Teoria da Personalidade - Albert Bandura

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TEORIA SOCIAL COGNITIVA
ALBERT BANDURA
Albert Bandura (1925) nasceu no Canadá, é doutor em Psicologia Social, Professor na Universidade de Stanford, em estudos comportamentais.
A maior parte de suas publicações foram em Psicologia Clínica. 
Realizou muitas pesquisas com crianças.
Publicou trabalhos sobre adolescentes agressivos
A Teoria Social Cognitiva de Bandura leva a sério os encontros casuais e os eventos fortuitos, mas reconhece que esses encontros não alteram a trajetória de vida de alguém. 
A forma como reagimos a um encontro ou evento inesperado costuma ser mais poderosa que o evento em si.
TEORIA SOCIAL COGNITIVA
PRESSUPOSTOS
1. Plasticidade: característica fundamental dos seres humanos , ou seja, possuem flexibilidade para aprender uma variedade de comportamentos em diversas situações.
As pessoas podem aprender, e aprendem, pela experiência direta, ainda que dê muito mais ênfase à aprendizagem vicariante, ou seja, aprender pela observação dos outros.
Bandura enfatiza a ideia de que o reforço pode ser vicariante; as pessoas podem ser reforçadas observando outro indivíduo receber uma recompensa. Esse reforço indireto explica boa parte da aprendizagem humana.
2. Por meio de um modelo de causação recíproca triádica, que inclui fatores comportamentais, ambientais e pessoais, as pessoas têm a capacidade de regular suas vidas. Os humanos podem transformar eventos transitórios em formas relativamente habituais de avaliar e regular seu ambiente social e cultural. Sem essa capacidade, as pessoas meramente reagiriam às experiências sensoriais e não teriam a capacidade de antecipar eventos, criar ideias novas ou usar padrões internos para avaliar experiências atuais. 
3. A Teoria Social Cognitiva assume uma perspectiva de agência, ou seja, os humanos têm a capacidade de exercer o controle sobre a natureza e sobre a qualidade de suas vidas. As pessoas são tanto produtoras quanto produtos dos sistemas sociais.
 
Um componente importante do modelo de causação recíproca triádica é a autoeficácia. O desempenho tende a ser melhorado quando há autoeficácia, ou seja, a confiança de que as pessoas podem executar comportamentos que produzirão comportamentos desejados em uma situação particular.
4. As pessoas regulam sua conduta por meio de fatores internos e externos. Os fatores externos incluem o ambiente físico e social, e os fatores internos, a auto-observação, o processo de julgamento e a autorreação.
5. Quando as pessoas se encontram em situações moralmente ambígua, em geral tentam regular seu comportamento por meio da agência moral, a qual inclui redefinir o comportamento, desconsiderar ou distorcer as consequências do comportamento, desumanizar ou acusar as vítimas do comportamento e deslocar ou pulverizar a responsabilidade por suas ações.
No início da década de 60 Bandura propôs a teoria da aprendizagem social, segundo a qual uma boa parte das aprendizagens que o indivíduo adquire decorre da imitação ou modelagem.
Bandura, propositor de uma versão do behaviorismo que inicialmente definiu como sociobehaviorismo e posteriormente chamou de abordagem cognitiva social, questionando a visão de Skinner sobre a negação aos processos mentais e cognitivos na aprendizagem do ser humano.
Albert Bandura centralizou suas pesquisas no estudo do comportamento humano quando inserido no contexto social, dando valor aos processos cognitivos dos indivíduos. 
Para Bandura o homem não reage como uma máquina diante das influências do meio já que as reações aos estímulos são auto-ativadas.. 
O homem não é um ser passivo, totalmente dominado por ações ambientais, mas como um ser influente em todos os processos. O comportamento não necessita ser diretamente reforçado para ser adquirido, o homem aprende e adquire experiências observando as consequências dentro do seu ambiente, assim como as vivências das pessoas a sua volta, considerando que pensamentos, convivência, crenças e expectativas fazem parte de um processo de reforçamento.
Em alguns momentos a resposta habitual pode ser característica geral dos indivíduos dentro de determinada cultura, em outros momentos estas respostas poder ser idiossincráticas derivadas de experiências particulares e peculiares a um sujeito.
Ex: compra de determinados produtos alimentares por vezes pode representar a influência geral da cultura ou ser decorrente de uma filosofia de vida bem pessoal e específica(vegetarianos)
Nesta perspectiva as pessoas são um produto do seu meio, mas escolhem e moldam este meio por processos de interações que tem influências recíprocas.
Nesta teoria emerge o conceito de Modelagem, segundo o qual as pessoas podem aprender através da imitação do comportamento de outros.
Numa experiência célebre, Bandura expõe crianças (3 a 6 anos) a um grupo de adultos que gritavam e davam murros e pontapés num boneco insuflável. Quando, mais tarde as crianças eram deixadas com o mesmo boneco e sem adultos por perto, elas exibiam o mesmo comportamento que haviam observado. A imitação é um forte potenciador de aprendizagem nas crianças.
PRINCIPAIS CONCEITOS
REGULAÇÃO E CONDICIONAMENTO VICÁRIO:
Como foi apontado as aprendizagens acontecem por modelagem e não apenas por experiências vivenciadas diretamente.
Bandura afirma que este processo se dá pela observação do próprio comportamento alheio, obtendo informações relevantes as pessoas desenvolvem hipóteses sobre as prováveis consequências de produzir aquele comportamento no futuro.
Segundo o autor nosso cérebro possui uma estrutura única que permite um deslocamento para circunstâncias futuras e a pergunta acerca de nossos sentimentos quando estivermos
Ex: Não copiar o modelo do pai dependente químico, pois observa as consequências negativas.
Bandura aponta que a modelagem por observação é mais segura do que o comportamento operante de Skinner. No condicionamento o suj. sofre as consequências, enquanto que no condicionamento vicário é possível antecipar e avaliar os prós e contras.
Bandura prefere o termo Regulação em detrimento do termo Reforço utilizado por Skinner.
Para ele Regulação funcionaria mais como uma “operação informativa e motivacional, mais do que um reforçador mecânico de resposta”.(BANDURA, 1977, p.21).
O auto-reforço pode gerar emoções tanto negativas quanto positivas, pois acontece por comparação, onde o indivíduo compara o seu comportamento com padrões internos.
Se julgar que o comportamento está a altura de seus conceitos pode haver satisfação, mas se não corresponde aos seus padrões pode causar culpa, insatisfação ou frustrações.
Este tipo de reforço fornece uma noção de autodireção, proporcionando alternativas relacionadas ao comportamento que podem evitar a autopunição posteriormente.
PRINCÍPIOS DA APRENDIZAGEM POR MODELAGEM 
Atenção: é o processo que otimiza a aprendizagem. Para haver aprendizagem é preciso prestar atenção a elementos significativos do comportamento e para se aprendido o comportamento precisa ser armazenado em nosso sistema cognitivo. Na modelagem efetiva o conhecimento precisa ser traduzido sob a forma de ação, pois diferentes capacidades são requeridas para colocar os conhecimentos em prática.
Motivação é uma necessidade ou desejo que impulsiona um tipo de comportamento e encaminha para um objeto. Ex: uma menina que deseja ganhar uma boneca (motivação) e observa que seu irmão ao chorar perante o pai consegue ganhar um carrinho novo. 
AUTOEFICÁCIA E AUTOESTIMA
A autoeficácia envolve a crença de que com empenho podemos governar acontecimentos gerando o efeito almejado. O autor afirma, que a autoeficácia requer não apenas habilidades, mas também força de vontade para acreditar na capacidade de exercer determinada conduta, o que é um importante elo entre o saber e o fazer. Auto-eficácia refere-se às crenças que o indivíduo possui sobre seu valor e suas potencialidades. A teoria da autoeficácia refere-se à autoestima, em crer nas próprias habilidades. Não setrata de possuir certas capacidades, mas de acreditar que tem ou que pode adquiri-las por meio do esforço pessoal(expectativa do resultado).
Entretanto, a autoeficácia afeta o começo e a perseverança do comportamento dirigido, já que, os indivíduos tendem a desviar-se de situações quando julgam não serem capazes de resolvê-las, atuando com mais garantia em situações que possam dominar. Ex: a escolha por carreiras seguiria em virtude de suas habilidades ou dificuldades em determinadas áreas.
APLICAÇÕES DA ABORDAGEM DE BANDURA
De acordo com Pevin(1978), as ideias de Bandura tem se mostrado eficazes na prática clínica, inclusive na cura de fobias, obesidade, anorexia, asma, atos anti-sociais, depressão, ansiedade, dependência química etc.
	Um dos objetivos da Terapia Social Cognitiva é corrigir distorções cognitivas que estejam causando problemas aos indivíduos, fazendo com que desenvolva meios eficazes para enfrentá-lo.
O objetivo final da Terapia Social Cognitiva é a autorregulação (Bandura, 1986). Para atingir esse fim , o terapeuta introduz estratégias designadas para induzir mudanças comportamentais específicas, generalizar tais mudanças para outras situações e mantê-las prevenindo recaídas.
Outros campos de utilização da Teoria de Bandura
Escolas, indústrias, campanhas publicitárias, gerando uma mudança de comportamento nas pessoas.
 
A teoria da aprendizagem por observação tem sido vista em programas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, prevenção de gravidez, redução analfabetismo, trânsito. Estes meios utilizam modelos fictícios como reais para que a população possa espelhar-se. Campanhas publicitárias também fazem uso da teoria para convencer seus clientes.
Críticas à teoria de Bandura
Desenvolveu sua teoria por meio de um equilíbrio cuidadosos e com rigor científico.
Sua teoria é útil porque possui a capacidade de gerar pesquisa e organizar conhecimentos. Foram realizadas inúmeras pesquisas a partir da teoria da social cognitiva.
Bandura pode ser considerado o autor mais meticuloso entre os teóricos da Personalidade
CATANIA, C.A. Aprendizagem:comportamento, linguagem e cognição. 4ed. Porto Alegre: ARTMED
SCHULTZ, Duane; P.; Schultz & SIDNEY, Ellen, T. História da psicologia moderna.São Paulo: Cultrix, 1999.
PEVIN, L.A.Personalidade: teoria, avaliação e pesquisa. São Paulo: EPU,1978.