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AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE cc TUTELA ANTECIPADA

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Advocacia e Assessoria Jurídica
Suelen Tainá Franz Pandini
OAB/SC 00.000
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE BLUMENAU - SC
Banco Diamante S/A, pessoa jurídica de direito privado, Inscrição Estadual 00000, CNPJ 00.000.000/0000-00, com sede à Rua das Amazonas, nº 00 – Bairro do Leste, Blumenau, Santa Catarina, por intermédio de sua advogada e bastante procuradora (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua das Hortências, nº 00, Bairro das Flores, Blumenau, Santa Catarina., onde recebe notificações e intimações, vêm mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE c/c TUTELA ANTECIPADA
em face de
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Blumenau e região (SEEB), registrado no Ministério do Trabalho sob o nº MTB 000.000.000-00, e CNPJ nº 000000/0000-00, por seu representante legal, Sr. Diretor Antônio Paulo Pedro Campos, instrumento de mandato em anexo, com sito à rua Pena Cinza, 000, bairro Branco, Blumenau, Santa Catarina.
PRELIMINARMENTE
DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
O art. 114/CF, I (artigo com a redação alterada pela EC nº 45), reza que as causas oriundas da relação laboral são de competência da Justiça do trabalho, o que ocorre no presente caso.
Não há de se falar que a competência é da Justiça Comum, pois onde o legislador não discrimina, não cabe ao intérprete fazê-lo.
DOS FATOS
O autor é proprietário e possuidor indireto do imóvel situado na Rua das Amazonas, nº 00 – Bairro do Leste, Blumenau, Santa Catarina, onde diariamente presta serviços bancários ao seus clientes, o que se comprova pela cópia da escritura pública e certidão de registro de imóvel, devidamente registrado em nome do autor. (docs. 01/02) 
Todavia, no dia 19 de abril de 2017 o autor foi surpreendido por um movimento conduzido pelo sindicato acima qualificado, no qual este tentava convencer seus associados a não trabalharem antes das 11h ou depois das 16h.
Visando impedir o acesso de clientes e empregados que queriam trabalhar, o Sindicato colocou seus associados junto às portas e as agências, munidos de faixas, panfletos e megafones, formando uma verdadeira parede humana e obstaculizando a livre circulação de pessoas para o interior do estabelecimento. Assim, as atividades bancárias foram prejudicadas em razão de manifestação ora efetivada, conforme material fotográfico acostado (pp. 00/00).
Tamanha balburdia acontece sem razão consistente, pois a ampliação do horário de atendimento ao público não implicou alterações nas jornadas dos empregados, já tendo esta agência, inclusive, procedido a novas contratações em decorrência desse horário diferenciado.
O movimento em questão possui o condão de tomar para si o bem móvel, estando a agência bancária na iminência de turbação, haja visto as manifestações estarem obstruindo o acesso às agências de forma abusiva e desenfreada.
Constantemente sendo vítima de atos de constrangimento e intimidação, restando evidente a ameaça de turbação e/ou esbulho pelo sindicato, que na verdade, pretendia a ocupação das agências da instituição financeira, possui justo receio de ser vilipendiada e molestada a sua posse ou agredidas as pessoas e veículos que tentem atravessar a área ocupada, impedindo o cumprimento da sua atividade fim. 
Solicita assim, remédio jurídico que determine que o Sindicato se abstenha de molestar sua posse mansa e pacífica sobre as agências da região, bem como o resguardo dos direitos possessórios do banco sobre suas agências bancárias, ante a iminência, comprovada, de turbação e/ou esbulho, postulando a antecipação dos efeitos a tutela para ser mantida na posse do bem.
DO DIREITO
Do rito processual desta demanda
Destaca-se que a presente ação fora ajuizada no dia 03/05/2017. De outro bordo, a notificação do Réu para interromper a invasão do imóvel – portanto, a turbação – ocorrera no dia 19/04/2017. (doc. p. 0) O rito, destarte, é especial, uma vez que a ofensa ao direito do autor ocorrera em menos de ano e dia (posse nova).
Da turbação praticada pelo Réu 
O quadro fático em enfoque representa nítido ato de turbação, não de esbulho. É que, segundo melhor doutrina, na turbação, em que pese o ato molestador, o possuidor conserva-se na posse do bem. Não é o caso, lógico.
Sem maiores dificuldades verificamos que a Ré pratica ato de turbação, como a propósito lecionam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald:
“Se o esbulho já efetiva privação do exercício direto da posse sobre a coisa, muitas vezes pode o possuidor ser perturbado ou severamente incomodado no exercício da posse, sem que tal agressão seja intensa o suficiente para excluí-lo do poder físico sobre o bem. O interdito da manutenção de posse pretende exatamente interromper a prática dos atos de turbação, impondo-se ao causador da moléstia a obrigação de abster-se da prática de atos contrários ao pleno exercício livre da posse do autor, garantindo a permanência do estado de fato. Daí que a distinção entre a reintegração de posse e a manutenção de posse se insere na intensidade da agressão, pois a turbação é menor ofensiva que o esbulho, eis que não priva o possuidor do poder fático sobre o bem.” (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nélson. Direitos Reais. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. Pág. 130-131)
A propósito, reza a Legislação Civil que:
Art. 1210 CC – “O possuidor tem o direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.”
Neste mesmo sentido, manifestam-se hodiernamente a doutrina e jurisprudência:
"São-lhe pressupostos; a posse, que não sucumba com o ato turbativo; a turbação que é todo ato praticado contra a vontade do possuidor, que lhe perturbe o gozo da coisa possuída, sem dela a desapossar (vis inquietativa). 
A turbação pode ser Positiva, como a invasão do terreno alheio, o corte de árvores nele praticado sem direito; ou Negativa, como se o turbador impede o possuidor de praticar atos decorrentes de sua posse." (CLÓVIS BEVILÁQUA - Direito das Coisas, Vol. 1º, parág. 20, págs. 67 e 68). 
"Intentando ação, pode o autor requerer desde logo seja mantido na posse in limine litis, mediante a expedição do competente mandado pelo juiz. Pode este conceder de plano o mandado de manutenção, diante da prova que acaso tenha sido oferecida com a inicial. Julgada procedente a ação, o possuidor manutenido, no caso de nova turbação, deverá cobrar pena pecuniária cominada, pena que, apesar de omisso o estatuto processual, não foi abolida pela lei." (WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO - "Curso de Direito Civil"- Direito das Coisas, págs. 49 e 50.)
CIVIL E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. MANUTENÇÃO DE POSSE. IMÓVEL. DESFAZIMENTO DE ACORDO DE CONCESSÃO DE PASSAGEM. NOTIFICAÇÃO. TURBAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. 1. Não merece reparo sentença que concedeu a manutenção de posse de imóvel cuja turbação ficou caracterizada após notificação com prazo razoável para que os réus buscassem outro caminho para acessar o seu imóvel. 2.Patente a turbação da posse uma vez que não se trata de imóvel encravado e existe outra passagem de acesso dos apelantes para o seu prédio. 3.Demonstrada a presença dos requisitos insculpidos nos preceptivos dos artigos 927 [CPC/2015, art. 927] e 928 [CPC/2015, art. 562], do Código de Processo Civil, a medida possessória deve ser concedida initio littis .4. Recurso desprovido. (TJDF – Rec 2011.08.1.000592-8; Ac. 588.761; Terceira Turma Cível; Rel. Des. Mario-Zam Belmiro; DJDFTE 04/06/2015; Pág. 119)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE. VIGÊNCIA DE LOCAÇÃO. LIMINAR DEFERIDA. A concessão da liminar em sede manutenção de posse está condicionada a razoável certeza acerca dos requisitos elencados pelo artigo 927, do CPC [CPC/2015, art. 561]. No caso, demonstrada a posse do agravado, a possível turbação ocorrida considerando a vigência do contrato de locação, de rigor a manutenção da medida deferida no juízo de origem. Agravo de instrumento desprovido.(TJRS – AI 23046-91.2012.8.21.7000; Tramandaí; Décima Sexta Câmara Cível; Rel. Des. Marco Aurélio dos Santos Caminha; Julg. 17/05/2016; DJERS 22/05/2016)
AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO QUE NEGA SEGUIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANIFESTA IMPROCEDÊNCIA. COMODATO VERBAL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ESBULHO CARACTERIZADO. LIMINAR. DEFERIMENTO. I Os artigos 527, I, e 557, do Código de Processo Civil autorizam o Relator a negar seguimento liminar quando o recurso for manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em contradição com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo Tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou Tribunal Superior. II - Na hipótese de comodato verbal, sem prazo determinado, a notificação ao comodatário da intenção do comodante de reaver o imóvel torna obrigatória a restituição, cometendo esbulho aquele que, indevidamente, o retém, recusando-se a restituí-lo. III � Demonstrados os pressupostos legais, o deferimento da liminar na reintegração de posse é medida que se impõe. IV � Negou-se provimento ao agravo regimental. (TJ-DF - AGR1: 201400203202221 Agravo de Instrumento, Relator: JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 04/02/2015, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 10/02/2015 . Pág.: 258)
Da continuação da posse – CPC/2015, art. 561, inc. IV
Todo o relato fático e, mais, a prova documental carreada com esta peça vestibular, indicam que o autor ainda detém a posse do imóvel turbado, todavia sendo molestada pelo Réu em face das invasões perpetradas.
Do pleito de medida liminar - CPC/2015, art. 562, caput
O autor faz jus à medida liminar de manutenção de posse inaudita altera pars. (CPC/2015, art. 562, caput c/c 563)
Nesse diapasão, provadas a turbação e sua data (força nova), há de ser concedida a medida liminar, independentemente da oitiva preliminar da parte promovida. Não há que se falar, portanto, em ato discricionário quanto à concessão desta medida judicial.
Pedido cominatório de multa - CPC/2015, art. 555, parágrafo único, inc. I
Com a finalidade de se evitar novas turbações do Réu, o autor pede que seja imposta ao mesmo a pena cominatória de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por cada nova turbação constatada.
O objeto da ação de manutenção na posse é a desistência da turbação e a indenização do dano causado. 
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Posto isso, estando a inicial devidamente instruída, o autor solicita que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
a) Requer, após cumprida a medida liminar em ensejo, a citação da ré para, no prazo de 15 (quinze) dias, querendo, contestar a ação (NCPC, art. 564);
b) pede, mais, sejam julgados procedentes os pedidos formulados na presente ação, confirmando-se por definitivo a medida liminar antes conferida e mantendo na posse o autor, condenando a parte Ré a não fazer novas turbações, sob pena de pagamento de multa, por cada uma, no importe de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
c) pede, outrossim, seja o réu condenado ao pagamento de honorários advocatícios e custas processuais, esses arbitrados no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa (CPC/2015, art. 85, § 2º); 
d) entende o autor que o resultado da demanda prescinde de produção de provas, tendo em conta a prova documental colacionada aos autos. Todavia, ressalva a mesma que, caso esse não seja o entendimento de Vossa Excelência, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direitos admitidos, por mais especiais que sejam, sobretudo com a oitiva das testemunhas ora arroladas, perícia, depoimento pessoal do Promovido, o que desde já requer, sob pena de confissão.
Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00, correspondente ao valor do imóvel em questão (NCPC, art. 292, inc. III).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Blumenau, SC, 03 de maio de 2017
Suelen Tainá Franz Pandini
Advogada - OAB/SC 0.000

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