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1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Ação Penal V DIREITO PROCESSUAL PENAL A N O TA ÇÕ ES AÇÃO PENAL V AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA A ação penal pública incondicionada é a mais comum no âmbito do Direito Penal, pois é considerada a regra geral, nos termos do art. 129, I, da Constituição Federal de 1988. Esse dispositivo, inclusive, foi que sedimentou o sistema acusatório no Brasil, ao conceder ao Ministério Público (MP) a titularidade da ação penal pública. Vale lembrar que a ação penal é um instituto de natureza jurídica híbrida, ou seja, contém aspectos de direito material (Código Penal e leis penais especiais) e de direito processual penal. Assim, quem dita qual é o tipo de ação penal para cada crime é o Código Penal (CP) e não o Código de Processo Penal (CPP). Quando o legislador penal não dispõe expressamente qual é o tipo de ação penal aplicável a um crime, significa que ele é de ação penal pública incondicionada, pois é a regra geral. O CPP também dispõe sobre a ação penal: Art. 257. Ao Ministério Público cabe: I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e II – fiscalizar a execução da lei. O legislador utilizou o termo “privativamente” e não “exclusivamente” no dispositivo acima, pois existe a possibilidade de que a vítima ingresse com uma ação penal privada subsidiária da pública. Isso acontecerá quando o MP não propuser a ação dentro do prazo legal. Nessa situação, abre-se um prazo para que os legitimados ofereçam essa ação penal subsidiária. Quando a ação penal for pública, o MP será parte no processo, mas, além disso, o MP também atua como um fiscal da lei ou, como é mais comum hoje em dia, como fiscal da ordem jurídica. Essa atuação como fiscal ocorre, regra geral, no caso das ações penais priva- das. Entretanto, prevalece o entendimento de que há uma natureza dúplice, ou seja, mesmo quando for parte, o MP não perde essa natureza de ser fiscal da execução da lei. 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Ação Penal V DIREITO PROCESSUAL PENAL A ação penal pública não depende de qualquer iniciativa da vítima. Ex.: Jaylton subtraiu o celular de Geilza. Tal conduta recai sobre o art. 155 do CP (furto). Ao ler esse dispositivo, percebe-se que não há menção expressa quanto ao tipo de ação penal, logo, entende-se que esse crime cai na regra geral e será de ação penal pública condicionada. Nessa situação, mesmo que a vítima não queira prestar queixa desse furto, o Promotor pode entrar com ação penal contra Jaylton. Dessa forma, após a denúncia do promotor, a vítima nada poderá fazer para impedir o curso da ação penal. Ou seja, a ação penal pública não está na esfera de disponibilidade da vítima, não sendo algo do qual ela possa abrir mão. A peça inaugural da ação penal pública será a denúncia, seja ela condicionada ou incondicionada. O Código Penal deixa claro o fato de que a ação penal é pública como regra geral: Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. Assim, se o tipo penal não fizer nenhuma menção quanto ao tipo de ação penal, signi- fica que ela será pública incondicionada. Se o legislador dispuser que o crime depende de representação ou requisição, significa que a ação penal será pública condicionada. Já se o tipo trouxer que o crime somente se procede mediante queixa, significa dizer que a ação penal será privada. ATENÇÃO A ação penal pública incondicionada não se submete a prazo decadencial, no entanto, se submete ao prazo prescricional. O fato de a ação penal ser pública incondicionada significa que não há necessidade de qualquer manifestação da vítima. O MP atua de ofício, em nome do Estado, e deflagra a ação penal respectiva. Vale lembrar que a legitimação do MP nos casos de ação penal pública incondicionada não é extraordinária, mas sim ordinária, por força da própria Constituição Federal de 1988. Isso porque todo e qualquer crime praticado por alguém abalará a paz social e sempre ofen- derá o Estado (sujeito passivo de qualquer crime). Existem vozes na doutrina que defendem o contrário e apontam que o MP tem legitimação extraordinária, contudo, essa é uma posição minoritária que não deve ser seguida em provas de concurso público. 10m 15m 20m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Ação Penal V DIREITO PROCESSUAL PENAL A N O TA ÇÕ ES O fundamento dessa corrente minoritária é dizer que o sujeito passivo de um crime é a pessoa que sofreu diretamente um dano, e somente ela. Sendo assim, se o MP ajuíza a ação penal pública, essa atuação seria extraordinária (atuação em nome próprio defendendo direito alheio). Independentemente do tipo de ação penal, sempre haverá um prazo de prescrição. Assim, o MP tem um prazo previsto em lei para entrar com a denúncia. Se esse prazo não for res- peitado, abre-se para o ofendido e outros legitimados a possibilidade de uma ação subsidiá- ria, mas isso não retira o direito de o MP oferecer a denúncia antes que ocorra a prescrição do crime. 25m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Geilza Fátima Cavalcanti Diniz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material.
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