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AULA 28 - Ação Penal V

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Ação Penal V
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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AÇÃO PENAL V
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
A ação penal pública incondicionada é a mais comum no âmbito do Direito Penal, pois 
é considerada a regra geral, nos termos do art. 129, I, da Constituição Federal de 1988. 
Esse dispositivo, inclusive, foi que sedimentou o sistema acusatório no Brasil, ao conceder ao 
Ministério Público (MP) a titularidade da ação penal pública.
Vale lembrar que a ação penal é um instituto de natureza jurídica híbrida, ou seja, contém 
aspectos de direito material (Código Penal e leis penais especiais) e de direito processual 
penal. Assim, quem dita qual é o tipo de ação penal para cada crime é o Código Penal (CP) e 
não o Código de Processo Penal (CPP).
Quando o legislador penal não dispõe expressamente qual é o tipo de ação penal aplicável 
a um crime, significa que ele é de ação penal pública incondicionada, pois é a regra geral. 
O CPP também dispõe sobre a ação penal:
Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e
II – fiscalizar a execução da lei.
O legislador utilizou o termo “privativamente” e não “exclusivamente” no dispositivo acima, 
pois existe a possibilidade de que a vítima ingresse com uma ação penal privada subsidiária 
da pública. Isso acontecerá quando o MP não propuser a ação dentro do prazo legal. Nessa 
situação, abre-se um prazo para que os legitimados ofereçam essa ação penal subsidiária.
Quando a ação penal for pública, o MP será parte no processo, mas, além disso, o MP 
também atua como um fiscal da lei ou, como é mais comum hoje em dia, como fiscal da 
ordem jurídica. Essa atuação como fiscal ocorre, regra geral, no caso das ações penais priva-
das. Entretanto, prevalece o entendimento de que há uma natureza dúplice, ou seja, mesmo 
quando for parte, o MP não perde essa natureza de ser fiscal da execução da lei.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
A ação penal pública não depende de qualquer iniciativa da vítima. Ex.: Jaylton subtraiu 
o celular de Geilza. Tal conduta recai sobre o art. 155 do CP (furto). Ao ler esse dispositivo, 
percebe-se que não há menção expressa quanto ao tipo de ação penal, logo, entende-se que 
esse crime cai na regra geral e será de ação penal pública condicionada. Nessa situação, 
mesmo que a vítima não queira prestar queixa desse furto, o Promotor pode entrar com ação 
penal contra Jaylton.
Dessa forma, após a denúncia do promotor, a vítima nada poderá fazer para impedir o 
curso da ação penal. Ou seja, a ação penal pública não está na esfera de disponibilidade da 
vítima, não sendo algo do qual ela possa abrir mão.
A peça inaugural da ação penal pública será a denúncia, seja ela condicionada ou 
incondicionada.
O Código Penal deixa claro o fato de que a ação penal é pública como regra geral:
Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
Assim, se o tipo penal não fizer nenhuma menção quanto ao tipo de ação penal, signi-
fica que ela será pública incondicionada. Se o legislador dispuser que o crime depende de 
representação ou requisição, significa que a ação penal será pública condicionada. Já se o 
tipo trouxer que o crime somente se procede mediante queixa, significa dizer que a ação penal 
será privada.
ATENÇÃO 
A ação penal pública incondicionada não se submete a prazo decadencial, no entanto, se 
submete ao prazo prescricional.
O fato de a ação penal ser pública incondicionada significa que não há necessidade de 
qualquer manifestação da vítima. O MP atua de ofício, em nome do Estado, e deflagra a ação 
penal respectiva.
Vale lembrar que a legitimação do MP nos casos de ação penal pública incondicionada 
não é extraordinária, mas sim ordinária, por força da própria Constituição Federal de 1988. 
Isso porque todo e qualquer crime praticado por alguém abalará a paz social e sempre ofen-
derá o Estado (sujeito passivo de qualquer crime). Existem vozes na doutrina que defendem 
o contrário e apontam que o MP tem legitimação extraordinária, contudo, essa é uma posição 
minoritária que não deve ser seguida em provas de concurso público. 
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O fundamento dessa corrente minoritária é dizer que o sujeito passivo de um crime é 
a pessoa que sofreu diretamente um dano, e somente ela. Sendo assim, se o MP ajuíza a 
ação penal pública, essa atuação seria extraordinária (atuação em nome próprio defendendo 
direito alheio).
Independentemente do tipo de ação penal, sempre haverá um prazo de prescrição. Assim, 
o MP tem um prazo previsto em lei para entrar com a denúncia. Se esse prazo não for res-
peitado, abre-se para o ofendido e outros legitimados a possibilidade de uma ação subsidiá-
ria, mas isso não retira o direito de o MP oferecer a denúncia antes que ocorra a prescrição 
do crime. 
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���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Geilza Fátima Cavalcanti Diniz. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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