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AO EXECELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CORNÉLIO PROCÓPIO. João de Souza, brasileiro, solteiro, autônomo, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000.00, portadora do RG nº 00.000.000.0, residente e domiciliado na Rua das paçoquinhas, nº 202, na Cidade Cornélio Procópio/PR, Paraná, vem, respeitosamente, por sua advogada que esta subscreve, onde vem ajuizar, com fulcro nos arts. 1.196, 1.210, 560 e 1.228 do Código de Processo Civil e Código Civil, a presente: AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE Em face de Fernando Pereira, brasileiro, casado, aposentada, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000.00, portadora do RG nº 00.000.000.0, residente e domiciliado na Rua dos Pardais, nº 255, na Cidade Cornélio Procópio/PR, Paraná. 1 - Da Benesse da Assistência Judiciária Inicialmente, requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Assistência Judiciária, por não ter condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem comprometer o seu orçamento familiar. Desta feita, requerem os autores o consentimento dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 98 e 99 do Código de Processo Civil e da Lei 1060/50, garantindo-lhes, deste modo, o efetivo acesso à justiça. 2 – Dos Fatos. O Autor é legítimo possuidor e proprietário do imóvel invadido, com área superficial de 150 metros quadrados, localizado na Rua dos Pardais, nº 255, sob matrícula XXXX, anexada aos autos. No dia 27 de junho de 2020, o Autor teve notícia de que algumas pessoas teriam invadido sua propriedade na noite do dia 26/06 (sexta) para o dia 27/06 (sábado). Prontamente, deslocou-se, até o local e verificou tratar-se realmente de uma invasão. Tentou de diversas formas fazer com que os invasores deixassem o local, inclusive dialogando com o Requerido, porém, sem sucesso, pelo contrário, os invasores não demonstraram desvelo em relação ao Autor, inclusive sendo agredido através de empurrões pelos invasores, para que deixasse a propriedade. Assevera-se que o imóvel estava desocupado devido a reformas que iriam se iniciar no dia 29/06, para que posteriormente fosse alugado. De tal modo, resta claro que o requerido não possui direito de permanecer em imóvel que não lhe pertence, da mesma maneira que é cristalino o direito autoral de reintegração de seu imóvel para os devidos fins. 3- Fundamentos A Constituição Federal no art. 5º, inciso LIV apresenta a seguinte redação: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. No âmbito da legislação infraconstitucional, o caput, do art. 1.210 do Código Civil apresenta a seguinte redação: O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. No mesmo sentido, o art. 560 do Código de processo Civil dispõe que: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho” Na doutrina, ilustrada pelo ensinamento do mestre Sílvio de Salvo Venosa, temos: O esbulho existe quando o possuidor fica injustamente privado da posse. Não é necessário que o desapossamento decorra de violência. Nesse caso, o possuidor está totalmente despojado do poder de exercício de fato sobre a coisa. (Direito civil: direitos reais, 11.ed., São Paulo, Atlas, 2011, v.5, p. 154). A legislação processual civil, regulando o exercício do direito acima, também disciplinou o direito do possuidor a ser reintegrado de sua posse em caso de esbulho. Veja esse Juízo, que o art. 561 do CPC elenca os requisitos imprescindíveis para que seja julgada procedente a Ação de Reintegração de Posse, esses requisitos são incumbidos ao Autor da Ação que sofreu o esbulho provar: “Art. 561. (...) I – a sua posse; II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III – a data da turbação ou do esbulho; IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração (...)”. A posse anterior do imóvel, acerca do qual se funda a demanda, de fato, está devidamente evidenciado. Excelência, não resta dúvida que o Requerente, preencheu os requisitos elencados nas legislações acima descritas. Como foi demonstrado nos itens anteriores, o Requerente está diante de um esbulho possessório, pois este está indevidamente ocupado por terceiros e, diante de tal fato, é nítido que a posse injusta exercida pelos Requeridos é ilegítima e ilegal, pois não está amparada por nenhuma das modalidades de aquisição de propriedade prevista no artigo 1.245 do Código Civil. 4- Pedidos Ante os fatos e fundamentos jurídicos expostos, REQUER: a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita aos Requerentes, conforme a Lei nº. 1050/60, e os artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil; b) Seja, ao final, concedida definitivamente ao demandante a posse sobre o imóvel descrito na peça de ingresso, condenando-se os invasores a arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, a serem arbitrados por Vossa Excelência, e; c) Seja expedido ofício à Procuradoria do Estado, para que tome as medidas cabíveis, em razão da suposta ocorrência de fato tipificado na legislação penal - esbulho possessório - art. 161, § 1º, II do Código penal. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, tais como a juntada de novos documentos, a tomada do depoimento pessoal da parte contrária, sob pena de confissão, e a ouvida de testemunhas, cujo rol será oportunamente apresentado, perícias, e demais meios que se fizerem necessários ao longo da demanda. Dá-se a causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), correspondente ao valor do imóvel. Termos em que, Pede deferimento. Datado e assinado digitalmente. Talyssa Mariano de Paiva OAB XXXXX
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