SUPERVENIÊNCIA DE SENTENÇA DE MÉRITO CONFIRMANDO A TUTELA. PERDA 
DO OBJETO. INOCORRÊNCIA. 1. A superveniência da sentença de procedência do pedido 
não prejudica o recurso interposto contra a decisão que deferiu o pedido de antecipação 
de tutela. 2. Embargos de divergência rejeitados. (Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, 
CORTE ESPECIAL, julgado em 17/03/2010, DJe 25/08/2010).
Premissa: “A sentença de mérito superveniente não prejudica o agravo de instrumento 
interposto contra a tutela antecipada; a aludida tutela não antecipa simplesmente a sen-
tença de mérito – antecipa, sim, a própria execução dessa sentença, que, por si só, não 
produziria os efeitos que irradiam da tutela antecipada.” (REsp 765.105/TO, Rel. Ministro 
ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/08/2006, DJ 30/10/2006, p. 299). 
Se a tutela antecipada ou liminar forem confirmadas na sentença que julga procedente 
o pedido, haverá a possibilidade de execução provisória. Sendo assim, o recurso pode 
ser contrário à concessão da tutela antecipada ou liminar, derrubando a possibilidade 
de execução provisória. A sentença permanecerá pela procedência, mas não poderá ser 
executada provisoriamente.
Julgado: STJ. AgRg no REsp 638.561/RS. 1. “Perde objeto o recurso relativo à antecipa-
ção da tutela quando a sentença superveniente (a) revoga, expressa ou implicitamente, 
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a liminar antecipatória (o que pode ocorrer com juízo de improcedência ou de extinção 
do processo sem julgamento de mérito), ou, (b) sendo de procedência (integral ou par-
cial), tem aptidão para, por si só, irradiar os mesmos efeitos da medida antecipatória. 
Em qualquer dessas situações, o provimento do recurso relativo à liminar não teria o 
condão de impedir o cumprimento da sentença superveniente” (AgRg no REsp 506.887/
RS, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 7.3.2005) […]. (Rel. Ministra DENISE 
ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/08/2007, DJ 06/09/2007, p. 195)
Julgado: STJ. AgRg no REsp 1178665/SC. 1. Este Superior Tribunal consolidou o enten-
dimento de que fica prejudicado o Recurso Especial interposto contra decisão em Agravo 
de Instrumento quando proferida sentença de mérito na origem que revoga a liminar 
antecipatória com o juízo de improcedência do pedido. […]. (Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 21/05/2012).
Julgado: STJ. AgRg no AgRg no REsp 1145235/RS. 1. Tendo o acórdão da apelação 
mantido a sentença de procedência parcial do pedido, não há falar em superveniente 
perda de objeto do recurso interposto contra a decisão que deferiu o pedido de ante-
cipação de tutela. Precedente da Corte Especial. 2. Agravo regimental improvido. (Rel. 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 28/02/2012, 
DJe 12/03/2012).
Julgado: REsp 1194346/RJ. […]. 2. Havendo a superveniência de sentença de improce-
dência, como no caso, tal fato implica a perda de objeto de todo o seguimento recur-
sal derivado da decisão denegatória de antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional 
pleiteada nos autos principais. 3. A Corte Especial, ao julgar os EREsp 765.105/TO (Rel. 
Min. Hamilton Carvalhido, DJe 25/08/2010), firmou entendimento no sentido de que “a 
superveniência da sentença de procedência do pedido não torna prejudicado o recurso 
interposto contra a decisão que deferiu a antecipação dos efeitos da tutela”. Todavia, tal 
orientação não se aplica ao caso, pois nos presentes autos não foi proferida sentença de 
procedência, e sim de improcedência. O recurso especial também não impugna decisão 
deferitória, mas sim denegatória de antecipação de tutela. 4. Recurso especial parcial-
mente conhecido e, nesta parte, não provido. (Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MAR-
QUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe 13/10/2011).
Nas execuções por quantia certa contra a Fazenda Pública aplica-se a teoria da cognição 
exauriente sempre, ou seja, o recurso contra a decisão interlocutória concessiva de tutela an-
tecipada ou de liminar fica prejudicado seja qual for a decisão da instância inferior.
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Tutela Provisória
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É que a decisão da instância inferior não poderá executar provisoriamente a Fazenda Pú-
blica, daí não haver a necessidade de prosseguimento do recurso para afastar a execução 
provisória.
A execução, contra a Fazenda Pública, de obrigação de pagar quantia está sujeita a rito 
próprio (CPC, art. 730 do CPC e CF, art. 100 da CF), que não prevê, salvo excepcional-
mente (v.g., desrespeito à ordem de pagamento dos precatórios judiciários), a possi-
bilidade de expropriação mediante bloqueio ou sequestro de dinheiro ou de qualquer 
outro bem público, que são impenhoráveis. (REsp. 890.215/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO 
ZAVASCKI, DJU 22.03.2007)
Julgado: STJ. AgRg no Ag 1366461/RS. 1. É pacífico o entendimento desta Corte Supe-
rior no sentido de que perde o objeto o agravo de instrumento contra decisão concessiva 
ou denegatória de liminar com a superveniência da prolação de sentença, tendo em vista 
que essa absorve os efeitos do provimento liminar, por se tratar de juízo de cognição 
exauriente (AgRg no REsp. 956.504/RJ, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 
27.05.2010). 2. Não se aplica, à hipótese, o decidido no EREsp. 765.105/TO, uma vez que 
não incidem as disposições concernentes ao cumprimento de sentença nas execuções 
por quantia certa, dada a existência de rito próprio para a Fazenda Pública (art. 730 do 
CPC). 3. Agravo Regimental desprovido. (Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/11/2011, DJe 14/11/2011).
Não confundir os temas. Se o recurso tratar, por exemplo, de matéria de ordem pública
(validade de uma citação, v.g.), não haverá a perda de objeto com a prolação da sentença, 
seja pela procedência ou improcedência. Ou seja, os casos acima tratam especificamente de 
decisões interlocutórias concessivas de tutela antecipada ou liminar.
Julgado: STJ. REsp 768120/AL. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR 
PÚBLICO. AGRAVO DE INSTRUMENTO A QUE SE DÁ PROVIMENTO APÓS A PROLAÇÃO 
DA SENTENÇA. ANULAÇÃO DE TODOS OS ATOS ANTERIORES INCOMPATÍVEIS. PRE-
CLUSÃO NÃO VERIFICADA. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PRAZO. PRIVILÉGIO DO ART. 188 
DO CPC. INAPLICABILIDADE. AÇÃO AUTÔNOMA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E 
IMPROVIDO. 1. A eficácia da sentença está condicionada ao não provimento de agravo 
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de instrumento anteriormente interposto, não havendo falar, antes do julgamento deste, 
em coisa julgada material. Provido o recurso, anulam-se todos os atos com ele incom-
patíveis, inclusive a sentença. Precedentes. 2. Incabível o prazo em dobro ou quádruplo, 
nos termos do art. 188 do CPC, para oposição de embargos à execução pela Fazenda 
Pública, porquanto não se trata de recurso ou contestação, mas de ação autônoma. 
Aplicação do prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 730 do CPC. 3. Recurso especial 
conhecido e improvido. (Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, jul-
gado em 06/09/2007, DJ 22/10/2007, p. 352).
Fala-se em efeito expansivo objetivo externo do julgamento do REsp em AI. Tal efeito 
condiciona a validade da sentença (ou acórdão em apelação cível) prolatada em data antece-
dente à definitiva solução do recurso especial.
Se o julgamento do STJ for no mesmo sentido do julgamento da instância inferior, este 
adquirirá total eficácia jurídica; se o julgamento do STJ for no sentido diverso do julgamento 
da instância inferior, haverá sua resolução/rescisão.
Julgado: STJ. REsp 1150629/AM. RECURSO ESPECIAL (ART. 105, III, ‘A’ E ‘C’, DA CF) - AÇÃO 
INDENIZATÓRIA EM FASE DE EXECUÇÃO - SENTENÇA EM PRIMEIRO GRAU ACOLHENDO 
OBJEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE POR AUSÊNCIA DE TÍTULO - CORTE ESTADUAL QUE 
DÁ PROVIMENTO À APELAÇÃO DA EXEQUENTE, DETERMINANDO O PROSSEGUIMENTO 
DA DEMANDA EXECUTIVA. INSURGÊNCIA DA DEVEDORA. 1. Cuida-se de recurso espe-
cial em sede de execução de suposto título judicial, consubstanciado na sentença que 
julgou procedente pedido em ação indenizatória. Sentença (cuja execução é pretendida) 
que fora objeto de anulação em julgamento de apelação cível pela Corte local, face o 
reconhecimento de nulidade da citação. Retomada da marcha processual em primeira 
instância, quando então sobreveio notícia do definitivo julgamento de recurso especial, 
anteriormente interposto em face de interlocutória que tratara também do tema envol-
vendo a validade da citação, firmando esta Corte Superior a higidez do ato de chamada 
do réu ao processo. Juízo de primeiro grau que determina a conversão automática do 
processo em execução, por considerar a invalidade do aresto estadual conflitante com 
a superveniente decisão do Superior Tribunal de Justiça, repristinando-se a eficácia da 
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sentença previamente anulada. Posterior acolhimento de objeção de pré-executividade, 
extinguindo-se a execução. Sentença desafiada ante o Tribunal local, que fixa a vali-
dade da conversão do feito em execução. 2. A controvérsia instaurada no caso con-
creto decorre, portanto, do manifesto conflito entre as soluções jurídicas adotadas no 
âmbito: a) de acórdão da Corte local que, ao julgamento de apelação cível, decretou 
a invalidade da citação; e, b) de recurso especial e embargos de divergência aprecia-
dos por este Superior Tribunal de Justiça que, em data posterior, confirmou decisão de 
saneamento do feito, firmando a higidez do mesmo ato de chamamento ao processo. 
3. Esta Corte Superior, em reiteradas oportunidades, reconheceu, mesmo sem alusão 
expressa, o fenômeno designado na doutrina como efeito expansivo objetivo externo do 
julgamento do recurso especial, verificado notadamente nas hipóteses em que o apelo 
extremo direciona-se e tem por objeto uma decisão dotada de caráter interlocutório (cf. 
REsp n. 187.442). Tal efeito condiciona a validade da sentença (ou acórdão em apelação 
cível) prolatada em data antecedente à definitiva solução do recurso especial. Assim, 
a sentença proferida a despeito do julgamento definitivo do recurso que ataca decisão 
interlocutória somente adquirirá total eficácia jurídica, na hipótese de a solução dada 
aos recursos que lhe são anteriores vier em sentido idêntico ou que, ao menos, não 
prejudique o ato sentencial, compositivo da lide como um todo. Do contrário, operar-
-se-á verdadeira “resolução” da sentença (ou acórdão), que será rescindido em sobre-
vindo pronunciamento contraposto, de instância superior. Ainda que reine controvérsia 
na jurisprudência interna deste Superior Tribunal de Justiça sobre a possibilidade de o 
posterior julgamento, de caráter interlocutório, sobrepor-se à sentença já acobertada 
pela eficácia imutável da coisa julgada material (cf. REsp n. 292.565), impera observar 
que, na espécie, o julgamento proferido pela Corte Estadual, em apelação cível, reveste-
-se também de natureza meramente interlocutória, justo que determinou apenas a nuli-
dade da citação e a retomada do trâmite processual, não enfrentando, assim, o mérito 
da causa. Nessa hipótese, estabelecido o confronto entre decisões de idêntica gênese 
interlocutória, deve prevalecer, obviamente, aquela proferida por órgão judiciário de 
maior hierarquia. 4. Queda indiscutivelmente ineficaz o julgamento colegiado proferido 
ao ensejo da apelação cível, que decretou a nulidade da citação, frente ao reconheci-
mento de validade do ato por instância Superior. De toda sorte, não se autoriza a pronta 
possibilidade de execução da sentença, que fora alvo de anulação pelo acórdão de cuja 
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validade se encontra agora obliterada. Embora aquela sentença e todos os demais atos 
processuais praticados na fase cognitiva efetivamente sofram uma inusitada “repristi-
nação”, pende o julgamento das demais teses deduzidas pela casa bancária no recurso 
de apelação primitivamente direcionado à aludida sentença. 5. Nesse contexto, impo-
sitiva se afigura a extinção do processo executivo, absolutamente nulo por carecer de 
título judicial (art. 616 do CPC), cabendo ao Tribunal de Justiça local completar o julga-
mento da apelação cível direcionada à sentença proferida ao curso da fase de conheci-
mento da ação indenizatória, sob pena de grave violação aos princípios da indeclinabi-
lidade da jurisdição e da congruência (arts. 2º, 128 e 460 do CPC). 6. Recurso especial 
conhecido e parcialmente provido. (Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, jul-
gado em 12/06/2012, DJe 19/06/2012).
Em decisões interlocutórias que tratem de matérias que não sejam de ordem pública nem 
tutelas provisórias, o STJ é mais tranquilo pela aplicação da teoria da cognição exauriente, 
com perda de objeto do agravo, sobretudo se a sentença não for objeto de apelação (transitar 
em julgado).
Julgado: STJ. REsp 1750079/SP. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE NULIDADE DE 
RESCISÕES CONTRATUAIS CUMULADA COM REPARAÇÃO DE DANOS. DECISÃO INTER-
LOCUTÓRIA QUE LIMITA AS PARTES NO POLO ATIVO E DETERMINA EMENDA À PETIÇÃO 
INICIAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. SENTENÇA SUPERVENIENTE. 
AUSÊNCIA DE RECURSO DE APELAÇÃO. TRÂNSITO EM JULGADO. NECESSIDADE DE 
PROCESSO EM CURSO PARA REEXAME DA QUESTÃO INCIDENTE. AGRAVO DE INS-
TRUMENTO. AUSÊNCIA DE EFEITO SUSPENSIVO AUTOMÁTICO E DE EFEITO OBSTA-
TIVO EXPANSIVO. 1- Ação proposta em 08/09/2016. Recurso especial interposto em 
04/10/2017 e atribuído à Relatora em 02/07/2018. 2- O propósito recursal consiste em 
definir se deve ser conhecido o recurso especial tirado de agravo de instrumento quando 
sobrevém sentença de extinção do processo sem resolução de mérito que não foi objeto 
de apelação. 3- A despeito da divergência doutrinária e do dissenso jurisprudencial 
entre as Turmas do Superior Tribunal de Justiça, é inadmissível o agravo de instrumento 
interposto contra decisão interlocutória quando sobrevém sentença que não é objeto 
de recurso de apelação da parte, pois a formação da coisa julgada, ainda que formal, 
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é óbice intransponível ao conhecimento do agravo, na medida em que é imprescindível 
que o processo ainda esteja em curso para que os recursos dele originados venham a 
ser examinados, quer seja diante da inviabilidade de reforma, invalidação ou anulação 
da decisão interlocutória proferida quando há subsequente sentença irrecorrida e, por 
isso mesmo, acobertado pela imutabilidade e pela indiscutibilidade, quer seja porque o 
agravo de instrumento não possui automático efeito suspensivo ex vi legis, tampouco 
efeito obstativo expansivo que impediria a preclusão ou a coisa julgada sobre a deci-
são recorrida e sobre as decisões subsequentes. Precedentes. 4- Recurso especial não 
conhecido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/08/2019, 
DJe 15/08/2019).
Ainda assim, há quem entenda de forma contrária, ou seja, a existência de agravo não 
impede que a sentença seja proferida nem que ela transite em julgado, dada a ausência, por 
lei, de efeito suspensivo para o agravo (REsp n. N. 292.565 - RS, rel. Min Sálvio de Figueiredo 
Teixeira).
A tutela provisória incidental (compreendidas a cautelar, a antecipada e a de evidência) 
é sempre requerida ao juízo da causa principal, pressupondo que já há a demanda, por isso 
o requerimento incidental. Na hipótese de a tutela provisória ser formulada em caráter ante-
cedente (cautelar ou antecipadamente), o juiz competente para conhecer o pedido principal 
analisará o pedido. Há, nesta hipótese, um exercício de previsão de competência para a de-
manda principal para que haja a determinação do juiz competente para a análise do pedido 
de tutela antecedente.
Na ação de competência originária de tribunal e nos recursos, a tutela provisória será re-
querida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito. Essa regra possui exceção, 
como ocorre no incidente de resolução de demandas repetitivas, em que, após a suspensão 
dos processos pendentes, durante esse período o pedido de tutela de urgência deve ser diri-
gido ao juízo onde tramita o processo suspenso, apesar de o juízo competente para apreciar 
o mérito da demanda ser do colegiado do tribunal.
Vamos falar um pouco sobre o cabimento de RE e REsp de AI: Apesar de a CF falar em 
cabimento de RE ou REsp de causas decididas em última ou única instância, é possível a 
interposição desses recursos de decisões interlocutórias (que tecnicamente não decidem a
causa), subidas por AI.
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Súmula n. 86 do STJ
Cabe recurso especial contra acórdão proferido no julgamento de agravo de instrumento.
O CPC/73 previa que o RE/REsp interposto contra decisão interlocutória deveria ser reti-
do. Não há previsão semelhante no NCPC, razão pela qual não há mais a figura do RE/REsp 
retidos.
STF e STJ entendem que o cabimento de RE/REsp em face de decisões interlocutórias só 
é possível quando esse pronunciamento for definitivo (não precário). Por isso não cabe RE de 
decisão liminar ou antecipatória (natureza precária). É que essas decisões não veiculam juízo 
definitivo. Ademais, qualquer ofensa concernente ao fumus boni iuris ou ao periculum in mora
circunscreve-se à legislação infraconstitucional.
Súmula n. 735 do STF
Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar.
Julgado: STF. ARE 706127. - Não cabe recurso extraordinário contra decisões que con-
cedem ou que denegam a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional ou provimen-
tos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios – precisamente porque fundados em 
mera verificação não conclusiva da ocorrência do “periculum in mora” e da relevância 
jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada – não veiculam qualquer juízo 
definitivo de constitucionalidade, deixando de ajustar-se, em consequência, às hipóte-
ses consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República. Precedentes. (Deci-
são Monocrática, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 12/09/2012).
Pelo mesmo motivo, não cabe, via de regra, REsp de decisão liminar ou antecipatória (na-
tureza precária).
Julgado: STJ. EDcl no AgRg no REsp 1169472/PI. [...]. 2. A jurisprudência do STJ não 
admite a interposição de recurso especial que tenha por objetivo discutir a correção de 
acórdão que nega ou defere medida liminar, em antecipação de tutela, por não se tratar 
de decisão em única ou última instância. Incide, analogicamente, o enunciado n. 735 da 
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Súmula do STF. Precedentes. [...]. (Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA 
TURMA, julgado em 15/08/2013, DJe 21/08/2013).
Há, contudo, uma exceção em que será cabível REsp contra decisão liminar ou antecipa-
tória – Quando houver violação direta aos dispositivos legais que disciplinam a matéria. Para 
Didier, qualquer ofensa concernente ao fumus boni iuris ou ao periculum in mora circunscre-
ve-se à legislação infraconstitucional. O caso, portanto, é de REsp no AI que discute fumus 
boni iuris ou periculum in mora, a depender do caso (apenas se houverofensa aos artigos, não 
cabendo a reanálise da fumaça do bom direito ou do perigo na demora).
Julgado: STJ. AgRg no AREsp 464.505/MS. 1. Esta Corte, em sintonia com o disposto 
na Súmula n. 735 do STF (Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere 
medida liminar), entende que, via de regra, não é cabível recurso especial para reexaminar 
decisão que defere ou indefere liminar ou antecipação de tutela, em razão da natureza 
precária da decisão, sujeita à modificação a qualquer tempo, devendo ser confirmada ou 
revogada pela sentença de mérito. Apenas violação direta ao dispositivo legal que disci-
plina o deferimento da medida autorizaria o cabimento do recurso especial, no qual não 
é possível decidir a respeito da interpretação dos preceitos legais que dizem respeito ao 
mérito da causa. […]. (Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado 
em 27/03/2014, DJe 08/04/2014).
Julgado: STJ. AgRg no Ag 762445/TO. […]. 2. As medidas liminares de natureza cau-
telar ou antecipatória são conferidas à base de cognição sumária e de juízo de mera 
verossimilhança (art. 273, § 4º, art. 461, § 3º, primeira parte, art. 798 e art. 804 do CPC). 
Por não representarem pronunciamento definitivo, mas provisório, a respeito do direito 
afirmado na demanda, são medidas, nesse aspecto, sujeitas à modificação a qualquer 
tempo (CPC, art. 273, § 4º, art. 461, § 3º, parte final, e art. 807), devendo ser confirma-
das ou revogadas pela sentença final. Em razão da natureza precária da decisão, o STF 
sumulou entendimento segundo o qual “não cabe recurso extraordinário contra acórdão 
que defere medida liminar” (Súmula 735 do STF). Conforme assentado naquela Corte, 
a instância extraordinária, tratando-se de decisão interlocutória, está “subordinada ― 
resulta da invariável jurisprudência de priscas eras e dos mestres recordados ― à eficácia 
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preclusiva da interlocutória relativamente à questão federal, constitucional ou ordinária, 
da qual se cogite. Ao contrário, se a puder rever a instância a quo no processo em que 
proferida ― seja ele de que natureza for ― dela já não caberá recurso extraordinário, nem 
recurso especial, não porque seja interlocutória, mas por não ser definitiva. É o que se 
dá na espécie, na qual ― não obstante o tom peremptório com que o enuncia a decisão 
recorrida ― a afirmação sobre a plausibilidade da pretensão de mérito será sempre um 
juízo de delibação essencialmente provisório e, por isso, revogável, quer no processo 
definitivo a ser instaurado, quer mesmo no processo cautelar” (RE 263.038/PE, 1ª Turma, 
Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 28.04.2000). 3. Relativamente ao recurso especial, não 
se pode afastar, de modo absoluto, a sua aptidão como meio de controle da legitimi-
dade das decisões que deferem ou indeferem medidas liminares. Todavia, a exemplo do 
recurso extraordinário, o âmbito da revisibilidade dessas decisões, por recurso especial, 
não se estende aos pressupostos específicos da relevância do direito (fumus boni iuris) 
e do risco de dano (periculum in mora). Relativamente ao primeiro, porque não há juízo 
definitivo e conclusivo das instâncias ordinárias sobre a questão federal que dá suporte 
ao direito afirmado; e relativamente ao segundo, porque há, ademais, a circunstância 
impeditiva decorrente da Súmula 07/STJ, uma vez que a existência ou não de risco de 
dano é matéria em geral relacionada com os fatos e as provas da causa. 4. Agravo regi-
mental a que se nega provimento. (Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 21/09/2006, DJ 16/10/2006, p. 301).
tutelA de urGênciA
Sempre que houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo, será possível a concessão da tutela de urgência.
Esses requisitos são necessários para a tutela de urgência, compreendidas as tutelas 
cautelar e antecipada, portanto!
A doutrina fala em fumaça do bom direito e perigo na demora. Compreenda a probabilida-
de do direito como a fumaça do bom direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo como o perigo na demora (periculum in mora).
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Questão 2 (VUNESP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-
-SP/2019) A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência, destacando-se, 
no que concerne à tutela de urgência, que
a) será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
b) sendo o requerente hipossuficiente financeiro, o juiz pode, para a sua concessão, exigir 
caução idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer.
c) se requerida em caráter incidental, exige pagamento prévio de custas.
d) não deve ser concedida, caso haja necessidade de designação de justificação prévia para 
constatação de seus requisitos.
e) a de natureza antecipada deve ser concedida, como regra, ainda que possa ocorrer perigo 
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Letra a.
Questão literal quanto aos dispositivos do CPC. As alternativas B e C equivocam-se quanto 
às custas e caução. A previsão de designação de justificação prévia não impede a concessão 
da tutela provisória. Por fim, quanto à E, a irreversibilidade da medida é condição para o defe-
rimento da tutela.
Em ações de improbidade administrativa, a decretação da indisponibilidade de bens requer a 
demonstração apenas do fumus boni iuris. O periculum in mora (também necessário) é pre-
sumido.
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Julgado: STJ. REsp 1315092. 1. A indisponibilidade de bens é medida que, por força do 
art. 37, § 4º da Constituição, decorre automaticamente do ato de improbidade. Daí o 
acertado entendimento do STJ no sentido de que, para a decretação de tal medida, nos 
termos do art. 7º da Lei 8.429/92, dispensa-se a demonstração do risco de dano (pericu-
lum in mora), que é presumido pela norma, bastando ao demandante deixar evidenciada 
a relevância do direito (fumus boni iuris) relativamente à configuração do ato de impro-
bidade e à sua autoria (REsp 1.203.133/MT, 2ª T., Min. Castro Meira, DJe de 28/10/2010; 
REsp 1.135.548/PR, 2ª. T., Min. Eliana Calmon, DJe de 22/06/2010; REsp 1.115.452/MA, 
2ª T., Min. Herman Benjamin, DJe de 20/04/2010; MC 9.675/RS, 2ª T., Min. Mauro Cam-
pbell Marques, DJe de 03/08/2011; EDcl no REsp 1.211.986/MT, 2ª T., Min. Herman Ben-
jamin, DJe de 09/06/2011; e EDcl no REsp 1.205.119/MT, 2ª T., Min. Mauro Campbell 
Marques, DJe de 08/02/2011; AgRg no REsp 1256287/MT, 2ª T, Min. Humberto Martins, 
DJe de 21/09/2011; e REsp 1244028/RS, 2ª T, Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 
02/09/2011). 2. No caso concreto, o acórdão recorrido afirmou a presença do requi-
sito de fumus boni iuris com base em elementos fáticos da causa, cujo reexame não 
se comporta no âmbito de devolutividade próprio do recurso especial (Súmula 7/STJ). 
3. Recurso especial desprovido, divergindo do relator. (PRIMEIRA TURMA. Julgado em 
05/06/2012).
“A Primeira Seção do STJ, por maioria, assentou o entendimento de que não é necessário 
demonstrar o risco de dano irreparável para que se possa decretar a indisponibilidade 
dos bens nas ações de improbidade administrativa, prevista no artigo 7º da Lei 8.429/92. 
A Seção entendeu que o periculum in mora é presumido em lei, em razão da gravidade 
do ato e da necessidade de garantir o ressarcimento do patrimônio público emcaso de 
condenação, não sendo necessária a demonstração do risco de dano irreparável para se 
conceder a medida cautelar. Pelo artigo 789 do CPC, a demonstração do periculum in 
mora é inerente a toda medida sumária. A Primeira Seção, no entanto, entendeu que sua 
desnecessidade, no caso de ação de improbidade, é decorrência da aplicação do artigo 
7º da Lei 8.429/92, a LIA. Pela LIA, o magistrado pode decretar a indisponibilidade dos 
bens do investigado quando houver fortes indícios de irregularidade. Segundo o minis-
tro Mauro Campbell Marques, a medida cautelar prevista na LIA não é tutela de urgên-
cia, mas tutela de evidência. O periculum in mora não advém da intenção do agente em 
dilapidar o patrimônio, mas da gravidade dos fatos e do prejuízo causado ao erário. Por 
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ser medida sumária fundada na evidência, não tem o caráter de sanção nem antecipa a 
culpa do agente. O ministro destacou que a desnecessidade da demonstração do peri-
culum in mora é benéfica à sociedade na medida em que o ocultamento ou dilapidação 
de patrimônio é facilitado por novas tecnologias. Ele destaca que a decretação de indis-
ponibilidade não é uma medida automática, tendo o juiz de fundamentar sua decisão, 
sob pena de nulidade. ‘Assim, como a medida cautelar de indisponibilidade de bens, pre-
vista na LIA, trata de uma tutela de evidência, basta a comprovação da verossimilhança 
das alegações’, concluiu o ministro.” (Notícias do STJ de 12/09/2012).
Lei n. 8.429/1992, Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito re-
presentar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que 
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do en-
riquecimento ilícito.”
Julgado: STJ. REsp 1319515/ES. 1. Trata-se de recurso especial em que se discute a 
possibilidade de se decretar a indisponibilidade de bens na Ação Civil Pública por ato de 
improbidade administrativa, nos termos do art. 7º da Lei 8.429/92, sem a demonstração 
do risco de dano (periculum in mora), ou seja, do perigo de dilapidação do patrimônio de 
bens do acionado. 2. Na busca da garantia da reparação total do dano, a Lei n. 8.429/92 
traz em seu bojo medidas cautelares para a garantia da efetividade da execução, que, 
como sabemos, não são exaustivas. Dentre elas, a indisponibilidade de bens, prevista 
no art. 7º do referido diploma legal. 3. As medidas cautelares, em regra, como tutelas 
emergenciais, exigem, para a sua concessão, o cumprimento de dois requisitos: o fumus 
boni juris (plausibilidade do direito alegado) e o periculum in mora (fundado receio de 
que a outra parte, antes do julgamento da lide, cause ao seu direito lesão grave ou de 
difícil reparação). 4. No caso da medida cautelar de indisponibilidade, prevista no art. 7º 
da LIA, não se vislumbra uma típica tutela de urgência, como descrito acima, mas sim 
uma tutela de evidência, uma vez que o periculum in mora não é oriundo da intenção do 
agente dilapidar seu patrimônio e, sim, da gravidade dos fatos e do montante do preju-
ízo causado ao erário, o que atinge toda a coletividade. O próprio legislador dispensa a 
demonstração do perigo de dano, em vista da redação imperativa da Constituição Fede-
ral (art. 37, §4º) e da própria Lei de Improbidade (art. 7º). 5. A referida medida caute-
lar constritiva de bens, por ser uma tutela sumária fundada em evidência, não possui 
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caráter sancionador nem antecipa a culpabilidade do agente, até mesmo em razão da 
perene reversibilidade do provimento judicial que a deferir. 6. Verifica-se no comando do 
art. 7º da Lei 8.429/1992 que a indisponibilidade dos bens é cabível quando o julgador 
entender presentes fortes indícios de responsabilidade na prática de ato de improbidade 
que cause dano ao Erário, estando o periculum in mora implícito no referido disposi-
tivo, atendendo determinação contida no art. 37, § 4º, da Constituição, segundo a qual 
“os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, 
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. 7. O periculum 
in mora, em verdade, milita em favor da sociedade, representada pelo requerente da 
medida de bloqueio de bens, porquanto esta Corte Superior já apontou pelo entendimento 
segundo o qual, em casos de indisponibilidade patrimonial por imputação de conduta 
ímproba lesiva ao erário, esse requisito é implícito ao comando normativo do art. 7º da 
Lei n. 8.429/92. Precedentes: (REsp 1315092/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA 
FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado 
em 05/06/2012, DJe 14/06/2012; AgRg no AREsp 133.243/MT, Rel. Ministro CASTRO 
MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 24/05/2012; MC 9.675/RS, Rel. 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/06/2011, DJe 
03/08/2011; EDcl no REsp 1211986/MT, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 24/05/2011, DJe 09/06/2011. 8. A Lei de Improbidade Administra-
tiva, diante dos velozes tráfegos, ocultamento ou dilapidação patrimoniais, possibilita-
dos por instrumentos tecnológicos de comunicação de dados que tornaria irreversível 
o ressarcimento ao erário e devolução do produto do enriquecimento ilícito por prática 
de ato ímprobo, buscou dar efetividade à norma afastando o requisito da demonstração 
do periculum in mora (art. 823 do CPC), este, intrínseco a toda medida cautelar sumá-
ria (art.789 do CPC), admitindo que tal requisito seja presumido à preambular garan-
tia de recuperação do patrimônio do público, da coletividade, bem assim do acréscimo 
patrimonial ilegalmente auferido. 9. A decretação da indisponibilidade de bens, apesar 
da excepcionalidade legal expressa da desnecessidade da demonstração do risco de 
dilapidação do patrimônio, não é uma medida de adoção automática, devendo ser ade-
quadamente fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade (art. 93, IX, da Cons-
tituição Federal), sobretudo por se tratar de constrição patrimonial. 10. Oportuno notar 
que é pacífico nesta Corte Superior entendimento segundo o qual a indisponibilidade de 
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bens deve recair sobre o patrimônio dos réus em ação de improbidade administrativa de 
modo suficiente a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levan-
do-se em consideração, ainda, o valor de possível multa civil como sanção autônoma. 
11. Deixe-se claro, entretanto, que ao juiz responsável pela condução do processo cabe 
guardar atenção, entre outros, aos preceitos legais que resguardam certas espécies 
patrimoniais contra a indisponibilidade, mediante atuação processual dos interessados 
― a quem caberá, p. ex., fazer prova que determinadas quantias estão destinadas a seu 
mínimo existencial. 12. A constrição patrimonial deve alcançar o valor da totalidade da 
lesão ao erário, bem como sua repercussão no enriquecimento ilícito do agente, decor-
rente do ato de improbidade que se imputa, excluídos os bens impenhoráveis assim defi-
nidos por lei, salvo quando estes tenham sido, comprovadamente, adquiridos também 
com produto da empreitada ímproba, resguardado, como já dito, o essencial para sua 
subsistência.13. Na espécie, o Ministério Público Federal quantifica inicialmente o pre-
juízo total ao erário na esfera de, aproximadamente, R$ 15.000.000,00 (quinze milhões 
de reais), sendo o ora recorrente responsabilizado solidariamente aos demais agentes 
no valor de R$ 5.250.000,00 (cinco milhões e duzentos e cinquenta mil reais). Esta é, 
portanto, a quantia a ser levada em conta na decretação de indisponibilidade dos bens, 
não esquecendo o valor do pedido de condenação em multa civil, se houver (vedação ao 
excesso de cautela). 14. Assim, como a medida cautelar de indisponibilidade de bens, 
prevista na LIA, trata de uma tutela de evidência, basta a comprovação da verossimi-
lhança das alegações, pois, como visto, pela própria natureza do bem protegido, o legis-
lador dispensou o requisito do perigo da demora. No presente caso, o Tribunal a quo 
concluiu pela existência do fumus boni iuris, uma vez que o acervo probatório que ins-
truiu a petição inicial demonstrou fortes indícios da ilicitude das licitações, que foram 
supostamente realizadas de forma fraudulenta. Ora, estando presente o fumus boni 
juris, como constatado pela Corte de origem, e sendo dispensada a demonstração do 
risco de dano (periculum in mora), que é presumido pela norma, em razão da gravidade 
do ato e a necessidade de garantir o ressarcimento do patrimônio público, conclui-se 
pela legalidade da decretação da indisponibilidade dos bens. 15. Recurso especial não 
provido. (Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO 
CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/08/2012, DJe 21/09/2012).
É possível que o juiz imponha condições para o deferimento da tutela de urgência, tais 
como caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a 
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sofrer. Essa caução possui natureza de contracautela, pois realiza um contraponto à cautela 
deferida. Essa caução também pode ser dispensada na hipótese de a parte ser hipossuficien-
te economicamente.
O juiz pode conceder a tutela de urgência liminarmente, ou seja, de pronto ao analisar a 
petição inicial, ou mesmo após a justificação prévia. Boa parte da doutrina entende que essa 
justificação prévia deve ocorrer mediante audiência de justificação. Não há vedação no Códi-
go, contudo, à justificação escrita.
Especificamente quanto à tutela provisória de urgência antecipada, o Código veda sua conces-
são quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. Essa disposição é, contudo, 
bastante mitigada em situações nas quais está em jogo direito indisponível do autor, portanto, 
em casos excepcionais e devidamente justificados, pode o Judiciário deferir a medida de urgên-
cia, independentemente de sua reversibilidade, como em questões envolvendo o fornecimento de 
medicamentos.
Questão 3 (MP-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MP-SC/2019) Nos termos do Código de Pro-
cesso Civil, pode requerer a tutela de urgência aquele que pretende antecipar um ou alguns 
dos efeitos que só alcançaria com o provimento final, possibilitando que o réu pleiteie a an-
tecipação dos efeitos da tutela, de forma incidental, para assegurar direito seu em risco por 
conduta do autor e objeto de processo judicial, sem necessidade de pagamento de custas.
Certo.
Essa questão traz a boa oportunidade de falarmos sobre a possibilidade de o réu formular 
pedido de tutela antecipada em face do autor. A doutrina é um pouco divergente, mas preva-
lece a possibilidade dessa atitude. Ao reconvir ou ao ofertar pedido contraposto, a resposta 
é mais tranquila. Ainda em ações de natureza dúplice a possibilidade de o réu formular tutela 
antecipada em face do autor é aceitável. A grande dúvida surge em situações nas quais o réu 
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simplesmente contesta e formula pedido de tutela antecipada. Nesses casos também a dou-
trina majoritária aceita sua legitimidade. Gabarito, portanto, correto.
A tutela provisória de urgência cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, 
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida 
idônea para asseguração do direito.
O NCPC não prevê mais as cautelares típicas como ocorria no CPC/73, ainda assim o 
Código nomeou algumas cautelares, mas manteve o poder geral de cautela, que permite a 
adoção de qualquer outra medida idônea para assegurar o direito.
Poder geral de cautela do CPC: É amplo. É cláusula geral. Pode ser determinada de ofício. 
Ocorre em qualquer processo.
NCPC: “Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para 
efetivação da tutela provisória.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, 
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer 
outra medida idônea para asseguração do direito.”
Julgado: STJ. REsp 1241509/RJ. 1. As medidas cautelares resguardam, sobretudo, 
o interesse público, sendo necessárias e inerentes à atividade jurisdicional. O artigo 798 
do CPC atribui amplo poder de cautela ao magistrado, constituindo verdadeira e salu-
tar cláusula geral, que clama a observância ao princípio da adequação judicial, propi-
ciando a harmonização do procedimento às particularidades da lide, para melhor tutela 
do direito material lesado ou ameaçado de lesão. 2. A efetividade do processo exige 
tutela jurisdicional adequada, por isso o poder geral de cautela pode ser exercitado ex 
officio, pois visa ao resguardo de interesses maiores, inerentes ao próprio escopo da 
função jurisdicional, que se sobrepõem aos interesses das partes. 3. A providência cau-
telar, ainda que de maneira incidental, pode ser deferida em qualquer processo, não pro-
cedendo a assertiva de que a verdadeira cláusula geral consubstanciada no artigo 798 
do Código de Processo Civil, mesmo em casos excepcionais, tem limites impostos pelo 
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artigo 739-A do Código de Processo Civil. Ademais, boa parte das matérias suscitadas 
pelo executado são passíveis de conhecimento, de ofício, pelas instâncias ordinárias, 
por serem questões de ordem pública […]. (Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA 
TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe 01/02/2012).
Pelo poder geral de cautela, pode o Juiz, mesmo após se declarar absolutamente incompeten-
te, conceder ou manter liminar ou antecipação dos efeitos da tutela.
Julgado: STJ. EDcl na Pet 7.939⁄DF. […]. 9. Em virtude do poder geral de cautela conce-
dido ao magistrado na forma dos arts. 798 e 799 do CPC, mesmo após se declarar abso-
lutamente incompetente para julgar o feito, ele pode conceder ou manter decisão liminar, 
como forma de prevenir eventual perecimento do direito ou a ocorrência de lesão grave 
e de difícil reparação, até que o Juízo competente se manifeste quanto à manutenção 
ou cassação daquele provimento cautelar. Precedentes: REsp 1.288.267⁄ES, Rel. Min. 
BENEDITO GONÇALVES, Primeira Turma, DJe 21⁄8⁄12; AgRg no REsp 937.652⁄ES, Rel. 
Min. MARIA ISABEL GALLOTTI, Quarta Turma, DJe 28⁄6⁄12. […]. (Rel. Ministro Arnaldo 
Esteves Lima, Primeira Seção, julgado em 10⁄4⁄2013, DJe 18⁄4⁄2013).
Julgado: STJ. REsp 1038199/ES. […]. 4. Em regra, o reconhecimento da incompetência 
absoluta do juízo implica a nulidade dos atos decisórios por ele praticados, mas isso 
não o impede, em face do poder de cautela previsto nos arts. 798 e 799 do CPC, de con-
ceder ou manter, em caráter precário, medida de urgência, para prevenir perecimento de 
direito ou lesãograve e de difícil reparação, até ulterior manifestação do juízo compe-
tente. Assim, não ofende o art. 113, § 2º do CPC a decisão que, a despeito de declinar 
da competência para vara especializada, manteve os efeitos da antecipação de tutela já 
concedida até a sua reapreciação pelo juízo competente. Precedentes. […]. (Rel. Ministro 
CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 16/05/2013).
Há também a sistemática de responsabilização daquele que se beneficia da tutela de ur-
gência nas hipóteses seguintes:
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Hipóteses de responsabilização pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa:
A sentença lhe for desfavorável
Sempre que uma sentença, mediante juízo final, for 
contrária ao direito do autor, deverá ele ressarcir os 
danos advindos pela tutela de urgência deferida.
Obtida liminarmente a tutela em caráter
antecedente, não fornecer os meios necessários 
para a citação do requerido no prazo de 5 dias
Há crítica doutrinária a essa previsão, porque é possível 
que o processo prossiga, com citação posterior e vitória 
do autor, tornando sem sentido sua responsabilização.
Ocorrer a cessação da eficácia da medida em
qualquer hipótese legal
Seja pela extinção do feito sem resolução do mérito,
revogação por outra decisão ou qualquer hipótese em que a 
eficácia da medida for cessada.
O juiz acolher a alegação de decadência ou
prescrição da pretensão do autor
Há aqui apenas uma especificação da primeira hipótese 
(sentença desfavorável), com o esclarecimento de que 
mesmo nas causas de decadência ou prescrição haverá o 
dever de indenizar.
Essa responsabilização é independente da reparação por dano processual.
A indenização será, ainda, liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, 
sempre que possível. Não há a necessidade, portanto, de o prejudicado ajuizar uma ação 
autônoma apenas para debater a responsabilização pela tutela de urgência deferida nas hi-
póteses em que o Código determina.
A natureza dessa responsabilidade é objetiva, nutrida pelo risco-proveito. Ainda que haja 
concessão de ofício da tutela, responderá a parte que dela aproveitar nas situações do Códi-
go. Para que não haja responsabilização, é importante que a parte expressamente se mani-
feste nesse sentido (de que não deseja a tutela).
Julgado: STJ. REsp 802.735. Em conformidade com o parágrafo único do artigo 811 do 
Código de Processo Civil, pode o Requerido, mesmo após o trânsito em julgado da sen-
tença de extinção, formular nos próprios autos do procedimento cautelar pedido de liqui-
dação dos prejuízos causados pela execução da medida. (Rel. Ministro SIDNEI BENETI, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 03/12/2009, DJe 11/12/2009).
Julgado: STJ. REsp 193.366/SP. - Ação de busca e apreensão. Medida liminar. Con-
cessão. Ação julgada improcedente. Indenização. Art.811, I, do CPC. Julgada improce-
dente a ação de busca e apreensão na qual foi pedida e concedida liminar para apreen-
são de dois tratores, responde o autor da medida pelos prejuízos causados à parte, nos 
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termos do art. 811, I, do CPC. Precedentes. ― Recurso especial conhecido e provido. 
(Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 29/03/2005, 
DJ 02/05/2005, p. 334).
Julgado: STJ. REsp 1191262/DF. […]. 2. Recurso especial interposto por Mozariém 
Gomes do Nascimento: 2.1. Os danos causados a partir da execução de tutela anteci-
pada (assim também a tutela cautelar e a execução provisória) são disciplinados pelo 
sistema processual vigente à revelia da indagação acerca da culpa da parte, ou se esta 
agiu de má-fé ou não. Basta a existência do dano decorrente da pretensão deduzida 
em juízo para que sejam aplicados os arts. 273, § 3º, 475-O, incisos I e II, e 811 do 
CPC. Cuida-se de responsabilidade objetiva, conforme apregoa, de forma remansosa, 
doutrina e jurisprudência. 2.2. A obrigação de indenizar o dano causado ao adversário, 
pela execução de tutela antecipada posteriormente revogada, é consequência natural da 
improcedência do pedido, decorrência ex lege da sentença e da inexistência do direito 
anteriormente acautelado, responsabilidade que independe de reconhecimento judicial 
prévio, ou de pedido do lesado na própria ação ou em ação autônoma ou, ainda, de 
reconvenção, bastando a liquidação dos danos nos próprios autos, conforme comando 
legal previsto nos arts. 475-O, inciso II, c/c art. 273, § 3º, do CPC. Precedentes. 2.3.
A complexidade da causa, que certamente exigia ampla dilação probatória, não exime 
a responsabilidade do autor pelo dano processual. Ao contrário, neste caso a antecipa-
ção de tutela se evidenciava como providência ainda mais arriscada, circunstância que 
aconselhava conduta de redobrada cautela por parte do autor, com a exata ponderação 
entre os riscos e a comodidade da obtenção antecipada do pedido deduzido. 3. Recurso 
especial do Condomínio do Shopping Conjunto Nacional não provido e recurso de Moza-
riém Gomes do Nascimento provido. (Quarta Turma. Rel. Min. Luis Felipe Salomão. Jul-
gado em 25/09/2012).
A obrigação de indenizar o dano causado pela execução de tutela antecipada posterior-
mente revogada é consequência natural da improcedência do pedido.
Julgado: STJ. REsp 1767956/RJ. [...]. 5. Esta Corte Superior compreende que a obriga-
ção de indenizar o dano causado pela execução de tutela antecipada posteriormente 
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revogada é consequência natural da improcedência do pedido, dispensando-se, inclu-
sive, pedido da parte interessada. 6. A sentença de improcedência, quando revoga tutela 
concedida por antecipação, constitui, como efeito secundário, título de certeza da obri-
gação de o autor indenizar o réu pelos danos eventualmente experimentados, cujo valor 
exato será posteriormente apurado em liquidação nos próprios autos. Precedente: REsp 
1.548.749/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Segunda Seção, DJe 6/6/2016. 
7. Recurso especial parcialmente provido. (Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018).
O ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da tutela provisória posterior-
mente revogada por sentença que extingue o processo sem resolução de mérito, sempre que 
possível, deverá ser liquidado nos próprios autos.
Julgado: STJ. REsp 1770124/SP. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. 
DESISTÊNCIA DA DEMANDA APÓS A CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA. EXTINÇÃO 
DO FEITO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA FORMULADO 
PELA PARTE RÉ PLEITEANDO O RESSARCIMENTO DOS VALORES DESPENDIDOS EM 
RAZÃO DO DEFERIMENTO DA TUTELA PROVISÓRIA. CABIMENTO. DESNECESSIDADE DE 
PRONUNCIAMENTO JUDICIAL PRÉVIO NESSE SENTIDO. OBRIGAÇÃO EX LEGE. INDENI-
ZAÇÃO QUE DEVERÁ SER LIQUIDADA NOS PRÓPRIOS AUTOS. ARTS. 302, CAPUT, INCISO 
III E PARÁGRAFO ÚNICO, E 309, INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. 
REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE IMPÕE. RECURSO PROVIDO. 1. A questão 
jurídica discutida consiste em definir se é possível proceder à execução, nos próprios 
autos, objetivando o ressarcimento de valores despendidos a título de tutela anteci-
pada, posteriormente revogada em virtude de sentença que extingue o processo, sem 
resolução de mérito, por haver a autora desistido da ação. 2. O Código de Processo 
Civil de 2015, seguindo a mesma linha do CPC/1973, adotou a teoria do risco-proveito, 
ao estabelecer que o beneficiado com o deferimento da tutela provisória deveráarcar 
com os prejuízos causados à parte adversa, sempre que: i) a sentença lhe for desfavo-
rável; ii) a parte requerente não fornecer meios para a citação do requerido no prazo de 
5 (cinco) dias, caso a tutela seja deferida liminarmente; iii) ocorrer a cessação da 
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eficácia da medida em qualquer hipótese legal; ou iv) o juiz acolher a decadência ou 
prescrição da pretensão do autor (CPC/2015, art. 302, caput e incisos I a IV). 3. Em rela-
ção à forma de se buscar o ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da 
tutela provisória, o parágrafo único do art. 302 do CPC/2015 é claro ao estabelecer que 
“a indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre 
que possível”, dispensando-se, assim, o ajuizamento de ação autônoma para esse fim. 
4. Com efeito, a obrigação de indenizar a parte adversa dos prejuízos advindos com o 
deferimento da tutela provisória posteriormente revogada é decorrência ex lege da sen-
tença de improcedência ou de extinção do feito sem resolução de mérito, como no caso, 
sendo dispensável, portanto, pronunciamento judicial a esse respeito, devendo o res-
pectivo valor ser liquidado nos próprios autos em que a medida tiver sido concedida, em 
obediência, inclusive, aos princípios da celeridade e economia processual. 5. Recurso 
especial provido. (Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 21/05/2019, DJe 24/05/2019).
Exceção à responsabilidade objetiva por danos decorrentes de provimento cautelar, execução 
de tutela antecipada e execução provisória: Verba alimentar é irrepetível. O que foi pago não 
volta. Mesmo com dolo da parte que recebeu (STJ).
Julgado: STJ. REsp 412684/SP. RESPONSABILIDADE CIVIL. Dano moral. Marido enga-
nado. Alimentos. Restituição. 1- A mulher não está obrigada a restituir ao marido os 
alimentos por ele pagos em favor da criança que, depois se soube, era filha de outro 
homem. 2- A intervenção do Tribunal para rever o valor da indenização pelo dano moral 
somente ocorre quando evidente o equívoco, o que não acontece no caso dos autos. 
Recurso não conhecido. (Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, jul-
gado em 20/08/2002, DJ 25/11/2002, p. 240).
“Consumidora do Rio Grande do Sul que alega ter adquirido compulsão para o jogo, após 
ingestão de medicamento, deve continuar prestando caução em favor da empresa fabri-
cante do remédio, a qual lhe paga pensão mensal determinada por liminar.” (Notícias do STJ 
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de 09/03/2012). No caso específico, a pensão adquiriu natureza híbrida, ora garantindo 
a necessidade de subsistência, ora representando mera antecipação da indenização por 
dano material, por essa razão foi mantida a necessidade de caução para levantamento 
dos valores, mesmo em razão da irrepetibilidade dos alimentos, pois essa irrepetibili-
dade circunscreve-se unicamente à verba necessária à subsistência digna.
Julgado: STJ. REsp 1.252.812 – RS. 1. A apuração da necessidade de prestação de 
caução para garantia de restituição do pagamento, feito em antecipação de tutela recur-
sal, de verba alimentar vinculada à obrigação de natureza civil, coloca em confronto 
dois princípios: o primeiro, de natureza material, é o da irrepetibilidade dos alimentos. 
O segundo, de natureza processual, é o da impossibilidade de um provimento cautelar 
ou antecipatório gerar prejuízos para a parte a quem se reconheça razão, ao final do pro-
cesso. 2. Sendo corolário de um valor fundamental da sociedade brasileira – a proteção 
da dignidade da pessoa humana – o princípio da irrepetibilidade dos alimentos deve 
preponderar. Contudo, diante da seriedade de tal medida e da possibilidade de se causar 
à parte inocente significativos prejuízos, é necessário ao judiciário, especialmente em 
causas não vinculadas a direito de família, atenção redobrada ao fixar uma prestação 
de natureza alimentar em provimento antecipatório. 3. A verba alimentar deve estar res-
trita às necessidades do apelando. Nas inúmeras decisões proferidas até o momento no 
processo, há elementos dando conta de que a tutela antecipada aqui discutida adqui-
riu natureza híbrida, ora garantindo a necessidade de subsistência da autora da ação, 
ora representando mera antecipação da indenização por dano material cujo pagamento, 
porventura, poderá ser determinado ao final do processo. Essa natureza híbrida se refor-
çou quando a tutela antecipada foi mantida não obstante a comprovação do retorno 
da autora às suas atividades profissionais, e também pelo montante fixado a título de 
pensão mensal na maior parte do tempo em que esteve vigente a obrigação: R$ 7.500,00. 
4. A obrigação alimentar é irrepetível. Mas o processo civil deve ser campo de distribui-
ção de justiça, não terreno de oportunidades. O montante que deverá ser considerado 
irrepetível ao final do processo, na hipótese de julgamento de improcedência, deve ser 
exclusivamente o valor pago para a subsistência digna da autora da ação, conforme 
demonstrarem as provas do processo. Determinar a irrepetibilidade e qualquer mon-
tante que supere esse valor implicaria causar injustificado prejuízo ao réu, caso se lhe 
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Thiago Pivotto
Tutela Provisória
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
reconheça razão ao final da demanda. Por esse motivo, a caução determinada deve ser 
mantida, ainda que o respectivo valor não seja majorado. 5. Recurso especial conhecido 
em parte e, nessa parte, parcialmente provido. (Terceira Turma, julgado em 07/02/2012).
Benefício previdenciário era irrepetível.
Julgado: STJ. AgInt no REsp 1697657/SP. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. VALORES RECEBIDOS POR FORÇA DE 
TUTELA ANTECIPADA. CASSAÇÃO. DEVOLUÇÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1.
A Primeira Seção desta Corte, no julgamento do REsp 1.401.560/MT, submetido à sis-
temática dos recursos repetitivos, pacificou o entendimento de que é possível a resti-
tuição de valores percebidos a título de benefício previdenciário, em virtude de decisão 
judicial precária posteriormente revogada, independentemente da natureza alimentar 
da verba e da boa-fé do segurado. Precedentes: AgInt no AREsp 389.426/RS, Rel. Min. 
Gurgel de Faria, Primeira Turma, DJe 13/2/2017; AgInt no REsp 1.566.724/PR, Rel. Min. 
Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 30/6/2016; REsp 1.593.120/RN, Rel. Min. Herman 
Benjamin, Segunda Turma, DJe 25/5/2016. 2. Agravo interno não provido. (Rel. Ministro 
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/06/2018, DJe 02/08/2018).
Cuidado: Os valores em geral indevidos pagos por força de decisão judicial liminar posterior-
mente revogada podem ser repetíveis.
Não restitui se estiver de boa-fé e os valores forem originados de:
Decisão judicial transitada em julgado, posteriormente reformada em rescisória.
Decisão judicial posteriormente reformada em RE/Resp.
Erro cometido pela Administração Pública.
Interpretação equivocada de lei realizada pela Administração Pública. TCU exige que a inter-
pretação equivocada seja escusável.
Lei n. 9.784/1999, Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, con-
traditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor

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