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PROCESSO DO TRABALHO EM SERVIÇO SOCIAL 2

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PROCESSO DO TRABALHO EM SERVIÇO SOCIAL 2 -2020
AULA 1
DEMANDAS PROFISSIONAIS NOS NOVOS CENARIOS DE INTERVENÇÃO
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Fornecer elementos teóricos para a compreensão da categoria trabalho na sociedade atual;
2. Identificar as especificidades do Serviço Social frente às mudanças no mundo do trabalho;
3. Reconhecer os desafios impostos ao Serviço Social na nova configuração do mundo do trabalho.
Introdução
Com base no conteúdo estudado na disciplina de Processo de Trabalho I, nesta aula abordaremos as reestruturações no mundo do trabalho e um conjunto de intervenções sócio-institucionais que repercutem no Serviço Social. Trata-se de uma reflexão introdutória sobre aspectos relacionados ao trabalho profissional que serão aprofundados nas próximas aulas através da temática “Processos de Trabalho e Serviço Social”. As alterações no mundo do trabalho que trazem à tona o debate que contempla as abordagens teóricas da tradição marxista. Como pensar a categorização do trabalho proposto por Marx diante das novas reconfigurações do trabalho? As inovações científicas e tecnológicas adentram no universo conceitual com implicações próprias à análise do processo de trabalho no contexto da experiência histórica do século XX. Autores influentes fomentam a reflexão da categoria trabalho no contraponto com as vertentes clássicas, em especial com a abordagem marxista. Indica-se uma suposta incapacidade dessa vertente em legitimar a análise das mudanças significativas observadas na esfera do trabalho atualmente. Em outro extremo, defende-se que essas críticas são superficiais e ocultam o caráter ontológico, de totalidade e historicidade presente na obra de Marx.
Com base no conteúdo estudado na disciplina de Processo de Trabalho I, nesta  aula abordaremos as reestruturações no mundo do trabalho e um conjunto de intervenções socioinstitucionais que repercutem no Serviço Social. Trata-se de uma reflexão introdutória sobre aspectos relacionados aos trabalho profissional que serão aprofundados nas próximas aulas através da temáticas “Processos de Trabalho e Serviço Social”.
As alterações no mundo do trabalho que trazem à tona o debate que contempla as abordagens teóricas da tradição marxista.  
 Como pensar a categorização do trabalho proposto por Marx diante das novas reconfigurações que o trabalho?
As inovações científicas e tecnológicas adentram no universo conceitual com implicações próprias à análise do processo de trabalho no contexto da experiência histórica do século XX. Autores influentes fomentam a reflexão da categoria trabalho no contraponto com as vertentes clássicas, em especial com a abordagem marxista. 
Indica-se uma suposta incapacidade dessa vertente em legitimar a analise das mudanças significativas observadas na esfera do trabalho atualmente. Em outro extremo, defende-se que essas críticas são superficiais e ocultam o caráter ontológico, de totalidade e historicidade presente na obra de Marx.
Cotidiano do trabalho e identidade individual do profissional
Vamos iniciar com uma reflexão em torno das seguintes questões:
Como o cotidiano do trabalho se apresenta na vida dos indivíduos? 
Como a identidade individual se confunde com a própria identidade profissional?
O que podemos observar é que o trabalho assume um eixo importante na determinação social dos indivíduos. O universo de trabalho vem sofrendo modificações ao longo do tempo. Essas mudanças não afetam apenas a organização do trabalho, mas a própria concepção cultural do lugar do indivíduo determinado pela ocupação profissional. Podemos pensar em como as gerações anteriores se legitimavam como pertencente de um grupo a partir do trabalho desenvolvido.  
No debate sobre a categoria do trabalho sinalizamos o paradigma clássico marxista. Com a emergência da sociedade burguesa, o trabalho se apresenta como categoria central nas abordagens marxistas, diferenciado do trabalho centrado na esfera doméstica. Tal categoria emerge como organizadora não apenas das relações de trabalho, mas da própria dinâmica da organização social.
As implicações da categoria do trabalho
Na década de 80 autores clássicos iniciaram a discussão sobre questionamentos sobre as implicações da categoria do trabalho. OFFE com a “Crise da Sociedade do Trabalho” e ANTUNES com o “Adeus ao Trabalho” elaboram reflexões que refletem diretamente na categoria teórica central do paradigma marxista. Destacando a importância de repensar tal categoria afirmando que a mesma estaria em crise e chamando atenção para os aspectos abaixo relacionados:
Incapacidade de absorção da mão-de-obra disponível;
Crescente taxa de desemprego;
Avanço científico e tecnológico;
Redução da demanda de trabalho vivo;
Progressiva diferenciação das formas de trabalho remunerado;
Afirmação do capitalismo monopolista.
Nesse eixo, Iamamoto destaca que a questão não desqualifica a centralidade do trabalho, mas redireciona-o para outro viés com conflitos específicos para a classe trabalhadora.
“... ainda que o trabalho assalariado formal na indústria se reduza com as alterações na divisão social do trabalho, o trabalhador passa a viver em duplo e radical tormento: seu um trabalhador livre que depende do trabalho para se reproduzir e não encontrar oportunidade de trocar sua força de trabalho por meios de vida, seja via relação típica salarial ou formas de venda de seus serviços, que fogem aos critérios da lucratividade porquanto voltadas para a reprodução dos meios de vida.
A radicalidade do dilema é que atualiza-se a condição de trabalhador livre, despossuído, sem que se atualizem as possibilidade de transformar-se em trabalhador assalariado.” (IAMAMOTO, 2001: 87)
MAIS:
1 No fluxo do debate destaca-se que o trabalho ainda se apresenta como condição essencial de sobrevivência da maioria da população. Ainda que a mão de obra não seja absorvida pelos critérios clássicos e se reconfigure de formas diversas, o indivíduo na sociedade burguesa atual necessita do trabalho para legitimar sua condição social. O trabalho, como você já teve oportunidade de estudar em outras aulas, se configura como fundamento da prática social, ou seja, a condição do intercâmbio entre o homem e a natureza, através do qual o indivíduo social realiza seus próprios fins. Retratando, assim, o duplo e radical tormento indicado pela autora: X “A radicalidade do dilema é que atualiza-se a condição de trabalhador livre, despossuído, sem que se atualizem as possibilidades de transformar-se em trabalhador assalariado.O sofrimento derivado do trabalho alienado ou a falta de trabalho continua polarizando as vidas da maioria absoluta dos cidadãos na sociedade contemporânea. Tal afirmativa não implica secundarização das mudanças observadas nas feições e formas assumidas pelo perfil do trabalho social, ou seja, de suas metamorfoses (Iamamoto, 1999, p. 88)”. Segundo OFFE (1984 , p.20), acumulam-se indícios de que o “trabalho remunerado formal perdeu sua qualidade subjetiva de centro organizador das atividades humanas, da auto – estima e das referências sociais, assim como das orientações morais”. Além deste aspecto, como destaca Iamamoto, (1999, p. 87): “Ao mesmo tempo em que se restringem as oportunidades de trabalho, o acesso de trabalho continua senso uma condição preliminar de sobrevivência da maioria da população, alijada de outras formas de propriedade que não seja sua capacidade de trabalho”. O indivíduo como trabalhador livre e dependente do trabalho Falta de oportunidade de troca da força de trabalho. 2 A autora sublinha que nos locais de trabalho observa-se: Crescimento da demanda por serviços sociais; Aumento da seletividade no âmbito das políticas sociais; Diminuição dos recursos, dos salários; Critérios cada vez mais restritivos de acesso aos direitos sociais. As mudanças na esfera do trabalho apresentam impacto direto sobre as diferentes categorias profissionais. Diante dessa assertiva, como pensar a atuação do assistente social? A inserção do assistente social no interior da divisão sócio- técnica do trabalho sofreos rebatimentos dos elementos constitutivos do mundo do trabalho na atual sociedade capitalista. Esses elementos redefinem papéis, demandas e funções para as diversas categorias profissionais, entre elas, o próprio Serviço Social. Marilda Iamamoto se apresenta como principal interlocutora da presente temática sinalizando que: “Um dos veios analíticos, inaugurado na década de 1980, considera o Serviço Social como uma especialização do trabalho coletivo, dentro da divisão social e técnica do trabalho, partícipe do processo de produção e reprodução das relações sociais. A profissãosó pode afirmar-se como prática institucionalizada e legitimada na sociedade ao responder a necessidades sociais derivadas da prática histórica das classes sociais na produção e reprodução dos meios de vida e de trabalho de forma socialmente determinada (IAMAMOTO, 2001, p. 83)”. 
O serviço social e o mundo do trabalho
As transformações no mundo do trabalho têm provocado um amplo processo de precarização das condições e relações de trabalho. Essas grandes reestruturações no mundo do trabalho vêm requerendo um conjunto de intervenções socioinstitucionais que repercutem no Serviço Social.
O processo de reestruturação produtiva traz novas requisições para o exercício profissional do assistente social. Neste contexto, o Serviço Social se defronta com novas demandas profissionais, como:
Ampliação de atividades no setor informal, tratadas como alternativas ao desemprego ou complementação de renda.
Programa de formação de mão-de-obra, qualificação e requalificação profissional.
A racionalização do trabalho.
A inserção do assistente social na dinâmica institucional concreta implica numa nova leitura dos instrumentos profissionais necessários. Tal necessidade se aplica a incorporação do trabalho como parte estratégica de enfrentamento das expressões da questão social. Assim, os instrumentos não se configuram como conjunto de recursos operacionais, mas aportes teórico-metodológicos do profissional frente a lógica do trabalho institucional.
MAIS:
1 Nesse sentido, Iamamoto (1999, p.20) apresenta alguns pressupostos para a análise do serviço social diante das transformações sócio- históricas da sociedade atual: “Para garantir uma sintonia do Serviço Social com os tempos atuais, é necessário romper com uma visão endógena, focalista, uma visão de dentro do Serviço Social, prisioneira em seus muros internos. Alargar os horizontes, olhar para mais longe, para o movimento das classes sociais e do estado em suas relações com a sociedade; não para perder ou diluir as particularidades profissionais, mas ao contrário, para iluminá-lascom maior nitidez. Extrapolar o serviço Social para melhor apreendê-lo na história da sociedade da qual ele é parte e expressão. É precisa sair as redoma de vidro que aprisiona os assistentes socais numa visão de dentro e para dentro do Serviço Social, como pré condição para que se possa captar as novas mediações e requalificar o fazer profissional, identificando suas particularidades e descobrir alternativas de ação” . “Um dos maiores desafio que o assistente social enfrenta hoje é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalhos criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir das demandas emergentes no cotidiano, ser um profissional propositivo e não executivo”. Entender a profissão como um tipo de trabalho na sociedade – inscrita na divisão social do trabalho. O Serviço Social se torna profissão ao atribuir uma base técnico-científicaàs atividades de ajuda e filantropia. Institucionalização do Serviço Social - Estado se “amplia”(Gramsci) - questão passa a ser tratada não mais pela coerção, mas pelo consenso na sociedade - 2 demanda para a profissão ideologia da outorga de Getúlio, obras sócios - assistenciais). Evitar atitudesfatalistas e o messianismo profissional. Compreender o assistente social como um profissional propositivo e não só executor que participa da produção/ reprodução da vida social. Tratar o Serviço Social como trabalho - supõe privilegiar a produção e a reprodução da vida social, como determinantes na constituição da materialidade e da subjetividade das “classes que vivem do trabalho. A atenção volta-se para produção e reprodução da vida social e material (dimensão econômicae formas de consciência, através das quais se apreende a vida social). Analisar o Serviço Social como uma profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho coletivo da sociedade. Considerando esses apontamentos, o Serviço Social se configura como trabalho especializado inscrito no processo de produção e reprodução da riqueza social. Como categoria profissional, segundo a autora, se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, tendo como pano de fundo o desenvolvimento do capitalismo industrial e a expansão urbana.
As mudanças no mercado profissional
O desenvolvimento profissional do Serviço Social e a expansão do mercado de trabalho ocorrem no marco do padrão taylorista / fordista ( produção em série) e da regulação keynesiana da economia (ampliação do Estado no campo das políticas públicas, salários indiretos - Welfare State, o Estado de Bem Estar Social. A partir dos anos 80 observa-se uma busca de flexibilidade no processo de trabalho. O projeto neoliberal  surge como resposta ao estado de Bem Estar Social.
Em meio a este cenário, podemos observar:
· Uma ampla prevalência do capital financeiro – “financeirização da economia”.
· O desemprego, flexibilização do trabalho, terceirização, políticas de ajustes, cortes nos gastos sociais.
· “Satinização” do Estado X “Santificação” da iniciativa privada, do mercado.
· A constituição de novas formas de produção através das quais a produção não é  necessariamente em série, como no Fordismo, o que você já estudou na disciplina de Acumulação Capitalista e Questão Social -  o “Toyotismo ou Modelo Japonês”.
· O trabalhador deixa de ser especializado e tem que exercer várias tarefas.
· Mudanças no mercado profissional de trabalho e perfil do assistente social. 
· Retração do Estado - refilantropização – grandes corporações econômicas passam a intervir nas questões sociais (Fundação Bradesco) - Solidariedade Social (Estado e Sociedade Civil).
Em meio a este cenário, podemos observar:
· Organizações Não Governamentais – ONGs. 
· Serviço Social nas Empresas – área da assistência e recursos humanos – na esfera da assessoria gerencial - criação de comportamentos produtivos favoráveis para a força do trabalho – “o clima social .
· Ampliam-se demanda nos programas de Qualidade Total e CCQs (Círculos de Controle de Qualidade).
· Serviço Social de Empresa: o discurso da qualidade, da cooperação / da parceria / da valorização do trabalhador / do chamamento a participação / adesão do trabalhador as metas empresariais de produtividade. 
O serviço social e prática profissional
Ao pensarmos nesse binômio devemos ter o cuidado de não restringirmos todo o exercício profissional, inscrito no processo de trabalho, ao entendimento de prática profissional como tarefas do assistente social.
Como bem nos apresenta Iamamoto, a prática se constitui em dos elementos constitutivos do processo de trabalho, assim como os meios de trabalho, objeto de intervenção.
A análise mais ampla do exercício profissional, enquanto processo de trabalho, necessita considerar os condicionamentos internos (como a competência profissional) e os externos, que não dependem exclusivamente do assistente social.
1 Compreendendo a atuação do Serviço Social como processo de trabalho, Iamamoto indica que o assistente social vende capacidade de trabalho e afirma-se socialmente como trabalhador assalariado. Além disso, apresenta relativa autonomia implícita na especialização de seu trabalho, que tem como instrumento básico a linguagem. O assistente social atua no campo político-ideológico na função de controle e reprodução social. Para finalizar, nos remetemos a seguinte reflexão do professor Ney Luiz Teixeira de Almeida: Oque afinal, o debate travado no Serviço Social sobre processos de trabalho pode trazer em termos de contribuição para compreensão e enfrentamentos dos grandes desafios encontrados no cotidiano profissional? - Fornece recursos para a compreensão da relação entre o fazer profissional e as condições em que se realizam este fazer, tomando o trabalho e as condições em que se realiza como uma unidade que envolve elementos simples, tratados frequentemente de forma separada. Almeida chama atenção que é a partir desta compreensão que o assistente social pode conseguir elucidar as seguintes questões: - O que faz o assistente social? - Como estão organizados esses processos de trabalho do Serviço Social? -Qual a autonomia que os assistentes possuem na condução de seu trabalho? - Como vêm sendo demarcado os seus objetos? - Quais os produtos de seus trabalhos? - Como os elementos do trabalho profissional se relacionam às transformações do trabalho, no âmbito do estado e da Sociedade Civil. Segundo o autor, estes questionamentos encerram algumas questões importantes para os assistentes sociais como: a necessidade de pensar os rebatimentos das 2 mudanças no mundo do trabalho não exclusivamente sobre as condições de produção e reprodução da população, mas também, e , sobretudo, sobre a sua própria condição de trabalhador.
Para essa aula, sugerimos que leia:
 ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metarmofoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo, Cortez/ Unicamp, 1985.
 BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
 IAMAMOTO, Marilda Vivela. Serviço social em tempo de capital fetiche - capital financeiro trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.
 Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
 OFFE, C. Trabalho e sociedade. Problemas estruturais e perspectivas para o futuro da sociedade do trabalho. V.1. A crise. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1989.
Nesta aula, você:
· Forneceu elementos teóricos para a compreensão da categoria trabalho na sociedade atual;
· Identificou as especificidades do Serviço Social frente às mudanças no mundo do trabalho;
· Reconheceu os desafios impostos ao Serviço Social na nova configuração do mundo do trabalho.
Aula 1 PPT – Demandas Profissionais nos novos cenários de
Intervenção
Conteúdo Programático desta aula
Principais desafios postos ao
Serviço Social na atual
conjuntura;
Fatores determinantes do Serviço
Social na sociedade atual;
Compreensão da Categoria
Trabalho na sociedade atual. 
Como pensar a Categoria Trabalho num contexto de
Reestruturação ?
A organização Capitalista em tempos de Reestruturação
Produtiva:
A partir da reestruturação produtiva, da automação, da
flexibilização administrativa e da desverticalização da esfera
produtiva, as empresas buscavam o propósito de alcançar
maior competitividade no mercado.
As grandes corporações empresariais através de
incentivos à produtividade, e dos programas
participativos, buscam o envolvimento do
trabalhador com objetivos e metas da organização
estabelecendo, assim, o controle da força de
trabalho.
As grandes corporações empresariais através de
incentivos à produtividade, e dos programas
participativos, buscam o envolvimento do
trabalhador com objetivos e metas da organização
estabelecendo, assim, o controle da força de
trabalho.
“... ainda que o trabalho assalariado formal na indústria se
reduza com as alterações na divisão social do trabalho, o
trabalhador passa a viver em duplo e radical tormento: seu
um trabalhador livre que depende do trabalho para se
reproduzir e não encontrar oportunidade de trocar sua força
de trabalho por meios de vida, seja via relação típica salarial
ou formas de venda de seus serviços, que fogem aos critérios
da lucratividade porquanto voltadas para a reprodução dos
meios de vida. A radicalidade do dilema é que atualiza-se a
condição de trabalhador livre, despossuído, sem que se
atualizem as possibilidade de transformar-se em trabalhador
assalariado.” (IAMAMOTO, 2001: 87)
As grandes corporações empresariais através
de incentivos à produtividade, e dos programas
participativos, buscam o envolvimento do
trabalhador com objetivos e metas da
organização estabelecendo, assim, o controle
da força de trabalho
A reprodução material dessa força de trabalho opera
através das políticas de benefícios oferecidas pelas
empresas, e reguladas pelo Estado, que passam a
se relacionar com a natureza do contrato de
trabalho e com o desempenho individual/grupal dos
trabalhadores, atingindo a esfera dos direitos
sociais.
A inserção do assistente social no interior da divisão sócio-
técnica do trabalho sofre os rebatimentos dos elementos
constitutivos do mundo do trabalho na atual sociedade
capitalista. Esses elementos redefinem papéis, demandas e
funções para as diversas categorias profissionais, entre elas, o
próprio Serviço Social
A inserção do assistente social na dinâmica institucional
concreta implica numa nova leitura dos instrumentos
profissionais necessários. Tal necessidade se aplica a
incorporação do trabalho como parte estratégica de
enfrentamento das expressões da questão social. Assim, os
instrumentos não se configuram como conjunto de recursos
operacionais, mas aportes teórico- metodológicos do
profissional frente a lógica do trabalho institucional.
“Um dos maiores desafio que o assistente social enfrenta hoje
é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e
construir propostas de trabalhos criativas e capazes de
preservar e efetivar direitos, a partir das demandas
emergentes no cotidiano, ser um profissional propositivo e
não executivo”.
Sendo a Questão Social o elemento que deu
concretude à profissão, passível de transformação no
movimento dialético da sociedade.
O desafio é fazer o caminho inverso: do real à teoria
visando uma compreensão mais aprofundada dos
fenômenos sociais na sua multifaceta Produzida historicamente na totalidade social.
PROCESSO DO TRABALHO EM SERVIÇO SOCIAL 2 
AULA 2
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar os aspectos constitutivos do processo de trabalho do Serviço Social na sociedade capitalista.
2. Definir o significado social da profissão no processo de reprodução das relações sociais.
3. Caracterizar o mercado de trabalho e o perfil profissional na contemporaneidade.
Introdução
Esta aula compreende uma reflexão em torno do processo de trabalho do Serviço Social a partir do significado social que a profissão assume na sociedade capitalista. Para uma melhor análise desta questão do trabalho do assistente social na sociedade capitalista, é fundamental que você compreenda o conceito de “ reprodução social”. Para a tradição marxista, a “reprodução social” compreende o modo como são produzidas e reproduzidas as relações sociais. Nesta perspectiva, a “reprodução das relações é entendida como reprodução da totalidade da vida social o que engloba não apenas a reprodução da vida material e do modo de produção, mas também a reprodução espiritual da sociedade e das formas de consciência social através das quais o homem se posiciona na vida social. Dessa forma, a reprodução de determinado modo de vida, do cotidiano, de valores, de práticas culturais e políticas e do modo como se produzem as ideias nessa sociedade. Ideias que se expressam em práticas sociais, políticas, culturais e padrões de comportamento e que acabam por permear toda a trama de relações da sociedade (Yasbeck,1999, p.89)” . Acrescenta a autora: o assistente social em seu cotidiano profissional se depara tanto com o processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto com as respostas às necessidades de sobrevivência dos que vivem do trabalho. Não trata de uma dicotomia, mas de condições objetivas existentes na sociedade. Tratar o Serviço Social como trabalho supõe privilegiar a produção e a reprodução da vida social como determinantes na constituição da materialidade e da subjetividade das “classes que vivem do trabalho ”. Este veio analíticotem início na década de 80, com a publicação do livro de Marilda Vilela Iamamoto em coautoria com Raul de Carvalho, Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. A atenção volta-se para a produção e a reprodução da vida social e material (dimensão econômica e formas de consciência, através das quais se apreende a vida social). Não podemos compreender o que é Serviço Social através dos aspectos inerentes apenas à profissão. Em seu livro Serviço Social na Contemporaneidade, Iamamoto (1998, p.20) indica como um dos pressupostos para a prática profissional: “a ruptura como uma visão endógena da profissão, prisioneira em seus muros internos”. A autora ressalta que a prática profissional não deve ser considerada isoladamente, em si mesma, mas em seus condicionantes, sejam eles “internos” ou “externos”, determinados pelas circunstâncias sociais nas quais se realiza a prática do assistente social.
O SIGNIFICADO DA PRATICA PROFISSIONAL NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Esta aula compreende uma reflexão em torno do processo de trabalho do Serviço Social a partir do significado social que a profissão assume na sociedade capitalista. Para uma melhor análise desta questão do trabalho do assistente social na sociedade capitalista é fundamental que você compreenda o conceito de “reprodução social”.
MAIS:
1 Para a tradição marxista, a “reprodução social” compreende o modo como são produzidas e reproduzidas as relações sociais. Nesta perspectiva, a “reprodução das relações é entendida como reprodução da totalidade da vida social o que engloba não apenas a reprodução da vida material e do modo de produção, mas também a reprodução espiritual da sociedade e das formas de consciência social através das quais o homem se posiciona na vida social. Dessa forma, a reprodução de determinado modo de vida, do cotidiano, de valores, de prática culturais e políticas e do modo como se produzem as ideias nessa sociedade. Ideias que se expressam em práticas sociais, políticas, culturais e padrões de comportamento e que acabam por permear toda a trama de relações da sociedade (Yasbeck,1999, p.89)” . Acrescenta a autora: O assistente social em seu cotidiano profissional se depara tanto do processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto das respostas às necessidades de sobrevivência dos que vivem do trabalho. Não trata de uma dicotomia, mas de condições objetivas existentes na sociedade. Tratar o Serviço Social como trabalho supõe privilegiar a produção e a reprodução da vida social, como determinantes na constituição da materialidade e da subjetividade das “classes que vivem do trabalho. Este veio analítico tem início na década de 80 , com a publicação do livro de Marilda Vilela Iamamoto em co – autoria com Raul de Carvalho, Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. A atenção volta-se para produção e reprodução da vida social e material (dimensão econômica e formas de consciência, através das quais se apreende a vida social) Não podemos compreender o que é Serviço Social através dos aspectos inerentes apenas à profissão. Em seu livro Serviço Social na Contemporaneidade, Iamamoto (1998, p.20) indica como um dos pressupostos para a prática profissional: “a ruptura como uma visão endógena da profissão, prisioneira em seus muros internos”. A autora 2 ressalta que a prática profissional não deve ser considerada isoladamente, em si mesma, mas em seus condicionantes sejam ele “internos” ou “externos”, determinados pelas circunstâncias sociais nas quais se realiza a prática do assistente social. O Serviço Social deve ser situado como uma especialização do trabalho coletivo, inscrito na divisão social e técnica do trabalho. Analisar o Serviço Social nesta perspectiva permite, em primeiro lugar, apreender as implicações políticas do exercício profissional que se desenvolve no contexto das relações entre as classes, ou seja, compreender que a prática profissional do Serviço Social é polarizada pelos interesses de classes em relação, não podendo ser pensada fora dessa trama. Permite também apreender as dimensões objetivas e subjetivas do trabalho do assistente social ( Yasbeck, 1999, p.91). Determinações objetivas – determinante sócio –históricos do exercício profissional em diferentes conjunturas. Determinações subjetivas – a forma como o assistente social incorpora em sua consciência o significado de seu trabalho e a direção social que imprime ao seu fazer profissional. Como você já teve oportunidade de estudar em outras disciplinas, em sua gênese o Serviço Social recebe a forte influência do pensamento social da Igreja Católica, o que se fez presente também nas primeiras escolas de formação profissional. O Serviço Social se torna profissão ao atribuir uma base técnico-científica às atividades de ajuda e filantropia. O tema do trabalho na contemporaneidade, incorpora a perspectiva dos anos 80, mas avança na relação entre Serviço Social e processos de trabalho. “Expressa, como destaca Iamamoto (1998, p.10) “A transição para outro foco da chamada prática profissional, consubstanciado na análise de exercício profissional inscrito no âmbito de processos e relações de trabalho. O esforço é, pois, o de construir 3 para uma releitura do exercício profissional, que permita ampliar a autoconsciência dos assistentes sociais quanto às condições e relações de trabalho em que estão envoltos. Estas sendo mutáveis, já que históricas, estabelecem limites e possibilidades para as ações dos sujeitos, que vão esculpindo forma e conteúdo na realização da profissão”.
 dimensão histórica da prática profissional
A prática profissional só é desvendada a partir da inserção na sociedade, visto que o Serviço Social se afirma como instituição peculiar na e a partir da divisão do trabalho. É necessário, assim efetuar um esforço do significado social da profissão na sociedade capitalista. Trata-se, portanto, de compreender a prática profissional em sua dimensão histórica, como uma prática em processo, em constante renovação, fato este derivado, fundamentalmente, das modificações verificadas.
A inserção do Serviço Social na divisão do trabalho resulta de todo um processo histórico e, depende fundamentalmente, do grau de maturação e das formas assumidas pelos embates das classes sociais subalternas no bloco do poder no enfrentamento da “questão social” do capitalismo monopolista. Dependem, ainda, do caráter das políticas do estado, que articuladas ao contexto internacional, vão atribuindo especificidades á configuração do Serviço Social na divisão social do trabalho ( Iamamoto, 1992, p.87).
O Serviço Social alcança maior legitimidade mediante a sua funcionalidade que assume frente ao conjunto de legislações, programas e ações voltada para a imagem de Getulio Vargas como “pai dos pobres”. O reconhecimento do Serviço Social enquanto profissão reconhecida na divisão social do trabalho, está vinculado a criação das grandes instituições assistenciais, estatais, especialmente na década de 40. Neste período, o Serviço Social deixa de ser um mecanismo de distribuição de caridade privada das classes dominantes para se transformar em uma das engrenagens da execução das políticas sociais do estado e Setores empresariais, que se tornam seus maiores empregadores.
A institucionalização do Serviço Social se dá em meio ao que Gramsci denominou como Estado Ampliado, através do qual as questões sociais passam a ser tratadas não mais pela coerção, mas pelo consenso na sociedade.
RESUMO
Pretende-se reler o problema do Estado no pensamento de Gramsci, analisado em seu tempo de forma já clássica por Massimo Salvadori e Christine Buci-Gluksmann, na convicção de que, na realidade, o perfeito alinhamento de Gramsci à tradição marxista da "extinção" do Estado, sustentado quase unanimemente pela crítica gramsciana contemporânea, deva ser reavaliado e até mesmo revogado. A exegese do texto de Gramsci será também levada avante valendo-se de instrumentos de análise lexical, destacando a presença, nos Quaderni del carcere, da expressão "vida estatal", da qual Gramsci faz amplo uso.Dessa expressão, podem decorrer elementos esclarecedores da concepção gramsciana de Estado, úteis para uma reconsideração da complexa reflexão sobre o problema "histórico" da democracia, com seu difícil equilíbrio entre crítica, renovação e exclusão das formas tradicionais da democracia moderna.
Este período caracterizou-se por um aprofundamento do modelo corporativista do Estado e por uma política voltada para a industrialização.
"O Estado Novo vai buscar na classe operária um elemento adicional de sua legitimação, através de uma política de massas, ao mesmo tempo que procura reprimir o componente autônomo dos movimentos reivindicatórios do proletariado, que foge aos canis institucionais criados para absorvê-los na estrutura corporativista. Assim a manutenção da estrutura corporativista no enquadramento das novas forças sociais exige a articulação da repressão e da dinamização controlada de seus movimentos, já que se o Estado não e pode permitir a mobilização e a organização autônomas do proletariado, não pode também aceitar o esvaziamento dos canais institucionais criados para absorver e esvaziar tais movimentos". (Iamomoto,1998, p. 91)
Regulamentação do mercado de trabalho
A regulamentação do mercado de trabalho pelo estado não se restringe a política salarial e sindical, mas se efetiva também através das organizações representativas das classes produtoras. São criados neste momento:
· O Conselho Nacional de Serviço Social
· A Legião Brasileira de Assistência
· A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE LBA cuja presença de Darcy Vargas revelava ainda a presença das primeiras damas nos rumos da assistência pública.
· SENAI
· SESC
“Se, nos seus primórdios a fonte de legitimação do assistente social decorria de sua origem de classe e do seu caráter missionário, como meio de fazer face aos imperativos da justiça e da caridade, quando ocorre a profissionalização do apostolado social este não se choca com o crescente aproveitamento e cooptação profissional pelo Estado e pelo empresariado”. (Iamamoto,1999, p.93)
O significado dos serviços sociais
Você já sabe ou parou para pensar sobre o que o assistente social produz?
Produz serviços sociais. O profissional é um mediador entre os usuários e as instituições, ou melhor, é contratado por uma instituição para atender as demandas dos usuários.
O significado dos serviços sociais
O significado dos serviços sociais na sociedade moderna está estreitamente ligado à noção de cidadania. Com a expansão da economia mercantil e a necessária afirmação da liberdade individual, como condição de funcionamento da nova organização da sociedade. Adquire forma a noção de igualdade de todos os homens perante a lei, direitos e deveres derivados de sua condição de participantes integrais da sociedade, Isto é de cidadãos.
O desenvolvimento profissional do Serviço social e a expansão do mercado de trabalho ocorrem no marco do padrão taylorista / fordista (produção em série) e da regulação keynesiana da economia (ampliação do Estado no campo das políticas públicas, salários indiretos - Welfare State, o Estado de Bem Estar Social.
A luta pelos direitos sociais é perpassada pela luta contra o estigmas do assistencialismo. O Estado passa a assumir progressivamente os encargos sociais em face da sociedade, respondendo as lutas das classes operárias, quando esta marca presença no cenário político.
As instituições assistenciais apropriam-se de uma série de reivindicações do proletariado na luta por melhores condições de vida.
MAIS:
1 O que significam os serviços sociais para o trabalhador e para aqueles que os controlam e o administram? Os serviços sociais assumem significados diferentes tanto para os usuários como para os setores que demandam o profissional que o implementa ( o assistente social) . Para os usuários – podem significar como uma complementação, mas necessários a sobrevivência, diante de salários lhes garante um vida digna. “ O Serviço Social é um trabalho especializado , expresso sob a forma de serviços, que tem produtos: interfere na reprodução sociopolítica ou ideo política dos indivíduos sociais. O assistente social é, neste sentido, um intelectual que contribuiu , junto com inúmeros outros protagonistas na criação de consensos na sociedade. Consenso em torno de interesses de classes fundamentais, sejam dominantes ou subalternas, contribuindo no reforço da hegemonia vigente ou criação de uma contra-hegemonia no cenário da vida socia ( iamaoto, 1999, p. 62)”. Do ponto de vista do capital - configuram-se como meios de socializar os custos de reprodução da força de trabalho.Os custos desses serviços passam a ser partilhado não só pelos capitalistas , mas também pelo próprio trabalhador, sendo subsidiado pelo Estado. Como destaca Iamamoto: “A filantropia é redefinida na perspectiva da classe capitalista: a ajuda passa a ser concebida como investimento” ( 1992 , p. 97). Nesse contexto, como você caracterizaria a prática profissional do assistente social? Sobre este questionamento, Iamamoto (1992) afirma que o assistente social dispõe de relativa autonomia no exercício de suas funções institucionais, o que se expressa numa relação singular de contato direto como usuário, em que o controle institucional não é total, 2 abrindo a possibilidade de redefinir os rumos da ação profissional , conforme a maneira pela qual ele interprete o seu papel profissional. Segundo a autora, o assistente social deve ter se configuram como uma profissional propositivo. Em que consiste ser uma profissional propositivo? Um profissional qualificado, que amplie e reforce sua capacidade crítica; não só que pensa, analisa , pesquisa e decifra a realidade. Um profissional criativo e inventivo, capaz de entender o tempo presente, os homens presentes, a vida presente, contribuindo também, para moldar os rumos de sua história. “ Um dos principais desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver a sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Em fim ser uma profissional propositivo e não só executivo. O assistente social tem sido historicamente um dos agentes profissionais que implementam políticas sociais , especialmente políticas públicas( Iamamoto, 1992, p. 20)”. Hoje o mercado demanda, um profissional afinado com análise do processos sociais, tanto em suas manifestações macroscópicas quanto em suas manifestações cotidianas. O assistente social deve buscar a construção de um novo perfil profissional que extrapole a sua tradição 3 , ou melhor , o estigma da execução. Além do trabalho na esfera da execução, a intervenção profissional também compreende formulação de políticas públicas e a gestão de políticas sociais. Responder a tais requerimentos exige “uma ruptura coma atividade burocrática e rotineira, que reduz o trabalho do assistente social a mero emprego, como se esse se limitasse ao cumprimento burocrático de horário, á realização de um leque de tarefas as mais diversas, ao cumprimento de atividades preestabelecidas. Já o exercício da profissão é mais do que isso.É uma ação de um sujeito que tem competência profissional para propor, para negociar com a instituição o seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais, requer pois, ir além das rotinas institucionais e buscar apreender o movimento da realidade para detectar tendências e possibilidades nela presentes passíveis de serem impulsionadas pelo profissional ( Iamamoto, 1998, p. 21)”. “As possibilidades estão dadas na realidade, mas não são automaticamente transformadas em alternativas profissionais: cabe aos profissional apropriarem-se dessas possibilidades e, como sujeitos, desenvolvê-las transformando-as em projetos e frentes de trabalho ( Iamamoto, 1998, p. 21)”.
Anos 80: mudanças no mercado e processo de trabalho do assistente social
A partir dos anos 80 observa-se uma busca de flexibilidade no processo de trabalho. O Projeto neoliberal surge como respostaao estado de Bem Estar Social. Hoje a produção não é necessariamente em série – Toyostismo ou Modelo Japonês. O trabalhador deixa de ser especializado e tem que exercer várias tarefas.
Em relação ao mercado profissional de trabalho, o que se observa uma retração do Estado, ou melhor, uma refilantropização. Neste processo as grandes corporações econômicas passam a intervir nas questões sociais. 
“Na atual conjuntura de precarização e subalternização do trabalho á ordem do mercado, de erosão das bases de ação social do estado e de desmontagem de direitos sociais, civis e econômicos, a questão social, matéria prima da intervenção profissional dos assistentes sociais assume novas configurações e expressões entre as quais destacamos a insegurança e vulnerabilidade do trabalho e a penalização dos trabalhadores,o desemprego, o achatamento salarial, o aumento da exploração do trabalho feminino, a desregulamentação geral dos mercados”. (Yasbeck, 1999, p.97)
Este quadro será marcado por um redimensionamento das intervenção da iniciativa privada frente às questões sociais, o que vai se revelar num aumento das instituições que integram o Terceiro Setor, o que implicar numa maior absorção do profissional do Serviço Social neste campo de atuação.
Além destas mudanças no mercado profissional, também serão demandadas novas habilidades, qualificação e técnicas competência ao Serviço Social pelo trabalho reestruturado. Tal como os demais trabalhadores, o assistente social também será pelo impactos da reestruturação produtiva.
“O novo perfil que do trabalhador se expressa num patamar diferenciado de conhecimento acumulado, na experiência polivalente, na capacidade cognitiva, nos novos hábitos de trabalho e na forma de pensar. Nesse sentido, mais importante que deter o conhecimento é saber gerenciá-lo, conduzi-lo à geração de novo conhecimento”. (Koike, 1999, p.104)
Apesar da relativa autonomia que dispõe, em seu cotidiano profissional depende da organização da atividade, do estado, da empresa, das entidades , o seja,das instituições que viabilizam ao usuário, o acesso aos seus serviços e fornecem os meios para a sua execução, ação como as prioridades.
É importante que você identifique quais fatores estão presentes na área de atuação em que está inserido. Apesar de todo um investimento para a consolidação do projeto Ético Político, o que o resultado do trabalho do assistente social não depende exclusivamente dele. Existem vários aspectos que interferem na qualidade ou da intervenção profissional. Como futuro profissional do Serviço Social num contexto da desregulamentação do Estado você ira se deparar com a ausência de recursos humanos e materiais, falta de condições satisfatórias de trabalho, os chamados limites institucionais.
“A instituição não é um condicionante a mais do trabalho do assistente social. Ela organiza o processo de trabalho do qual ele participa. Importa ressalta que o assistente social não realiza seu trabalho isoladamente, mas como parte de um trabalho combinado ou de um trabalho coletivo que forma uma grande equipe de trabalho. Sua inserção na esfera do trabalho é parte de um conjunto de especificidades que são acionadas conjuntamente para realização dos fins das instituições empregadoras , sejam empresas ou instituições governamentais”. (Iamamoto, 1999, p. 68)
Aprofundando o conhecimento
Retirado de Yasbeck (CEAD, 1999):
Para essa aula, sugerimos que acesse:
ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo, Cortez/ Unicamp, 1985.
BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
IAMAMOTO, Marilda Vivela. Serviço Social em tempo de capital fetiche - capital financeiro trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.
Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
Renovação e Conservadorismo no serviço Social. Ensaio Críticos. São Paulo .Cortez, 1992.
OFFE, C. Trabalho e sociedade. Problemas estruturais e perspectivas para o futuro da sociedade do trabalho. V.1. A crise. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1989.
Nesta aula, você:
· Cotidiano profissional e as estratégias técnico-operativas. A noção estrita de instrumento como mero conjunto de técnicas. As críticas ao "tecnicismo profissional". O conhecimento como meio de trabalho. Instrumentalidade como possibilidade de transformação do cotidiano profissional.
 
Aula 2 PPT– Serviço Social e o Processo de Trabalho: O significado da prática profissional na sociedade capitalista
Conteúdo Programático desta aula
· Definir o significado social da profissão no processo de reprodução das relações sociais.
· Caracterizar o mercado de trabalho e perfil profissional na contemporaneidade
O que é Reprodução Social?
Para a tradição marxista, a “reprodução social” compreende o modo como são produzidas e reproduzidas as relações sociais. Nesta perspectiva, a “reprodução das relações é entendida como reprodução da totalidade da vida social o que engloba não apenas a reprodução da vida material e do modo de produção, mas também a reprodução espiritual da sociedade e das formas de consciência social através das quais o homem se posiciona na
vida social. Dessa forma, a reprodução de determinado modo de vida, do cotidiano, de valores, de prática culturais e políticas e do modo como se produzem as ideias nessa sociedade. Ideias que se expressam em práticas sociais, políticas, culturais e padrões de comportamento e que acabam por permear toda a trama de relações da sociedade (Yasbeck,1999, p.89)”.
O assistente social em seu cotidiano profissional se depara tanto do processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto das respostas às necessidades de sobrevivência dos que vivem do trabalho.
Analisar o Serviço Social nesta perspectiva permite, em primeiro lugar, apreender as implicações políticas do exercício profissional que se desenvolve no contexto das relações entre as classes, ou seja, compreender que a prática profissional do Serviço Social é polarizada pelos interesses de classes em relação, não podendo ser pensada fora dessa trama. Permite também apreender as dimensões objetivas e subjetivas do trabalho do assistente social ( Yasbeck, 1999, p.91).
O tema do trabalho na contemporaneidade, incorpora a perspectiva dos anos 80, mas avança na relação entre Serviço Social e processos de trabalho. “Expressa, como destaca Iamamoto (1998, p.10) “A transição para outro foco da chamada prática profissional, consubstanciado na análise de exercício profissional inscrito no âmbito de processos e relações de trabalho. 
O QUE O SERVIÇO SOCIAL PRODUZ ? Produz serviços sociais. O profissional é um mediador entre os usuários e as instituições, ou melhor, é contratado por uma instituição para atender as demandas dos usuários. O significado dos serviços sociais na sociedade moderna está estreitamente ligado à noção de cidadania. Com a expansão da economia mercantil e a necessária afirmação da liberdade individual, como condição de funcionamento da nova organização da sociedade. Adquire forma a noção de igualdade de todos os homens perante a lei, direitos e deveres derivados de sua condição de participantes integrais da sociedade, Isto é de cidadãos.
O que é um Profissional Propositivo ?
 Um profissional qualificado, que amplie e reforce sua capacidade crítica; não só que pensa, analisa , pesquisa e decifra a realidade.
 Um profissional criativo e inventivo, capaz de entender o tempo presente, os homens presentes, a vida presente, contribuindo também, para moldar os rumos de sua história.
“Um dos principais desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver a sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Em fim ser uma profissional propositivo e não só executivo. O assistente social tem sido historicamente um dos agentes profissionais que implementampolíticas sociais , especialmente políticas públicas( Iamamoto, 1992, p. 20)”.
Além destas mudanças no mercado profissional, também serão demandadas novas habilidades,qualificação e técnicas competência ao Serviço Social pelo trabalho reestruturado. Tal como os demais trabalhadores, o assistente social também será pelo impactos da reestruturação produtiva.
 
“O novo perfil que do trabalhador se expressa num patamar diferenciado de conhecimento acumulado, na experiência polivalente, na capacidade cognitiva, nos novos hábitos de trabalho e na forma de pensar. Nesse sentido, mais importante que deter o conhecimento é saber gerenciá-lo, conduzi-lo à geração de novo conhecimento (Koike, 1999, p.104)”. 
“Um dos maiores desafio que o assistente social enfrenta hoje é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalhos criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir das demandas emergentes no cotidiano, ser um profissional propositivo e não executivo”.
Apesar de todo um investimento para a consolidação do projeto Ético Político, o que o resultado do trabaho do assistente social não depende exclusivamente dele. Existem vários aspectos que interferem na qualidade ou da intervenção profissional. Como futuro profissional do Serviço Social num contexto da desregulamentação do Estado você ira se deparar com a ausência de recursos humanos e materiais, falta de condições satisfatórias de trabalho, os chamados limites institucionais. 
“A instituição não é um condicionante a mais do trabalho do assistente social. Ela organiza o processo de trabalho do qual ele participa. Importa ressalta que o assistente social não realiza seu trabalho isoladamente, mas como parte de um trabalho combinado ou de um trabalho coletivo que forma uma grande equipe de trabalho. Sua inserção na esfera do trabalho é parte de um conjunto de especificidades que são acionadas conjuntamente para realização dos fins das instituições empregadoras , sejam empresas ou instituições governamentais (Iamamoto, 1999, p. 68)”.
Aula 3 
A INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Reconhecer a discussão em torno do significado da instrumentalidade para a potenciação do intervenção profissional do assistente social.
2. Relacionar os elementos constitutivos da instrumentalidade como a possibilidade da transformação social.
3. Distinguir instrumentalidade da noção estrita de eficácia técnica.
Introdução
Nesta aula você terá oportunidade de fazer uma reflexão em torno do significado que a instrumentalidade assume para a potenciação do trabalho do assistente social. É muito importante que ao término desta aula, você consiga perceber que o tema da instrumentalidade não se limita a noção de instrumento como mero conjunto de técnicas. A reflexão ora proposta tem como prerrogativa a instrumentalidade como possibilidade de transformação do cotidiano profissional. Vamos começar a nossa reflexão através de uma análise do caráter estéril do “tecnicismo” no cotidiano profissional, o que resulta numa prática voluntarista banalizada pelo pragmatismo ( Koike, CEAD, 1999). Como destaca Iamamoto (1999, p.53), “o aperfeiçoamento técnico – operativo mostra-se como uma exigência para uma inserção qualificada do assistente social no mercado de trabalho”, o que segundo a autora procede, desde que a eficiência técnica não seja considerada como um elemento isolado, caso contrário, se restringirá ao mero tecnicismo .
O significado das técnicas e de sua utilização pelo Serviço Social
Sobre o significado das técnicas e de sua utilização pelo Serviço Social, Veloso (1995 , p.33) afirma que é fundamental não dissociar o conhecimento propriamente dito e a experiência, entendida no seu sentido mais amplo, enquanto relação entre o teórico e o real. Significa, pois, um esforço no sentido de romper com a herança pragmática e empiricista que permeia a técnica no debate profissional. Dá advém a necessidade de pensar a técnica como utilização de um saber, e não como um instrumento ancilar, neutro, deslocado de um contexto sócio histórico (CASTORIADIS, 1987).
Em oposição a uma abordagem casualística, a autora aponta a impossibilidade de conceber a técnica dissociada de um fundamento teórico. Essa noção implica a superação de uma visão epistemológica cartesiana, que pensa o método, a técnica, como um conjunto de regras que por si só garantem a obtenção dos resultados desejados (CARDOSO, 1971). Citando Bourdieu, 1973, Veloso ressalta a necessidade de recuperar a análise da técnica no âmbito da prática do serviço Social, vista como teoria em atos. Como teoria em movimento (Faleiro, 1986).
Sousa (2006, p.122) se refere à competência técnico – operativa como “a capacidade do profissional de conhecer, se apropriar, e sobretudo, criar um conjunto de habilidades técnicas que permitam ao mesmo desenvolver ações profissionais junto a população usuária e às instituições contratantes, garantindo assim uma inserção qualificada no mercado de trabalho, que responda às demandas colocadas tanto pelos empregadores, quanto pelos objetivos estabelecidos pelos profissionais e pela dinâmica social”.
Acrescenta o autor: “O que se propõe hoje no âmbito do Serviço Social é justamente a produção de um conhecimento que rompa com a mera aparência e busque o que está por trás dela, sua essência. Para isso é fundamental que o profissional sempre mantenha uma postura crítica, questionadora, na se contentando com o que aprece a ele imediatamente. De posse desse conhecimento, o profissional pode planejar a sua ação com mais propriedade, visando á mudança dessa mesma realidade. Assim, no momento da execução profissional, o assistente social constrói suas metodologias de ação, utilizando-se de instrumentos e técnicas de intervenção social.
As diretrizes curriculares gerais para o curso de serviço social
As Diretrizes Curriculares Gerais para o curso de Serviço Social, previstas pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, apresentam um conjunto de conhecimentos indissociáveis, que se traduzem em Núcleos de Fundamentação constitutivos da Formação Profissional. São eles:
1- Núcleo de fundamentos teórico-metodológicos da vida social
2- Núcleo de fundamentos da particularidade da formação sócio-histórica da sociedade brasileira
3- Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional podemos encontrar a articulação das dimensões técnico – operativa, teórico-metodológica e ético – política como requisitos fundamentais que permitem ao profissional colocar-diante das situações com as quais se defronta, vislumbrando com clareza os projetos societários, seus vínculos de classe, e seu próprio processo de trabalho.
Como futuro profissional do Serviço Social é muito importante que você consiga perceber que a dimensão interventiva e operacional da profissão pressupõe uma análise crítico dialética dos instrumentos, ou melhor, objetos de ação, para a constituição de estratégias de intervenção comprometidas que estejam em consonância com o Projeto Ético Político Profissional.
A escolha “do como fazer”
A escolha “do como fazer”, a definição das técnicas e instrumentos que serão utilizados sobre uma determinada situação, depende da capacidade intelectiva e ontológica do trabalho do assistente social. A dimensão técnico-operacional constitui-se, portanto como “Componente do trabalho consciente e sistemático do sujeito profissional sobre o objeto de sua intervenção, tendo em vista o alcance dos objetivos propostos.
As estratégias e técnicas de operacionalização devem estar articuladas aos referenciais teórico-críticos, buscando trabalhar situações da realidade como fundamentos da intervenção.
As situações são dinâmicas e dizem respeito à relação entre assistente social e usuário frente as questões sociais. As estratégias são, pois, mediações complexas que implicam articulações entre as trajetórias pessoais, os ciclos de vida, as condições sociais dos sujeitos envolvidos para fortalecê-los e contribuir para a soluçãode seus problemas/questões” (ABESS/CEDEPSS, 1995 e 1996)”.
ABEPSS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL.
A instrumentalidade no exercício profissional do assistente social.
Agora que você já percebeu os equívocos que a primeira vista se faz de instrumentalidade, como técnicas e instrumentos, vamos nos aprofundar no tema da instrumentalidade.
É um conceito mais amplo que demanda uma compreensão em suas várias nuances.
Para esta reflexão vamos utilizar os estudos que Yolanda Guerra, que ela denominou como instrumentalidade no trabalho do assistente social.
A instrumentalidade do serviço social
A autora refere-se à instrumentalidade como uma propriedade ou um determinado modo de ser que a profissão adquire dentro das relações sociais, no confronto entre as condições objetivas e subjetivas de exercício profissional.
“É por meio da instrumentalidade que os assistentes sociais modificam, transformam, alteram as condições objetivas e subjetivas e as relações interpessoais existentes num determinado nível de realidade social: no nível cotidiano ( GUERRA,1995 p.53)”.
Neste momento da reflexão, ora proposta, é importante que você recupere o que estudou em outras como “teleologia”; este conceito é fundamental para entender o teor do que Yolanda Guerra chama de “instrumentalidade”.
Teleologia refere-se a esta capacidade que o assistente social tem de fazer escolhas, de concretizá-las através da redefinição dos seus meios e condições, tendo sempre como a alteração da situação das classes sociais que demanda a sua intervenção. Nesse processo, o profissional acaba dando instrumentalidade as suas ações.
Compreendeu?
“Toda postura teleológica encerra instrumentalidade, o que possibilita ao homem manipular e modificar as coisas a fim de atribuir-lhes propriedades verdadeiramente humanas, no intuito de converterem-nas em instrumentos/meio para o alcance de suas finalidades. Converter os objetos naturais em coisas úteis, torná-los instrumentos é um processo teleológico, o qual necessita de um conhecimento correto das propriedade dos objetos. Nisso reside o caráter emancipatório da instrumentalidade do trabalho (Guerra,2000,p. 54)”.
Vamos refletir o que outro autor falou sobre esta questão?
“Os instrumentos e técnicas não podem ser mais importante que os objetivos da ação profissional. Se partirmos do pressuposto que cabe ao profissional apenas ter habilidade técnica de manusear um instrumento de trabalho, o assistente social perderá a dimensão do porquê ele está utilizando determinado instrumento. Sua prática se torna mecânica, repetitiva, burocrática. Mais do que meramente aplicar técnicas prontas, como se fossem receitas de bolo, o diferencial de um profissional é saber adaptar um determinado instrumento às necessidades que precisa responder em seu cotidiano. E como a realidade é dinâmica, faz-se necessário compreender quais mudanças são essas para que o instrumental utilizado seja o mais eficaz possível, e , de fato, possa produzir as mudanças desejadas pelo assistente social, ou chegar mais próximo possível. Ora, isso pressupõe que, mais do que copiar e seguir manuais de instruções , o que se coloca para o assistente social hoje é a sua capacidade criativa, o que incluiu o potencial de utilizar instrumentos consagrados na profissão, mas de criar tantos que possam produzir mudanças na realidade social, tanto em curto quanto em médio e longo prazos (SOUZA, 2006, p. 124)”.
Destaca Souza (2006, p. 124): “Se o Serviço Social, em sua trajetória histórica, não tivesse criado novos instrumentos e novas técnicas de intervenção, teria conseguido sair da condição de mero executor das políticas sociais e hoje desempenhar funções de elaboração, planejamento e gerência das mesmas? Certamente não. Assim, pensar a instrumentalidade do serviço Social é pensar além da especificidade da profissão: é pensar que são infinitas as possibilidades de intervenção profissional, e que isso requer, nas palavras de Yamamoto ( 2004), “tomar um banho de realidade.” (Souza, 2005, p. 124).
Agora que já abordarmos a dimensão positiva da instrumentalidade, vamos pensar sobre o seguinte questionamento de Guerra (1995, p.55)
Em que condições sócio-históricas a instrumentalidade como condição necessária da relação homem – natureza se converte em instrumentalização das pessoas?
Numa sociedade em que existe a divisão de classes, a utilidade social de uma profissão também se confrontará com necessidade sociais antagônicas. 
Se resgatarmos a história da profissão, constataremos que o serviço Social desde a sua gênese até a contemporaneidade vem se confrontadas como demandas de classes em disputa. 
Quando o assistente social, em seu cotidiano profissional, direciona a sua intervenção para a eliminação de conflitos constitui os interesses do capital com Bse de sua legitimidade.
“As políticas sociais constituem-se em um conjunto de procedimentos técnico –operativos, e necessitam de profissionais que atuem em dois campos: o de sua formulação e o de sua implementação. Com a instauração de um mercado de trabalho, os assistentes sociais, passam a desempenhar papéis que lhes são alocados por organismos e instância próprios da ordem burguesa no estágio monopolista.” ( Netto, 1992, p.68)
A intervenção profissional não se restringe a essa dimensão, ou melhor, caso contrário ficaria refém do pragmatismo e das práticas imediatas. As técnicas e instrumentos devem ter como fonte propulsora o pensamento crítico, o que garante instrumentalidade a esta dimensão. 
É necessário que você perceba a intervenção profissional em sua totalidade, o que implica também na dimensão ético política, na fundamentação teórico – metodológica e na pesquisa.
Além desses aspectos, Guerra aponta para a instrumentalidade é a de ser uma mediação. Para a autora (1995, p.59): “Reconhecer a instrumentalidade como mediação significa tomar o Serviço Social como totalidade constituída de dimensões técnico – instrumental, teórico- intelectual, ético- política e formativa. A instrumentalidade como uma particularidade e como tal, campo de mediações com capacidade tanto de articular essas dimensões quanto de ser o conduto pelo qual as mesma traduzem-se em respostas profissionais. No primeiro caso, a instrumentalidade articula as dimensões da profissão e é a síntese das mesmas. 
Permitir a passagem dos referenciais técnicos, teóricos, valorativos e políticos e sua concretização, de modo que estes se traduzam em ações profissionais, em estratégias políticas, em instrumentos técnicos –operativos. Em outros termos , ela permite que os sujeitos, em face da sua intencionalidade, invistam na criação e articulação dos meios e instrumentos necessários à consecução”.
Mediação e o serviço social
Sobre a relação entre o Serviço Social e a questão da mediação, Pontes (1995, p.37) diz que muitos leitores desavisados a pensar que é uma questão de natureza eminentemente teórica, mas que de fato não o é. Essa relação nasceu de preocupações bem objetivas e cotidianas da ação profissional de assistentes sociais no contexto das organizações.
Como você já deve ter conhecimento, é mais comum se referir à mediação como um processo para resolução de conflitos. No Serviço Social esse termo aparece a partir dos estudos que Lukács (1979) faz sobre a ontologia do ser social marxista.
Concepção de Lukacs sobre a teoria social de Marx, na qual reconhece ser Marx o autor de uma verdadeira ontologia materialista da sociedade capitalista, já que todas as suas análises e proposições se colocam em face de um determinado ser social (um ser real) e não de enunciados filosóficos e epistemológicos. E o centro dessa ontologia são as relações econômicas, e historicamente construídas pelos homens (Pontes, 1995, p. 38)
“É uma ontologia do ser social porque seus enunciados sempre se colocam diante de certo tipo de ser e se apoiam no próprio movimento das categorias da realidade. E não em conceitos ideais, lógicos. Volta-se, primordialmente, para os processo de produção e reprodução da vida humana, senso as representaçõesque surgem na mente humana são reflexos do real captados como representação na consciência.” (Pontes, 1995, p.59).
Dimensão socioeducativa e educação popular
Como profissão inscrita na divisão sócio-técnica do trabalho, o Serviço Social apresenta uma dimensão interventiva, o que pressupõe o conhecimento da realidade em sua complexidade. Além desse aspecto, o assistente social também precisa encontrar alternativas para transformar a realidade social, conforme o que está previsto no projeto ético político da profissão.
“Essa dupla dimensão que caracteriza o Serviço Social desafia os profissionais a enfrentá-la cotidianamente no complexo tecido das organizações em que atuam. Esse enfrentamento exige uma equipagem teórico –metodológica a altura de sua complexidade. É nesse ponto que a categoria de mediação aporta uma enorme contribuição ao desvendamento dos fenômenos reais e à intervenção do assistente social.” (Pontes ,1995,p. 43) 
Acrescenta o autor- defende-se que uma das chaves para que o profissional desenvolva sua intervenção com êxito é a reconstrução ontológica de seu objeto de intervenção profissional. Para isso partir-se-á da tríade SINGULARIDADE – UNIVERSALIDADE - PARTICULARIDADE, buscando entender o espaço de intervenção do assistente social como um campo de mediações que se estrutura sobre determinações histórico – sociais constitutivas dos complexos sociais.
Subsidiando o estudo
CONDIÇÕES OBJETIVAS Relacionadas ao que Marx denominou como infraestrutura econômica, a base material da sociedade (as áreas de atuação, os meios de produção, a divisão do trabalho).
\CONDIÇÕES SUBJETIVAS
Referem-se aos sujeitos, seu perfil, suas escolhas, qualificação, competência profissional, investimento, compromisso ético e político, sua capacidade de propor.
INSTRUMENTALIZAÇÃO DAS PESSOAS
É o processo pelo qual a ordem burguesa, por meio de um conjunto de inversões, transforma os homens de sujeitos em objetos, o trabalho de primeiro carecimento da vida em meio de vida e a força de trabalho em instrumentos a serviço da valorização do capital ( GUERRA, p. 55).
ONTOLOGIA
Área da filosofia que trata da questão da existência dos seres.
BARROCO, m. l. Os fundamentos sócio- históricos da ética. In : Capacitação em serviço Social e Política Social, Módulo 02:Reprodução Social, Trabalho e Serviço Social. Brasília: Cead, 1999.
GUERRA, Y. A instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1995.
Ontologia do ser social: bases para a formação profissional, IN. Revista Serviço Social e Sociedade , n. 54. São Paulo: Cortez, 1997.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço social em tempo de capital fetiche - capital financeiro trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.
Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
NETTO,J.P. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1992.
PONTES,R. Mediação e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1995.
Nesta aula, você:
· Reconheceu a discussão em torno do significado da instrumentalidade para a potenciação do intervenção profissional do assistente social.
· Relacionou os elementos constitutivos da instrumentalidade como a possibilidade da transformação social.
· Distinguiu instrumentalidade da noção estrita de eficácia técnica.
Aula 3 PPT – A Instrumentalidade e a Potencialidade do
1-Processo de Trabalho do Serviço Social
2-Conteúdo Programático desta aula:
3-Reconhecer a discussão em torno do significado da instrumentalidade para a
potenciação do intervenção profissional do assistente social. 
4-Relacionar os elementos constitutivos da instrumentalidade como a possibilidade da transformação social.
Reestruturação Produtiva e Transformações do cenário Social
Alterações no Mercado de Trabalho do serviço Social:
“Na atual conjuntura de precarização e subalternização do trabalho á ordem do mercado, de erosão das bases de ação social do estado e de desmontagem de direitos sociais, civis e econômicos, a questão social, matéria prima da intervenção profissional dos assistentes sociais assume novas configurações e expressões entre as quais destacamos a insegurança e
vulnerabilidade do trabalho e a penalização dos trabalhadores, o desemprego, o achatamento salarial, o aumento da exploração do trabalho feminino, a desregulamentação geral dos mercados (Yasbeck, 1999, p.97)”.
Alterações no Mercado de Trabalho do serviço Social
Também, neste contexto, houve um redimensionamento da intervenção da iniciativa privada frente a questão social, o que vai se revelar num aumento das instituições que integram o Terceiro Setor, o que implicar numa maior absorção do profissional do Serviço Social neste campo de atuação.
DESAFIOS PROFISSIONAIS PARA SUPERAÇÃO DA CRISE
Aprofundamento da compreensão teórica e metodológica Novas habilidades, qualificação e técnicas competência ao Serviço Social “ Um dos principais desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver a sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. ENFIM ser uma profissional propositivo e não só executivo. O assistente social tem sido historicamente um dos agentes profissionais que implementam políticas sociais , especialmente políticas públicas( Iamamoto, 1992, p. 20)”.
Novas estratégias serão demandadas ao Serviço Social para o seu acervo tecno-operativo Instrumentalidade não como um mero conjunto de técnicas, mas parte da leitura de sociedade e a intervenção coerente com essa análise.
“O novo perfil que do trabalhador se expressa num patamar diferenciado de conhecimento acumulado, na experiência polivalente, na capacidade cognitiva, nos novos hábitos de trabalho e na forma de pensar. Nesse sentido, mais importante que deter o conhecimento é saber gerenciá-lo, conduzi-lo à geração de novo conhecimento (Koike, 1999,
p.104)”. 
“ Porém, uma reflexão mais apurada sobre o termo instrumentalidade nos faria perceber que o sufixo “idade” tem a ver com a capacidade, qualidade ou propriedade de algo. Com isso podemos afirmar que a instrumentalidade no exercício profissional refere-se, não ao conjunto de instrumentos e técnicas (neste caso, a instrumentação técnica), mas a uma determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e reconstruída no processo sócio-histórico. “ Yolanda Guerra A instrumentalidade do Serviço Social:
1- A capacidade da profissão de se converter em instrumento,
atuando junto as políticas sociais;
2- Instrumentalidade das respostas profissionais sendo o reconhecimento social da profissão dentre as diversas intervenções profissionais;
“ Assim, na realização das requisições que lhe são postas, a profissão necessita da interlocução com conhecimentos oriundos de disciplinas especializadas. O acervo teórico e metodológico que lhe serve de referencial é extraído das ciências humanas e sociais (conhecimentos extraídos das áreas de: Administração, Ciência Política, Sociologia, Psicologia, Economia etc.). Tais conhecimentos têm sido incorporados pela profissão e particularizados na análise dos seus objetos de intervenção. Mas a profissão também tem produzido, através da pesquisa e da sua intervenção, conhecimentos sobre as dimensões constitutivas da questão social, sobre as estratégias capazes de orientar e instrumentalizar a ação profissional (dentre outros temas) e os tem partilhado com profissionais de diversas áreas. “ Yolanda Guerra
Aula 4 
PRATICA PROFISSIONAL E PROCESSO DO TRABALHO
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Reconhecer os aspectos constitutivos da intervenção profissional do assistente social.
2. Fazer a distinção entre os conceitos de prática profissional e processo de trabalho.
3. Identificar o caráter contraditório da prática profissional.
Introdução
O que está presente na percepção que se tem da prática do Serviço Social? Quais são os aspectos constitutivos da intervenção profissional? Qual o sentido do intervenção profissional ? O quê a diferencia das demaispráticas profissionais? A partir de quais aspectos o processo de trabalho do Serviço Social não pode ser igualado a prática profissional ? Estas são questões, que nortearão a reflexão proposta para esta aula. Você vai perceber alguns equívocos que ainda existem em relação ao trabalho do assistente social e os objetivos da profissão. Aspectos que não estão presentes somente na percepção da população em geral, mas que ainda podem ser observados na intervenção de alguns profissionais, o que contribui para uma visão uma visão conservadora da profissão. O que significa processo de trabalho? O processo de trabalho é o espaço em que ocorre a interação do homem com o mundo natural que é objetivado em valores de usos no modo de produção capitalista. “ Tal conceito, desenvolvido por Marx, se revela primeiramente pelos elementos físicos, energia e transformação, que colocadas sob um mesmo processo de submissão à ação humana , provocam mudanças em objetos – de “algo antes em outro algo” elaborado depois deste consumo de energia. Trabalho então apresentado sob a forma de processo, conduzido pelo homem por intermédio dessas ações mediadas pelo gasto de energia e fundamentalmente orientadas pelas assistentes sociais inerentes à reprodução humana. Desse modo, há uma condição humana e social do trabalho – e no seu processo que se revela pela possibilidade de o produto do trabalho responder a uma carência motivadora do processo de transformação e por esse impulso de mudança – motivado pelo carecimento – ser alimentado pela busca de um finalidade – algo que se quer satisfazer e que já se apresenta idealmente ao pensamento do trabalhador antes mesmo de sua realização prática. Esta atividade orientada a um fim ou trabalho mesmo é um dos elementos simples centrais do conceito de processo de trabalho seguido do próprio objeto e seus meios ( Marx , 1988, p. 142-7)”.
A prática como trabalho e a inserção do assistente social em processos de trabalho
O que significa processo de trabalho? O processo de trabalho é o espaço em que ocorre a interação do homem com o mundo natural que é objetivado em valores de usos no modo de produção capitalista.
“ Tal conceito, desenvolvido por Marx, se revela primeiramente pelos elementos físicos, energia e transformação, que colocadas sob um mesmo processo de submissão à ação humana , provocam mudanças em objetos – de “algo antes em outro algo” elaborado depois deste consumo de energia. Trabalho então apresentado sob a forma de processo, conduzido pelo homem por intermédio dessas ações mediadas pelo gasto de energia e fundamentalmente orientadas pelas assistentes sociais inerentes à reprodução humana. Desse modo, há uma condição humana e social do trabalho – e no seu processo que se revela pela possibilidade de o produto do trabalho responder a uma carência motivadora do processo de transformação e por esse impulso de mudança – motivado pelo carecimento – ser alimentado pela busca de um finalidade – algo que se quer satisfazer e que já se apresenta idealmente ao pensamento do trabalhador antes mesmo de sua realização prática. Esta atividade orientada a um fim ou trabalho mesmo é um dos elementos simples centrais do conceito de processo de trabalho seguido do próprio objeto e seus meios ( Marx , 1988, p. 142-7)”.
A prática como trabalho e a inserção do assistente social em processos de trabalho. O Processo de trabalho supõe a pensar:
TRABALHO EM SI – ATIVIDADE PRODUTIVA
Em relação ao Serviço Social, o processo de trabalho difere-se da prática profissional, uma vez que esta depende somente do sujeito como um profissional liberal. Não existe um único processo de trabalho do Serviço Social, o que existem são sujeitos que movimentam o seu trabalho.
“A centralidade da categoria trabalho para a compreensão das mudanças e processos que marcam o universo profissional neste final de século tem sido reiteradas insistentemente no âmbito do Serviço Social, vindo, inclusive, a orientar o novo projeto de formação profissional aprovado em 1996, durante a Assembléia extraordinária da Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social realizada no Rio de Janeiro, que destacou um importante papel articulador (Almeida, 1998, p. 2)”. 
Os meios (instrumentos e técnicas que facilitam este trabalho)
O assistente social ingressa em diferentes processos de trabalho. Não existe um único modelo do processo de trabalho em função da sua lógica de organização. Devemos compreender a prática profissional como atividade socialmente determinada, ou seja, considerar as condições nas quais se realizam. “O Serviço Social , como profissão na divisão social do trabalho não se autodetermina. Isto quer dizer que esta profissão, como qualquer outra, não pode prescindir de uma análise da sociedade em sua auto compreensão. Sua história é tributária da história da sociedade capitalista em um dado grau do seu desenvolvimento (Gramemann, 199, p. 161)”.
Os objetos sobre os quais o trabalho incide
A prática profissional é partícipe do processo de trabalho, que se organiza conforme as exigências econômicas e sócio-políticas do processo de acumulação, moldando-se em condições e relações sociais específicas em quais se realizam e não são idênticas. O significado social da profissão deve ser pensado não como reforço exclusivo do poder vigente, nem como o único meio de transformação social e revolucionária. O mecanicismo e o fatalismo devem ser revistos, pois são elementos que limitam a intervenção profissional. O Serviço Social deve ser apreendido a parti do caráter contraditório da prática profissional, como produto das relações sociais.
“O assistente social depende, na organização de sua do Estado, da empresa, das entidades não governamentais que viabilizam aos usuários o acesso a seus serviços, que fornecem meios e recursos para a sua realização, estabelecem prioridades a serem cumpridas, interferem na definição de papéis e funções que compõem o cotidiano do trabalho institucional. Ora, se assim é, a instituição não é um condicionante a mais do trabalho do assistente social. Ela organiza o processo de trabalho do qual participa. Importa ressaltar que o assistente social não realiza seu trabalho isoladamente, mas como parte de um trabalho combinado ou de um trabalho coletivo que forma uma grande equipe de trabalho. Sua inserção na esfera do trabalho é parte de um conjunto de especialidades que são acionadas conjuntamente para a realização dos fins da instituições empregadoras, sejam empresas ou instituições governamentais (IAMAMOTO, 1999, p.64)”.
Desenhando a prática profissional
A prática é um dos elementos do processo de trabalho que é o próprio trabalho. O fazer profissional sempre foi tratado como prática profissional.
O QUE O ASSSITENTE SOCIAL FAZ? COMO PODEMOS DEFINIR O SERVIÇO SOCIAL?
Desenhando a prática profissional
O surgimento da profissão e o fazer profissional se relacionam à duas questões centrais:
A questão social como base de fundação sócio histórica do Serviço Social.
Questão social entendida como conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista, as contradições entre a classe que explora e aquela que é explorada.  
O assistente social trabalha com a questão social nas suas mais variadas expressões (na infância abandonada, na violência doméstica, na pobreza e exclusão social, e outros). 
Neste sentido é necessário entendermos o cenário que se insere o Serviço Social na contemporaneidade: as novas bases de produção da questão social cujas as múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do assistente social.  
“Dar conta das particularidades das múltiplas expressões das questão social na história da sociedade brasileira é explicar os processos sociais que as produzem e reproduzem e como são experimentados pelos sujeitos sociais que as vivenciam em suas relações sociais cotidianas . É nesse campo que se dá o trabalho do assistente social, devendo apreender como a questão social em múltiplas expressões é experienciada pelos sujeitos em suas vidas cotidianas (IAMAMOTO,1999, p.62)”.
Apreensão da

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