Buscar

Direito à alimentação sadia

Prévia do material em texto

Gabrielle Lisboa Teixeira - 41037 
Larissa Gonçalves Ferreira – 42066 
 
Direito à alimentação sadia 
 
O direito à alimentação é um direito incluído na Constituição do Brasil em 2010. Foi 
inserido como direito social no Artigo 6º da Constituição Federal, após a Emenda Constitucional 
64/2010: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, 
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição”. 
Para garantir os direitos sociais, que a Constituição Federal brasileira define como direitos 
individuais e coletivos, é preciso criar e estruturar sistemas públicos com este objetivo. Para isso 
foram criados o Sistema Único de Saúde (SUS), o Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e, 
mais recentemente, em 15 de setembro de 2006, o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional 
(SISAN). 
O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), foi criado pela Lei 
Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional. 
A LOSAN estabelece as definições, princípios, diretrizes, objetivos e composição do 
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN, por meio do qual o poder 
público, com a participação da sociedade civil organizada, formulará e implementará políticas, 
planos, programas e ações com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada. 
O Direito à alimentação deriva do direito a sadia qualidade de vida disposto no artigo 225 
da CF: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Ou seja, a sadia qualidade de 
vida dever permitir que o titular usufrua de condições que o possibilite a ter bem-estar físico, 
psíquico, e social. Para isso, padrões adequados de alimentação devem ser proporcionados, além 
de condições básicas de habitação, saneamento, ambiente físico equilibrado, entre outros. 
A qualidade de vida é um conjunto de condições exteriores ao indivíduo que permite que 
ele se desenvolva. É, portanto, uma extensão do direito à vida expresso no art. 5°, da Constituição 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_%C3%9Anico_de_Sa%C3%BAde
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_%C3%9Anico_de_Assist%C3%AAncia_Social
Feral, e ambos têm como pressuposto necessário uma alimentação saudável, uma vez que sem 
ela, eles serão interrompidos e prejudicados. Dessa forma, conclui-se que o direito fundamental a 
alimentação é baseada no direito à vida e mantém relações com o direito a saúde e o direito à sadia 
qualidade de vida. 
O direito humano à alimentação sadia e a nutrição adequada é um dos direitos humanos 
que está escrito na legislação internacional dos direitos humanos. Esse direito não foi dado, foi 
conquistado. O bem jurídico protegido é a vida, visto que se o indivíduo não se alimenta, não 
come bem, pode levar a desnutrição, à falta de vitaminas em seu organismo, entre outros 
problemas. 
Existem vários instrumentos que buscam garantir a essencialidade do direito alimentação, 
tanto internacionalmente quanto nacionalmente. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
no âmbito internacional, diz: “Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a 
si e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação”. A fome mundial, por exemplo, é 
tratada no preâmbulo da parte A, da Constituição da Organização das Nações Unidas para 
Alimentação e Agricultura: “Os Estados que adotam esta Constituição, decididos a promover o 
bem-estar geral, intensificando, por sua parte, a ação individual e coletiva com os fins de: elevar 
os níveis de nutrição e de vida e contribuir, assim, a libertar a humanidade da fome”. 
Esses tratados buscam efetivar o direito à vida, uma vez que a alimentação é uma 
necessidade primária e básica para existência do indivíduo. Internamente, a Constituição de 1988, 
garante o direito à alimentação, por exemplo no Artigo 1° inciso III, o qual fala sobre a dignidade 
da pessoa humana; no Artigo 3°, inciso III, que trata sobre a erradicação de pobrezas e 
marginalização, um dos principais fatores para uma péssima alimentação. O próprio salário 
mínimo, fixado no Brasil, tem que suprir essa necessidade básica, “Artigo 7º: São direitos dos 
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - 
salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades 
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, 
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”. 
A pandemia do novo coronavírus chega ao Brasil em um momento de estagnação 
econômica, desmonte dos sistemas de saúde e proteção social, paralisação de praticamente todos 
os programas de SAN, aumento acelerado da pobreza e, especialmente, da extrema pobreza, e o 
aumento expressivo da população em situação de rua. Dados de 2018, já mostravam que pessoas 
em extrema pobreza somavam um total de 13,5 milhões de pessoas, em uma escala ascendente 
que se iniciou em 2015. Como fome e pobreza são fenômenos correlatos, isto contribui ainda mais 
para que o Brasil se encontre em uma situação de profunda vulnerabilidade diante da pandemia. 
Contudo, a pandemia do coronavírus mais uma vez evidencia os vínculos entre a saúde 
humana e a natureza, e nos conclama a repensar as bases do nosso sistema alimentar e a defender 
uma alimentação saudável como orienta o Guia Alimentar para a População Brasileira. 
Garantir o direito humano à alimentação e nutrição de uma pessoa significa muito mais do 
que garantir meramente que a pessoa coma e encha a barriga, é muito mais do que isso. A 
alimentação não termina com o ato de comer, a alimentação termina com a transformação do 
alimento em ser humano, ou seja, em saúde, em trabalho e etc. 
 
Referências 
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11346.htm 
 https://fase.org.br/wp-content/uploads/2020/03/2020-recomendacoes-sobre-
direito-alimentacao-no-contexto-da-covid-2.pdf 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11346.htm
https://fase.org.br/wp-content/uploads/2020/03/2020-recomendacoes-sobre-direito-alimentacao-no-contexto-da-covid-2.pdf
https://fase.org.br/wp-content/uploads/2020/03/2020-recomendacoes-sobre-direito-alimentacao-no-contexto-da-covid-2.pdf

Continue navegando