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COLÉGIO SALESIANOSANTA MARIA 
 
Aluno (a) Gabriel Ferrari, Guilherme Meireles & 
Kenzo Kawakami 
Série: 1ª SÉRIE A Data: 06/ 07/2020 
Professor (a): Ma. Patrícia Aparecida da Silva 
 
 
 
Prova Bimestral 
 
Roteiro livro paradidático: O AUTO DA BARCA DO INFERNO – GIL VICENTE 
 
• Responda as questões discursivas abaixo; 
• Todas as alternativas são obrigatórias; 
• VALOR 10; 
• ENTREGA DIA 06 DE JULHO DE 2020; 
• PODERÁ SER EM DUPLA. 
 
 
1) Faça uma síntese comparativa do livro O AUTO DA BARCA DO INFERNO com o filme O 
AUTO DA COMPADECIDA; (MÍMINO 3 PARÁGRAFOS E 15 LINHAS) 
 O auto da Barca do Inferno é uma peça teatral escrita por Gil Vicente, um dos escritores com maior 
renome da escola literária humanista, com isso, essa obra caracteriza-se pelo estilo de narração em 
versos, uma linguagem popular e carácter religioso. Além de que, possuía como finalidade ilustrar 
dogmas e ensinamentos da Igreja Católica para a população, com isso, conta a história de pessoas que 
passaram para o outro mundo e tinham como destino o céu ou o inferno, representadas por dois 
barqueiros, o Anjo e o Diabo. 
 Paralelo a isso, O auto da compadecida, é uma comédia dos anos 2000 escrito por Ariano Suassuna e se 
trata de uma paródia do Auto da Barca do Inferno. Nesse sentido, elas apresentam semelhanças como: 
pecados cometidos pelos personagens, um processo de julgamento e uma crítica às classes sociais. 
 No entanto, as diferenças são nítidas, tendo como principal a se observar o desfecho e destino das 
personagens, no Auto da Barca do Inferno, de quatorze personagens, apenas o parvo e os quatro 
cavaleiros embarcam para o paraíso, e critica a hipocrisia de pessoas e dos grupos sociais. Já o Auto da 
compadecida, nenhum dos personagens vai ao inferno, o cangaceiro vai ao céu, o padeiro, sua mulher, o 
padre e o bispo vão ao purgatório e o protagonista João Grilo volta à vida. A mensagem por de trás é a 
misericórdia e o perdão de Deus para com os seus filhos. 
 
 
 
 
 
 
2) Teça uma crítica analítica dos seguintes pontos: (mínimo 5 linhas cada) 
a) A orientação moral; 
O livro “O Auto da Barca do Inferno” é uma obra extremante moralista. Nesse sentido, ela evidência as 
supostas consequências dos prazeres mundanos para aqueles que não vivem sob os ensinamentos de Deus. 
Ademais, a obra é marcada por um pensamento medieval de intolerância, o que fica claro quando o judeu 
(não cristão) é condenado ao inferno. De modo geral, o auto é de grande qualidade, mas é necessário 
atentar-se a certos preconceitos durante a leitura. 
 
b) O encontro com o divino; 
A obra “O auto da Barca do Inferno” apesar de apresentar alto teor cristão possui um enredo baseado 
no mito grego de Caronte, um barqueiro responsável pela travessia das almas humanas entre o mundo 
dos vivos e mortos. Sob tal ótica, a história evidencia o sobrenatural por meio de figuras alegóricas, no 
caso, o Anjo e Diabo. Em uma perspectiva crítica, as alegorias cumprem bem o seu papel dentro da obra, 
de caráter bem consiste e sádico o Diabo tem sobre si os holofotes da trama. 
 
c) O Julgamento; 
No enredo de “O auto da Barca do Inferno” o julgamento teve seu fim antes mesmo de começar. Nessa 
perspectiva, o que acontece no julgamento é apenas um esclarecimento das circunstâncias que colocaram 
os culpados naquela posição. Com isso, a obra enfatiza o fato de que nossas ações só tem peso durante a 
vida. 
 
d) A condenação; 
A narrativa o “O Auto da Barca do Inferno” expõe uma única condenação aos pecadores: o sofrimento 
eterno no inferno. Nesse sentido, quando as personagens descobrem que o seu assento na barca do inferno 
está reservado, tentam argumentar de todas as maneiras. Todavia, não lhes restam escolhas a não ser a 
de aceitar o seu destino. 
 
e) O crime; 
Os crimes retratados na obra variam de personagem para personagem e estão sob o ponto de vista cristão. 
Nesse sentido, o Fidalgo cometeu o crime da arrogância, o onzeneiro da ganância, o sapateiro explorava 
os mais pobres, o judeu a rejeição ao cristianismo, o corregedor legisla em favor próprio e a alcoviteira 
a mentira e prostituição. 
 
f) O castigo; 
Assim como o supracitado, o castigo para os que preferiram as graças do mundo terreno foi o inferno. 
Por outro lado, ao chegaram ao porto a maioria das personagens-tipo já estavam totalmente convencidas 
 
 
 
 de que embarcariam para o paraíso. Nessa perspectiva, os ouvintes ou leitores se divertem com os 
argumentos inconsistentes apresentados pelos culpados. 
 
g) O Julgamento; Respondido no item C 
 
h) A absolvição. 
 
Os únicos absolvidos no decorrer da história foram o parvo e os cavaleiros. O parvo foi acolhido na barca 
para o paraíso por indiferença, representando a pureza, ingenuidade e inocência. Ademais, os cavaleiros 
foram acolhidos por representar a fé cristã, eles eram a mão armada de Deus na terra e, então, a sua 
recompensa seria a glória eterna. 
 
 
 
3) Reflita o seguinte comentário: (lembre-se do contexto histórico e o período literário - 
HUMANISMO) (mínimo 8 linhas). 
O auto é o gênero dramático-literário elaborado com propósito didático, a partir de um ensinamento 
moral. É, muitas vezes, a ilustração das orientações que se encontram em alguns livros da Bíblia, como 
Salmos, Provérbios, Juízes etc. Essa característica funcional justifica sua presença menos ou mais 
acentuada em alguns períodos da história e em alguns lugares da civilização cristã. O Brasil tem gerado, 
até nossos dias, uma produção considerável de textos com essa inclinação didático-religiosa, 
concentrando-se não só na literatura de cordel, mas também na chamada alta literatura, como na obra 
de João Cabral de Melo Neto ou de Guimarães Rosa. 
Em um primeiro momento, o comentário conceitua os autos e como eles se manifestam. A partir disso, é 
possível concluir que eles foram uma ferramenta muito importante para orientar de maneira simples e 
eficaz os fiéis. Ademais, foram usados na catequização por grandes figuras, como o padre José de 
Anchieta aqui no Brasil. 
Em um segundo momento, esses pequenos enredos apresentam enorme circulação ainda hoje. A exemplo 
disso, as escolas religiosas promovem a leitura de autos em momentos de acolhidas. Outrossim, os 
administrados dos encontros religiosos abordam essas narrativas de caráter didático a fim de atingir uma 
boa assimilação da mensagem. 
Sob uma análise mais aprofundada, é evidente que alguns traços do Humanismo estão presentes na 
sociedade brasileira contemporânea em razão da estratégia moralizante acima ter sido usada do mesmo 
modo pelos pregadores do século XV. Portanto, é imprescindível compreender a literatura e seus períodos, 
uma vez que a partir deles o indivíduo torna-se conhecedor dos diversos métodos persuasivos e não ocupe 
uma situação de ingenuidade e inocência. 
 
 
 
 
 
4) A entrada do Fidalgo em cena estabelece o primeiro debate de todo o auto. Relacione, ao seu 
modo, as primeiras perguntas de Fidalgo ao Diabo. 
Percebe-se, logo nas primeiras falas do Fidalgo suas perguntas sobre o destino de cada barca, com isso, 
a discussão gerada em toda obra, seja ela em relação ao seu destino final ou seu jumento pelos pecados 
cometidos na terra. Além disso, nota-se a compra de indulgências e orações encomendadas tendo ideia 
de que por ser nobre seu destino já estaria guiado para o céu. 
 
 
 
 
5) Como, afinal, é concluído o episódio do Fidalgo? Destaque uma fala determinante para o 
desfecho. 
A frase `` Ó barca, como és ardente! Maldito quem em ti vai!`` determina o desfecho(destino) do fidalgo 
por relatar a insatisfação do mesmo em relação ao destino. 
 
 
 
 
6) Levando em consideração que o auto caracteriza-se pela orientação moralista, qual fala pode 
servir como a “moral da história” para o Fidalgo? 
A frase do anjo: " Vós ireis mais espaçoso com fumosa senhoria, cuidando da tirania dopobre ovo 
queixoso: e porque, de generoso, desprezastes os pequenos, achar-vos-eis tanto menos quanto mais fostes 
fumoso." Pois evidencia o motivo de não embarcar no batel divinal. 
 
 
 
 
7) Gil Vicente prega a prática cristã, mas parece condenar os vícios da religião. Em que fala do 
Fidalgo é possível reconhecer essa mentalidade do autor humanista? Justifique sua resposta 
 
O vício em questão é a pratica de um empregado levar uma cadeira até a igreja para o fidalgo se sentar. 
Pois tal cadeira na frase:"Essoutro vai mais vazio;: a cadeira entrará" subentendesse que a barca do anjo 
não suporta a cadeira 
 
 
 
 
 
 
8) Qual é, em suas palavras, o questionamento proposto pelo eu lírico na obra? 
O dramaturgo Gil Vicente propõe em sua obra “O Auto da Barca do Inferno” uma crítica aos 
costumes sociais vigentes fazendo jus ao seu dilema “Ridendo castigat mores”, ou seja, rindo 
castigam-se os costumes. Dessa forma, ele realiza sua crítica de maneira descontraída sem que ela 
incomodasse diretamente aos poderosos e influentes. 
 Nessa perspectiva, quando o artista destina o fidalgo ao inferno ele não condenava todos os fidalgos, 
apenas aqueles que agiam com arrogância e tirania. Portanto, Gil Vicente estava além, não somente de 
seu tempo, mas também dos tempos de hoje. Ele não condenava a instituição (como muitos 
contemporâneos fazem), e sim o crime, sendo este o questionamento proposto pelo dramaturgo. 
 
 
 
 
 
 
9) Por que, em sua opinião, Gil Vicente usou a palavra auto para nomear sua obra? Justifique 
Seguindo o contexto histórico, Gil Vicente usou ‘’o auto’’, com a intenção de retratar peças teatrais em 
forma de poema, com uma finalidade moralizadora e religiosa. 
 
 
 
 
10) Sobre os períodos literários: Humanismo e o Barroco, reflita a partir do trecho a seguir, as proximidades 
e distanciamentos dos respectivos períodos: 
O Auto da barca do inferno parece trabalhar com um tipo de escrita imutável de leis 
moralizantes responsável pela maior parte dos conflitos estabelecidos durante a peça. A 
literatura contemporânea brasileira oferece com certa frequência esse conflito instaurado entre 
os homens, quando se defrontam com os cânones religioso culturais. 
O Barroco apresenta algumas críticas em relação a Igreja católica, gerando assim conflitos, além de 
que no humanismo está presente o antropocentrismo, ou seja, as críticas contra a igreja começaram 
a aparecer fortemente. Portando, esses períodos fazem ligação direta com o trecho apresentado, mas 
apresentavam diferenças entre si, como por exemplo o humanismo (tempo em que se passa o trecho) 
era visto com sensualidade e no barroco feísmo. 
 
 
 
 
 
11)Mais uma vez Gil Vicente faz com que rituais religiosos praticados de modo mecânico e vicioso 
sejam condenados. Retire do texto 4 exemplos dessa condenação. 
Começa pelo fala do Sapateiro: "Como poderá isso ser./confessado e comungado?”, ao que 
responde o Diabo: "Tu morreste excomungado". 
 Novamente o sapateiro continha com a ideia de ir para o e fala ao Diabo “Quantas missas eu ouvi,' 
não me hão elas de prestar?". Ao que responde o Diabo: "Ouvir missa, então roubar. /é caminho 
para aqui.' 
 O Sapateiro não desiste: "E as ofertas, que darão? /E as horas dos finados?". E o Diabo: -E os 
dinheiros mal levados, /que foi da satisfação? - 
 
 
 
12)Elabore uma breve comparação, por semelhança e diferença, entre os escritores Gregório de 
Matos e Gil Vicente. 
Diferenças: Gregório de Matos, fez parte do barroco já Gil Vicente Participou do Humanismo; 
nasceram no Brasil e em Portugal respectivamente. 
Um foi advogado já outro artistas e etc. 
Gil Vicente usava termos técnicos de ourivesaria nas suas obras; Gregório de Matos: fonte satírica, 
com isso, não perdoava o governo. Já Matos, as classes sociais. 
 
Semelhança: Poetas de renome, os dois influenciaram seus poemas em Portugal, com o ouso 
fortemente da religião 
 
 
13)O Diabo chama o Onzeneiro de “meu parente”. Qual é o motivo da familiaridade? 
Porque a atividade praticada pelo Onzeneiro, é considerada pecaminosa, com isso, reflete ao Diabo 
com intenções malignas. 
 
 
 
14)É comum nas alegorias uma série de símbolos que alimentam a imagem da personagem. Qual foi 
o acessório que Gil Vicente destinou ao Onzeneiro? 
O acessório, escolhido por Gil Vicente para representar o Onzeneiro, foi uma grande Bolsa, 
representando a ganância por emprestar dinheiro a juros, com a finalidade de sempre ter mais. 
 
 
 
15) A música popular brasileira destaca-se pelo olhar social e pela denúncia de certas injustiças promovidas 
pela desigualdade econômica. Levando em consideração o ambiente de julgamento moral da obra de Gil 
Vicente, qual seria a característica humana condenada em algumas musicalidades brasileiras? Comprove 
sua resposta com uma música que relacione este olhar de denúncia social. 
A característica em questão é a ganância que leva o homem à corrupção, a desrespeitar as leis e tirar 
proveito dos outros, como é exposto nos trechos da música "Que país é este", da Legião Urbana: "Nas 
favelas, no Senado. Sujeira para todo o lado. Ninguém respeita a Constituição" e "Na morte eu 
descanso. Mas o sangue anda solto. Manchando os papéis, documentos fiéis. Ao descaso do patrão". 
 
 
 
16) Discuta reflexivamente a obra de Gil Vicente, comparando-a ao conto Machadiano “A IGREJA 
DO DIABO” 
A obra “O Auto da Barca do Inferno”, do português Gil Vicente, deixou claro a visão do autor sobre 
as atitudes de seus contemporâneos, além disso, exibiu uma perspectiva sobre as vontades do ser 
humano. Por outro lado, o renomado escritor Machado de Assis, em seu conto “A Igreja do Diabo”, 
realiza uma crítica atemporal sobre a essência do homem. 
 
 Em primeiro plano, é preciso compreender que ambas as narrativas têm como palco uma temática 
religiosa, entre o sagrado e profano. As duas possuem figuras alegóricas, isto é, Deus, o Diabo, Anjos. 
Ademais, elas têm como princípio as contradições humanas, no enredo do dramaturgo isso é evidente 
quando, por exemplo, o fidalgo em primeira instância afirma orar e rezar a Deus, mas por fim acaba 
por confirmar que teve dúvida sobre a existência de seres divinos. 
 Paralelo a isso, o conto machadiano traz uma cena em que os seres humanos largam a igreja de Deus, 
onde devem praticar boas ações e, por isso, estão insatisfeitos. Nesse sentido, vão para a igreja do 
Diabo, um lugar cuja regra é não ter boas atitudes, o que agrada os novos fiéis por um tempo, mas 
acabam infelizes e optam por “pecar”, ou seja, fazer boas ações. 
 Dessa forma, é perceptível como esses trabalhos, de Gil Vicente e Machado de Assis, são semelhantes 
e o porquê de serem sinônimos de excelência até a contemporaneidade. 
 
 
 
 
 
 
 
17) Reflita o excerto a seguir: Mesmo sendo claro o discurso religioso, fala-se muito 
frequentemente no sacrifício, nos livros sagrados. Isso porque o ser humano teria desenvolvido 
características que contrariam os princípios morais da conduta prevista por Deus. Tais 
características seriam responsáveis por desvirtuar os homens e desenvolver neles o desejo em 
variadas formas. O sacrifício geralmente está em negar os desejos estimulados por tentações. A 
Bíblia fixou essa complexa situação no diálogo entre uma serpente e os primeiros habitantes do 
Paraíso, no episódio conhecido por “A origem do mal”, no Gênesis, um dos livros do Pentateuco. 
As personagens do Auto da barca do inferno só após os debates com o Diabo e com o Anjo se dão 
conta de seus atos e, então, resignam-se. Quando entram em cena, trazem a certeza de terem 
desenvolvido uma vida regular. É o julgamento moral que as leva (e aos leitores/espectadores) a 
concluir o contrário. No conto A Igreja do Diabo, Machado de Assis registrou a contradição 
humana entre o olhar e a ação, na conhecida metáfora das franjas. 
As obras “O Auto da Barca do Inferno” e “A Igreja do Diabo” presentesno excerto acima, evidenciam 
um dos maiores erros da humanidade. Sob tal ótica, está a ideia de que os a satisfação, prazer e 
felicidade não valores não contemplados em uma vida virtuosa. Nessa perspectiva, os homens 
carregam a cruz e os espinhos uma vez que sofrem com a ideia de serem punidos por aquilo que estão 
fazendo e iludem a si próprios por acharem que o caminho de vícios, mentiras e demasio levam a 
realização do ser. Nesse sentido, o filósofo helenista Epicuro de Samos afirma que o caminho para a 
felicidade não está no excesso ou impuro, e sim no simples e justo, como ter uma boa conversa com 
um amigo. Portanto, a partir de uma análise minuciosa, constata-se que a tese supracitada é 
comprovada no fim dos enredos de “O Auto da Barca do Inferno” e “A Igreja do Diabo” visto que o 
ser humano segue para o sofrimento após der uma vida desvirtuosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sempre é morto quem do arado há-de viver. 
Gil Vicente 
https://www.pensador.com/autor/gil_vicente/

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