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CASO ANTÔNIO X walter

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Faculdade de Caieiras 
São Paulo, novembro de 2020 
Amanda Camargo / RA: 2017007061 
Profº Eduardo Nunes 
CASO ANTÔNIO X ISABEL 
Em janeiro de 2014, Antonio Carlos da Silva , 7 anos, voltava da escola para 
casa, caminhando por uma estrada de terra da região rural onde morava, 
quando foi atingido pelo coice de um cavalo que estava em um terreno à 
margem da estrada. 
O golpe causou sérios danos à saúde do menino, cujo tratamento se revela 
longo e custoso. Em ação de reparação por danos patrimoniais e morais, 
movida em janeiro de 2018 contra o proprietário do cavalo, o juiz proferiu 
sentença julgando improcedente a demanda, ao argumento de que Walter 
Costa, proprietário do animal, “empregou o cuidado devido, pois mantinha o 
cavalo amarrado a uma árvore no terreno, evidenciando-se a ausência de 
culpa, especialmente em uma zona rural onde é comum a existência de 
cavalos”. Além disso, o juiz argumentou que já teria ocorrido a prescrição 
trienal da ação de reparação, quer no que tange aos danos morais, quer no 
que tange aos danos patrimoniais, já que a lesão ocorreu em 2014 e a ação 
somente foi proposta em 2018. 
Como advogado(a) contratado(a) pela mãe da vítima, Isabel da Silva, elabore 
a peça processual cabível. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE FRANCISCO MORATO/SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo nº xxxxxxxx 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antonio Carlos da Silva​, já devidamente qualificadas nos autos em epígrafe, por 
intermédio de seu advogado legalmente constituído através de instrumento 
procuratório em anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, 
tendo em vista a respeitável sentença de fls. XX/XX/XX, interpor: 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
devendo este, com suas razões em anexo, ser encaminhado ao egrégio Tribunal de 
Justiça de São Paulo para a devida apreciação. 
Ainda, requer seja o presente recurso recebido no efeito devolutivo e no efeito 
suspensivo, intimando-se a parte contrária para, querendo, apresentar suas 
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
Por fim, requer a remessa dos autos para o Egrégio Tribunal de Justiça, para seu 
processamento e julgamento. 
 
 
 
 
 Nestes termos, 
Pede-se deferimento, 
 
 
 
Francisco Morato, 20 de outubro de 2018 
Advogado 
OAB/SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
Processo nº xxxxxxxx 
 
 
 
 
 Apelante: Antônio da Silva Júnior 
 
Apelado: Walter Costa 
 
 Origem: 1ª Vara Cível da Comarca de Francisco Morato/SP 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
COLENDA CÂMARA 
 
NOBRES JULGADORES 
 
 
 
 
I. RELATÓRIO 
 
Antônio da Silva Júnior, nestes autos representado por Isabel da Silva, qualificados, 
ajuizou ação civil contra o apelado, pleiteando, em síntese, a reparação por danos 
patrimoniais e morais causados pela omissão desse último, pois, em janeiro de 
2014, o apelante, retornando da escola para casa em uma estrada de terra da 
região rural de sua cidade, foi atingido pelo coice de um cavalo de propriedade do 
apelado, sofrendo sérios danos à saúde, dos quais o tratamento revelou-se longo e 
custoso, causando ao apelante prejuízos patrimoniais e morais (petição inicial – fls. 
Xx/xx). 
O juízo julgou improcedente a presente demanda, argumentando ausência de culpa 
do apelado, ao fundamento de que este manteve os cuidados certos, mantendo o 
cavalo amarrado a uma árvore, ainda evidenciando-se a ausência de culpa, pois 
especialmente em uma zona rural onde é comum a existência de cavalos, o que, em 
tese, afastaria a responsabilidade civil do apelado, e em decorrência o dever de 
indenizar. 
Acrescentou o juízo de piso, também como fundamento para a improcedência do 
pedido, que teria ocorrido a prescrição trienal da presente ação de reparação, seja 
para os danos morais ou materiais, pois a lesão ao apelante ocorrera no ano de 
2014 e a ação somente foi proposta no ano de 2018 (fls. Xx/xx). 
Inconformado, o apelante apresenta recurso de apelação, próprio e tempestivo, que 
também preenche os demais requisitos de admissibilidade, pugnando pela reforma 
do decisum de primeiro grau, pelas razões que passa a expor. 
 
 
 
 
 
II. DO DIREITO 
 
A) DO AFASTAMENTO DA PRESCRIÇÃO TRIENAL 
 
O juízo de piso, em pleno exercício de sua função, deliberou haver prescrição 
trienal, como corrobora o artigo 206, §3, V, do Código Civil , onde prevê a prescrição 
em 03 (três) anos, contando da data da lesão de janeiro de 2014, a pretensão para 
a reparação civil, evidenciando o julgador que decorrido o referido prazo até o 
ajuizamento da ação, em 2018. 
Contudo, houve um equívoco do Magistrado em desconsiderar a regra de 
interrupção do curso prescricional. 
Em que pese a prescrição para pretender a reparação pelo ilícito sofrido ocorrer em 
3 (três) anos (CC, art. 206, § 3º, V), sabe-se que não começa a fluir o prazo 
prescricional enquanto não cessar a causa impeditiva que afeta o apelado, a saber, 
sua incapacidade absoluta. 
O apelante é menos de 16 (dezesseis) anos, portanto é absolutamente incapaz de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil , conforme o artigo 3º do Código Civil 
dispõe. Ainda no tocante do artigo 198, I, do Código Civil esclarece que não há o 
que se falar em prescrição contra incapazes que o artigo 3º trata. 
 
Art. 3 ​o​ ​São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos. 
Art. 198.​ Também não corre a prescrição: 
I -​ contra os incapazes de que trata o art. 3 ​o ​; 
 
O Tribunal de Justiça da Amazônia, já decidiu sobre isso: 
 
 
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ATO 
ILÍCITO. MENOR. LESÃO GRAVE. EXTENSÃO DO 
DANO. INDENIZAÇÃO. MAJORAÇÃO. ​1. o valor da 
indenização por dano moral deve ser majorado quando a 
extensão do dano demonstrar a necessidade. 2. 
Apelação conhecida e provida. 
(TJ-AM-AC: 06041794420178040001 AM 
0604179-44.2017.8.04.0001, RELATOR: Elci Simões de 
Oliveira, Data de Julgamento: 12/08/2019, SEGUNDA 
CÂMARA CÍVEL, DATA DE PUBLICAÇÃO: 13/08/2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B) DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO APELADO QUANTO AO DANO 
 
O Código Civil, em seu artigo 936, conceitua “​O dono, ou detentor, do animal 
ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.”, 
assim, não basta que o animal em questão estivesse sob vigilância, amarrado ou 
em qualquer outra modalidade, se acontecesse de o animal causar lesão em 
outrem, o dono deverá ser responsabilizado. 
O apelante, que na época dos fatos estava com 07 (sete) anos, estava apenas 
voltando para sua residência quando o animal do apelado o deu um coice. 
No mesmo sentido, Fábio Ulhoa Coelho entende: 
“Danos causados por animal. O dono ou o 
detentor do animal responde objetivamente pelos 
danos por ele causados (CC, art. 936) (...). Como 
é objetiva a responsabilidade, não interessa se o 
dono teve ou não culpa, se mantinha ou não o 
bicho sob devida vigilância e guarda, se o educara 
convenientemente ou não. Basta, para sua 
responsabilização, que o animal tenha causado 
dano a outrem” 
 
 
Nesse sentido, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, decidiu : 
 
 
AÇÃO DE REPARAÇÃO - CAVALO-COICE- DANOS 
MORAIS E MATERIAIS - RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA DO DONO DO ANIMAL (...) O art. 936, do 
Código Civil, estabelece a presunção juris tantum de 
responsabilidade do dono do animal, pelos danos 
causados por este (...) (TJMG - proc. 
1.0024.12.331497-3/001, Rel. Des. Roberto 
Vasconcellos, DJ de 16/02/2016). 
 
 
 
III. DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, pugna o apelante pelo conhecimento e provimento do recurso para 
reformar a decisão originária, condenando o apelado ao pagamento de indenização 
por danos materiais e morais, além dos demais pedidos descritos na petição inicial. 
 
 
 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
 
 
 
 
Francisco Morato, 20 de outubro de 2018 
Advogado 
OAB/SP

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