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APS Sociedade Comtemporânea (formatada)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA
JOSÉ ALBERTO DE ARAÚJO JÚNIOR - 2015103355
LUCAS RODRIGUES DE LIMA - 2015101870
MARCOS VINICIOS DO NASCIMENTO - 2014200422
MATEUS RODRIGUES DE MELO - 2015101847
RITA
WAGNER VINICIUS DA SILVA - 2015100532
PROFESSORA: VERONICA ELOI DE ALMEIDA
DISCIPLINA: SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
VIOLÊNCIA: A TRISTE HERANÇA DE UM PROCESSO HISTÓRICO
RIO DE JANEIRO
2017
Introdução:
Muito se fala a respeito da violência, principalmente seus desdobramentos, consequências e maneiras de reduzi-la ou mesmo “combatê-la” como se diz no popular (termo esse que por sinal não só transmite uma ideia totalmente conflitante e até mesmo podendo parecer agressiva, como também não deixa de ser fruto de uma visão mais imediatista, por não levar em conta uma série de variáveis históricas e sociais até hoje em voga). No entanto, pouco se discute a respeito dos alicerces ou “bases” que desencadearam tais formas de violência em seus mais variados graus.
Mas afinal, do que se trata a “tal da violência” que tanto se vê, fala e vivencia? Quando começou? E é possível por o tão sonhado e talvez até utópico “ponto final” nela?! Bom, para estes e outros questionamentos (e questionar é fundamental para construção do senso crítico, fora o enriquecimento individual e para o todo que é agregado) a resposta é: Depende. Sim, isso mesmo, já que não se pode generalizar e sobrepor quaisquer casos e sociedades em detrimento de outras, muito menos partir de verdades absolutas. Portanto, vale em um primeiro momento ter os conhecimentos com relação ao tema aprofundados para que então se torne possível a reflexão crítica que vai além do senso comum
Uma vez feito este prólogo com ímpeto não de doutrinar ou estabelecer conceitos sobre o que seria “certo ou errado” a quem quer que seja, mas sim de informar e embasar fatos, implicando em um norteamento.
Após esta etapa os próximos tópicos serão desenvolvidos com base nos questionamentos abordados no início deste trabalho, de modo a encadear ideias e não tornar a discussão vazia de significado e carecendo de justificativas que sustentem os argumentos que se seguem, juntamente com as ideologias do autor utilizados na abordagem da temática: Zuenir Ventura na obra “Cidade Partida”. 
Desenvolvimento:
O objetivo deste texto é inicialmente conceituar violência para ao longo do mesmo poder aprofundar a discussão. Em seu sentido amplamente difundido, segundo o dicionário Aurélio, violência significa: “Estado daquilo que é violento”. O que de fato (e com o perdão do trocadilho), “explica, mas não justifica”. Pode ser tanto contra o próprio indivíduo quanto coletiva, física ou psicológica, tendo os mais variados graus e faces, não cabendo à enumeração, por haver uma quantidade de vertentes assustadoramente numerosas e que por se tratar de ações produzidas por indivíduos e pela vida em sociedade tendam a se modificar e estar em constante movimento (a exemplo dos chamados “haters”, o que seria impensável há décadas atrás, em razão do advento tecnológico e revolução técnico-científica que se sucederam ao longo de um passado recente).
Dado o pontapé inicial a respeito do conceito de violência, é possível retornar ao passado histórico (por mais que as pessoas a vivenciem hoje) para compreender o “quando(?)” e não apenas reproduzir o puro e simples “é assim e pronto” e citar alguns fatores geradores e agravantes. Ou seja, pelo princípio básico utilizado na previsão de dados é possível alavancar a discussão a respeito de tal fenômeno: com base no passado busca-se entender o presente no intuito de melhorar continuamente e se planejar para o futuro. Nas palavras de Ventura (1994): “A Idade da Inocência”, com relação à idealização do passado como áureos tempos em meio ao desapontamento com o presente.
Não é necessário ir a uma época muito remota para abordar a violência, prova disso são as grandes guerras mundiais, atentados terroristas que marcaram o início deste século ou mesmo grandes chacinas (como a de Vigário Geral nos anos 90) que deram e dão lugar às páginas policiais dos jornais do Brasil e do mundo. No entanto, para que a abordagem seja mais ampla no sentido de ser abrangente, é preciso voltar nos primórdios da civilização humana, onde a busca pela sobrevivência e perpetuação era aliada da truculência e demonstração de força, dando lugar ao feudalismo em que a força bruta se mesclava com demonstrações de poder, elementos esses que, cada qual em sua proporção contribuiu para a atual definição do termo violência. Motivo esse pelo qual na segunda parte de sua obra Ventura utilizou o termo “bárbaro” em sua obra com duplo sentido, evidenciando a exclusão de povos no império romano e comparando com grupos marginalizados no Rio de Janeiro.
No Brasil do século XXI a violência (sobretudo a violência urbana) vem ganhando cada vez mais níveis alarmantes. E se engana quem pensa que isso vem de hoje. Desde a colonização é possível perceber atos que caracterizam violência (apesar de naquela época não haver uma constituição ou legislação formal), o genocídio e a escravidão de indígenas e africanos é exemplo marcante desta prerrogativa, cujas consequências possuem desdobramentos que definiram muito da sociedade contemporânea brasileira.
Seja no Brasil ou no mundo, curiosamente quando se fala em violência grande parte do imaginário popular é remetida a barbáries e derramamentos de sangue, todavia, a história é repleta de episódios extremamente violentos e que são pouco lembrados, e em casos mais intensos até mesmo minimizados por parte do senso comum. Exemplos disso são os casos de violência doméstica e a descriminação em seus mais variados aspectos, que por séculos foram tratados como algo dito “natural” e disseminado por gerações criando um terrível ciclo vicioso. 
Dentre as bases para os mais diversos cenários de violência (e claro que cada qual em sua proporção e adaptado para sociedade em que está inserido) além do fator histórico há: a repressão e marginalização de seguimentos ou grupos sociais e as desigualdades em todas as suas vertentes, os quais caracterizam alguns dos “por quês” que serão discutidos com o auxílio do autor utilizado como referência.
Conhecendo agora parte do passado histórico (o “quando”) é possível avançar nesses fatos geradores e agravantes de modo a discutir sobre o “por quê(?)”. Para facilitar a compreensão (por meio da aproximação com a realidade dos leitores) adiante será utilizada a violência urbana no Rio de Janeiro como meio de entender o “como”. O que pode ser evidenciado na referência presente no livro: “Cidade Partida”, que dizia: "O Rio é o trailer do Brasil." (Arnaldo Jabor)
Citados alguns dos “por quês(?)” anteriormente mencionados, por meio da situação vivida diariamente pela população da cidade do Rio de Janeiro torna-se válido realizar uma análise de quais os principais fatores que levaram a tal cenário, quem são os principais envolvidos e assim compreender como se deu, para assim poder chegar a uma conclusão que de fato seja conclusiva, sendo de vital importância os estudos de autores do tema de modo a enriquecer a discussão e atentar para pontos que muitas vezes passam despercebidos por parcelas da população.
Em meio a contrastes o Rio de Janeiro possui alguns dos “ingredientes” que explicam a magnitude do estado e grau em que a violência urbana vem se instaurando, tais contrastes existem até mesmo no imaginário, onde Rio de Janeiro é: “cidade maravilhosa” e ao mesmo tempo “cenário de guerra” (uma guerra pós-moderna de acordo com o livro “Cidade Partida”). 
De acordo com Ventura (1994): “Na verdade, já existiam então "duas cidades" ou uma cidade partida, mas a convivência amena, a obediência civil, a falta de antagonismos de classe e a despreocupação com os problemas sociais nem sempre deixavam perceber que havia um ovo de serpente chocando no paraíso”. E as diferenças não param por aí, pelo contrário, a falta de planejamento urbano teve seu papel relevante, a qual foi desencadeada pela distribuição desigual da renda, que por sua veztem forte ligação com os tempos coloniais e imperiais, que não obstante serviram como fatores geradores, já a infraestrutura inadequada, investimentos insuficientes ou inadequados em setores como saúde e educação contribuíram como agravantes. Segundo Ventura (1994): “A cidade civilizou-se e modernizou-se expulsando para os morros e periferia seus cidadãos de segunda classe”.
Já entre os principais envolvidos primeiramente está a sociedade como um todo, mais especificamente utilizando termos mais específicos temos os grupos marginalizados (e dentre estes grupos armados que estabelecem uma espécie de poder paralelo) o Estado (representado, sobretudo por forças policiais no que diz respeito a violência urbana) e populações civis, porém, não se pode apontar culpados por isso ou aquilo excluindo a responsabilidade ou se eximindo de sua parcela enquanto ser vivente deste meio, claramente há ressalvas.
Por mais que seja uma mesma sociedade e que haja essa “divisão” e uma verdadeira polarização em diversos aspectos, é inegável que hajam paralelos entre os tantos “Rios de Janeiro” existentes, exemplo disso é a busca por melhores condições de vida, no entanto, os meios empregados para alcançar tal finalidade muitas vezes são consideravelmente relacionados a criação de tais conflitos. E então é possível perceber que a interação entre as escolhas individuais e o social possui uma linha muito tênue, que vai além das fronteiras do “asfalto”.
Conclusão:
Caminhando para linhas finais, primeiramente é necessário realizar um apanhado geral de tudo que foi abordado até aqui e partir para um encerramento, mas não necessariamente para o final propriamente dito e sim para uma abordagem conclusiva que permita uma visão mais resumida do que foi discutido, contribuindo de forma mais ativa não só para reflexão como também para a mobilização em prol do conhecimento.
Com base nos fatos apresentados é possível concluir que: violência não é um fenômeno que surgiu hoje, não se trata apenas de algo físico ou letal, não possui apenas um culpado ou uma causa e tem diversas variantes. Sendo assim, sob a ótica relativista, não se pode de modo algum julgar ou impor seu modo de pensar ou encarar este fenômeno, por se tratar de algo universal e que, portanto, ocorrem nas mais diversas sociedades (cada qual de sua forma e modos). Vale lembrar também (e principalmente mais voltado para realidade brasileira) se por um lado hoje grande parte das políticas públicas é voltada para repressão, por outro é preciso atentar-se para a necessidade de prevenção. E não basta apenas “deixar nas mãos do Estado”, já que viver em sociedade requer interação, colaboração e mobilização.
Em resposta aos questionamentos indagados inicialmente o texto foi ganhando seus contornos e identidade juntamente a grande contribuição de autores da área para tal, por esse motivo, a conclusão não poderia deixar de conter argumentos que corroborem tais questões, retomando e sequencialmente buscando responder a dúvida: “E é possível por o tão sonhado e talvez até utópico “ponto final” nela (na violência)?!”
Ora, com base nos argumentos que justificam o “quando(?)”, “por que(?)” e o “como(?)” já é possível ter pistas sobre os desdobramentos finais deste trabalho acadêmico. Partindo até mesmo de premissas linguísticas, os termos: quando, por que e como são majoritariamente empregados de forma interrogativa, representando assim intencionalmente a necessidade de questionamentos que a sociedade deve constantemente se fazer permitindo assim a criação de pensamento crítico, já o termo “ponto final” é um trocadilho que remete a busca pela suposta “busca pela paz” que muitas vezes acaba criando “heróis” e “vilões” e assim acentuando desigualdades, portanto, não há situação imutável ou estática no que concerne a vida em sociedade, sendo assim, cada ponto final na verdade é um ponto continuativo e uma nova chance de não perpetuar essa herança de desigualdades, sobretudo por meio da educação disseminada de forma ampla. 
Referências: 
Ferreira ABH. Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa. 3ª.ed. São Paulo, Positivo, 2004.
VENTURA, Zuenir. Cidade partida. São Paulo. Companhia das Letras, 1994.